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História Amor à distância - Madrugada.


Escrita por: may_rapha

Notas do Autor


Heeey! 😊

Mais um capítulo! 🎉🎉🎉🎉

Boa leitura! 😘

Capítulo 37 - Madrugada.


Fanfic / Fanfiction Amor à distância - Madrugada.

Gumball

Já eram 02:32hrs da madrugada, estava deitado em minha cama me lembrando do que acontecera há algumas horas atrás... O sono não me alcançava de jeito nenhum.

Flashback on#

Acompanhei Marshall até a sua casa, arrumei suas malas enquanto ele chorava feito uma criança. Evitei chorar, não queria que ele me visse aos prantos e se sentisse obrigado à ficar. Eu tive que demonstrar força naquele momento. Uma força inexistente.

A cada peça de roupa que eu dobrava e colocava em sua mala, era um pedaço do meu coração que ia junto. Por várias vezes eu parei por alguns minutos e fechei os olhos comprimindo meus lábios, cessando o choro que insinuava brevemente acontecer, sem que Marshall notasse.

Após terminar de arrumar suas malas, o acompanhei também ao aeroporto. 

Ele me apertava tão forte que meus pulmões lutavam arduamente para conseguirem oxigenar o meu sangue e me deixarem vivo.

Meus olhos marejavam, mas nenhuma lágrima era permitida rolar. Não enquanto Marshall estivesse ali.

O último aviso de embarque foi dado.

Roncato, o pessoal de sua assessoria e seus seguranças nos encaravam.

Essa era a hora de deixar ele ir. Eu sabia disso.

Lutei contra a birra de Marshall. Era quase inútil. Ele era bem maior e mais forte que eu.

Da minha boca saía: "Amor, vai... Você vai perder o vôo. O pessoal está te esperando, eu vou ficar bem. Não se preocupe. Te amarei eternamente..."

Mas em meu coração, era totalmente o contrário: "Amor, não vai... Que se foda esse vôo. Diga a esse pessoal que você vai ficar comigo! Eu jamais ficarei bem sem você. Eu te amo e preciso de você aqui comigo todos os dias da minha vida..."

É horrível mentir para si mesmo. Mas, era necessário.

Marshall, após me dar um beijo de tirar o fôlego, finalmente me soltou. 

E após não sentir mais o calor de sua pele contra a minha, meu coração pareceu congelar e petrificar no mesmo instante.

Meus olhos o seguiam. A cada passo que ele dava para longe de mim, mais aumentava a minha vontade de correr atrás dele e fugir para bem longe daquele aeroporto ao seu lado.

Meus punhos estavam cerrados. 

Dentro de mim, uma guerra interna acabara de ser iniciada.

A porta do avião foi lacrada. Meu coração que estava petrificado, se despedaçou por completo até virar pó.

Flashback off#

Continuei a olhar para o teto. Lágrimas rolavam em meu rosto e encharcavam meu travesseiro. Agora elas tinham permissão para fazerem até um oceano.

Faz apenas algumas horas que você se foi e a saudade já é tão grande, meu amor...

Agora entendo o que ele sentiu durante as duas semanas em que eu estive em coma. E o pior, eu não me lembrava dele.

Chorei mais ainda. Já soluçava neste momento.

Faltava uma semana para começarem as aulas.

Pelo menos os estudos ocupariam a minha mente. Ou tentariam ocupar.

E quando você finalmente acha que a vida está do seu lado, ela vira o tabuleiro e diz que agora é a vez dela jogar.

Ter minha família completa novamente era tudo o que eu queria, mas... Não ter Marshall era bem pior. Parecia incompleta novamente.

Fechei meus olhos, eu precisava dormir antes que o Sol nascesse.

                         ~~


Acordei com batidas em minha janela.

Levantei assustado.

- Marshall? - disse na esperança de ser respondido pelo mesmo.

Fui de encontro à minha janela. 

Não havia ninguém ali. 

Droga, devo estar delirando... Marshall está viajan... Meus pensamentos foram interrompidos. Sinto alguém me puxar pela cintura e me deitar em minha cama.

- Ai que saudade que eu estava de você... - Marshall beijava o meu pescoço.

Não pode ser... Ele desistiu e voltou por mim?

Me virei para ele com um sorriso largo.

- Por que voltou, meu amor? - beijei sua bochecha.

- Não está feliz? - ele acariciava meu rosto.

- Claro que eu estou! - disse ainda sorridente.

- Na verdade eu nunca fui... - ele desviou o olhar para o lado.

- Como assim? - o encarei confuso.

- Desci do avião, não conseguiria viver longe de você. - sorri - Mas, jamais serei chamado por outra pessoa novamente. Minha carreira já era. - ele parecia triste.

- Claro que não, meu amor. Roncato não é o único empresário musical existente no mundo. E você tem talento de sobra para impressionar qualquer pessoa. - sorri e depositei um beijo em sua testa.

- Não, Gumball. Roncato era o empresário que eu sempre quis. Minha vida foi arruinada... - ele ficou em silêncio por alguns minutos - E a culpa disso tudo é sua! - meu sorriso desapareceu.

Me levantei de cima dele com os olhos já marejados. Jamais pensei escutar isso de Marshall, e fazia de tudo para que isso fosse evitado.

Sua expressão neste momento se tornou sombria.

- Chorando? Você está chorando, Gumball? Acha que suas lágrimas me deixarão comovido? - ele se levantou e com grande força apertou meus pulsos, me obrigando a encará-lo e a gemer de dor.

- M-marsh... O que aconteceu com você? - perguntei trêmulo.

- Você é surdo? Acabou a minha carreira! Você acha que eu estaria como? Feliz da vida? - ele vociferou e apertou ainda mais os meus pulsos, com certeza isso deixará marcas.

- Ahn... M-marshall, amoorr!!! Me perdoe... Por favor?!... - disse entre os gemidos de dor.

- Quem perdoa é Deus, Gumball. - ele soltou um de meus pulsos. Senti um alívio imenso naquele local. Porém, esse alívio durou pouco. Vi Marshall cerrar o próprio punho e o descê-lo com força em meu olho direito.

Gritei de dor e o tampei imediatamente com a minha mão livre. Senti o sangue molhá-la. 

Se não fosse pela sua mão segurando meu pulso eu já estaria caído no chão neste momento.

- A-achei que você me amava!! - disse ainda tampando o meu olho direito e tentando libertar o meu outro pulso.

A raiva ganhou espaço em meu coração.

- Amar você? Amar quem está destruindo a minha vida? Eu odeio o amor! Ele sempre me leva a fazer coisas absurdas e ridículas... Jamais o quero em minha vida novamente.

- Destruindo a sua vida? Marshall! Você tem noção do que está dizendo? - vociferei também enquanto as lágrimas rolavam em meu rosto.

- Não sou idiota, retardado e nem muito menos burro. Sei o que estou dizendo e assumo total consequência de meus atos. Inclusive, jamais me esquecerei de um que estou prestes a fazer... Afinal, dizem que se os nossos olhos nos incomodam ou nos fazem pecar, devemos arrancá-los, não é mesmo? - ele sorria sarcasticamente.

- O quê? Do que é que você está fal... 

Marshall retirou um canivete de seu bolso e num ato veloz cortou minha garganta.

Acordei com o meu coração querendo sair pela boca.

Esse foi o pior pesadelo do mundo.

Me levantei tremendo e fui correndo em direção ao quarto dos meus pais.

Quando eu era menor e tinha pesadelos fazia a mesma coisa. Está certo que, agora estou grande, tá nem tanto, mas... Essa é a única opção para me acalmar.

Já eram 04:57hrs.

Abri a porta do quarto deles e adentrei com cautela. Estavam dormindo abraçadinhos. Que saudade que eu estava de ver essa cena... Porém, eu não tenho outra escolha a não ser os separá-los. 

Subi na cama e deitei no meio de ambos. Finalmente me sentindo seguro.

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07:30hrs da manhã.

- Bubbinha? O que você está fazendo aqui? - minha mãe perguntava sorrindo.

- Deve ter tido um pesadelo, com certeza. - meu pai também sorria.

- Awnn, meu bebê não mudou nada... - senti os braços de minha mãe me apertarem.

- Filhote, você precisa acordar! Já são 07:30hrs! Vamos! - meu pai cutucava o meu nariz.

- Já estou... acordado... - disse ainda sonolento.

- Ótimo! Agora levanta! Vamos tomar café! - logo após meu pai dizer isso eles saíram do quarto, me deixando sozinho ali.

Meu Deus que sono...

Estava lutando contra as minhas  próprias pálpebras para que as mesmas não se fechassem.

2 horas e meia de sono... Isso foi exatamente o que eu tive.

Me levantei contra a minha vontade.

O pesadelo já havia se ausentado de meus pensamentos, porém me deixara com o "sinal de alerta ligado".

Me direcionei até o meu quarto preguiçosamente e entrei no banheiro.

Tomei um banho para tirar essa sonolência de mim. Não deu muito certo...

A água quente em contato com a minha pele fez-me sentir extasiado. Estava quase dormindo em pé ali.

Terminei o meu banho e desci para a cozinha.

Lá estavam meus pais, sorridentes, lindos e muito, muito animados.

Bonnie ainda não havia acordado.

- Bubba, vamos aproveitar que essa é a sua última semana de férias e dar uma passadinha em Gales para visitar seus avós? - meu pai perguntou me observando sentar em um banquinho da cozinha.

- Hmm... Aham... Pode ser... - eu estava com preguiça até de falar.

- Então vamos arrumar as malas? - minha disse já se direcionando para a saída da cozinha.

- O QUE? HOJE? - gritei.

- Sim, Bubba! Por que? - meu pai franziu o cenho.

- Estão de brincadeira, né?! Eu estou um caco! Só dormi por 2 horas e meia! - me levantei indignado.

- Uai, dorme no caminho! - meu pai se retirou da cozinha.

- Isso aí! Vou lá acordar a Bonnie. - minha mãe também se retirou.

Ahhh que ideia bacana, mais e as malas? O caminho vai arrumar pra mim? 

Infantil? Imaturo? Talvez... Quem nunca?

Tomei uma xícara de café puro, sem leite, sem açúcar, sem nada. Desceu amargo, mas, teria que me deixar acordado. Pelo menos até eu terminar de arrumar as minhas malas.


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Algumas horas se passaram, minhas malas já estavam, finalmente, prontas.

- Certo, agora vamos colocar essas bagagens no porta-malas. - meu pai disse pegando algumas malas e se direcionando à porta.

Peguei algumas também e fui atrás dele.

Antes de chegar até a porta, todas as luzes da casa e aparelhos eletrônicos desligaram-se.

Isso me deixou extremamente feliz por um lado. Eu não iria viajar e poderia voltar a dormir.

- Uai? Como, gente? Apagão assim do nada? - meu pai perguntou não entendendo a situação.

- Bom, é normal acontecer, mas, justo hoje? - minha mãe abraçou Bonnie.

Não sei porque o medo... Ainda estava de dia. E tudo estava bem claro.

- Pois é... Se a energia já tiver voltado até 13hrs, vamos mesmo assim. - meu pai colocou as malas no chão.

- Certo, agora me deixem dormir... - fui apressadamente para o meu quarto. Após me jogar em minha cama, escutei meu pai gritar:

- "A ENERGIA VOLTOU, BUBBA! VAMOS!"

Bonnie gargalhou.

A vida com certeza já estava de palhaçada com a minha cara.

Quase dei um chilique de tanto ódio que me deu da eletricidade neste momento.

Me levantei bufando e ajudei, mais uma vez, meu pai a colocar as bagagens no porta-malas.

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Dormi durante todo o caminho para Gales.

De avião, eram aproximadamente 8 horas de viagem.

Bonnie gritou em meus ouvidos para que eu despertasse. Isso não foi nem um pouco gentil da parte dela.

Após descer do avião, pegamos o carro, que também foi transportado para cá através de um avião, e fomos para a casa dos meus avós.

Chegando lá, me dei de cara com um rapaz um tanto bonito. Não mais do que Marshall porque isso era impossível.

Eu particularmente não o conhecia.

E acho que ele também não pelo olhar estranho que me lançou ao me ver entrando na casa dos meus avós.

- Bubbinha!!! - minha avó me abraçou e beijou minha bochecha. Estava com saudades dela. Mesmo tendo protestado para não vir até aqui hoje pela manhã.

- Ei, vó! Quem é aquele garoto? - fui direto mesmo.

- Ahh, aquele ali é o Manu. Sua tia o adotou faz uns 7 anos. Não ficou sabendo? - ela perguntou com sua doce voz.

Nuussss, 7 anos? Não vó, não fiquei sabendo porque estava acontecendo uns paranauês muito loucos em minha vida ultimamente e eu havia me esquecido completamente que eu tinha parentes. Sorry...

- Não. - sorri tentando esconder o tédio que estava sentindo.

- Venha cá, Manu! Venha conhecer o seu priminho. - minha vó o chamou.

Vi o menino de cabelos castanhos fixos em um topete bem alinhado, dos olhos azuis quase cinza, pele clara e altura mediana se aproximar de mim. Seu corpo era estruturalmente parecido com o meu, com exceção de seus braços levemente definidos.

- Olá, Bubba! - ele me observava atentamente.

- Como sabe o meu nome? - o encarei.

- Vovó fala muito de você por aqui... - seu olhar fixou-se em meus cabelos rosas - por que você pintou o seu cabelo de rosa?

- Não pintei, é natural. - ele pareceu não demonstrar espanto ou surpresa.

- Hm... 

Odiava quem falava "hm". Sério mesmo.

- Seu nome é Manu mesmo? Tipo Manu de Manuel? - o encarei. Se a criatura não puxa assunto, eu tenho que puxar né?!

- Não, e não se pronuncia como se escreve. Se pronuncia "Mano". - grandes merdas...

- Hm. Okay. - foi a minha vez de ser insignificante.

- Bubbinha, você se incomoda em dividir o seu quartinho com o Manu? É que ele já estava dormindo lá... - minha vó disse sorrindo.

Não entendi o motivo da graça. 

O meu quartinho da casa da minha avó estava sendo utilizado por ele sem a minha permissão?

Mais que diabos está acontecendo aqui?

Chamem a Christina Rocha! Estamos tendo um caso de família aqui!





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