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História Amor Além do Tempo - Quando Sonhos E Realidade Convergem


Escrita por: SamusAran

Notas do Autor


Cá estou eu de novo nessa véspera de feriado para acalmar o coraçãozinho de vocês, mas nem tanto.

Quando vocês começarem a ler, vai parecer que postei o capitulo errado, mas não se preocupem, é esse mesmo. Lá pela metade tudo vai se explicar.

É só isso mesmo. boa leitura!

Capítulo 16 - Quando Sonhos E Realidade Convergem


Fanfic / Fanfiction Amor Além do Tempo - Quando Sonhos E Realidade Convergem

Uma Chloe já suada dançava incansavelmente, quase em frenesi, no meio da multidão. Seu cabelo azul se movia sem parar, distribuindo luz pelo ambiente noturno, seus quadris se mexiam em sincronia perfeita com o ritmo da música e seus braços no ar nunca paravam mais que um segundo no mesmo lugar. Há alguns metros dela, sentada num banco e apoiada no balcão do bar terminando seu drink de morango, Max assistia a cena sem ousar piscar. 

Ela adorava assistir Chloe dançando, que por sua vez adorava ser observada por Max. Por isso, essa rotina sempre se repetia quando as duas iam a festas, boates e bares: começavam dançando juntas, mas Max sempre cansava mais rápido e ia se sentar para assistir o show de sua namorada.

Naquele dia, ela estava mais empolgada que de costume e a estudante de fotografia decidiu que precisava de uma recordação daquele momento. Não era mais suficiente ter Chloe dançando apenas diante de seus olhos ou em sua memória, ela precisava daquilo documentado. Então um 'click' e, em segundos, a garota de cabelos azuis estaria para sempre dançando na imagem em suas mãos.

- Ei, princesa, posso te pagar uma bebida?

Max estava tão compenetrada em sua observação que não notou um homem ligeiramente mais velho se aproximando e sentando ao seu lado no balcão do bar. Cabelos pretos lisos, penteados em um topete curto, olhos castanhos, camisa preta de botões, jaqueta marrom e calça jeans escura, nada parecido com o tipo que costumava frequentar o local.

- Não, obrigada.

- Qual é? Só um drink...

- Ela disse que não, cara. Você é surdo?

Max estava tão nervosa com a presença inesperada, que nem sequer notou a aproximação de Chloe, agora postada atrás de si, até ela responder a pergunta do homem desconhecido em seu lugar.

- Não lembro de ter falado com você.

- Ah, mas você vai lembrar bastante de mim, se não sair daqui agora.

- Ah é? E o que você vai fazer? - O homem perguntou se levantando da cadeira e ficando a centímetros de Chloe, tentando intimidá-la.

- Estou grata que você tenha perguntado.

Ela se aproximou ainda mais dele e, num movimento rápido, segurou seus dois ombros, o puxando para baixo e dando uma cabeçada em seu nariz, quebrando-o com o impacto. Enquanto o homem protegia instintivamente o nariz recém quebrado e a xingava raivosamente, Chloe partiu para o golpe de misericórdia, chutando entre as pernas dele e o deixando nocauteado no chão.

- Vamos, Max. Acho que a noite acabou.

Elas deixaram o local de mãos dadas, Chloe ainda se vangloriando pela atuação na briga e Max tentando inutilmente colocar um pouco de juízo na cabeça dela, que ignorava as tentativas e apenas a abraçava, beijando seu rosto cada vez que era repreendida. 

Há alguns passos da caminhonete, um barulho alto próximo a elas abafou o das risadas de Chloe. Logo Max a sentiu afrouxar o abraço ao redor de sua cintura e começar a vacilar. Quando olhou para o lado, pavor era a única emoção que dominava seu rosto: Chloe tinha um buraco atravessando suas costas, passando pelo seu peito e havia sangue cobrindo todo seu tronco. Ela finalmente cedeu, caindo no chão com Max ainda tentando segurá-la, mantê-la viva, enquanto uma poça vermelha se formava onde as duas estavam.

Chorando compulsivamente, Max olhava ao redor tentando entender o que havia acontecido, até ver ao longe o homem de antes correndo pelo beco com uma arma na mão.

Desesperada e com o corpo frio de Chloe ainda entre os braços, Max lembrou da foto que havia tirado minutos antes e começou a vasculhar sua bolsa à procura dela.

Uma multidão começou a se formar ao redor da cena quando ela finalmente encontrou a foto, ainda chorando e mal conseguindo enxergar a imagem em suas mãos trêmulas, ela focou na figura e começou a voltar no tempo. 

Ela sempre voltava. Ela sempre voltaria para salvar Chloe. 

Quando viu que finalmente tinha chegado ao seu destino, permaneceu na mesma posição de antes, assistindo Chloe dançar, enxugando as lágrimas e tentando esquecer do terror de minutos atrás. Esperando o momento todo ser reprisado diante de seus olhos, mas dessa vez permanecendo atenta a seus arredores

Então, quando ouviu o homem de antes dizer novamente "Qual é? Só um drink...", ela apenas se virou para o lugar onde sabia que Chloe apareceria em seguida e não lhe deu tempo de começar falar, apenas a puxou pela jaqueta e a beijou com tudo de si, como se não precisasse de ar em seus pulmões e a abraçou como se estivesse se segurando para não despencar de um precipício e a garota de cabelos azuis fosse seu único suporte.

Quando finalmente se separaram, o homem não estava mais lá e Chloe mal lembrava o que queria fazer antes.

- Uau, Max, isso foi intenso e definitivamente inesperado. - Chloe falou sorrindo ainda com os olhos parcialmente fechados. - Por que você...? Espera... você estava chorando...?

- Por favor, não entre em brigas por minha causa. - Max respondeu sem nem ligar para o que ela havia dito e voltando a abraçá-la.

- Ahn?

- Você discutiu e brigou com aquele cara que estava aqui e, quando fomos embora, ele atirou em você.
Merda. Por que isso sempre tem que acontecer? - ela falou no meio de um suspiro - Desculpa, Max.

Elas permaneceram abraçadas pelo que pareceram horas, até Chloe decidir quebrar o silêncio quando Max já parecia mais calma.

- Pelo menos ganhei a briga?

Max trocou um olhar irritado com ela como se dissesse "sério, Chloe?", fazendo a outra garota apenas levantar os ombros em rendição. Mas, no final, ela acabou respondendo.

- Você quebrou o nariz do cara com uma cabeçada e chutou o saco dele, o deixando nocauteado, mas tecnicamente você perdeu já que terminou morta. - ela concluiu ainda irritada.

- Eu ainda sou demais.

Então a garota de sardas balançou a cabeça em desaprovação e pegou a mão de Chloe, a puxando em direção à saída.

__________________________

Max acordou sobressaltada, respirando com dificuldade, tentando identificar onde estava. Ela logo sentiu braços se fechando ao redor de si, limitando seus movimentos, o que a fez tentar se desvencilhar instintivamente, distribuindo golpes descoordenados contra a pessoa que a segurava e usando toda sua força para tentar se soltar.

- Sai de perto de mim! Me larga!

- Ei, calma, sou eu.

Max foi parando aos poucos, como se entendesse por etapas que estava tudo bem, que tinha sido apenas um pesadelo. Ela começou a notar que estava em seu quarto, a única iluminação ambiente era a das luminárias de papel sobre seu mural de fotos e, a julgar pela luz que vinha da janela, já estava no fim da tarde. 

Logo ela notou a tatuagem familiar num dos braços que contornavam o seus e depois sentiu o conhecido cheiro de shampoo, menta e cigarros, uma combinação que ultimamente tinha lhe servido como um calmante natural. Então viu Chloe sentada em sua cama, a segurando contra seu corpo, ainda esperando que ela se acalmasse. Quanto mais Max cedia, mais o abraço apertava em torno de si.

- Eu estou aqui. Ninguém vai te machucar. Você está segura.

- Chloe... - Max começou a falar ainda confusa e sentindo vontade chorar, mas logo foi interrompida.

- Shhh. Olha isso. - Chloe fez com que ela se deitasse com a cabeça próxima a seu coração. - Viu? Continua batendo. Aterrorizado com seu desmaio, mas batendo.

Era o que faltava para acalmá-la completamente, como uma sinfonia ou simplesmente uma canção de ninar, a batida ritmada fez sua respiração se normalizar, seus braços pararem aos poucos de tremer e agora abraçarem Chloe de volta, tão apertado quanto lhe era possível naquele momento.

- Eu te machuquei? - Max perguntou depois de um tempo, com os olhos ainda fechados e uma expressão preocupada no rosto.

- Não. Estou perfeitamente bem. Só não sabia que você era tão violenta assim na cama.

Max sorriu, finalmente abrindo os olhos, com a certeza de que Chloe estava dizendo aquilo apenas para distraí-la de seu estado aterrorizado como sempre fazia.

- Você tem alguma objeção?

- Só o fato de estarmos completamente vestidas.

Max deixou escapar um sorriso tímido, corando, mas antes que pudesse responder, Chloe voltou a falar.

- Max, eu bati naquele repórter ou quebrei a câmera dele? Por isso você voltou no tempo?

- Eu não voltei. Eu prometi que não voltaria sem te avisar, a não ser em emergências. - ela concluiu sentindo uma pontada no peito ao lembrar do sonho.

- Então por que você desmaiou? Seu nariz até chegou a sangrar.

- Não sei. Talvez algo envolvendo aquela situação tenha desencadeado isso na minha cabeça.

- Inclusive esse seu pesadelo? - Chloe perguntou com uma expressão preocupada, notando Max ficar na defensiva com aquela pergunta. 

- Como você sabe que eu tive um pesadelo?

- Max, eu sei que você vem tendo pesadelos desde o dia em que acordou no hospital. Só não te questionei antes sobre isso porque não queria te pressionar. Mas hoje pareceu muito pior e eu não posso te deixar carregar esse fardo sozinha, então por favor converse comigo. Nós somos um time.

E Max finalmente contou para Chloe sobre o sonho que teve quando desmaiou, sobre como ele era diferente dos outros porque ela não lembrava de ter passado por aquela situação antes, sobre como tinha medo de que aquilo fosse um evento futuro no qual ela estaria interferindo e como poderia estar ferrando com o espaço/tempo sem nem sequer saber.

- Você acha que, eu saber essa informação por acaso agora e assim evitar o acontecimento no futuro, ainda significa distorcer a realidade?

- Não faço ideia. Ainda estou empacada na parte em que continuo morrendo. - Chloe confessou com um tom de preocupação em sua voz.

- Eu não vou deixar nada acontecer com você, Chlo. Vamos resolver mais esse problema juntas. Eu prometo.

Embora permanecesse preocupada com o pensamento de que suas mortes poderiam voltar a acontecer em breve, Chloe tentou buscar conforto nas palavras de Max, pois sabia que a garota faria qualquer coisa para protegê-la assim como ela própria faria de volta.

Elas permaneceram em silêncio por vários minutos, milhares de pensamentos martelando em suas mentes até Chloe fazer uma sugestão que nem ela mesma acreditou que estava prestes a sair de sua boca.

- Eu não acredito que estou sugerindo isso, mas você quer pesquisar na biblioteca?

- Você acha mesmo que podemos descobrir algo lá?

- Não sei, mas temos que tentar de tudo. - ela respondeu com sinceridade - Poderíamos comer alguma coisa, já que não almoçamos e depois irmos pesquisar, pegar alguns livros sobre o assunto, qualquer coisa que ajude.

- Tudo bem.

Conforme planejado, as duas garotas comeram rapidamente na lanchonete do colégio e, logo em seguida, foram à biblioteca, passando o resto da tarde pesquisando e juntando todo o material necessário para poder prosseguir com a investigação nos dias posteriores na casa de Chloe ou nos dormitórios. Apesar de exaustas e sem nenhuma pista nova sobre o assunto, elas só saíram da biblioteca perto do toque de recolher, voltando ao dormitório de Max logo depois.

- Isso é uma droga. Horas e horas pesquisando e nenhuma resposta sequer.

- Claro que não ia ser fácil, Max. Isso parece mais coisa de filme sci-fi do que ciência propriamente dita.

Max suspirou resignada pois sabia que Chloe tinha razão. Como tudo aquilo poderia estar documentado em livros, se seria completamente absurdo para qualquer um que não tivesse as informações que elas carregavam?

Então ela tentou afastar aqueles pensamentos temporariamente e mudou de assunto.

- Você vai dormir aqui hoje?

- Não! Eu prefiro voltar pra casa e ficar sozinha me perguntando se você teve outra crise sem poder fazer nada. - Chloe ironizou - O que você acha?

Max apenas riu e logo procurou alguma roupa que coubesse minimamente na punk para que ela pudesse usar de pijama. Quando finalmente achou, a deixou se trocando e saiu para tomar banho. 

O vestiário estava vazio e ela agradeceu internamente porque não precisaria ter nenhuma conversa constrangedora sobre os acontecimentos de mais cedo ou os dos últimos dias. Dar satisfação de sua vida para estranhos, ainda mais naquele momento, era algo que definitivamente não estava em sua lista de atividades favoritas.

Ela terminou o banho rapidamente, se enrolou na toalha e saiu do box para soltar um ruído de surpresa ao encontrar Chloe, já de roupas trocadas, terminando de escovar os dentes com sua escova.

- Por que você está sempre tentando me assustar?

Chloe terminou de limpar o rosto e se virou sorrindo ao ouvir aquela acusação.

- Max, Max, Max...

Ela começou a se aproximar com a escova ainda em punho, fazendo sua namorada dar dois passos para trás instintivamente de volta à cabine em que estava antes. A punk simplesmente adorava causar aquele tipo de reação nela. 

- Se eu quisesse mesmo te assustar, teria entrado no box enquanto você estava tomando banho.

Max arregalou os olhos e sentiu seu coração acelerar quando Chloe parou a apenas alguns centímetros de si, analisando sua expressão e se deliciando com o impacto que conseguia causar nela sem fazer quase nenhum esforço.

- Você gostaria que eu fizesse isso?

Ela perguntou enquanto encarava a garota com um olhar penetrante e brincava percorrendo todo o caminho ao longo da clavícula de Max com o cabo da escova. Por mais que desejasse, a morena simplesmente não conseguia formular nenhuma resposta, só conseguia pensar na proximidade da garota de cabelos azuis e no quanto ela sentia calor naquele momento, embora tivesse acabado de tomar banho.

Chloe, por sua vez, aproveitou o silêncio e a imobilidade de Max para se aproximar ainda mais dela a beijando, causando uma explosão de sensações em seu corpo e transformando seus pensamentos em um enorme borrão. Ela desejava tanto Chloe naquele momento que quase protestou quando esta parou de beijá-la e foi em direção à porta, parando com ela entreaberta antes de completar.

- Talvez eu faça da próxima vez.

E essa frase, essa única frase fez Max entrar em mais um monólogo interno, questionando se aquilo era sério ou pura provocação e se ela passaria a deixar a porta do banheiro aberta quando estivesse no banho ou se a trancaria com uma volta a mais.

A conversa insistente em sua cabeça só parou quando, de volta ao quarto, ela se deitou na cama, sentindo os braços de Chloe se fecharem em torno de si, a fazendo pegar no sono depois de alguns minutos. E, naquela noite, sem pesadelos.


Notas Finais


Hoje vocês não podem reclamar porque, apesar dos pesares, o capítulo terminou suave. Hehe!
Vou tentar aliviar no sofrimento, mas não prometo nada.

Bjos e até a volta! :)


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