História Amor a primeira vista - Aquele com a fuga

T a i n á  F o g a r

Estávamos atrás do balcão esperando pelos fugitivos quando ouvimos um barulho. Pegamos objetos aleatórios que estavam ao nosso alcance e quando a luz ascendeu nos levantamos para surpreender a pessoa.

— Que isso? Tão ficando louco? 

— Neide?

— O que que vocês estão fazendo aqui a essa hora? — Taehyung perguntou.

— Eu moro aqui se me permite! — Neide respondeu colocando um copo na pia — Mas o que vocês estão fazendo aqui?

— Bom... 

Ouvimos barulho de porta sendo aberta. Apagamos a luz e puxamos Neide para atrás do balcão conosco, logo a luz se ascende e novamente nos levantamos com os objetos para surpreender o suspeito. 

— AAH! — era só Catherine, ela gritou com o susto e logo começou a rir de sua reação como sempre — Que porra que ta acontecendo?

— Como eu ia dizendo... 

Mais um barulho surge. Puxamos Catherine para onde estávamos, mas não apagamos as luzes. Esperamos um pouco e então nos levantamos de novo. Para nossa decepção era apenas Jimin que nos encarava indiferente a tudo aquilo.

— Mas que saco! — Hoseok disse farto.

— O que vocês estão fazendo? — Jimin perguntou.

— Eu desisto de explicar!

— ... pode me dizer pelo menos quem gritou? — ele perguntou preocupado.

— Eu! — Cathy levanta com as mãos pro ar.

— Gente eu sei que é muito divertido se esconder atrás do balcão no meio da noite, mas eu quero ir pra minha cama! — Neide disse indo embora para seu quarto.

— Eu só vim aqui pegar um copo d'agua! — Cathy disse indo até a geladeira com um copo para pegar água.

— E eu só vim ver quem tinha gritado! — Jimin disse — Mas agora que já sei vou voltar a dormir, o quarto esta tão quieto!

— Como se a gente fizesse tanto barulho assim! — Hoseok disse ofendido.

— Você não é o problema! — Jimin disse e depois encarou Taehyung antes de sair junto a Catherine.

— Eu só gosto de cantar alto para poder ouvir minha bela voz! — Tae se justificou.

— Tá bom o cantor de balada romântica! A próxima pessoa que passar por essa cozinha vai levar uma panelada!

— Já to ficando cansado de esperar! — Tae disse se jogando sobre a bancada.

— Eles serão os próximos! Eu to sentindo!

Apagamos a luz novamente e ficamos escondidos, não demorou para ouvirmos novos barulhos de passos. Espiamos de canto e eram eles, o plano de surpreender foi deixado de lado uma vez que cansamos daquilo, ficamos apenas ouvindo.

— Tá pronta? — Jungkook perguntou para Jamilly.

— Vamos logo! Não quero ser pega pelo Jin ou pela Manu! — ela respondeu preocupada.

— Se o Jin descobrir eu estou sujeito a levar uns puxões de orelha! — Jungkook disse.

— Você é uma bela de uma criança né? Nem parece que tem 19 anos! — Jamilly disse bagunçando o cabelo dele.

— Não era pra parecer! Agora vamos logo antes que alguém apareça! — Jungkook disse pegando na mão de Jamilly e seguindo para fora com ela.

— ... vamos tacar o terror?

— Segui-los? — Hoseok perguntou — Tá louca?

— Para de chorar! Não temos nada a perder! 

— ... a casa do Juninho não é longe! — Taehyung disse aceitando a ideia.

— Esse é o espirito da coisa! Agora vamos! 

A caminhada era longa. O relógio do meu celular marcava uma da manhã quando chegamos na porta da casa de Juninho. De repente ouvimos algo buzinar e ao olharmos era um carro muito parecido com o de Namjoon. A não, aquele era mesmo o carro de Namjoon, e ele não estava sozinho. Após ele descer vemos Jin, Jimin, Catherine e Neide descerem e virem até nós.

— Posso saber o que esta acontecendo? Porque eu acordei pra tomar um copo d'agua e quando vejo cinco de nos desapareceram! — Jin perguntou indignado. 

— A Jamilly e o Jungkook saíram pra festa do Juninho escondidos ai a gente foi seguir eles pra... — Taehyung começou a abrir a boca do nada.

— TAEHYUNG!! — gritamos repreendendo ele.

— ... foi mal! — Taehyung pediu perdão ao perceber.

— ... eu vou matar aquele garoto! — Jin disse e logo em seguida invadiu a casa.

— É melhor a gente seguir ele antes que a treta se torne maligna!

(...)

J a m i l l y  B o r g e s

Jungkook e eu saímos de casa e fomos direto para o carro de Juninho que estava nos esperando. Senti que estávamos sendo observados quando saímos de casa, mas deve ser coisa da minha cabeça, nós entramos e fomos para a festa que era na casa de Juninho que ficava a uns quatro quarteirões de nós.

— E ai, pronto pra festejar? — Juninho perguntou a Jungkook.

— Eu estou sempre preparado! — Jungkook respondeu.

— Percebi! Veio até com sua própria gata! — Juninho disse me olhando de cima a baixo.

— Como se eu pertencesse a alguém! 

— Opa! Então a gata é solteira! — Juninho deduziu.

— É serio, sem gracinhas pro lado da Jamilly! Eu te conheço Juninho! 

— Fica relex! 

Não demorou muito até chegarmos a casa de Juninho. Não era como as festas dos adolescentes no Brasil, tava calmo. Tinha musica, karaokê, bebida e cigarro. Eu já esperava que Juninho fosse um pervertido, mas estava começando a me incomodar ele me encarando aonde quer que eu fosse, eu até falaria com Jungkook, mas olhar não é crime.

Fiquei me entupindo de refrigerante e acabou dando piriri, subi as escadas na esperança de ter um banheiro e sinto que foi a pior decisão da minha vida. Aquele lugar era tenebroso e sujo, isso por que o andar de cima estava proibido então toda essa bagunça é do próprio Juninho. Após muito custar encontrei um quarto com um banheiro "limpo" e assim pude me aliviar.

Ao sair do banheiro tirei meu celular da bolsa para ver as horas e vi que haviam varias ligações de diversas pessoas diferentes, a que mais causou medo em mim foi "Seokjin" porque só podia significar uma coisa: o fim se aproxima. Liguei para Jungkook para avisar que era melhor irmos pra casa, de repente escuto o som da porta atrás de mim se fechar e quando me viro dou de cara com Juninho. Ele fedia a pinga da mais forte, me fez lembrar meus amigos no Ilha Verão. Ele me encarou de cima a baixo e então avançou no meu celular o jogando longe antes mesmo que Jungkook pudesse atender.

— O que você pensa que tá fazendo? — perguntei empurrando ele para longe. 

— Eu quero você! — ele avançou na minha direção novamente e me empurrou até a parede onde me prendeu pelos pulsos.

— Me solta seu louco! — tentei me soltar, mas ele era muito mais forte que eu. 

— Ah não seja assim, eu sei que você vai gostar! — ele soltou uma de minhas mãos para segurar meu queixo e forçar um beijo.

— Sai daqui! — com um dos braços livres consegui me distanciar dele e correr até a porta.

— Não vai sair daqui tão cedo! — ele disse balançando a chave da porta, ele a jogou dentro do banheiro e fechou o mesmo.

Corri até onde meu celular estava e vi que Jungkook havia atendido e ainda estava na chamada, ele gritava meu nome varias vezes, acho que o deixei preocupado — o que não é pra menos.

"— Jamilly me responde por favor!"

— Jungkook sobe aqui no quarto de cima rápido! Eu não vou conseguir segurar ele por muito tempo! — disse toda atrapalhada mal conseguindo segurar o celular de tanto que estava tremendo.

"— Segurar quem? O que tá acontecendo?"

— Vem logo!! — gritei histérica e desliguei.

Minha cabeça estava a milhão, pensava e diversos jeitos de manter ele longe de mim, mas o único que funcionaria envolveria o meu suicídio uma vez que estava cogitando pular da janela. Juninho avançou novamente e dessa vez me jogou sobre a cama, ele estava em cima de mim segurando meus pulsos, comecei a chorar sem saber o que fazer, na minha cabeça seria agora o meu fim. Já estava tão se forças que mesmo ele me soltando não consegui me mexer, meu corpo estava paralisado de medo.

— Não chore! Eu não vou te matar! 

— Por favor... não faça isso! 

— Vai ser divertido! Você vai gostar! — ele começou a me apalpar por baixa da blusa enquanto beijava meu pescoço, tudo que eu consegui fazer foi chorar.

— P-pai nosso que estais no céu, santificado seja o teu nome... — comecei a rezar baixo entre meus soluços esperando que Jungkook aparecesse para me ajudar, mas a cada minuto que se passava mais distante disso parecia que eu estava.

Ele estava desabotoando minha calça quando ouço um estrondo na porta, de repente vejo a porta sendo arrombada e Jungkook caindo dentro do quarto. Ele se levantou e viu tudo aquilo, era impossível não notar a raiva e a decepção que ele sentia e seu rosto, sem dizer nada ele puxou Juninho de cima de mim pela gola e o nocauteou. Me encolhi na cama abraçando minhas pernas tentando e acalmar agora que o mal passou, mas eu não vou me recuperar disso tão cedo. 

Jungkook respirou fundo e foi ate mim, ele estendeu a mão para que eu pegasse e assim fiz, meus pulsos estavam roxos de tanto que ele apertou, eu sentia nojo de mim mesmo, tudo que queria era um banho. Ele perguntou se eu conseguia andar até em casa, mas eu sabia que não ia, ele me colocou em suas costas e me carregou. Saímos pelos fundos e fomos pela rua de trás que dava para o portão dos fundos da casa dos meninos. Queria poder dizer algo, mas não consegui soltar uma única palavra o caminho inteiro.

Nós sabíamos que iriamos levar bronca e que tínhamos sido descobertos, então quando chegamos em casa ficamos sentados na beira da piscina. 

— Jungkook... desculpa, eu não deveria ter vindo com você! Eu não queria que isso acontecesse entre você e o Juninho!

— Tá louca Jamilly? Eu quem tenho que pedir perdão! Olha tudo isso que aconteceu! 

— Nada foi culpa sua! E graças a Deus você apareceu a tempo! 

— Aquele idiota... — ele disse e começou a chorar — Eu nunca me perdoaria se algo tivesse acontecido! Se eu ver ele na minha frente de novo... eu juro que vou matar  ele! 

— Jungkook! — segurei seu rosto com minhas mãos e o encarei — Você me salvou! Não seja duro consigo mesmo por algo que você não tinha como saber que ia acontecer! 

— ... como consegue fazer com que eu me sinta melhor até quando a situação envolve... tudo isso? Você poderia ter sido...

— Mas não fui! Tá legal? Vem aqui! — puxei ele para um abraço, ele continuava chorando e eu acabei derramando lagrimas também. 

(...)

T a i n á  F o g a r

Quando entramos na casa de Juninho perguntamos as pessoas por ali se tinham visto um dos dois desaparecidos e todos disseram que não sabiam, apenas acreditavam que Juninho estava em seu quarto ocupado com algo. Nunca foi visto homem mais rápido que Seokjin subindo aquelas escadas, notamos que havia um quarto com a porta arrombada o que julgo estranho, ao olhar dentro do mesmo vemos Juninho desacordado no chão.

— Isso é hora pra dormir? Era só o que me faltava! — Jin disse enquanto ia até o banheiro, quando ele voltou estava com um potinho cheio de água.

— Tá fazendo o que? — Namjoon perguntou confuso.

— O que você acha? — Jin perguntou ironicamente enquanto jogava toda agua em cima de Juninho que acordou afogado e desnorteado. 

— Jin? Eu morri? Aqui é o inferno? — Juninho perguntou confuso ao ver Jin o encarando com sua cara de deboche natural e ódio eterno.

— O que você quis dizer com isso? — Jin perguntou já se irritando.

— Juninho o que houve? Cadê o Jungkook e a Jamilly?

— ... então, estavam aqui, mas agora acho que não estão! — Juninho respondeu num tom de quem tentava explicar alguma merda que fez.

— Eu não acredito que ele saiu de novo sem permissão e ainda pra vir aqui! - Jin indagou indignado — Não sei o que fazer com ele! 

— Juninho tá na cara que você sabe de algo além disso! Fala logo antes que eu te desça um murro! 

— Murro? Ah, verdade! Eu tava muito bêbado e tentei agarrar aquela menina com ele, ai ele me deu um soco, acho que fui nocauteado! Depois disso só vem preto, escuridão... — Juninho disse com cara de tonto como se aquilo fosse natural.

— O Jungkook te deu um soco? Pessoal, eu me enganei, o Jungkook não só esta bem como nunca esteve melhor! — Jin disse sentindo que havia finalmente se livrado de Juninho.

— Vamos pra casa! Eles devem ter ido embora depois disso! — Namjoon disse saindo na frente e os outros seguiram.

— O que vamos fazer com ele? — Catherine perguntou encarando o pobre coitado no chão junto a mim — Ele tentou abusar da nossa amiga! 

— Eu tento uma ideia! Mas primeiro temos que nocautear ele!

— Vai ser um prazer! — Catherine disse estalando todos os dedos da mão e indo ate Juninho. 

— O que vocês vão fazer? — ele perguntou confuso.

— Te dar uma lição! 

(...)