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História Amor Além do Tempo - Hellaween


Escrita por: SamusAran

Notas do Autor


Tudo bem com vocês?

Hoje eu decidi postar mais cedo porque sou boazinha (mentira! É que não vou ter tempo de postar a noite). Espero que vocês gostem desse capítulo tanto quanto gostei de escrevê-lo ou pelo menos metade disso.

Não tenho muito o que falar, só boa leitura! :)

Capítulo 3 - Hellaween


Fanfic / Fanfiction Amor Além do Tempo - Hellaween

Uma Chloe de 13 anos não conseguia lembrar da última vez em que passou mais de três dias sem falar com Max. Para ser mais exata, ela não lembrava sequer da última vez em que passou mais de um dia sem falar com sua amiga. Três era provavelmente um recorde para as duas e aquilo estava começando a preocupá-la.

O maior motivo de sua preocupação era que aquela separação fora causada por ela mesma que, na última briga das duas, perdeu a cabeça e esbravejou além da conta, de tal forma, que nem sequer lembrava exatamente o que tinha dito. Embora lembrasse perfeitamente o motivo da briga, o que só tornava a situação pior e a deixava ainda mais envergonhada.

Max era quase sempre a que tomava a iniciativa da reaproximação quando estavam sem se falar, já que Chloe, na maioria das vezes, era sempre muito orgulhosa ou estava muito constrangida para fazer isso, inclusive quando era ela a causadora de tudo, exatamente como agora. E, a exemplo das outras vezes, Chloe esperou, esperou e esperou, mas dessa vez Max não veio.

E Chloe, que sempre foi a mais corajosa das duas, a maior, a que tomava a frente na hora das confusões e a que parecia não temer nada, começou a sentir muito medo. Medo de ter feito algo tão idiota que iria acabar a afastando definitivamente de sua melhor amiga.

Durante o tempo em que estavam brigadas, ela se acostumou a observar Max a distância, sempre com seus livros, escrevendo, às vezes olhando suas fotos como se as organizasse num álbum e em outras conversando com seus amigos hipsters idiotas. 

Ela sabia que Max a notava observando, até porque Chloe fazia questão de deixar bastante claro quando estava fazendo isso, mas a garota de sardas simplesmente a ignorava, não lhe dirigia a palavra, nem mesmo para reclamar ou brigar e nem sequer olhava em sua direção. Max tinha aquela irritante capacidade de se fechar em um casulo e ignorar tudo o que acontecia ao seu redor e seu silêncio, sua indiferença só deixavam Chloe ainda mais frustrada e assustada.

Max nunca voltou para a casa na árvore das duas também, mas suas coisas continuavam lá, o que dava a Chloe um certo alívio pois, de algum modo, aquilo significava que ela não tinha ido embora para sempre. Ou pelo menos era o que a garota mais velha imaginava.

No primeiro dia após a briga, Chloe passou na frente da casa de Max ao menos 4 vezes de bicicleta, mas nunca parou; no segundo, ficou um tempo observando a casa dela a duas de distância; no terceiro foi até a porta dos Caulfield, mas não teve coragem de tocar a campainha. Agora era o quarto dia e ela não podia mais se acovardar. Era Halloween, o feriado favorito das duas, mais até que o natal e, como em todo ano desde que se conheceram, elas haviam combinado de ir juntas pedir doces pela vizinhança antes da briga. Então era agora ou nunca. Ela precisava usar aquela oportunidade para chegar até Max.

Então Chloe pôs sua fantasia de pirata: chapéu de capitã, gancho na mão direita, casaco preto com detalhes vermelhos por cima de uma blusa branca, calças e botas pretas. Max deveria usar um tapa-olho, uma bandana vermelha na cabeça, uma camisa de listras horizontais vermelhas e brancas, além de calças e botas pretas, como fizeram nos anos anteriores.

Depois de arrumada, Chloe se despediu de seus pais e foi andando até a casa de sua amiga. Ao chegar, tocou a campainha e foi recebida com uma expressão de surpresa por Vanessa Caulfield, que indicou que sua filha estava no quarto e permitiu que Chloe subisse para encontrá-la. 

Chloe imaginou que ela não soubesse da briga das duas, mas com certeza desconfiava, já que sua presença quase diária na casa dos Caulfield não deixaria de acontecer de uma hora pra outra, sem um bom motivo.

Então a garota subiu as escadas determinada a seguir adiante com seu plano, sem esperar que Vanessa anunciasse para Max que ela estava ali, sem temer que sua presença não fosse bem recebida, nem qualquer reação negativa que a outra garota mais nova pudesse ter. Ela já tinha adiado demais aquele momento e estava pronta para tudo. Pensando assim, Chloe respirou fundo, bateu de leve na porta e entrou logo em seguida, fechando-a atrás de si. 

Max estava sentada em sua escrivaninha, de costas para a porta, de pijama, escrevendo algo em seu diário. Provavelmente dizendo o quanto me odiava agora e que foi um erro me ter como amiga nesses anos todos. Porque é isso que eu sou, uma amiga terrível.

- Mãe, eu não quero comer agora. Daqui a pouco eu desço.

- Sou eu, Max. - Chloe disse engolindo o nó que se instalou em sua garganta tão logo ouviu a voz da amiga.

- Ah... - foi o único som que Max emitiu, sem nem se importar em olhar para a garota loira, que permanecia de pé na entrada do quarto.

- É Halloween, eu pensei que...

- Eu sei que dia é hoje. - ela respondeu numa voz curta e seca, fazendo o estômago de Chloe dar três voltas em torno dele mesmo.

- Claro que sabe, é sua data favorita. Por que você não está fantasiada?

- Porque não estou no clima de sair pra pedir doces. - ela deu outra resposta no mesmo tom da anterior.

Chloe sentou na cama suspirando enquanto encarava o chão, se sentindo ainda pior por não ter tido coragem de aparecer ali antes e por nem sequer lembrar o que havia dito para magoar tanto sua melhor amiga.

- Max, desculpa. Eu... eu... o que quer que eu tenha dito de tão terrível, foi só eu falando coisas estúpidas sem pensar quando fico com raiva. Eu não quis te ofender. Nunca quis.

- Você realmente não lembra o que disse? - ela finalmente virou para encarar Chloe, surpresa por sua amnésia e obviamente decepcionada ao mesmo tempo. Chloe apenas balançou a cabeça em negativa, ainda encarando o chão envergonhada.

Max, por sua vez, levantou do lugar onde estava para sentar na cama, ainda mantendo uma pequena distância de Chloe, mas olhando em sua direção.

- Tudo bem, eu vou te lembrar. - ela começou a falar e respirou fundo antes de prosseguir - Você disse que eu sou uma nerd idiota, que só se importa com a sua câmera e suas fotos estúpidas e que, por isso, não tem amigos e vai ficar sozinha pra sempre. Tudo porque eu não pude vir na sua casa já que tinha que fazer um trabalho em grupo. - ela deu um tempo antes concluir, tentando controlar a própria voz - E isso machuca, Chloe. Machuca quando é dito por um desconhecido, mas machuca 100 vezes mais quando sai da boca da pessoa que se diz sua melhor amiga.

Se é que era possível, Chloe se sentiu ainda pior, ainda mais envergonhada, ao mesmo tempo em que um enorme sentimento de culpa a consumia por dentro. Ela finalmente levantou a cabeça para olhar pra Max e viu seus olhos vermelhos, inchados e agora também molhados porque ela tinha voltado a chorar. Então Chloe se sentiu a pior pessoa do mundo.

- Max, eu... eu não quis dizer isso... você sabe... quando fico com raiva, minha boca vira uma metralhadora de merda. É como se eu não tivesse controle.

- Isso não é desculpa para você ser má e me humilhar, Chloe.

- Eu sei... - Chloe falou num suspiro e pensou consigo mesma que precisava ser honesta - Max, eu acho suas fotos incríveis e sei que um dia você vai trabalhar com isso e ficar famosa porque você é a pessoa mais talentosa que eu conheço e, mesmo que tenha poucos amigos, você nunca vai estar sozinha porque você tem os melhores. Só não sei se posso me incluir nessa lista porque estou me sentindo a pior agora. E ainda tenho algo pra confessar.

- Pode falar. - ela indicou enquanto enxugava os olhos.

- Eu surtei com você e disse todas essas coisas horríveis porque eu estava com ciúmes.

- O quê?! Você com ciúme? De mim? - Max questionou incrédula.

- É... Você estava passando tanto tempo com seus amigos hipsters, que são tão parecidos com você e com os mesmos interesses, que eu fiquei com medo que você notasse que eles são muito mais legais que eu e me deixasse de lado para andar mais com eles. - Chloe concluiu olhando para os próprios pés, ainda sem conseguir encarar Max.

- Isso não faz o mínimo sentido, Che. - Max falou deixando escapar um sorriso e finalmente usando o apelido de Chloe e foi como se a garota loira tirasse uma bigorna daquelas de desenho animado de suas costas. - vamos recapitular, você acha que por estar fazendo um trabalho em grupo com meus outros amigos por 2 dias, eu vou notar magicamente que eles são super incríveis e sensacionais só por serem parecidos comigo e, por isso, vou passar a ignorar você, que é minha melhor amiga, só porque não gosto de matemática e você não sabe fotografar?

- Quem disse que eu não sei fotografar? É... talvez não tão bem quanto você, mas eu consigo sim.

- Você acabou de dizer que só meus outros amigos tem interesses em comum comigo, como se nós não passássemos a maior parte do tempo falando sobre nossos interesses em comum.

- Quando você põe dessa forma, eu me sinto ainda mais idiota.

- Eu ainda não terminei. - Max falou como se fosse uma pessoa diferente da que recebeu Chloe no quarto quando ela chegou, mais leve e sorridente - Bom, então se eu estou procurando um clone meu para te substituir, isso quer dizer que você está fazendo o mesmo?

-  Não. Eu provavelmente mataria meu clone, se ele existisse. Nós iríamos viver em guerra.

- Por outro lado, eu e meu clone nunca nos falaríamos, porque seríamos tímidas demais pra isso. Seria uma amizade a distância.

Elas começaram a rir sem parar enquanto imaginavam a situação e também porque sabiam que tudo tinha ficado bem. 

Quando finalmente pararam de rir, Chloe aproveitou o momento e o silêncio que se seguiu para se aproximar de Max e lhe dar um abraço, o mais apertado que tinha dado em anos, um abraço que era um agradecimento e ao mesmo tempo um pedido de desculpas silencioso. Max a abraçou de volta como se entendesse o que a amiga queria dizer mesmo sem usar palavras. E ela entendia. Entendia e respondia de volta com um sentimento de alívio.

- Então você levou exatos 4 dias rondando minha casa pra ter coragem de tocar a campainha? - Max perguntou depois que elas se separaram.

- Como diabos você sabe disso?

- Eu tenho olhos em todo lugar, Che.

- Pois eu só vejo dois. - Max riu.

- Minha janela dá pra rua da frente, se você ainda não notou. Eu vi todas as vezes que você passou e você não percebeu. Bem que eu te falei que você não era observadora.

- Por isso eu tenho você: pra ser meus olhos enquanto eu sou seus músculos.

- Certo, Hulk. Vamos montar uma central local dos vingadores.

- Nerd.

- Disse, a garota que me ensina matemática.

- Cala a boca. Eu ainda tô ofendida porque você disse que não gosta de matemática.

- Mas só quando não é você me ensinando.

Chloe ficou tão vermelha com aquele comentário inesperado, que nem ao menos conseguiu responder Max, apenas sorriu nervosamente e desviou o olhar. Então simplesmente se levantou da cama, caminhando na direção onde ficavam os DVDs e resolveu mudar de assunto.

- Se você não quiser mesmo sair, a gente pode ficar aqui assistindo alguns filmes ou qualquer coisa do tipo. O que acha?

- Do que você tá falando? Lógico que eu vou sair. Halloween é nossa data favorita do ano, esqueceu? - ela falou sorrindo, enquanto Chloe se sentia aliviada e feliz com a mudança completa no humor da amiga. - vou só colocar minha fantasia e a gente vai.

Chloe assentiu e se sentou enquanto esperava Max trocar de roupa. Depois de vestida, ela passou a se olhar no espelho parecendo incomodada com algo. Então Chloe resolveu se aproximar para entender o que era.

- Acho que vou precisar sair com 2 tapa-olhos - ela falou obviamente se referindo a seus olhos vermelhos.

- Não, Maxaroni. A gente pega as coisas da sua mãe emprestadas e eu faço uma maquiagem em você que vai fazer seu olho parecer parte da fantasia. - ela sorriu e saiu em seguida pra pegar a maquiagem de Vanessa.

Quando voltou com os itens, Chloe começou a fazer sua arte, mais lentamente do que o normal, já que os olhos de Max já estavam irritados e ela não queria piorar a situação. Chloe devia estar com uma expressão horrível porque Max logo falou, rompendo o silêncio.

- Qual o problema, Che? Tá muito ruim?

- Não é isso. É que... - Chloe suspirou demoradamente, parando o que estava fazendo, antes de responder - é que eu achei que finalmente tinha ferrado com tudo e você nunca mais iria falar comigo. Eu lembrei disso agora porque... bem... estou feliz que não aconteceu.

Max riu daquela confissão, o que deixou a garota loira completamente confusa.

- Você vive dizendo que temos uma conexão que nos unirá para a vida inteira e, ao mesmo tempo, acha que iríamos para de nos falar pra sempre depois da nossa primeira briga séria?

- Eu não disse que isso fazia sentido - Max riu novamente daquela frase - bem, apenas fiquei com medo, só isso.

- Che, nós vamos ser amigas pra sempre. Não há nada que possa mudar isso. Mesmo que passemos algum tempo brigadas ou que alguma catástrofe aconteça, nós sempre teremos uma à outra.

- Promete?

- Prometo.

Chloe pareceu satisfeita com o discurso da amiga, pois logo terminou o que estava fazendo e elas puderam sair pela rua para aproveitar a Halloween.


Notas Finais


A primeira briga, a gente nunca esquece.
Aproveitem a calmaria porque a tempestade tá chegando. XD

Beijos e até a próxima!


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