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História Amor à Segunda Vista - Aiolia - Parte 1


Escrita por: aishaandris

Notas do Autor


Olá, meus queridos ♥♥♥
Como prometido, aqui vai a primeira parte da série de histórias com os casais secundários de Guerreiros Celestiais. Espero que gostem!
Antes de entrar no capítulo, preciso colocar uma breve explicação sobre os Grandes Mestres, afinal eu sigo a versão do anime, que é bem diferente e bem mais confusa do que a do manga. A explicação foi tirada da CavZodíaco, portanto crédito a eles. A versão original e completa encontra-se no site deles. Eu darei uma versão mais enxuta unicamente para entender os acontecimentos da fic.
A história toda começa com Kanon e Saga há treze anos atrás, como foi apresentado no fim da Saga de Poseidon. Podemos perceber que logo após Saga ter prendido Kanon no cabo Sunion, ele demonstra um lado obscuro de tanto ouvir as palavras de Kanon dizendo que ele era malvado. Neste momento, o lado ruim de Saga aparece e ele se converte na reencarnação do mal e arma planos para conquistar todo o Santuário, desejo almejado por seu irmão Kanon inicialmente. Saga mata o irmão mais novo de Shion, o Ares, e toma seu lugar (Detalhe: Ares era um Cavaleiro de Prata, provavelmente o cavaleiro de Altar). Sendo irmão do mestre, Ares tinha acesso a praticamente todos os lugares do santuário, inclusive ao quarto de Atena, e Saga, convertido em Ares, vai até o quarto de Atena para matá-la. Quando está prestes a assassinar a criança, Aiolos, o cavaleiro de ouro de Sagitário, aparece e salva Atena podendo ver então o rosto de "Ares". Saga não podia deixar Aiolos viver sendo que ele tinha descoberto o seu segredo, portanto atacou Aiolos e o acusou de traidor denegrindo sua imagem perante todos do Santuário. Nisso, passaram-se treze anos e Saga continuou usando a imagem de Ares. Nesse meio tempo, o herói da trama, Seiya, conseguiu a tão almejada armadura de Pégaso, entregue pelo atual mestre na época, Shion (irmão de Ares que foi morto). Isso é explicado em diversos momentos, quando por exemplo Seiya diz "O Mestre que eu conheci não era assim e etc...". Porém pouco tempo depois, logo após o ataque de Ikki e os Cavaleiros Negros, após a morte do Antigo Mestre Shion (forma da morte desconhecida no anime), Saga dá inicio ao seu reinado no Santuário (se passando por ARES ainda), enviando Dócrates e os Cavaleiros de prata para recuperar a armadura de ouro.
Enfim, era isso, boa leitura!
PS: devo agradecimentos especiais à @Lisle que editou a capa para mim e aos amigos que me apoiaram na escrita.

Capítulo 1 - Aiolia - Parte 1


Fanfic / Fanfiction Amor à Segunda Vista - Aiolia - Parte 1

Amor à Segunda Vista

 Quantos amores à primeira vista sucumbiram em meu coração.
Em todos fui atraído e seduzido pela beleza física. Pura ilusão!
Com o passar do tempo, quando saturados, vira rotina, fenece
E o atrativo da aparência externa em pouco tempo desaparece.

 Fica a restar substancialmente, somente o conteúdo interno.
Por vezes é nenhum, apenas oco. Falta o maior dos sentimentos,
Aquele que deveria prevalecer na união, em todos os momentos.
Um amor companheiro, incondicional e verdadeiramente eterno!

 Este, somente é encontrado na sua alma gêmea, sua outra metade.
É uma joia rara, difícil de ser achada. Requer anos de garimpagem.
Achá-la não é fácil e requer muito mais que uma simples vontade.
Os predicados podem estar reunidos numa menos bela embalagem.

 Quando a realidade nua e crua se faz presente e os sonhos se vão,
Fica-nos apenas a pureza interna de nossa alma, de nosso coração.
Não se iluda com a primeira impressão, pode ser mera conquista.
Necessário então, irmos à procura do nosso amor à segunda vista!

Ary Franco (O Poeta Descalço)

Eu não sei dizer ao certo quando me apaixonei por Marin, só sei que precisei morrer para me dar conta do que sentia!... Não me julgue, eu sou um guerreiro, na minha vida nunca teve espaço para sonhos e fantasias, o único caminho que conheci foi o do combate. Com somente sete anos, tive que trocar os brinquedos de criança por uma armadura dourada.

No mesmo dia em que Aiolos, meu irmão e cavaleiro de sagitário, fugiu e foi morto acusado de tentar matar Atena, inexplicavelmente, a urna de leão apareceu no meu quarto e eu senti uma poderosa explosão de cosmo, vinda de dentro para fora, antes de o traje sagrado cobrir meu corpo. Eu já treinava há dois anos, mas estava claro que não era tempo suficiente para eu aprimorar meu cosmo até alcançar o sétimo sentido. Ainda assim, por milagre, ele se expandiu até o limite máximo e eu tive que assumir meu lugar na confraria dourada.

Naquela noite, fui levado à presença do Grande Mestre, onde encontrei outros nove garotos, quatro deles com a minha idade, e descobri que todos haviam passado pela mesma experiência miraculosa que eu. Foi-nos dada a explicação de que, graças à experiência de quase-morte que Atena passara, nossos cosmos foram forçados ao amadurecimento para defendê-la.

Eu podia ter sido obrigado a virar um cavaleiro de ouro, mas, antes de tudo, ainda era um menino de sete anos e não tinha um raciocínio tão apurado a ponto de questionar o que haviam me dito. Por isso, simplesmente acreditei e segui em frente... Além do mais, eu queria a todo custo provar que era diferente de Aiolos, queria, de alguma forma, redimi-lo pelo que fez (ou pelo que me diziam que ele tinha feito).

Hoje, ao lembrar, tenho pena de Óbulo[1]. Não deve ter sido nada fácil cuidar de mim, um menino revoltado e orgulhoso, mas fazer o que, eu não podia morar sozinho e ele acabou ficando encarregado de ser meu guardião. Eu não fazia por mal, mas ser um cavaleiro de ouro é uma responsabilidade grande demais para um garoto. Tinha horas em que eu precisava correr e brincar como uma criança normal, sozinho infelizmente. Ninguém queria ser amigo do irmão do traidor!

Não conto estas coisas para despertar compaixão ou pena, eu não lamento o duro caminho que tive que trilhar. Graças a ele, tornei-me forte e honrado! Além disso, tudo o que passei explica a importância de Marin em minha vida.

Nossa história se cruzou cinco anos depois que eu me tornei cavaleiro. Dizer que era uma linda tarde de sol quente e que as flores tingiam o santuário de todas as cores parecerá clichê, mas estávamos em abril, portanto não digo isso para romantizar. A Grécia nunca fica mais linda do que na primavera, quando todas as árvores florescem para alegrar o ambiente e perfumar o ar com as mais agradáveis e doces fragrâncias existentes.

Eu estava voltando para casa após a minha ronda pelo santuário. Apesar de esta ser uma tarefa primordial dos cavaleiros de bronze e prata, nós, cavaleiros de ouro, nos revezamos na função de supervisioná-los. O único que sempre foi isento desta tarefa foi Shaka, o guardião da sexta casa. Ele era importante demais para isso... Ou ao menos era o que o Grande Mestre e ele achavam. Para mim, naquela época, não passava de um loiro arrogante e folgado que merecia uns bons sopapos para se enxergar.

Como sempre, eu estava cortando caminho pela floresta para evitar ao máximo o contato com outras pessoas e carregava minha armadura na urna às costas. Eu só a usava em caso de necessidade ou em formalidades, fora disso, preferia me sentir o mais normal possível. No meio do caminho, eu senti o elevar de um cosmo agressivo, ainda em desenvolvimento, mas já prometendo um futuro brilhante como cavaleiro... Amazona, percebi ao caminhar até onde a confusão acontecia.

– O que está acontecendo aqui? O que está fazendo, menina? – minha voz saiu fria e elevada, mas era a única maneira que um menino de doze anos poderia impor sua autoridade aos demais, principalmente quando carregava o meu estigma.

– Não é da sua conta! – a ruivinha me respondeu irritada, logo ignorando minha presença e voltando a surrar as duas garotas, maiores e visivelmente mais velhas, mas que não pareciam páreas a ela.

Aquela falta de respeito me irritou profundamente. Eu sempre ignorava as ofensas e comentários maldosos sobre mim, mas não podia tolerar uma insubordinação daquele tamanho. Não seria digno do meu título se não pudesse impor respeito a uma menina daquele tamanho. Agarrei o braço dela e a afastei das garotas, virando-a para mim.

– Quem você pensa que é para falar assim?

Não pude ver o rosto dela, mas senti seu cosmo ficar ainda mais agitado e hostil do que antes e, somente por causa da minha velocidade, consegui parar o soco que ela desferiu na direção do meu rosto com o punho livre. Ainda assim, precisei soltá-la para isso.

– Vocês gregos... São todos iguais... Se acham bons demais para os outros!

Espantei-me ao notar que as palavras dela saíam entre soluços. Apesar disso, ela ainda disparava golpes contra mim, golpes ágeis e precisos, mas ineficientes contra um cavaleiro de ouro.

O que ela acabara de dizer não fazia sentido algum para mim e a curiosidade a este respeito me dominou. Por isso, quando ela disparou mais um soco, agarrei o punho com minha mão direita e a puxei contra mim, prendendo-a com o braço esquerdo e fitando o seu rosto... Ou melhor, aquela maldita máscara que, graças a uma lei ridícula, as amazonas eram obrigadas a usar para cobrir suas faces.

– Por que me atacou? Não sabe a punição para uma ofensa deste tipo? – falei, fitando-a com uma severidade que faria qualquer cavaleiro se encolher. Entretanto, ela continuou com a cabeça erguida, em desafio, e lutava com todas as forças para escapar de mim. Sua ira era quase palpável. Eu não podia ver seus olhos, mas jurava que faiscavam.

– Eu devo ficar quieta enquanto me ofendem e me maltratam? O que vocês gregos têm que os tornam melhores do que nós orientais?

Aquelas palavras me deixaram estarrecido. Então era isso, ela estava sendo maltratada por causa da sua etnia. Com aqueles cabelos ruivos, eu nunca desconfiaria de que ela era oriental. Se bem que, depois de conhecer um indiano loiro, tudo fosse possível.

Eu sabia do preconceito infundado que alguns dos habitantes do santuário tinham para com as pessoas de fora, acreditando que as armaduras sagradas eram um patrimônio grego que não devia ser portado por estrangeiros. Uma grande tolice! Eram as armaduras que escolhiam seu usuário, decidindo se era ou não digno de trajá-la, a nacionalidade nada tinha a ver com isso.

– Você é uma japonesinha ridícula, deveria voltar para aquela terra de idiotas de olhos puxados! – uma das meninas que haviam sido surradas pela ruivinha falou com desdém, esforçando-se para ficar de pé, provavelmente encorajada pelo fato de eu ter sua algoz presa em meus braços – Acabe com ela, cavaleiro!

– Cale a boca! – gritei com raiva – Ridícula é você, apanhando de uma menina com metade da sua altura!

Escutei a exclamação de surpresa que a ruivinha soltou ao ouvir o que eu dissera. Também notei o mesmo espanto nas duas garotas que haviam apanhado, pela forma embasbacada com que dirigiam suas faces a mim.

– É claro, você é o irmão do traidor! – aquelas palavras saíram completamente impensadas da boca da outra menina que fora surrada pela japonesinha, pois logo a vi se encolher em uma clara demonstração de medo.

– Sumam daqui! – eu gritei àquelas duas, que me obedeceram imediatamente, correndo sem olhar para trás, como se suas vidas dependessem disso – Você também, vá embora! – disse, soltando a ruivinha – Mas tome cuidado com quem fala, nem todos serão condescendentes e você poderá ficar em maus lençóis!

Em vez de fazer o que eu dissera, a japonesinha ficou um bom tempo me fitando em silêncio, como se pensasse no que dizer (ou fazer).

– Me desculpe por ter te atacado! – ela disse por fim, com um tom de voz que denotava claramente a vergonha que sentia. Inconscientemente, relaxei minha postura. Apesar de ter o sangue quente, eu não conseguiria continuar irritado com aquela criatura tão pequena e de aparência tão frágil, aparência essa que ocultava a força de que era dotada.

– Esqueça isso, só não ataque novamente quem você não conhece! – respondi friamente, querendo colocar um ponto final naquilo e ir embora rapidamente para que pudesse tomar um banho e descansar.

– Por que ela te chamou de irmão do traidor? – arregalei os olhos ao escutar aquela pergunta. Ela realmente não sabia quem eu era?

– Eu sou irmão de Aiolos, o antigo cavaleiro de sagitário, acusado de tentar assassinar Atena!

– Entendo.

Aquela resposta curta me intrigou intensamente. Não sabia o que realmente significava.

– O que você entendeu? – indaguei, aproximando-me ameaçadoramente dela. Contudo, a menina não se moveu um centímetro sequer, simplesmente ergueu o rosto para me olhar.

– Seu irmão fez uma coisa muito errada... Mas está na cara que você é diferente! – retorquiu-me ela, como se fosse algo óbvio.

Fiquei sem palavras. Era a primeira vez que alguém falava daquele assunto com tanta naturalidade, sem alterar a voz, sem me julgar ou apontar o dedo. Perguntei-me se aquilo realmente não significava nada para ela.

– Por que você disse isso? – eu deveria estar com uma cara de idiota, mas não conseguia controlar meu espanto e minha curiosidade.

– Você é gentil, mesmo querendo parecer assustador. Se fosse uma pessoa ruim, teria me machucado... Verdade, eu não sei o seu nome... O meu é Marin!

Eu podia jurar que ela sorria enquanto se curvava para mim, no que julguei ser um cumprimento de sua terra natal. A mim foi impossível não sorrir diante de tanta graça, o primeiro sorriso espontâneo que eu dava desde a morte do meu irmão.

– Eu me chamo Aiolia. É um prazer, Marin! – estendi o braço para saudá-la ao modo ocidental, mas ela me fitou como se não entendesse o que significava. Por isso, peguei sua mão direita e apertei, mostrando como se fazia – É assim que nós cumprimentamos aqui!

Mais uma vez pude sentir o seu sorriso sob a máscara.

– Prazer, Aiolia! Você está treinando para conquistar qual armadura?

Dei uma risada ao ouvir sua pergunta, soltando sua mão e tirando a urna dourada das minhas costas para pousar no chão. Via-a arfar de surpresa, surpresa essa que se intensificou quando eu vesti minha armadura.

– Eu sou o cavaleiro de ouro de leão, guardião do quinto templo zodiacal!

– Um cavaleiro de ouro... – a ruivinha exclamou com admiração – Eu tenho sorte de estar viva depois de ter te atacado!

– Eu não saio matando garotas, a menos que sejam inimigas! – falei com indignação, mas logo senti meu orgulho leonino pulsar por vê-la tão fascinada – Mas e você, está treinando para portar qual armadura?

– Eu serei a amazona de prata de águia, a mais poderosa de todas. Assim todos verão que nós orientais somos tão bons quanto qualquer um de vocês gregos! – pude notar a convicção de suas palavras quando o peito dela se estufou. Era quase como se ela parecesse mais alta naquele momento.

– Você vai conseguir sim. Neste dia, todos terão que calar a boca ao falar do seu povo!

– Você acha? – ela perguntou-me, parecendo ansiosa.

– Eu tenho certeza!

– Neste caso, por eles, eu juro que serei a mais poderosa das amazonas e dos cavaleiros de prata!

– Eu estarei aqui para cobrar este juramento, Marin! – corei imediatamente ao terminar de proferir aquelas palavras, sem saber o motivo real de ter feito aquilo. Notei que ela também ficou surpresa, mas logo a vi inflamar ainda mais o peito.

– Você será o primeiro que me verá vestindo minha armadura, cavaleiro de leão. É uma promessa! – sorri diante daquilo, despedindo-me em seguida daquela que se tornou minha primeira e única amiga.

E, de fato, um ano depois, ela veio até mim para mostrar que conquistara a armadura de águia e que se tornara uma amazona soberba, apesar da pouca idade.

A partir daquele dia, Marin se tornou parte da minha vida, sendo a única em quem eu confiava de verdade e que eu sabia que jamais me julgaria. Nossos encontros se tornaram frequentes. Ao menos uma vez por semana, nos encontrávamos para conversar, treinar, tomar banho de mar ou fazer um piquenique naquela mesma parte da floresta em que nos conhecemos.

Durante este tempo, Marin deixou de ser uma criança para se tornar uma linda pequena mulher. Hoje eu sei disso, mas naquela época eu sequer reparara neste fato, talvez por ter me acostumado à sua presença ao meu lado.

Após algum tempo, veio a guerra contra Saori Kido e os cavaleiros de bronze. Foi quando eu descobri que meu irmão, outrora chamado de traidor, na verdade fora o responsável por salvar a vida de Atena. O momento daquela revelação foi o mais emocionante e feliz da minha vida, foi a constatação de que a imagem do irmão forte, doce e carinhoso que eu carregava na memória era verdadeira.

Assim que a batalha nas doze casas acabou e o verdadeiro traidor foi derrotado, Marin, como sempre, foi a primeira a me procurar e a me parabenizar pela limpeza do nome de Aiolos. Apesar de todos mudarem o jeito de me tratar, aquele foi o abraço mais sincero e importante que recebi, justamente por vir de alguém que jamais me julgou pelos erros de outra pessoa.

Os três anos que se seguiram à derrocada de Saga e à volta de Atena ao santuário foram os melhores que eu vivera até então. Apesar das duras batalhas que travamos contra Poseidon, Éris e Abel, a presença da deusa reconfortava a todos e renovava nossas esperanças a cada dia, além de tornar o santuário um lugar muito mais leve. Ainda assim, não nos iludíamos com a sensação de paz, sabíamos que a verdadeira guerra santa não tardaria a começar.

A volta de Hades foi o acontecimento que marcou o término de meus dias na Terra, ao menos foi o que eu pensei ao me sacrificar com meus doze companheiros de armaduras douradas. Foi para aquele momento que eu me preparara a vida toda, portanto eu parti sem tristezas ou arrependimentos, especialmente por ter tido a oportunidade de rever meu irmão, ainda que por um breve instante.

Ali, naquele momento em que nossos corpos foram engolidos pela luz cegante, meu último pensamento foi dirigido à Marin. Talvez este tenha sido meu único arrependimento, ter partido sem dizer adeus e sem ter a chance de ver a face que ela ocultava sob a máscara. Todavia, nem mesmo disso eu poderia me arrepender verdadeiramente, afinal foi por nosso sacrifício que a Terra voltou a ter paz e os seres humanos, inclusive minha mais querida e fiel amiga, puderam continuar suas vidas. Só por isso já tinha valido a pena!

Pelo que pareceu ser, ao mesmo tempo, um breve instante e uma eternidade, fui engolido pelo vazio, pelo que julguei ser a verdadeira definição do nada. Ao despertar, meu corpo estava vestido com uma simples túnica branca e repousava sobre uma grama macia e verdejante, o perfume de flores tomava conta de tudo e o som da música de liras dava uma sensação de paz e tranquilidade absolutas. Acabei descobrindo que estava nos Campos Elísios, os verdadeiros, não o local que Hades egoistamente criara para estabelecer seus domínios.

Ali, tive a oportunidade de conhecer os heróis que habitavam os mitos que cresci a escutar. Perseu, Aquiles, Teseu e Heitor faziam sua morada ali, juntamente com todos os cavaleiros e amazonas que morreram em batalhas pela justiça e paz na Terra, não só em nome de Atena, mas de todos os deuses que batalharam pelo mesmo objetivo. Naquele lugar, também tive a oportunidade de conviver verdadeiramente com meu irmão.

O único motivo para minha felicidade não ser absoluta era a falta que eu sentia dela... Falta de ver o corpo pequeno e ágil se deslocando rápida e graciosamente em uma de nossas brincadeiras, enquanto os sedosos cabelos escarlates voavam ao sabor do vento, embriagando-me com o agradável cheiro da camomila; falta de rir enquanto, secretamente, contávamos nossas experiências na preparação dos aspirantes; falta de nossas brigas bobas quando, por orgulho, ela não me permitia curar suas feridas resultantes dos árduos treinos com as companheiras amazonas; momentos que deram cor à minha vida solitária e que, em algum momento, deixaram de ser amizade para virar algo mais.

Foi quando eu soube que estava apaixonado... E que era tarde demais para poder consumar o amor que sentia!


Notas Finais


Nota explicativa:

[1] Óbulo é um nome grego que significa “aquele que aconselha sabiamente”.

E entãooooo, o que acharam deste primeiro capítulo? Espero que tenham gostado! E não fiquem tristes, ainda vem mais 3 capítulos (provavelmente) pela frente.
Beijinhos e até o próximo! :***


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