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História Amor Além do Tempo - Quando Pesadelos Chegam À Superfície


Escrita por: SamusAran

Notas do Autor


Olha eu chegando pra encerrar o feriadão de vocês!

O capítulo tá enorme e eu nem vou poder comentar muita coisa porque tô de saída, só aproveitando os últimos minutos pra postar isso.

Boa leitura e até a volta!

Capítulo 20 - Quando Pesadelos Chegam À Superfície


Fanfic / Fanfiction Amor Além do Tempo - Quando Pesadelos Chegam À Superfície

- Então você está me dizendo que, mesmo que eu tivesse escolhido... merda... eu nem consigo dizer...

- Me deixar morrer no banheiro... é. Ainda assim o tornado poderia ter acontecido.

Depois de conversarem sobre todas as informações que a punk havia descoberto no dia anterior durante o trajeto desde a casa dos Price até Blackwell, Max e Chloe finalmente chegaram ao estacionamento, mas nem perto de  um veredicto sobre o assunto que discutiam.

- Mas como...?

- Bom, o acontecimento do banheiro por si só não causaria o tornado, foi só um catalisador, que serviu pra antecipar sua ocorrência. A realidade é como um organismo vivo, ela reage a uma cadeia de eventos inesperados usando um mecanismo de auto defesa, numa busca constante por reestabelecer ordem e equilíbrio no caos. - Max ainda tentava absorver a primeira parte da explicação, quando Chloe continuou. - Por exemplo, quando você voltou através daquela foto pra tentar salvar meu pai, a cadeia de eventos criada a partir dali foi muito maior e mais complexa que a da foto da borboleta e, nem por isso, causou o fim do mundo. Entendeu?

- Acho que sim.

- Quando você volta no tempo, ele não se move pra trás junto com você. O tempo sempre se move pra frente, é uma constante. Você apenas está mexendo com as diferentes e infinitas possibilidades, saltando entre uma realidade e outra e criando novas no processo. As anteriores não deixam de existir.

- Mas, e os sonhos? E se o tornado vier tipo em um mês? - Max perguntou enquanto Chloe desligava o carro, após estacioná-lo.

- Essa parte dos sonhos ainda é muito sobrenatural pra ser explicada por uma leitura de poucas horas de um livro de nível médio. - Max concordou com um gesto de cabeça. - Quanto ao tornado, se ele vier, estaremos preparadas, ajudaremos a evacuar a cidade e tudo o que for necessário. Afinal você é a mestre do tempo e eu sua fiel escudeira. A gente dá um jeito. - Chloe concluiu colocando o braço no ombro dela e o apertando.

- Às vezes eu esqueço do quanto você é nerd, Chlo. - Max respondeu se recostando nela e sorrindo.

- Oh meu deus! - Chloe deixou escapar, depois de um tempo, abrindo um sorriso enorme e malicioso.

- O que?

- Isso te excita, né? Quando meu lado nerd entra em ação? - Max apenas girou os olhos rindo em reposta. - Você tem um fetiche nisso, eu sei. Pode confessar.

- Sim, claro... - Max respondeu corando visivelmente.

- Se estivéssemos no meu quarto, você com certeza já teria me agarrado... Meu deus, por que não estamos lá?

- Cala a boca, Che. 

Chloe passou vários minutos implicando com Max, fazendo-a ficar vermelha a ponto de a cor se espalhar até suas orelhas e ainda ria da reação da garota mais nova, certa de que alcançaria uma "confissão", quando uma batida no vidro do passageiro da caminhonete atrapalhou seus planos.

- Hey, Mad Max, Chloe. - Warren as cumprimentou recebendo um "oi" de Max e um aceno desanimado de Chloe em resposta. - Eu fui te visitar ontem depois da aula pra saber se você tava bem, mas não te encontrei no seu quarto.

- É porque ela estava na minha cama. - Chloe respondeu sorrindo antes que Max pudesse formular uma frase, fazendo Warren arregalar os olhos e deixar escapar um "o que?" em seguida.

- Eu estou dormindo na casa dela. - Max explicou rapidamente.

- No meu quarto.

- Pensei que seu quarto e sua cama ficassem dentro da sua casa, mas pelo visto estou enganada. - Max ironizou conquistando outro sorriso de Chloe. - mas respondendo a sua pergunta, Warren, eu tô bem sim. Só fiquei estressada com a situação e desmaiei. Não foi nada grave.

- Fico feliz em saber... mas você está indo pra aula agora? Eu posso te acompanhar.

Jesus! Esse garoto não desiste mesmo? Quantos foras ele vai ter que levar pra se tocar? - Chloe pensou enquanto a conversa se desenvolvia.

- Não precisa. Além disso, tenho uma coisa pra resolver com a Chloe antes.

Claramente contrariado, Warren foi embora de cabeça baixa após se despedir das duas garotas. Quando ele ficou a uma distância considerável. Chloe resolveu perguntar.

- Que coisa é essa que você tem pra resolver comigo?

Max sorriu, colocando uma das mãos no rosto de Chloe, lhe dando um beijo rápido. Quando se separaram, ela logo notou a expressão emburrada no rosto da punk, mas nem precisou perguntar para descobrir o motivo.

- Então você não pode me beijar na frente do seu fã? Tem medo que ele fique com ciúme e pare de te idolatrar?

- Você sabe que não é isso, Chlo. Eu só quero contar a ele antes.

- Tanto faz. Melhor você ir pra sua aula antes que se atrase.

Ela respondeu com hostilidade, sem encarar Max, que a olhava com uma expressão de real preocupação.

- Por favor, não vá embora irritada comigo.

- Não tô irritada com você... Pelo menos não racionalmente. - ela desabafou, segurando o rosto de Max com uma das mãos e a sentindo se inclinar na direção do toque de olhos fechados. - É que essa situação me deixa irada e eu não consigo controlar minhas emoções, apesar de saber que você está certa.

- Eu te amo e vou te compensar depois.

- Melhor mesmo, hippie.

__________________________

O resto da manhã de Max girou entre tentar se concentrar no que seus professores diziam e ignorar os olhares curiosos em sua direção. Ela começou a pensar em como teria sorte se seu super poder secreto estivesse relacionado a ficar invisível conforme o tempo se arrastava.

Quando teve um intervalo maior antes da última aula da manhã, ela procurou se sentar no lugar mais isolado do pátio de Blackwell, tentando ficar o mais incógnita possível enquanto esperava o tempo passar. 

Ela observava seus colegas a distância, notando que, mesmo com todas as mudanças que aconteceram, eles continuavam agindo basicamente da mesma forma, sem nenhuma grande alteração. Alyssa continuava desastrada, tropeçando em um ou outro objeto desconhecido largado pelo chão, Daniel desenhando qualquer coisa sob a sombra de uma árvore, Brooke explorando os territórios de Blackwell com seu drone, que às vezes parecia seguir os passos de Warren. Os skatistas sendo skatistas e o mesmo para os jogadores de futebol. A única mudança significativa foi mesmo a de Victoria.

Ainda refletindo sobre isso, Max abriu sua mochila para pegar o diário e logo viu sua câmera jogada a esmo, intocada a dias. Ela ainda não se sentia preparada para voltar a usá-la e aquele afastamento consciente a assustava pois fazia toda sua jornada em Blackwell parecer sem propósito.

Ela tentou afastar aqueles pensamentos por um momento para apenas escrever em seu diário, o que também não fazia há muito tempo. Para ser mais específica, havia uma dimensão inteira de duração, se é que era possível medir assim. 

Sempre que começava a se concentrar na sua escrita, sua mente viajava para as palavras que ouviu de Chloe naquela manhã. A tempestade ainda poderia vir, mesmo com tudo o que ela fizera, todos os sacrifícios. Ela se sentiu frustada, apreensiva e um calafrio percorreu toda sua espinha quando imaginou a possibilidade de ter sacrificado Chloe, a tempestade mesmo assim acontecendo e ela não conseguindo voltar para corrigir.

Pare de pensar nessas coisas. Ela está viva e vocês estão juntas. O que poderia ter acontecido não importa agora.

Levando esse pensamento como um mantra em sua mente, Max guardou suas coisas mochila e partiu para encarar sua próxima aula.

__________________________

Chloe estava deitada em seu quarto tentando continuar a ler o livro do dia anterior, mas não conseguia sair da mesma página já fazia quase 20 minutos. Seus pensamentos sempre voltavam para o estacionamento de Blackwell e para Warren. É, para Warren.

Por que eu tô fazendo disso um acontecimento tão maior do que realmente é? Não deveria ficar mais fácil depois que ela se declarou pra mim? Aparentemente não. 

Ela quase morreu pra me salvar e, mesmo assim, eu sinto ciúme daquele nerd.

Ela não sente nada por ele, sua idiota! Provavelmente o vê como uma garota. Bem... talvez não como uma garota, já que eu sou uma e isso não a impediu de... hehehe.

Ou talvez ela ainda se sinta atraída por caras e essa coisa comigo é apenas comigo. Mas isso significa que um dia ela pode perceber que não é isso que ela quer... Merda! Por que tudo tem que ser tão confuso?

Não acredito que estou me sentindo ameaçada por aquele nerd stalker que não tem a mínima noção de como chegar numa mulher. Certamente ela não se interessaria por ele nem que eu não existisse.

Será mesmo? Ela aceitou ir pro drive-in com ele na outra linha do tempo. Além disso, mesmo sendo esquisito, ele é inteligente, tem um futuro pela frente e eu sou só uma punk quebrada que foi expulsa da escola.

Pare de me sabotar e volte a prestar atenção no texto, cérebro!

Depois de uma manhã inteira e metade da tarde naquela saga incansável para retomar o domínio de seus pensamentos, Chloe decidiu voltar à Blackwell para encontrar Max. Talvez conversar sobre aquele assunto ou simplesmente ignorar aquilo e apenas passar um tempo com ela. Poderia ser suficiente para afastar sua insegurança repentina.

Assim, Chloe foi direto para a escola e logo tomou o rumo dos dormitórios femininos e da porta de Max, batendo algumas vezes até constatar que ela não estava lá.

Quando tentou a sorte e girou a maçaneta, encontrou-a surpreendentemente aberta. Então decidiu entrar e esperar até que Max aparecesse. Talvez surpreendê-la com a sua presença, fingindo que arrombou a porta para conseguir entrar e, depois de ver sua cara de pânico, contar a verdade.

Com isso em mente, ela ligou o estéreo de Max, se sentou na janela e começou a se medicar.

Chloe não sabia, mas há poucos metros de distância, Max estava com Kate em seu quarto, tomando chá, enquanto conversavam sobre ela.

- Então, você está pedindo minha bênção pro seu namoro como se eu fosse sua mãe? - Kate perguntou rindo consigo mesma, enquanto pensava sobre a comicidade da situação.

- Não exatamente, mas é meio que isso. - Max começou a explicar, ainda sem jeito, mal sabendo o que dizer. - Não que você ser contra fosse nos fazer terminar, mas sua opinião é importante pra mim. E eu ficaria muito feliz de saber que você nos apoia.

- Ainda bem que minha opinião não te faria terminar porque, que tipo de namoro é esse que termina com a primeira opinião contrária? - Kate continuou mantendo a conversa descontraída e tentando aliviar um pouco a tensão evidente na expressão de Max, que sorriu levemente com sua abordagem, embora permanecesse nervosa. - Agora, respondendo sua pergunta: quem sou eu pra determinar quem você pode namorar ou não, Max? O quanto eu estaria sendo hipócrita, se te julgasse por gostar de uma garota, sendo que você provavelmente foi a única pessoa de Blackwell que não me julgou por aquele vídeo? 

- Você está dizendo que...

Kate não esperou que Max fizesse a pergunta, respondendo-a antes que ela terminasse de formulá-la.

- Eu estou dizendo que espero que ela te faça feliz porque você merece. Eu até perguntaria se você está feliz, mas seria uma pergunta desnecessária já que é nítido que está.

- Estou sim. - Max respondeu sorrindo.

- Ótimo. Agora que já superamos a fase tensa das bençãos, eu quero os detalhes: como vocês se conheceram? Como começaram a namorar? Quem pediu quem em namoro? Eu adoro essa parte da fofoca.

Kate perguntou segurando suas mãos uma contra a outra e as colocando junto ao queixo, com uma expressão de curiosidade estampada no rosto. Max apenas riu da empolgação dela com o assunto, se sentindo estúpida por ter achado que ela seria contra. Então começou a contar toda a história desde o início, mas obviamente omitindo a parte sobrenatural, sendo interrompida algumas vezes durante o relato pelas interjeições comovidas de sua amiga.

- Minha nossa! Vocês são tipo almas gêmeas.

- Você acredita mesmo nisso?

- Depois de ouvir essa história, sim.

Elas ainda riam daquele comentário, quando o celular de Max começou a vibrar.

[Chloe]: Estou te esperando no seu quarto. Você ainda vai demorar?

[Max]: Tô conversando com a Kate. Você não quer vir se juntar a nós? ;.*

[Chloe]: Não. Prefiro esperar. 

Depois de ler a última mensagem, Max não conseguiu evitar a preocupação que veio com ela, nem a expressão em seu rosto, o que Kate logo percebeu.

- Aconteceu alguma coisa?

- Acho que sim. Ela não parece bem.

- Como você conseguiu inferir isso a partir de duas mensagens? - Kate questionou incrédula.

- É que normalmente ela me responderia com uma piada ou uma provocação. Além disso, ela nem se irritou com o emoji que mandei.

- Ahn?

- A Chloe odeia quando envio qualquer emoji e eu continuo enviando só pra irritá-la. É meio que uma coisa nossa.

- Ah! Entendi.

- Então, desculpa, mas preciso ir porque já tô preocupada.

- Não se sinta mal por mim. Eu tenho que encontrar a Victoria em 1 hora.

- O quê?! - Max perguntou cogitando que talvez seus poderes tivessem realmente causado uma fenda temporal irreparável no universo após ouvir aquilo.

- Ela me pediu ajuda pra ajustar o portfólio dela, você acredita?

- Não.

Kate riu antes de responder.

- Às vezes, nem eu. Parece que acordei num mundo completamente diferente esses dias.

Você não faz ideia, Kate. - Esse foi o último pensamento de Max antes de se despedir e ir embora.

__________________________

Quando entrou no quarto, Max encontrou Chloe deitada no chão, com as pernas cruzadas, brincando com seu urso de pelúcia caolho. A garota de cabelos azuis continuou com o olhar perdido, como se nem ao menos tivesse notado sua chegada. Então Max fechou a porta e continuou andando até se aproximar dela.

- Você sabe que não precisa me pedir permissão pra sentar no sofá ou na cama, né? Até porque você já invadiu o quarto mesmo. O resto está implícito.

Nenhuma resposta. Nenhum leve esboço de um sorriso. Chloe parecia em transe, perdida em seus próprios pensamentos.

- Ok. Então vamos nos deitar no chão hoje. - Max falou e, logo em seguida, deitou ao lado dela, esperando alguns minutos antes de voltar a falar. - Posso saber o que aconteceu?

- Por que você está comigo, Max? - ela finalmente externou o pensamento que martelou em sua cabeça o dia inteiro.

- Obviamente pelo seu dinheiro, já que quero te dar o golpe do baú. - Max brincou olhando de lado e tentando animar Chloe.

- Eu tô falando sério.

Nenhum sorriso, o mesmo olhar perdido e a expressão melancólica de antes. Max estava começando a ficar realmente preocupada. Até que um pensamento cruzou sua mente e ela não tardou a externá-lo.

- Meu deus, não me diga que você tá com ciúme da Kate...

Chloe finalmente moveu levemente seu olhar, agora fixo no objeto em suas mãos, mas ainda sem responder nada. Apenas depois de longos minutos, ela recobrou a voz.

- Não é bem isso, mas ela seria bem melhor pra você do que eu... e, por mais que eu odeie admitir, até aquele nerd seria melhor. - ela suspirou antes de continuar. - Você tem talento, um futuro brilhante. Não precisa de mim, que sou só um projeto de ser humano que deu errado, uma âncora pra te puxar pra baixo. Você merece muito mais.

- Eu odeio quando você fala sobre si mesma desse jeito, ainda mais quando nada disso é verdade.

Max falou num tom irritado, se colocando sentada de frente para Chloe, analisando cada traço de seu rosto, mas a garota mais velha não respondeu nada, nem para se defender. Em vez disso, continuou olhando para o lado contrário, evitando encarar sua namorada.

- Sabia que, enquanto eu estava lá com a Kate, falamos sobre você quase o tempo todo? - aquele comentário foi o suficiente para captar a atenção de Chloe, que finalmente olhou em sua direção, embora ainda sem falar nada. - primeiro eu contei sobre nós, como tudo aconteceu e depois falei sobre você especificamente, sobre como você é espontânea, divertida, mesmo que com um senso de humor pouco convencional, sobre como você é corajosa e está sempre tentando me proteger, como você é inteligente...

- Por favor, Max... - Chloe debochou, a interrompendo na metade da frase.

- É verdade, Chlo. É só ver tudo o que você descobriu ontem em apenas uma tarde. Além disso, você sempre foi a mais esperta de nós duas. Tenho certeza que, se você se dedicasse de verdade, conseguiria voltar pra escola, por exemplo. Inclusive entrar numa boa faculdade. Eu acredito muito em você e espero que você entenda isso algum dia.

Max finalmente notou a expressão de Chloe se tornando sutilmente mais leve, então a fotógrafa se aproximou mais, se voltando a se deitar ao lado dela e brincando com seus cabelos com uma das mãos enquanto sustentava a própria cabeça com a outra, apoiada no cotovelo.

- Então, ainda quer saber porque estou com você? - Chloe apenas balançou a cabeça afirmativamente e Max continuou. - a versão curta é "porque eu te amo", mas você não ficaria convencida só com isso, né?

- Você me conhece tão bem. - Chloe respondeu a encarando e esboçando um sorriso que ela logo correspondeu.

- A versão longa envolve o dia em que te salvei. - Chloe estava surpresa e ávida pelo complemento daquela história. - Eu não fiz aquilo apenas porque seria completamente injusto te deixar morrer naquele maldito banheiro sozinha, acreditando que ninguém sentiria sua falta ou que você não tinha valor, como o Nathan disse e como você está pensando agora. Até porque isso é uma mentira enorme. Eu fiz por mim também, já que, depois de apenas 5 dias ao seu lado, não conseguia mais imaginar minha vida sem você e não queria voltar pra como era antes, só que agora pior, já que significaria voltar pra um mundo em que você não existiria mais. A verdade é que preciso de você e sinto que, quando estou ao seu lado, sempre consigo alcançar a melhor versão de mim. Você faz eu me sentir especial.

Num misto se emoções, Chloe começou a sentir urgência de chorar, enquanto um sorriso enorme preenchia suas feições. Um sorriso que se tornou ainda maior quando a garota de sardas posicionou sobre ela, ficando com as pernas em volta de sua cintura e o próprio rosto a poucos centímetros do dela, seus olhos nunca quebrando o contato.

- Em resumo, você pode achar que sabe o que é melhor pra mim, mas, nesse caso, não sabe. Além disso, você não escolhe por mim. Essa decisão é minha e eu já te escolhi há muito tempo e não quero mais ninguém ao meu lado. - Max se aproximou mais ainda colando seus lábios no ouvido de Chloe antes de completar - Entendeu agora, Chloe Price? Eu quero você. Só você.

Tão logo terminou de falar, Max voltou a encarar Chloe que retribuía seu olhar com uma expressão que se aproximava à de devoção. 

Quando seus olhares se mantiveram fixos, analisando e absorvendo cada detalhe uma da outra, Chloe escolheu acreditar nas palavras de Max, não sentir pena de si mesma e decidir que realmente poderia ser tudo o que ela tinha dito. Foi assim que Chloe se permitiu se sentir amada e retribuir aquele sentimento.

Ela puxou Max pela cintura e a beijou intensamente, sentindo-a responder ao gesto com a mesma intensidade e suas mãos começarem a bagunçar seus cabelos. 

Chloe então a trouxe para mais perto com uma das mãos, enquanto usava a outra como suporte para se pôr sentada e, logo em seguida, em cima de Max no chão, invertendo suas posições.

Os beijos que começaram na boca, logo partiram para queixo, pescoço, orelha e, com o tempo, se transformaram em mordidas, mais firmes, claramente direcionadas para deixar marcas.

- Chlo... é agora que você vai confessar ser uma vampira? - Max perguntou mal conseguindo manter os olhos abertos ou sua sanidade mental intacta, enquanto suas mãos arranhavam as costas de Chloe, que apenas sorriu contra sua pele balançando a cabeça afirmativamente em resposta.

Não mais que alguns minutos depois, Max começou a tentar tirar a camisa de Chloe, que não tardou a notar suas intenções, ajudando-a na tarefa e partindo para fazer o mesmo em seguida.

Quando finalmente conseguiu seu intento, ela voltou suas atenções para a barriga de Max, beijando e lambendo todo o caminho até voltar para o seu pescoço, usando os pequenos gemidos que a garota de sardas deixava escapar para saber que estava indo pelo caminho certo.

Então ela segurou os dois pulsos de Max e os prendeu acima de sua cabeça, ainda beijando seu pescoço e foi nesse momento que Max começou tremer. 

De repente o prazer que ela sentia antes se transformou em pavor, as mãos de Chloe prendendo seus pulsos se transformaram na fita adesiva que amarrou seus braços no cativeiro, os beijos em seu pescoço na seringa que injetou droga em seu organismo e, naquele momento, Chloe era Mark Jefferson. 

- C-Chloe...

Ela chamou, mas não ouviu resposta. A garota de cabelos azuis estava muito concentrada no que fazia e não notou o tom de súplica no chamado de sua namorada. Já começando a se desesperar, Max voltou a falar com mais firmeza, a empurrando.

- Chloe...  Chloe, por favor, para!

Chloe parou imediatamente ao notar a mudança de comportamento e o tom assustado de Max, sentindo como se ela fosse um objeto frágil e a tivesse quebrado.

- O que houve? Eu te machuquei? 

- Não... eu... eu... - Max ainda tremia, se pondo sentada enquanto assistia Chloe fazer o mesmo.

- Você o que, Max? Por que você está tão apavorada? O que eu fiz de errado? Por favor, diga alguma coisa!

Max suspirou se encolhendo, abraçando os próprios joelhos e olhando para o chão antes de começar a falar.

- Por favor, não ache que eu não queria, porque eu queria muito, muito mesmo. - ela olhou para Chloe de relance, apenas para ver a reação dela, mas logo desviou o olhar antes de continuar - É que, quando você prendeu meus pulsos, algo disparou na minha mente e me fez lembrar de quando... quando o Mark Jefferson me sequestrou e prendeu meus braços e pernas com fita. Então todas as memórias do dia voltaram ao mesmo tempo até ficar insuportável... desculpa.

- Max, não ouse pedir desculpa por isso. Nunca. Não é sua culpa. - Chloe começou a falar com ódio preenchendo suas feições ao pensar no professor de fotografia - Eu só queria poder matar aquele desgraçado. Cadeia é pouco pro que ele merece de verdade.

Enquanto sentia o ódio tomar completamente o controle de seu corpo, Chloe notou Max ainda assustada e trêmula, então resolveu esquecer de sua sede de vingança, para abraçar e tentar consolá-la, sentindo-a relaxar em seus braços após algum tempo.

Depois de alguns minutos de silêncio, Chloe resolveu externar a pergunta que tinha surgido imediatamente em sua cabeça após a menção do nome de Mark Jefferson.

- Max...?

- Hum...

- Ele te... ele fez algo com você além do que está no diário?

- Acho que não... mas não sei. - Ela suspirou antes de prosseguir - Eu fiquei drogada a maior parte do tempo em que ele me sequestrou, inconsciente... só lembro dele tirando fotos e o resto que já te contei... francamente, é até melhor não lembrar.

Chloe apenas fechou os olhos, abraçando Max com ainda mais firmeza, tentando controlar sua raiva crescente ao imaginá-la sendo torturada por seu professor psicopata.

- Isso é uma droga. Estava tudo tão perfeito. - Max se lamentou trazendo Chloe de volta à realidade.

- Não tem problema, teremos inúmeros momentos perfeitos no que depender de mim. - ela disse beijando a cabeça de Max em seguida - E sem segurar seus pulsos com força da próxima vez.

- Não, Chloe. Eu não quero ter um manual de instruções pra você usar quando fizermos isso. Eu... eu quero poder fazer tudo o que sentir vontade sem estabelecer qualquer regra prévia.

- Não se preocupe, a gente vai dar um jeito. Eu prometo.


Notas Finais


Falem a verdade... vocês sabiam que ia dar merda, né?
Desculpa a nova desilusão, mas uma hora vai dar certo. Prometo! XD


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