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História Amor Além do Tempo - Três Balas


Escrita por: SamusAran

Notas do Autor


Tô de volta, antes tarde do que nunca.

Esse capítulo é tão grande que vale por dois. É tanta coisa pra dizer que eu fico até com preguiça. Então vou deixar vocês descobrirem por si mesmos. XD

Boa leitura!

P.S. Eu tinha planejado uma música pra vocês ouvirem na parte final desse capítulo, mas esqueci porque minha memória é inútil. Aí agora que fui postar, lembrei de outra e o link tá lá nas notas finais, pra quem tiver interessado.

Capítulo 18 - Três Balas


Fanfic / Fanfiction Amor Além do Tempo - Três Balas

Max não tinha certeza de como aquilo começou, ela apenas lembrava de ter ido encontrar Chloe no estacionamento de Blackwell à noite, algumas horas depois do término de suas aulas, e ser jogada contra a porta da caminhonete, enquanto tentava fazer uma piada. Nenhum aviso prévio, apenas braços se fechando ao redor de sua cintura e a pressão do corpo de Chloe contra o seu, ambas apoiadas na velha lataria do carro.

Seu raciocínio ficou ainda mais comprometido quando os beijos ficaram mais intensos e as mãos de Chloe começaram a percorrer todo o trajeto de suas costas até chegar na sua bunda.

Elas tiveram que parar em algum momento para entrar no carro, mas quando entraram, o padrão novamente se repetiu. E uma Max que antes estava sendo beijada ainda sentada no banco de passageiro, de repente se viu de frente para Chloe, em seu colo no banco do motorista.

Suas mãos passeando incansavelmente pelos cabelos de Chloe acabaram derrubando o gorro de sua cabeça em algum lugar atrás do banco. Max ainda tentava inutilmente manter uma conversa enquanto as mãos da garota de cabelos azuis trilhavam seu corpo e a boca beijava e mordia toda extensão do seu pescoço com um apetite voraz.

- Você ao menos está prestando atenção no que eu tô falando? 

- Claro... Você estava dizendo que Kate e Victoria estavam tocando violino para um coelho falante... - Chloe respondeu entre um beijo e outro. - elas deveriam gravar um vídeo e pôr no YouTube.

- É... foi exatamente isso que eu disse. - Max ironizou incapaz de manter os olhos abertos  enquanto sentia a outra garota investir contra seu pescoço mais uma vez, causando calafrios em sua pele.

- Nós vamos ter muito tempo pra conversar depois. Agora tenho planos mais interessantes pra nossas bocas.

E aí Chloe trocou o pescoço de Max por seus lábios, fazendo a garota mais nova esquecer qualquer resto de auto controle que ainda possuía para apenas retribuir o beijo.

- Eu com certeza poderia dirigir assim. Só perderia um pouco de mobilidade. - Chloe declarou quando Max resolveu fazer sua própria investida contra ela. - Você é muito boa nisso... Por acaso, está rebobinando pra treinar?

- Apenas pare de falar bobagem e me beije. - Max falou enquanto mordia a orelha de Chloe.

- Eu adoro quando você fica mandona.

Chloe falou antes de voltar a sua atividade anterior. Suas mãos agora subiam por baixo da camisa de Max, fazendo todo o caminho até parar para acariciá-la por cima do sutiã, fazendo-a soltar um suspiro pelo contato inesperado. Era a reação que Chloe esperava pois rapidamente se encaminhou para a parte de trás da peça de roupa, procurando o feixe.

- O que você está fazendo?

- Apenas checando se seu sutiã não está apertado demais. Não quero que você fique desconfortável o resto da noite. - Max apenas riu daquela desculpa esfarrapada.

- Tão preocupada com meu bem estar.  - Ela ironizou.

- Como a boa namorada que sou.

- Ótima namorada, mas acho que não deveríamos fazer esse tipo de coisa aqui. Podemos ser vistas. - Max falou no meio de um beijo, mas sem fazer nenhum movimento para impedir a ação da garota mais velha.

Entretanto Chloe parou imediatamente após ouvir aquilo e se aproximou do ouvido de Max. Seus lábios tocando levemente a pele do local e sua respiração rápida e quente fazendo a cabeça da outra garota quase explodir pelas sensações. O que só piorou quando Chloe finalmente respondeu com sua voz rouca pela intensidade de sua atividade anterior.

- Você só precisa dizer "pare" e eu paro.

Ela falou quase num sussurro e depois se afastou para encarar Max com um olhar penetrante e cheio de confiança, esperando por sua resposta como se já soubesse qual seria antes mesmo que a própria Max soubesse.

Entretanto, tudo o que ela pôde ouvir foi o silêncio, só interrompido pelo ruído do vento e das folhas das árvores farfalhando no estacionamento. Max sabia que deveria parar, mas não queria e Chloe sabia exatamente o que seu silêncio significava. Isso só fez seu sorriso se abrir e ela voltar a se aproximar do ouvido de sua namorada para voltar a falar.

- Foi o que pensei.

E assim Chloe mandou qualquer pensamento que Max pudesse ter, qualquer dúvida e qualquer objeção que ela quisesse fazer para um lugar desconhecido de sua mente. Um lugar onde ela nunca voltaria a encontrá-los.

E Max correspondeu ao beijo com tudo de si, sentindo urgência de estar mais próxima de Chloe e, ao mesmo tempo, um calor insuportável dentro da cabine do carro, a obrigando a tirar seu agasalho e ajudar a Chloe a tirar o colete preto que vestia, a deixando só com a camiseta cor de vinho que usava por baixo. E, de repente, tudo o que se ouvia no ambiente era o barulho dos beijos, a respiração ofegante das duas e os ocasionais gemidos que Max deixava escapar quando Chloe atingia um lugar particularmente sensível de seu pescoço. Tudo isso até Max apertar a buzina do carro sem querer em um movimento brusco de seu braço.

- Max, se você não quer que nos vejam, não deveria ficar buzinando... - Chloe falou em tom de brincadeira até seus olhos captarem um movimento e a luz de uma lanterna a alguns metros de onde elas estavam. - ô ô! 

- "Ô ô" o que?

- David. - Chloe respondeu apontando para o lugar de onde a luz vinha e fazendo Max se virar automaticamente para olhar.

- Merda! Você acha que ele viu a gente? - Ela perguntou praticamente saltando de onde estava de volta para o banco de passageiro com a mão em seu coração acelerado.

- Não. Tá muito escuro aqui e os vidros estão um pouco embaçados. Ele só deve ter reconhecido meu carro e veio nessa direção por causa do barulho da buzina.

- E se ele viu? - Max perguntou entrando em pânico.

- Relaxa, Max. Ele não viu, eu garanto. Mas se quisermos continuar sem sermos vistas, é melhor sairmos logo daqui porque com certeza ele virá checar.

- Tudo bem... vamos.

__________________________

A viagem até o local do encontro levou menos tempo que o que Chloe gastou para ajeitar o próprio cabelo e encontrar seu gorro dentro do carro. Max arqueou as sobrancelhas logo que viu a placa com as duas baleias no alto da lanchonete que ela conhecia tão bem.

- Então você achou uma boa ideia nosso encontro ser no Two Whales?

- Calma... Minha mãe não está fazendo o turno da noite hoje. Além disso, não é como se nós fôssemos fazer o que estávamos fazendo no carro lá dentro. - Chloe disse, dando seu melhor sorriso diabólico e abrindo a porta da lanchonete antes de completar. - A menos que você queira.

Max apenas revirou os olhos em resposta andando em direção à última mesa do local e Chloe sentou logo ao seu lado, empurrando-a com o próprio corpo para perto da janela para ganhar mais espaço.

- Meu deus, Chlo. Não nos faça ser aquele tipo de casal que fica grudado toda hora, constrangendo todo mundo ao redor.

- Vamos ser exatamente esse tipo de casal. E vou considerar missão cumprida, se constrangermos as pessoas o suficiente pra fazê-las se afastarem nos dando privacidade. - ela riu da reação de Max antes de completar. - Mas você está salva por hoje, já que não quero que minha mãe descubra sobre nós por algum funcionário ou freguês do lugar onde ela trabalha.

- Falando nisso, minha mãe me mandou uma mensagem hoje me lembrando de contar tudo pra Joyce.

- A gente pode fazer isso hoje mesmo quando chegar em casa. - Chloe respondeu fazendo pouco caso.

- Não sei, Chlo... e se ela ficar irritada a ponto de não me deixar mais ficar lá?

- Você tá brincando, né? - Chloe perguntou sem acreditar no que ouvia, mas a expressão preocupada de Max lhe respondeu negativamente. - Você realmente acha que minha mãe ia expulsar você, minha amiga de infância, que salvou minha vida, só por descobrir que estamos namorando? Você fala como se não conhecesse a Joyce.

- Desculpa, mas é exatamente assim que me sinto.

- Cara, se der uma louca na Joyce e ela ao menos cogitar fazer algo do tipo, eu vou embora junto. Você sabe disso, né? - Max balançou a cabeça em confirmação. - Ótimo. Mas se te faz se sentir melhor, podemos adiar essa conversa pra amanhã.

Max sorriu em resposta e uma garçonete finalmente apareceu interrompendo a conversa para anotar os pedidos e sair logo em seguida.

- Você descobriu alguma coisa sobre o que estávamos pesquisando ontem?

- Max, conversaremos sobre isso amanhã, ok? Hoje, se você não se importa, quero ter uma noite normal e agradável com você, sem pensar em super poderes, catástrofes naturais e na minha morte iminente.

- Parece justo. Mas sobre o que você quer conversar?

- Você poderia começar me contando como foi sua volta às aulas.

- Horrível. Passei o dia todo sentindo como se todo mundo estivesse me observando, mesmo quando não estavam, como se eu fosse uma atração de circo.

- Uma hora ou outra eles vão se acostumar, quando tudo deixar de ser novidade. - Chloe tentou confortá-la - Aquele repórter desgraçado voltou a te perturbar?

- Não. Não o vi mais o dia inteiro. Parece que foi impedido de voltar a entrar em Blackwell pelo diretor Wells. Acho que ele estava incomodando a Kate também, você sabe, por ela ter sido uma das vítimas do Mark Jefferson.

- Bem... um problema a menos.

- E você, o que fez o dia inteiro?

- Isso é uma conversa pra depois...

- Uhhh, garota misteriosa. O que eu devo esperar disso, hein?

- Só o melhor, eu prometo, mas depois. - Chloe concluiu e logo mudou o rumo da conversa. - Bom, e sobre Seattle? O que você andou aprontando por lá todos esses anos? Como você já sabe boa parte do que fiz por aqui, seria bom que você me contasse pelo menos um pouco do que fez por lá.

- Você meio que deve fazer ideia... eu passava boa parte do tempo em que não estava na escola, em casa lendo, fuçando na internet, ouvindo música, assistindo filmes, esse tipo de coisa. Claro que meu passatempo favorito ainda era fotografia, então eu empreguei muito tempo e esforço nisso também. Além de explorar a cidade por conta própria ou com mais pais. Você ia gostar de lá, tem muito pra se ver.

- Poderíamos viajar pra visitar seus pais durante algum feriado.

- Seria ótimo.

- E quanto a seus amigos? O que vocês faziam pra se divertir?

- Eu não tinha muitos amigos e evitava sair com eles. - Max respondeu levemente incomodada.

- Por que? - Chloe perguntou curiosa.

- Eu preferia me manter mais distante, porque tinha medo de aprofundar qualquer amizade e acabar ferrando com tudo outra vez, igual fiz com você. Não queria sentir nada daquilo de novo. - Max respondeu com toda a sinceridade que pôde, sentindo um nó se formando em sua garganta ao concluir a frase só por revisitar aquelas lembranças.

Chloe colocou o braço em volta do ombro dela ao ouvir aquilo, deitando a cabeça da garota em seu próprio ombro com ajuda de uma das mãos, buscando confortá-la.

- Você não ferrou nada. Só dificultou as coisas um pouquinho. - Chloe concluiu beijando a cabeça dela.

Antes que Max pudesse responder, a garçonete voltou com os pedidos e pigarreou para chamar a atenção das duas. Chloe apenas agradeceu, esperando ela se afastar para voltar a falar.

- Se quiser, pode continuar deitada no meu ombro enquanto eu como nosso jantar.

- Como é possível que você não seja gorda?

- Eu preciso de muita energia pra cuidar de você. - Chloe respondeu com a boca cheia de comida. - mas é óbvio que eu tava brincando. Você também precisa se alimentar direito, ainda mais por estar em recuperação.

- Claro, minha enfermeira particular. - Max respondeu se ajeitando no assento e começando a comer.

- Enfermeira é? Se você quiser, podemos brincar de médico depois...

- Você deveria tentar engolir a comida antes de flertar comigo. Seria mais efetivo. - Max respondeu levando Chloe a fazer bico e uma cara triste. Uma cara a qual a garota de sardas não conseguia resistir, a levando a beijar seu rosto em resposta.

- Acho que estamos dando muita bandeira. É melhor terminarmos de comer logo e irmos pra segunda parte do encontro.

- Segunda parte? - Max perguntou confusa.

- Você achou que nosso primeiro encontro fosse ser só isso? Assim você me ofende, Max.

Elas terminaram de comer alguns minutos depois e Chloe fez questão de pagar tudo pois havia sido ela a propor o encontro. Ficou decidido que Max pagaria da próxima vez, quando fosse ela a fazer o convite. Então as duas voltaram à caminhonete e foram ao lugar misterioso onde continuariam seu passeio.

Depois de alguns minutos rodando, Max começou a distinguir a praia a distância, então elas contornaram todo o caminho até chegarem à baía da cidade. A lua iluminava o mar e todas as embarcações ao redor, dando um aspecto de pintura ao lugar. Chloe estacionou o carro e as duas saíram em seguida, andando em direção às embarcações.

- É muito bonito aqui. - Max foi a primeira a falar após descerem do carro.

- É sim. E também muito frio. Por isso eu trouxe cobertores. - Chloe respondeu enquanto se aproximava de Max. - mas vamos andando porque ainda não chegamos onde eu quero te levar.

Elas andaram por alguns minutos em direção à parte mais afastada da baía e próxima ao mar, em direção a um barco antigo que se destacava em comparação aos demais. Chloe logo entrou nele, oferecendo a mão a Max para ajudá-la a subir.

- Tava demorando pra quebrarmos alguma lei durante esse encontro. - Max brincou finalmente dando a mão à Chloe para facilitar sua entrada no barco.

- Cara, nós estamos apenas sentando aqui. Nada demais.

- É... e isso se chama invasão.

- Ninguém vem aqui a essa hora e não é como se fôssemos sair por aí nele.

- Só porque você não sabe pilotar.

- Talvez, mas isso você nunca saberá. - ela concluiu com um sorriso debochado, fazendo Max balançar a cabeça em reprovação.

Elas finalmente se sentaram, abraçadas e protegidas pelos cobertores, ficando em silêncio alguns minutos, apenas admirando a paisagem ao redor até Chloe decidir pôr fim ao silêncio.

- Você poderia tirar ótimas fotos nesse lugar. - Max apenas confirmou com a cabeça e Chloe continuou. - Eu comecei a vir aqui um pouco depois do sumiço da Rachel. Eu tenho alguns lugares pra ir quando o clube Vortex dá festas no farol ou no ferro velho. Esse é um deles.

- É muito tranquilo e reconfortante. Eu adorei. Deve ser incrível assistir o pôr do sol daqui. - Max concluiu olhando para as estrelas que se mostravam no céu.

- Parece que, mesmo depois de todo esse tempo, eu ainda te conheço bem, hippie.

- Claro que sim. Acho que você é a única pessoa que me conhece de verdade.

Chloe sorriu com aquela declaração, apertando mais o abraço em torno de Max, mas sem dizer nada. Os únicos sons que se ouviam eram o das ondas indo e voltando no mar, batendo nas pedras, além do sopro da brisa noturna. Foram vários minutos até Chloe voltar a falar.

- Sabe... eu fui visitar o papai hoje. Era isso que eu tinha pra te contar.

- Você devia ter me dito. Podíamos ter ido juntas.

- Quem sabe numa próxima vez. Hoje eu precisava ir sozinha. - ela concluiu beijando a cabeça de Max e começando a brincar com seus cabelos com os dedos enquanto continuava a falar. - A última vez que o visitei foi tipo uma semana depois do enterro dele. Depois disso, nunca mais consegui voltar. Eu estava sempre muito irritada e revoltada pra me dispor a ir lá.

Max apenas ouvia tudo em silêncio, sabendo que Chloe tinha muito mais coisas para dizer, assim evitando quebrar sua linha de raciocínio.

- Agora sinto como se finalmente pudesse deixar ele partir, aceitar a morte dele. Quer dizer, eu ainda sinto muita saudade, sempre vou sentir, mas não é nada perto daquele sentimento autodestrutivo que eu tinha antes. Hoje eu de fato conversei com ele sobre tudo, inclusive sobre nós.

- Hum... e o que você contou sobre nós?

- Que você voltou, me salvou e que agora estamos juntas. Contei até a parte maluca sobre o assunto que está proibido no dia de hoje. - Max riu e Chloe continuou. - ele ficaria orgulhoso.

- Por que você acha isso?

- Porque ele foi a única pessoa praa quem contei sobre o que sentia por você. - Max estava realmente surpresa com aquela revelação, tanto que olhou para Chloe num gesto silencioso para que detalhasse aquela história. O que ela não demorou a fazer.

~Flashback~

Chloe não conseguia se concentrar na lição que estava fazendo com ajuda de seu pai, ela só conseguia pensar em seu drama pessoal e em como estava cada vez mais difícil esconder seus reais sentimentos de sua melhor amiga.

- O que houve, filha?

- Nada...

- Não minta pra mim, Chloe. Você sabe que pode conversar comigo sobre qualquer coisa.

Chloe apenas suspirou baixando a cabeça e William fechou o livro que segurava para analisar a expressão de sua filha.

- Você quebrou alguma coisa da sua mãe? Recebeu alguma advertência na escola? Se envolveu em alguma confusão? - Chloe apenas balançou a cabeça respondendo negativamente todas as perguntas. - Você brigou com a Max de novo?

Chloe ficou completamente vermelha com aquela pergunta, embora aquilo não fizesse o mínimo sentido naquele contexto. Então ela tentou negar novamente, com mais veemência, mas tarde demais, pois seu pai já havia notado sua reação.

- Então você não brigou com ela, mas é sobre ela?

Chloe não respondeu nada, apenas baixou a cabeça de novo, incapaz de encarar seu pai.

- Filha, eu quero te ajudar, mas só vou poder, se você se abrir comigo.

Depois de um tempo de silêncio e, antes que William pudesse voltar a falar, Chloe finalmente soltou de uma vez.

- Eu gosto dela.

William ergueu as duas sobrancelhas e coçou a cabeça, confuso com a frase de sua filha.

- Claro que você gosta, Chloe. Ela é sua amiga. Não entendi onde...

- Não... eu "gosto gosto" dela.

- Oh... 

William finalmente entendeu e Chloe escondeu a cabeça entre os braços cruzados em cima da mesa, sentindo todo seu rosto fervendo de tanta vergonha e um embrulho enorme em seu estômago. Todo seu pânico só foi aplacado quando sentiu a mão de seu pai em suas costas, tentando confortá-la antes de falar.

- Você acha que ela também "gosta gosta" de você? - ele perguntou calmamente.

- Não sei... talvez. - Chloe respondeu com a voz ainda abafada pela posição em que se mantinha.

- Você deveria contar pra ela.

- E se ela me achar esquisita e não quiser mais ser minha amiga? - ela perguntou finalmente levantando a cabeça.

- Querida, mesmo que ela não sinta o mesmo por você, vai continuar sendo sua amiga. Vocês sempre foram inseparáveis. Pode ser que seja estranho no começo, mas tudo vai acabar se resolvendo e você vai tirar essas dúvidas todas da sua cabeça.

- Você acha mesmo?

- Claro. É como quando íamos arrancar seu dente quando você era menor, um puxão só e você mal sentia. Não dá pra ficar adiando.

- Obrigada, pai, talvez você tenha razão. Acho que vou seguir seu conselho.

- Só não demore muito porque pode ser tarde demais.

~Fim do flashback~

- E ele morreu duas semanas depois com 100% de razão.

- Mas nós estamos juntas agora, então não foi tarde demais. - Max falou beijando o rosto de Chloe em seguida.

Chloe sorriu com aquela declaração, se sentindo realmente feliz por ouvir aquilo e decidindo continuar seu discurso.

- E isso me leva ao motivo de estar te contando tudo isso. Quer dizer... fora o fato de você ser minha namorada, melhor amiga, parceira no crime, no tempo e todo o resto. - ela falou arrancando um sorriso de Max. - você lembra do meu colar com as três balas?

- Claro. E também notei que você não está usando ele hoje.

- É que deixei uma das balas do cordão no túmulo do papai. Ela representava ele pra mim e eu decidi que era hora de finalmente devolvê-la, como um fechamento, entende? - Max concordou mesmo ainda se mantendo em silêncio - das outras duas que restaram, uma me representa e a outra é você. É como se eu te carregasse comigo desde que você foi embora, e como agora você está aqui, eu quero te dar isso. - Chloe concluiu, tirando do bolso o cordão com uma das balas e entregando a Max. - É como se pudéssemos manter uma à outra próximas mesmo quando não estamos juntas. Eu sei que não é um presente convencional, mas significa muito pra mim. Você nem precisa usar, se não quiser. Eu só queria que você tivesse.

Max não esperou que Chloe dissesse mais nenhuma palavra, simplesmente a puxou para junto de si e deu início a um beijo intenso e apaixonado. Seus olhos ainda estavam cheios de lágrimas quando as duas se afastaram e ela finalmente respondeu.

- Esse é o presente mais incrível e significativo que já ganhei em toda minha vida e é óbvio que eu vou usar. É impressionante como você diz as coisas mais bonitas e ainda fica insegura a respeito.

- Você gostou mesmo?

- Eu amei, Chlo. Melhor encontro e melhor presente.

- Ótimo. Agora temos cordões que combinam. - Chloe falou enquanto recolocava o seu próprio cordão - Mas sabe como podemos fazer esse encontro ficar ainda melhor?

- Como?

Chloe apenas sorriu e cobriu Max e a ela mesma totalmente com o cobertor, a beijando e se posicionando sobre ela logo em seguida. Tudo o que Max pôde fazer foi cravar as unhas nas costas de sua namorada com firmeza, enquanto sentia seus beijos descerem pelo seu pescoço na mesma proporção em que suas mãos subiam por suas coxas.

- Foi por isso que você trouxe esses cobertores?

Max sentiu uma risada contra sua pele antes de receber qualquer resposta. As mãos em seu corpo passeavam perigosamente por baixo de sua camisa.

- Não, aqui é realmente frio nessa época. Isso é só um upgrade funcional.

E exatamente nesse momento, ela alcançou o sutiã de Max e o abriu com apenas uma das mãos, enquanto usava a outra para se manter equilibrada. E, quando ela já comemorava internamente sua conquista, o celular tocou quebrando o encanto.

Chloe gastou todos os palavrões que conhecia e ainda inventou alguns antes de atender a ligação. Max, com o rosto vermelho e quente, apenas assistia a cena, incapaz de rir por mais cômica que aquela situação fosse, tentando se acalmar enquanto sentia seu corpo em chamas.

- Sim, mãe. Eu vou sim. Max está vindo comigo... onde nós estamos? Na altura da praia... ok. - Chloe disse, praguejando silenciosamente, entre uma resposta e outra. - Até logo.

- E aí?

- Vamos ter que voltar agora porque, como ela não sabe que estamos namorando, não pude contar que estamos dando uns amassos na praia dentro de um barco e não consegui inventar nenhuma desculpa rápida. - Chloe desabafou ainda indignada. - Cara, nós precisamos contar pra ela.

- Nós vamos, mas amanhã. Aí você vai poder me amassar livremente o quanto quiser. - Max respondeu enquanto se preparava para descer do barco.

- Deus existe.

- É, Chlo. Essa é certamente a prova definitiva de que uma divindade onipotente existe e está guiando nossas ações. - Max respondeu rindo enquanto as duas entrelaçavam os dedos indo de volta à caminhonete.


Notas Finais


Link da música do capítulo: https://youtu.be/NucJk8TxyRg

Bem que eu falei que daria uma folguinha pra vocês, né? Eu prometo e cumpro. XD

Bjos e até a volta!


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