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História Amor Além do Tempo - Prólogo


Escrita por: SamusAran

Notas do Autor


Oi, todo mundo!

Seja quem já me conhece da outra fic ou quem está lendo uma história minha pela primeira vez, sejam bem vindos e sintam-se em casa.

Quem leu a outra história vai notar algumas diferenças ao longo da narrativa, principalmente porque fiz algumas experimentações nessa. Por exemplo, não vai ter P.O.V., só um narrador onisciente, no caso eu. Mas isso não vai impedir que, em alguns momentos, apareçam os pensamentos dos personagens. Vou fazer muito uso disso inclusive.

Acho que ficou melhor assim, mas se em algum momento ficar confuso, vocês comentam que eu tento corrigir.

Agora vou parar de falar e deixar vocês lerem. XD

Capítulo 1 - Prólogo


Fanfic / Fanfiction Amor Além do Tempo - Prólogo

- Só uma foto e então você pode ir lá fora.

- Tá, mãe, mas vai logo.

Fotos sempre exerceram uma espécie de fascínio sobre Max, mas apesar disso, ela não gostava de estar nelas, sempre preferia estar do lado de fora. Assim, a contragosto, ela posou para a foto que sua mãe quis tirar dela junto à lareira, perto da árvore de natal, só para conseguir logo o que realmente queria: sair de casa.

A garota olhava o mundo ao redor absorta em seus próprios pensamentos. Ela tinha 7 anos e já dava as primeiras amostras de que sempre seria o tipo de pessoa que estava mais interessada em observar do que em participar da realidade ao seu redor.

Nevava bastante naquela manhã e, como em qualquer outro dia como aquele, as crianças saíam na rua para brincar, fazer bonecos de neve ou anjos no chão. Assim como os garotos de sua idade, Max também saía, mas como não era uma criança de muitos amigos, se ocupava mais em admirar o mundo que a cercava, analisando cada mínimo detalhe. E foi numa dessas observações que ela notou uma borboleta de asas azuis vibrantes voando erraticamente a alguns centímetros de si. 

O quão incomum era aquela borboleta surgir em meio a uma nevasca? Quais as possibilidades? Pensando nisso, Max começou a segui-la com o olhar, andando a passos lentos, distraída das figuras ao redor, concentrada em seu novo objeto de admiração até a ver pousar no ombro de uma garota loira de cabelos compridos e olhos azuis claros, ligeiramente mais alta e possivelmente mais velha que ela. 

Ela já havia visto a garota antes na escola, na rua, enquanto explorava a cidade, ou quando ia tomar café com seus pais na lanchonete local. Às vezes, Max sentia vontade de usar a câmera de seu pai para tirar uma foto dela, de seu sorriso magnético. O quanto isso é esquisito? Soaria ainda pior, se eu falasse em voz alta. 

Alguma coisa naquela garota capturava sua atenção, mas nunca o suficiente para lhe dar coragem para falar com ela. Max era muito tímida, adversa a situações sociais e tinha certeza de que a menina mais velha nunca iria querer alguém como ela como amiga.

- Maxine!

A mãe de Max a chamou da porta de casa, trazendo-a de volta de seus pensamentos e de seu olhar antes insistentemente fixado na garota de cabelos loiros e na borboleta azul. Mas quando Max voltou a olhar para onde estavam, não as encontrou mais, nem ao menos um sinal do lugar para onde teriam ido. Ela deve ter me visto a encarando e foi embora assustada. Parabéns, Max!

- MAAAXX!

Sua mãe voltou a chamá-la, agora com um tom mais urgente em sua voz. Max olhou ao redor novamente e percebeu que quase nada havia mudado, as outras crianças continuavam brincando, tentando pegar flocos de neve com a língua, enquanto bolas de neve voavam insistentemente a centímetros de sua cabeça. De repente, Max voltou a si, notando que estava parada no meio da rua. Em seguida, quase imediatamente após, ouviu o som de um carro se aproximando, uma buzina insistente, o barulho de freio, o cheiro de pneu queimado em contato com o asfalto e o ruído de uma derrapada. Ela apenas fechou os olhos e ergueu a mão instintivamente para se defender, apenas esperando o impacto inevitável do automóvel, então uma sensação estranha de como se o tempo tivesse congelado a dominou e, numa fração de segundos, sentiu alguém a segurando firme e a puxando, depois se jogando com ela numa pilha de neve na calçada de sua casa.

Max começou a abrir os olhos, mal acreditando na própria sorte, a tempo de ver o motorista do carro gritando em sua direção, só que olhando para a pessoa ao seu lado. Ela não conseguia distinguir o que ele dizia, ainda se sentia meio zonza pelo choque da situação e pela queda, mas notou que a figura ao seu lado o respondia com igual irritação. Até que ele desistiu de discutir e saiu em arrancada no carro.

- Você está bem? 

Max voltou a focar sua atenção e notou que a pessoa falando ao seu lado era justo a garota loira de antes, ambas permaneciam jogadas no chão, completamente cobertas da neve. Mas como? De onde ela surgiu? 

- Acho que sim.

- Cara, isso foi insano!

Ela disse começando a se sentar e limpando a neve de sua roupa, enquanto ajudava Max a fazer o mesmo com a sua sem sequer perguntar antes.

- Você salvou minha vida. - Max falou como se tentasse acreditar nas próprias palavras e no que acabara de acontecer.

- Acho que sim. Foi bem irado, né? - ela respondeu sorrindo radiante, como se aquela situação fosse algo totalmente trivial em sua vida. - À propósito, meu nome é Chloe. - ela concluiu estendendo a mão.

- Max. - A garota mais nova respondeu aceitando a oferta e apertando a mão de Chloe sem hesitar.

- Merda! Seu nariz tá sangrando. Me deixa te ajudar.

Chloe não esperou um sinal de permissão. Apenas estendeu a manga de seu agasalho até colocá-la sobre sua mão, usando-a para limpar o sangue do nariz de Max.

- Pronto! Nova em folha.

A mãe de Max apareceu logo depois, visivelmente abalada pelo acontecimento, abraçando Max, agradecendo a Chloe por salvá-la e a convidando para ir com elas até em casa para comer algo, enquanto seu agasalho secava. Sem a menor hesitação, Chloe aceitou o convite, enquanto Max tentava disfarçar a felicidade instantânea que aquilo tinha lhe causado.

Elas entraram em casa e Max levou Chloe em direção ao seu quarto, enquanto sua mãe preparava um lanche para as duas. Sentada na beirada de sua cama é apoiada nas duas mãos, ela assistia a outra garota observar cada detalhe do ambiente. Seus pôsteres, alguns desenhos colados em um mural, suas fotos de família, seus livros e o jeito como tudo estava impecavelmente arrumado em cada lugar, como se o cômodo fosse um daqueles disponíveis para visitação em imóveis à venda.

Chloe se deteve por alguns minutos em um pequeno aquário com um único peixe azul, que ficava em cima de uma mesinha de cabeceira e só então voltou a falar.

- Cara, você tem um tipo de fascinação por coisas azuis, né? - Chloe falou apontando para o peixe, enquanto olhava em direção à garota morena.

- O que você quer dizer? - Max perguntou confusa.

- A borboleta, eu te vi "caçando" ela hoje.

- Você me viu? - claro que ela te viu, idiota. E provavelmente deve te achar uma maníaca e vai sair correndo a qualquer minuto.

- Pra falar a verdade, eu já tinha te visto antes e é meio engraçado que só tenha tido a chance de falar com você hoje depois de seu quase acidente.

- Não tão engraçado, se o carro tivesse me acertado.

Ela riu daquilo, um sorriso genuíno e contagiante. Max não pôde evitar rir junto, se sentindo realmente surpresa que alguém pudesse notá-la mesmo quando ela tentava a todo custo se esconder dentro de si mesma.

- Você é legal, Max. Eu soube no momento em que te vi da primeira vez. - Ela deixou escapar. - Bem, não que eu estivesse te observando, isso seria esquisito, afinal nem nos conhecíamos. 

Chloe tentava se corrigir, mas falhava, surpresa consigo mesma pelo repentino ataque de sinceridade. Claro que ela estava observando, era algo magnético para ela. A garota ao seu lado sempre olhava o mundo como se não fizesse parte dele, como se assistisse TV atenta a cada detalhe do programa do momento.

- Você também é legal e eu também já tinha te visto antes. - Max juntou toda a coragem que tinha para finalmente confessar e ajudar a Chloe a parar de tropeçar em suas próprias palavras.

- Agora nós podemos ser legais juntas - Chloe completou e as duas mais uma vez compartilharam uma risada.

A mãe de Max chegou no quarto com os lanches a tempo de ouvir parte da conversa e as risadas, achando tudo aquilo incomum, já que sua filha sempre fora extremamente tímida e retraída, fazendo dela uma criança não muito afeita ao convívio social. Era curioso e inesperado ela estar se sentindo tão à vontade com alguém que acabara de conhecer.

As garotas agradeceram a comida e devoraram tudo enquanto conversavam sobre os mais diversos assuntos, desde seus desenhos favoritos até as matérias que mais detestavam no colégio. Max odiava matemática e Chloe adorava, o que a levou a se oferecer para ajudar a mais nova com suas lições, já que ela era de uma série acima. A garota de sardas aceitou prontamente só para ter uma desculpa para rever a de cabelos loiros futuramente.

Elas descobriram também um interesse em comum: piratas. Um dos sonhos de Max era viajar ao redor mundo, vendo todo tipo de coisa diferente, descobrindo cores, aromas, sons. Sonho do qual Chloe compartilhava, e que já começava a pôr em prática explorando os terrenos desconhecidos e ermos de Arcadia Bay.

A conversa seguia no mesmo assunto quando Chloe lembrou que estava fora de casa havia horas e nem sequer tinha avisado a seus pais. Max se assustou quando viu quanto tempo tinha passado desde que elas começaram a conversar e a levou até a porta, sem conseguir lembrar da última vez em que tinha passado tanto tempo assim conversando com alguém e a única resposta que lhe ocorria era: nunca.

- Foi bom te conhecer, Chloe. Espero que voltemos a nos ver de novo.

- Cara, claro que vamos nos ver de novo. Nós estamos completamente ligadas para a vida toda depois do que aconteceu hoje.

Aquilo era algo que não se ouvia com muita frequência, principalmente da boca de alguém que você acabou de conhecer, mas de algum modo parecia natural para Chloe dizer e para Max ouvir e acreditar.

- Você poderia vir à minha casa para assistirmos filmes, jogar videogame ou qualquer coisa do tipo. É a apenas alguns quarteirões daqui. Eu te levaria da primeira vez e depois você poderia ir por conta própria quando quisesse. Pode ser?

- Você quer dizer agora?

- Agora ou qualquer outro dia. Mas, bem... seria melhor agora porque me pouparia uma viagem de ida e volta. - Chloe confessou sorrindo e esfregando a mão atrás do pescoço, enquanto Max devolvia o sorriso sem jeito segurando o braço direito com a mão esquerda. 

Aquela era uma cena que se repetiria muito ao longo dos anos.

E Max aceitou, como se não pudesse fazer o contrário, como se uma força invisível a compelisse a dizer que sim. Pediu à sua mãe e voltou para Chloe que, com um sorriso, pegou sua mão e a arrastou sem maiores explicações porta a fora.

Max não estava acostumada àquilo, a outra pessoa sendo tão próxima e efetivamente tocando nela. Aquilo costumava ser incômodo, a fazia se sentir desconfortável e a levava a buscar se desvencilhar o mais rápido possível, a manter distância, mas por algum motivo com Chloe parecia diferente, como algo natural, como se suas mãos encaixassem perfeitamente uma na outra, fazendo com que ela nem sequer cogitasse soltá-la.

__________________________

- Não pode ser! Você não pode me bater no Mario Kart. É impossível!

- A tela da TV diz o contrário.

- Ninguém nunca ganhou de mim nesse jogo.

- Talvez seus amigos sejam péssimos nisso.

- Ou talvez você tenha tido sorte de principiante.

- Ou talvez você seja uma má perdedora.

Chloe estava um pouco irritada, mas ao mesmo tempo surpresa com as respostas cortantes em tom de brincadeira da garota mais nova. Não era uma atitude que se esperava de alguém que parecia tão tímida. E Chloe gostou daquilo nela, mas seu orgulho nunca a deixaria admitir que realmente não sabia perder.

- Eu quero uma revanche.

- Quem sabe outro dia. Agora eu preciso ir.

- Mas você acabou de chegar!

- Acabei de chegar? Onde você esteve? - Max perguntou rindo da expressão confusa de Chloe - Estamos aqui há horas, já está quase anoitecendo. Minha mãe vai enlouquecer, se eu demorar mais, principalmente depois do meu quase atropelamento.

Chloe concordou meio contrariada e as duas desceram as escadas em direção à saída, mas não antes de Max se despedir dos pais de Chloe e agradecer por a terem recebido.

- Cara, você pode ir na minha bicicleta. Eu te empresto e amanhã você me devolve.

- Eu... eu não sei...

- Você não sabe andar de bicicleta? - Chloe perguntou surpresa, recebendo uma confirmação tímida da outra garota. - parece que vou ter que te ensinar várias coisas, Mad Max.

- Acabamos de nos conhecer e você já está me dando um apelido? - Max perguntou sorrindo um pouco menos constrangida depois de sua confissão.

- É que acho que combina com você. Não gostou? - Chloe perguntou receosa.

- Não é isso. Apenas achei curioso. - Max respondeu afastando o receio da garota mais alta.

- Bem, já que você não sabe andar de bicicleta e está meio tarde pra eu te ensinar agora, eu posso te deixar em casa.

- Não precisa, Chloe. Eu posso ir sozinha.

- Qual é? Não seja tão difícil. Eu só quero um motivo pra sair de casa de novo sem meus pais pegarem no pé.

Max sabia que aquilo era mentira, mas ela aceitou a proposta, fingindo acreditar nas palavras de sua nova amiga apenas para fazê-la se sentir confortável e para ela mesma não demonstrar como se sentia. Nenhuma das duas estava pronta despedir ainda. Especialmente Max que, embora não tivesse demonstrado durante todo o caminho até em casa, depois de jantar com seus pais e de se deitar para dormir, estava com medo de acordar no dia seguinte de um sonho para uma realidade alternativa em que um carro a atropelava e ela desaparecia no meio da neve alta, sem nunca ter a chance de conhecer sua nova amiga.


Notas Finais


Espero que vocês tenham gostado, porque vão ter mais alguns capítulos pré ida da Max pra Seattle.

Tenho a leve impressão de que vou fazer vocês sofrerem mais nessa história do que na anterior.
A boa notícia é que continuo não gostando de finais tristes.

Até a volta!


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