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História Amor Além do Tempo - O Príncipe Encantado e a Punk Ciumenta


Escrita por: SamusAran

Notas do Autor


Olá de novo!

Queria tirar uma dúvida com vocês antes do capítulo:

Tem algumas ideias que eu tenho, mas que não acho uma forma de encaixar na história, então estava pensando em abrir outra fic só pra postar oneshots, podendo ser de LIS ou até de outros fandoms (de que eu tenha algum mínimo conhecimento, claro).

Não seria algo com prazo determinado pra postagens como essa fic. Dependeria mais da minha inspiração, tempo livre ou até de sugestões de vocês. E aí surge minha pergunta: vocês estariam interessados?

Me deixem saber nos comentários (ou não).

Capítulo 10 - O Príncipe Encantado e a Punk Ciumenta


Fanfic / Fanfiction Amor Além do Tempo - O Príncipe Encantado e a Punk Ciumenta

Depois que Max pareceu estar completamente recuperada do pesadelo, Chloe resolveu externar a dúvida que a consumiu a noite toda e quase não a permitiu dormir.

- Max, você lembra de algo do que conversamos ontem à noite?

- Você esteve aqui ontem à noite?

Chloe analisou demoradamente a expressão de Max ao responder sua pergunta e teve certeza de que ela não estava mentindo, tudo o que seu rosto demonstrava era confusão. Então a garota de cabelos azuis suspirou e decidiu voltar a falar.

- Sim, mas você não estava no seu normal. Por isso resolvi tirar essa dúvida.

- Oh! Devem ter sido os analgésicos. Por isso, te avisei pra vir logo. Eu disse alguma bobagem?

Você falou que me amava duas vezes seguidas e eu queria muito saber que tipo de amor era esse. 

- Só as bobagens de costume, exceto que dessa vez você parecia bêbada. Eu ri bastante.

- Que vergonha, meu deus! - Max falou enquanto segurava um travesseiro na frente do rosto para se esconder.

- Relaxa, Max. Eu não vou pôr nada no YouTube. - ela pensou algum tempo antes de completar - Eu até colocaria, se tivesse me ocorrido a ideia de gravar, mas infelizmente perdi a chance.

Max grunhiu em resposta com o travesseiro ainda no rosto e Chloe tentou ignorar a miséria que era sua sorte naquele momento e logo mudou de assunto.

- Se você já estiver se sentindo bem, vou buscar comida pra gente. Aposto que você deve estar faminta e enjoada do cardápio desse lugar.

- Eu tô mesmo. Bem e faminta. - Ela respondeu finalmente se livrando do travesseiro - Mas ainda muito envergonhada.

- Ótimo. Vou só escovar os dentes e lavar o rosto antes de ir pra tentar acordar direito.

- Você ainda vai em casa? - Max perguntou sem entender.

- Não seja boba, Maxaroni. Vou usar sua escova. - Chloe respondeu indo em direção ao banheiro.

- Vou deixar dessa vez, mas só porque você vai me alimentar com comida de verdade.

__________________________

Chloe chegou ao Two Whales e se sentou no seu lugar usual, na última mesa do recinto, lembrando de quantas vezes estivera ali e notando como agora tudo parecia completamente diferente. Ela não recordava da última vez em que estivera tão atenta aos arredores a ponto de ser capaz de entreouvir conversas dos fregueses, prestar atenção nas músicas do jukebox ou distinguir a profusão de cheiros das diferentes comidas do menu. Ela sentia tanta raiva o tempo todo que esses detalhes sempre lhe passavam despercebidos.

- Bom dia, querida! Veio buscar um café da manhã grátis? - Joyce apareceu interrompendo seus pensamentos.

- Na verdade, dois. Eu não posso deixar a Max se alimentar daquela comida horrível do hospital. 

Com um sorriso condescendente que Chloe não conseguiu desvendar a motivação, Joyce logo respondeu.

- Claro... E como ela está?

- Muito bem. Deve ter alta nos próximos dias. - Chloe respondeu sorrindo só pela antecipação do momento.

- Que bom. Acho que vou visitá-la agora que ela já está melhor. Quanto a você, filha, não lembro da última vez em que te vi tão sorridente.

Chloe apenas girou os olhos em resposta, escondendo o próprio rosto, agora vermelho, entre os braços cruzados sobre a mesa. Joyce riu novamente e aproveitou a deixa para ir buscar a comida.

Chloe sabia que sua mãe estava certa pois, mesmo com a morte da Rachel e todas as outras tragédias que aconteceram naquela semana infernal, ela não lembrava da última vez em que tinha se sentido tão feliz. Mas, mesmo com isso, ela ainda tinha medo de que tudo fosse apenas temporário, de que alguma nova catástrofe acontecesse e sua vida voltasse a ser o desastre de sempre. Por isso, ela tinha que falar com Max e confessar o que sentia, mas não fazia ideia de como ou por onde começar.

- O que está te preocupando?

- Merda, mãe! Você se materializou aí ou algo do tipo?

- Você só estava em outro mundo e não me viu chegando. O que foi? É sobre a Max?

Que droga! Ela lê mentes agora? Todo mundo nessa cidade tem super poderes, menos eu?

- Você não pode ficar magoada pra sempre, Chloe. Ela voltou e salvou sua vida. Obviamente ela se importa muito com você. Já passou da hora de deixar essa raiva toda pra lá.

Acertou na trave, mãe.

- Você deve estar certa, mas agora preciso levar essa comida ao destino dela, se você me der licença. - Joyce apenas acenou se despedindo ao mesmo tempo em que assistia Chloe se afastar, saindo pela porta da lanchonete e sumindo de vista em sua caminhonete. 

__________________________

Chloe chegou rápido ao hospital, estacionando na vaga que praticamente tinha se tornado oficialmente sua nos últimos dias e se dirigiu apressadamente ao quarto de Max.

Ao chegar na porta, ela colocou o pacote com a comida entre os dentes para livrar uma de suas mãos para girar a maçaneta, já que a outra carregava as bebidas. Então entrou com todo cuidado, tentando não derrubar nada e fechou a porta atrás de si, dirigindo um sorriso para Max até  finalmente notar que sua amiga não estava sozinha, o que a fez congelar no canto com o pacote da comida ainda na boca.

Kate estava sentada no sofá onde Chloe havia dormido e olhava para ela com um sorriso tímido, enquanto na ponta da cama, aos pés de Max, estava o garoto de quem ela nunca conseguia decorar o nome. 

Wario? Walbert? Walmer? Walter?

- Por que você demorou tanto? - Max perguntou sorrindo, o que fez Chloe relaxar parcialmente do estado em que estava antes e voltar a segurar a comida com as mãos antes de responder.

- Joyce ficou me alugando, perguntando mil coisas sobre você e não me deixou sair até que eu respondesse tudo. Ela quase me fez pagar pela comida. - Max riu de novo e Chloe não pôde evitar voltar a encarar seus olhos que pareciam ainda mais vivos que no dia anterior.

- Acho que você já conhece a Kate e o Warren.

Warren! É isso! Tente guardar o nome dessa vez.

Chloe apenas acenou para os dois, os cumprimentando, e colocou as embalagens com as comidas em uma mesa, passando a prestar atenção na conversa em que os ocupantes do quarto estavam envolvidos, a qual primeiro girou em torno de Blackwell, depois foi desviada para outra sobre as novidades da última semana e toda a história por trás dos crimes do Mark Jefferson. 

Kate também havia ido a polícia depor, já que tinha sido uma de suas vítimas, mas ela não lembrava de basicamente nada que aconteceu durante o tempo em que foi drogada. O que talvez fosse até um alívio.

Os olhos de Chloe quase não desviaram do rosto de Max durante a conversa, estudando cada expressão, desde o jeito que suas sobrancelhas abaixavam quando ela ficava séria, como suas sardas contrastavam com sua pele pálida, como seus lábios se curvavam quando ela sorria, até o jeito que mordia o lábio inferior quando estava pensando. 

Ela parecia mais saudável, muito distante do aspecto quase fantasmagórico de seus primeiros dias de internação. Seus olhos brilhavam ainda mais intensamente do que da primeira vez que acordou no hospital. Ela parecia cada vez mais a Max dos velhos tempos.

Pare de encará-la e participe do conversa. Você está agindo como uma lunática.

Quando Chloe voltou a prestar atenção na conversa, notou que Max estava direcionando um inquérito sobre viagem no tempo a Warren. O garoto não parecia notar a estranheza da insistência dela no assunto. Na verdade, ele parecia muito feliz em apenas falar sem parar e ter a atenção dela focada em si. Era óbvio demais o quanto ele estava interessado nela.

- Então você está me dizendo que, se eu voltar no tempo e mudar algumas coisas, posso por exemplo afetar o clima ou até causar uma catástrofe natural?

- Possivelmente.

- Como um tornado? - Max falou aquilo com uma expressão de claro desconforto enquanto olhava diretamente para Warren.

Chloe podia sentir seu sangue fervendo ao notar o garoto tocando o joelho de Max por cima do lençol ao perguntar se ela estava bem.

Pare de olhar pra ela como se fosse um hambúrguer, cara! Ela não é comestível. Tire suas mãos sujas de nerd punheteiro de cima dela.

- Eu não posso afirmar nada. Isso é só especulação. Sou apenas um estudante, Max, não um cientista de verdade. Sei apenas o básico sobre isso. É física, teoria do caos, toda ação causa uma reação e, seguindo esse raciocínio, numa viagem no tempo, você pode criar uma cadeia de reações que resulte, por exemplo, em um tornado. 

Então houve um momento de silêncio em que Max apenas olhou fixamente para um ponto na cama, pensando sobre algo que nunca chegou a externar.

- Imagino que você esteja apenas pesquisando em caso de desenvolver algum super poder, certo? - ele perguntou em tom de brincadeira, sem saber o quão perto estava da verdade.

- Cla-claro - Max respondeu com um sorriso nervoso, tentando disfarçar o quanto se sentia desconfortável com aquele comentário, cruzando seu olhar rapidamente com o de Chloe.

- Bem, se você precisar de um escudeiro, já sabe quem chamar, Super Max.

Aquela simples frase deixou Chloe possessa, quase fora de si. Ela sentia seu estômago dando voltas e uma vontade quase incontrolável de xingar, ou quem sabe até de bater no garoto.

Chloe ainda pensava nisso quando, com sua visão periférica, notou Kate olhando para ela com uma expressão sorridente. Ela estava quase certa que tinha sido pega em flagrante quando virou para a garota de cabelos loiros, devolvendo o sorriso e tentando agir normalmente. 

Era melhor se distrair com Kate do que continuar prestando atenção no diálogo entre Warren e Max e perder a cabeça de vez.

- Como você está, Chloe?

- Melhor, depois que... bem, você sabe... - ela apenas olhou em direção a Max e não precisou mais do que isso para a outra garota entender.

- O importante é que ela está bem agora. - Kate falou tentando confortá-la - Max nos contou o que aconteceu. Ela deve gostar muito de você para ter feito o que fez.

Chloe não conseguiu evitar o tom de vermelho que se espalhou pelo seu rosto ao ouvir aquilo, a impedindo de responder propriamente e lhe permitindo apenas balançar a cabeça em confirmação. Então Kate sorriu e Chloe estava quase certa de que ela sabia de tudo, de que tinha sido descoberta, como se seus reais sentimentos estivessem tatuados em sua testa.

- Você a visita com muita frequência?

- Acho que sim...

Kate sorriu de novo após a resposta, sem tentar aprofundar o assunto para o alívio de Chloe, que agora tinha certeza que ela podia ler seus pensamentos. Por isso, resolveu aproveitar o silêncio momentâneo para fugir daquela situação.

- Max, eu vou sair pra fumar. - ela falou mostrando o maço de cigarros e já se dirigindo à porta.

- Tudo bem, mas volte logo. - Max respondeu com um sorriso e Chloe saiu o mais rápido que pôde, antes que os outros presentes no quarto pudessem ver sua expressão.

__________________________

Essa passou muito perto! - Chloe pensou já do lado de fora do prédio, encostada em sua caminhonete, brincando com um cigarro aceso entre os dedos.

Eu sei que a Kate, de todas as pessoas do mundo, não estava tentando ser bisbilhoteira, mas o que eu deveria responder? "Sim, eu praticamente moro nesse hospital desde que ela foi internada, simplesmente porque não consigo ficar longe, já que tenho esse enorme amor platônico por ela que não consigo evitar. Foi bom conversar com você!"

E quanto àquele maldito nerd metido a príncipe encantado? "Eu posso ser seu escudeiro, Super Max!" Esse lugar já está ocupado. Ele é meu, idiota.

Não é como se eu estivesse com ciúme. Ele apenas não é bom o suficiente, não saberia como cuidar dela direito. Até porque ele nem sequer a conhece. Não como eu.

Ela então lembrou de sua própria fala no sonho do dia anterior: "Eu só acho que ninguém é bom o suficiente para você, além de mim".

Merda! A quem estou querendo enganar? É óbvio que tô com ciúme. 

Ela pensou enquanto apagava o cigarro na lataria do carro e ouvia claramente a voz de Rachel ecoando na sua cabeça repetindo "eu avisei" sem parar. Então decidiu voltar ao hospital antes que Max começasse a ficar preocupada pela demora. Ela passou rapidamente pela recepção e se surpreendeu ao notar Kate sentada sozinha na sala de espera lendo um livro.

- O que você está fazendo aqui, Kate?

- Eu já estou indo embora. Na verdade estou apenas esperando o Warren, já que ele prometeu me dar carona.

- Ele ainda tá lá dentro?! - Chloe perguntou tentando manter uma expressão neutra e esconder o ódio crescente que a consumia por dentro só de imaginar ele sozinho no quarto com Max.

Quando Kate confirmou com um aceno de cabeça, Chloe prontamente se despediu e se apressou mais ainda em direção à porta, que já estava entreaberta, mas parou assim que ficou a centímetros dela, ao ouvir as vozes que vinham do interior. A curiosidade foi mais forte, a impedindo de entrar e a fazendo ficar do lado de fora tentando ouvir a conversa.

- ...então eu estava me perguntando se você tem planos pros próximos dias?

Chloe podia imaginar a expressão surpresa de Max ao ouvir aquilo, antes mesmo que ela desse a resposta.

- Eu meio que estou presa aqui pelos próximos dias, Warren. Nem sei quando terei alta.

- Bom, é que eu comprei um carro há pouco tempo e estava pensando em sair pra algum lugar e, como está passando uma maratona de De Volta Para o Futuro no cinema e você parece tão interessada no assunto, pensei que pudéssemos ir juntos.

Meu deus! Ele acabou de convidar uma garota hospitalizada por ter levado um tiro pra sair? Quanta sensibilidade! Essa garoto é completamente louco e está desesperado.

Chloe pensou em entrar no quarto e acabar logo com aquele momento extremamente constrangedor e desagradável. Dizer o quanto Warren estava sendo invasivo e egoísta, mas algo dentro de si a impedia de fazer aquilo. Ela sentia uma ansiedade enorme pela antecipação da resposta de Max. Seu coração batia descompassadamente, levando-a a prender a respiração instintivamente enquanto as palavras de sua amiga não vinham. Os movimentos em seu estômago lhe davam ânsia de vômito, enquanto segurava a maçaneta da porta com uma força desnecessária.

- Desculpa, Warren, mas não estou no clima para sair no momento.

Tão logo a voz de Max penetrou seus ouvidos, Chloe sentiu um alívio enorme dominando seu corpo, deixando o ar finalmente escapar de seus pulmões. Até aquele momento, ela não tinha ideia da magnitude do ciúme que estava sentindo.

- Bem, então quando tudo voltar ao normal, podemos...

Ela disse não! Você é surdo? Desiste logo, seu nerd!

- Acho que não, Warren...

- É só um filme, Max...

Foi aí que Chloe decidiu que era hora de entrar no quarto e, sem cerimônia, escancarou a porta bruscamente, com um sorriso enorme no rosto, que não fez questão nenhuma de esconder quando cruzou seu olhar com o de Warren.

- Interrompi algo? - ela perguntou tentando soar inocente.

- Na verdade... - Warren começou a falar, mas Max não o deixou concluir.

- Não, Chlo. O Warren já estava indo embora. A Kate está esperando por ele lá fora.

Warren suspirou sem argumentos restantes, finalmente se despedindo das duas garotas e saindo do quarto com uma expressão derrotada no rosto, enquanto o sorriso de Chloe só aumentava.

- Eu sei que você estava espiando atrás da porta. Isso não é legal.

- Desculpa. Não quis interromper o discurso do Don Juan. - ela respondeu sorrindo enquanto pegava as sacolas com a comida e as trazia pra perto de Max, sentando ao lado dela na cama. - Aposto que ele não é o único garoto de Blackwell que fica na sua cola, Mad Max.

- Acredite, Chloe, eu não quero ninguém daquele lugar na minha cola. - aquela frase só fez o sorriso de Chloe ficar ainda maior, o que ela tentou disfarçar enfiando um pedaço exageradamente grande de sanduíche na boca.

- Então, você está planejando substituir sua escudeira oficial por aquele nerd? - ela falou depois de um tempo, tentando soar desinteressada, enquanto encarava o sanduíche em sua mão.

Max sorriu e segurou sua mão livre, entrelaçando os dedos das duas, então olhou de sua comida em direção à amiga antes de responder:

- Não seja boba. Minha escudeira oficial tem formado uma dupla imbatível comigo desde que eu tinha 7 anos. Por que eu trocaria agora?

Chloe continuou comendo, tentando disfarçar o rubor constante em seu rosto e exibindo um sorriso vitorioso em resposta a Max.

- Melhor mesmo. Senão, salvando ou deixando de salvar minha vida, não teria mais comida grátis pra você, Super Max.

Uma risada foi sua única resposta.


Notas Finais


Prevejo vocês ficando felizes muito em breve, só não vai ser por muito tempo. Não me perguntem o motivo. *Sorriso diabólico*

Bjos e até a próxima!


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