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História Amor Além do Tempo - Dia Ruim


Escrita por: SamusAran

Notas do Autor


Olá de novo!

Pelo título já dá pra saber que vou maltratar vocês de leve hoje, né?
Ainda bem que vocês assinam um termo antes de começar a ler essa fic se dispondo a sofrer e me livram de qualquer responsabilidade.
Hehehe!

Boa leitura! :)

Capítulo 39 - Dia Ruim


Fanfic / Fanfiction Amor Além do Tempo - Dia Ruim

No dia seguinte ao incidente com Victoria e Kate, Max não conseguiu encontrá-las nem antes, nem durante e nem depois da primeira aula que elas compartilhavam. Por isso, decidiu mandar uma mensagem para as duas esperando que pelo menos uma delas se dispusesse a explicar o motivo do sumiço.

Não recebendo resposta imediata nem de uma e nem de outra, ela tentou pensar positivo e imaginar que elas estavam apenas resolvendo a questão em comum que possuíam. Com isso em mente, Max decidiu ir ao encontro de Chloe que, segundo seus cálculos, também devia ter acabado de sair da aula.

Ela parou na porta da sala ao notar Chloe ainda sentada na cadeira mostrando algo num livro para uma garota sentada ao seu lado, mas que parecia muito mais interessada no rosto da punk que no conteúdo que lhe era mostrado. 

Se sentindo mais afetada do que gostaria pela cena diante de si, Max cogitou por um momento ir embora, voltar para os dormitórios e esperar Chloe por lá, mas em vez disso resolveu dar alguns passos adiante e tornar sua presença mais visível para ambas.

A fotógrafa não precisou falar nada, já que Chloe logo notou sua aproximação e, ignorando totalmente o que fazia antes, a recebeu com um sorriso aberto e não demorou a se levantar para ir abraçá-la.

- Qual é a da surpresa? Não aguentou de saudade? - A punk brincou durante o abraço, fazendo Max sorrir.

Entretanto seu sorriso só durou até enxergar de relance o olhar que a garota desconhecida agora direcionava a ela. Era como voltar anos no tempo, só que, diferente de antes, agora Max possuía uma segurança que nunca teve, nem anos, nem mesmo meses atrás. Agora ela tinha coragem o suficiente para puxar Chloe pela gola da camisa e beijá-la o mais passionalmente que era capaz naquele momento, apenas para ganhar aquela guerra silenciosa que sua namorada parecia ignorar. 

- Pensei que não devêssemos dar beijos assim em público... - Chloe comentou com um sorriso irônico.

- Não é 'em público'. É só uma pessoa. - A morena desconversou tentando disfarçar os resquícios do ciúme que ainda sentia. - Você vai demorar?

- Não. Eu tava só ajudando ela com uma dúvida da aula. Me dá 5 minutos. - A punk respondeu beijando Max rapidamente ao final.

- Tá. Vou esperar lá fora.

- Não, fica. Eu gosto de me exibir pra você.

Max assentiu, sorrindo timidamente e sentindo seu rosto esquentar, ficando impressionada como nem mesmo o seu ciúme sobressalente a deixava imune aos efeitos dos flertes de Chloe.

Ela não conseguia não ser afetada por cada um dos olhares que a garota de cabelos azuis trocava consigo de esguelha enquanto explicava algum tópico específico do livro que mantinha aberto ou pela expressão incomodada da garota ao lado dela que parecia cada vez mais ansiosa para que aquela lição acabasse, com um comportamento bem diferente do de antes de notar sua chegada.

Depois de Chloe finalmente terminar, as duas saíram em direção ao pátio principal de Blackwell, sentando frente à frente na sombra de uma das muitas árvores presentes no local para aproveitar o período livre.

- Agora você pode me explicar por que estava agindo tão estranhamente antes?

- Por que? O beijo não foi bom? - Max perguntou com um tom claro de sarcasmo em sua voz.

- Foi ótimo, mas muito curto pro meu gosto. - Chloe rebateu a fazendo rir. - Mas, sério, o que houve?

- Sua amiga estava flertando com você.

- O que? Não, Max. - Ela rebateu  surpresa com a afirmação - Ela só estava tirando uma dúvida. Você entendeu errado.

- Você estava tirando a dúvida. Ela estava te despindo com os olhos. 

- O que te fez pensar isso?

Max respirou fundo, deixando escapar um sorriso e um olhar incrédulo, mal acreditando em como Chloe conseguia ser tão aérea às vezes, mais até que ela própria.

- Parece que, por mais que os anos passem, você continua a mesma, Chlo. Eu ainda lembro de quando tivemos uma conversa bem semelhante a essa há praticamente 10 anos. - Max falou para uma Chloe confusa. - E fico surpresa com como você não consegue perceber algo tão óbvio.

- Não era óbvio pra mim. - Chloe se defendeu, tentando lembrar de algum sinal que justificasse a desconfiança de Max.

- Chlo, quantas vezes ela te pediu ajuda nos últimos dias? E por que pedir ajuda a alguém que voltou a estudar há menos de um mês em vez de a um veterano?

Chloe pensou por um tempo e depois arqueou as sobrancelhas finalmente sendo atingida pelo impacto da revelação, enquanto Max ria da reação silenciosa dela. Após o choque inicial, sua expressão logo se transformou de surpresa para sorridente.

- Então quer dizer que você estava com ciúmes?

Chloe perguntou sentando do lado de Max e a abraçando enquanto aguardava a resposta.

- Claro que estava. - Max disse olhando de lado em direção a ela. - Você não ficaria?

- Max, se eu tivesse notado algo parecido, eu faria a pessoa em questão engolir o livro inteiro, sem nem um copo d'água pra ajudar a descer.

Max riu, tentando imaginar a cena, mas balançando a cabeça negativamente e recebendo um beijo no rosto logo depois.

- Eu só estou feliz com sua reação de agora. Foi bem melhor que da outra vez. - Ela confessou beijando o pescoço de Max e a fazendo se arrepiar com o contato. - Pensar em você se impondo e brigando por mim é bem excitante.

- Eu só decidi entrar na sala justamente por ter lembrado do que você me disse no dia do cinema.

- Você deveria seguir meus conselhos com mais frequência. - Chloe voltou a falar. - Por exemplo, quando sugiro uma nova visita nossa à piscina de Blackwell durante a noite.

- Pára com essa fixação, Che. Não existe essa possibilidade.

Chloe tentou fazer uma expressão triste, mas não conseguiu sustentá-la por muito tempo quando Max passou a beijá-la.

- Eu tô brincando... bom... nem tanto, mas tenho outra coisa pra falar com você. - Ela esperou Max olhar em sua direção assentindo antes de prosseguir - Eu ainda não falei com a Joyce sobre ir passar a natal com você e seus pais em Seattle e estava pensando em fazer isso agora, já que tenho um período livre. Você quer vir comigo?

- Eu não posso. Tenho aula. - Max respondeu desapontada. - Mas, se você quiser esperar, podemos ir juntas no fim do dia.

- Sendo assim, não precisa. Eu vou agora, resolvo tudo e a gente se encontra depois da sua última aula.

Max concordou com um gesto de cabeça e se despediu a beijando rapidamente.

- O que? Só isso? Eu quero outro beijão como o que você me deu na sala.

Max sorriu e se levantou, dando as mãos a Chloe em seguida para ajudá-la a se levantar também.

- Daqueles só quando estivermos a sós ou para audiências específicas. - A fotógrafa completou a abraçando.

- Nós vamos discutir isso mais tarde. Eu quero rever esse contrato onde tem isso escrito e que não lembro de ter assinado.

Ela riu de novo e acompanhou Chloe até o estacionamento, assistindo-a se afastar em sua velha caminhonete e caminhando tranquilamente de volta ao prédio principal de Blackwell, parando uma vez ou outra no meio do caminho para tirar fotos, até ser distraída por um som baixo, vindo de perto de um arbusto.

Ela guardou a câmera na bolsa e, levada pela curiosidade, se dirigiu até o lugar de onde vinha o barulho para desvendar seu causador.

- Finalmente! Estava começando a achar que você era surda, além de cega, já que não respondeu nenhuma das mensagens que eu mandei.

Instintivamente, Max pegou o celular para olhar as notificações e finalmente ler as respostas à pergunta que tinha feito mais cedo. Enquanto Kate simplesmente escreveu "Conversando com a Tori. Conto como foi depois da aula", Victoria bombardeou seu celular com várias mensagens.

[Victoria]: A Kate me encurralou na saída dos dormitórios.

[Victoria]: ME AJUDA D:

[Victoria]: Por favor, aparece aqui antes que ela me dê um fora

[Victoria]: MAAAXXXXXX!!

[Victoria]: Responde logo, ela tá quase percebendo que tô digitando

[Victoria]: Não quero chorar na frente dela

[Victoria]: É OFICIAL: EU TE ODEIO

Max guardou o celular, se sentando ao lado de Victoria no muro baixo que separava o estacionamento do restante do terreno do colégio, finalmente notando a expressão abatida dela.

- Desculpa. Eu tive alguns contratempos também.

- É. Agora tanto faz. - Ela respondeu cruzando os braços e desviando o olhar em direção ao movimento da rua.

- Por que você está escondida? - Max perguntou ignorando a postura ofendida dela.

- Não é óbvio? - Ela disse no meio de um suspiro e Max apenas aguardou em silêncio o complemento. - Eu basicamente fui embora no meio da conversa porque estava a ponto de chorar na frente da Kate e vim pra cá dar um tempo porque não queria que ninguém me visse nesse estado.

- Então eu suponho que a conversa não foi muito bem...

- Nossa! Você é muito perspicaz mesmo. Parabéns!

Victoria bradou num tom cortante que Max relevou, dado o estado em que a loira se encontrava, esperando pacientemente que ela se acalmasse e contasse o que houve.

- Ela meio que disse basicamente a mesma coisa que falou pra você ontem no seu quarto.

- E o que você respondeu?

- Que eu gostava dela e que não tinha notado o quanto até umas semanas atrás, mas que era muito. E ela provavelmente deve ter ficado bem assustada com minha franqueza porque passou um bom tempo sem falar nada.

- Eu posso imaginar.

- Aí, depois que ela se recuperou, deu todas aquelas desculpas que você usa quando quer dar o fora educadamente em alguém: falou que tudo aquilo era novo pra ela, que não sabia direito o que pensar ou como se sentir, que precisava de tempo pra processar tudo, mas queria que eu continuasse sendo amiga dela. Não que eu já não esperasse por isso, mas vivenciar foi muito pior do que na minha imaginação.

- E você?

- Bom. Foi nessa parte que eu comecei lacrimejar, gaguejar e passar vergonha, tudo ao mesmo tempo. - Ela falou arrumando o cabelo com uma das mãos e fechando os olhos momentaneamente, como se tentasse controlar as próprias emoções. - Em resumo, eu disse que não era tão fácil, que não conseguiria fingir que nada aconteceu, apesar de também querer continuar amiga dela. Só que, no momento, isso não era possível porque eu também precisaria de um tempo afastada pra poder me acostumar com a ideia. Nessa hora, ela tentou rebater, mas eu não quis mais ouvir, dei as costas e saí porque já estava começando a chorar e não queria que ela, nem mais ninguém visse. Isso me deixou duplamente destruída.

Max ouviu atentamente o relato, esperando em silêncio até o fim para opinar e tentar confortar a loira.

- Olha, longe de mim querer te dar falsas esperanças, mas a Kate não te deu um fora. Ela só pediu um tempo pra pensar sobre o que aconteceu.

- Que significa basicamente a mesma coisa em qualquer dicionário que você pesquisar, Max.

- Pra qualquer outra pessoa talvez, mas não pra Kate. - Max começou a argumentar, notando a atenção total de Victoria ser direcionada para si - Você deveria parar e pensar por um momento que ela teve toda essa criação até a fase adulta que dizia uma coisa e agora ela está sendo confrontada com uma ideia totalmente diferente da que tinha antes e questionando tudo o que sempre foi verdade absoluta pra ela. Qual é, Victoria? Você conheceu a família da Kate. Você sabe que não é nada fácil estar na situação dela. 

Victoria ficou pensativa após se ver confrontada com uma perspectiva que não tinha cogitado antes. Ela balançou a cabeça concordando, mas não disse nada.

- Eu não sei se a Kate vai corresponder seus sentimentos algum dia, mas se ela disse que vai pensar, eu tenho certeza absoluta que é exatamente o que ela vai fazer.

- Pode ser, mas a situação continua sendo uma merda e eu preciso me distanciar, pelo menos por um tempo, e já me acostumar com a ideia do 'não'.

- Você não vai pra aula? Não teria como fugir dela lá.

- Hoje não tenho clima. Talvez amanhã. - Ela falou analisando o esmalte das unhas, tentando disfarçar sua expressão ainda cabisbaixa - Felizmente o recesso das festas de fim de ano tá perto e eu vou poder passar um bom tempo longe daqui, na casa dos meus pais em Seattle.

- E você não vai se despedir dela? 

Victoria bufou, revirando os olhos e, em seguida, encarando Max que a olhava de volta com um sorriso desafiador.

- Não pensei sobre isso ainda. - Ela respondeu, tentando não se mostrar abalada por aquela questão e escolhendo mudar de assunto. - À propósito, onde está a punk? Espero que o contratempo que você mencionou antes não tenha sido uma briga de vocês duas porque eu não estou em condição emocional de ser seu ombro amigo no momento, muito menos de te convencer a perdoar alguma burrada que ela provavelmente deve ter feito.

- Sua solidariedade é reconfortante, Victoria, mas nós estamos bem, obrigada. Ela só foi falar com a mãe porque, quase certamente, também passaremos o recesso em Seattle, na casa dos meus pais.

- Meu deus! Não tem jeito de eu me livrar de vocês mesmo, né? - Victoria se queixou cruzando os braços, embora sua expressão facial demonstrasse o contrário, o que Max não tardou a perceber.

- Um dia você vai confessar o quanto ama a gente, mas com certeza a Chloe vai ter que te embebedar primeiro. - Max respondeu, notando Victoria esboçar um sorriso, mas permanecer em silêncio. - Mas agora eu preciso ir pra aula porque já estou atrasada. A gente se vê depois.

Victoria acenou discretamente em resposta e depois Max se dirigiu a passos rápidos para sua sala, percebendo logo ao chegar que a aula já havia começado. 

Então ela tentou entrar o mais discretamente possível e, embora o professor tivesse notado sua chegada, continuou dando a aula normalmente, sem fazer alarde. Ela agradeceu aos céus internamente e se sentou no seu lugar habitual, na cadeira do lado esquerdo de Kate.

Em um primeiro momento, sua atenção se voltou para a loira que, de tempo em tempo, olhava tristemente em direção à cadeira ao seu lado, que usualmente era ocupada por Victoria, mas que agora estava vazia.

Max estava fazendo seu melhor para não ser intrometida e tentar iniciar uma conversa sobre o assunto e, ao mesmo tempo, atrapalhar uma aula na qual ela tinha acabado de entrar, mas, como se pudesse ler seus pensamentos, foi Kate a primeira a falar.

- Você conversou com ela? - Kate perguntou com um olhar apreensivo e Max não precisou que dissesse quem era a pessoa a quem se referia para saber.

- Ela tá bem, mas não vem pra aula hoje. - Max respondeu sem fazer rodeios. 

Kate assentiu e voltou a olhar para frente e, embora permanecesse com a mesma expressão de antes, não falou mais nenhuma palavra até o sinal tocar.

Entretanto, quando as duas saíram da sala, Kate começou a bombardeá-la com uma série perguntas e Max respondeu uma a uma sem entrar em detalhes, principalmente nas que envolviam Victoria escondida atrás de um arbusto perto do estacionamento.

Assim, ela teve acesso à versão de Kate da história, que não envolveu chorar escondida, mas sim procurar Victoria por todo o campus de Blackwell e ficar aflita ao não encontrá-la.

- Você acha que ela está com raiva de mim?

- Não. Ela só tá triste.

Kate balançou a cabeça, olhando a distância com um sorriso melancólico, passando vários minutos pensativa antes de falar.

- É tão surreal que, em menos de dois meses, ela tenha ido de me perseguir e hostilizar publicamente para estar romanticamente interessada em mim. - Max concordou também olhando a distância.

- E quanto à você?

Kate foi pega de surpresa pela pergunta, arqueando as sobrancelhas e encarando Max com um olhar incerto, abrindo e fechando a boca várias vezes antes de pronunciar um simples e gaguejado "eu não sei".

- Não sabe ou não quer admitir? - Max perguntou sorrindo levemente e recebendo apenas outro sorriso em resposta, já que Kate resolveu novamente se esquivar de seus questionamentos.

Elas passaram alguns minutos em silêncio, apenas assistindo o movimento dos alunos no jardins e ouvindo os sons ininteligíveis de suas conversas até o momento de contemplação ser interrompido pelo toque do celular de Max, indicando uma nova mensagem.

[Chloe]: Vem me encontrar no estacionamento.

Ela sorriu levemente antes de desbloquear o aparelho e começar a responder.

[Max]: Por que você não vem pra cá? Eu tô com a Kate no pátio principal :D

[Chloe]: Por favor, eu realmente preciso que você me encontre aqui. Só você.

[Max]: Tudo bem. Estou a caminho.

Max guardou o celular apreensiva e logo se despediu de Kate, indo o mais rapidamente que pôde rumo ao estacionamento para entrar no carro onde Chloe permanecia, com os olhos vermelhos e uma expressão abalada que deixava claro que ela tinha chorado.

- O que aconteceu?

- Eu não vou. - Ela respondeu de imediato, encarando as próprias mãos no volante.

- O que? - Max perguntou confusa.

- Eu não vou pra Seattle. A Joyce não deixou.

- Mas por que?

Chloe suspirou, esfregando o rosto insistentemente com as duas mãos e penteando os cabelos pra trás com os dedos.

- Ela disse que natal é uma data pra se passar com a família e todas essas baboseiras que você já deve imaginar sem eu precisar repetir.

Max confirmou, segurando uma das mãos dela entre as suas, ouvindo o desabafo em silêncio.

- Eu fiz tudo certo, até voltei pra essa droga de escola e mesmo assim ela não me deixou ir. - Chloe voltou a falar, com os olhos voltando a ficar marejados e a deixando a ponto de voltar a chorar. - Isso é tão injusto.

- Eu posso tentar convencê-la. 

- Não vai funcionar. 

- Por que não?

- Talvez tivesse funcionado antes de eu perder a cabeça e dizer que nossa família tinha acabado quando o papai morreu, fora as várias outras besteiras que eu falo sempre que explodo. - Chloe confessou enxugando os olhos - Agora ela fez disso algo pessoal.

Max suspirou, sem coragem de repreendê-la por agir daquele jeito de novo, tendo a certeza de que ela já estava arrependida o suficiente por ter feito o que fez. Em vez disso, escolheu abraçá-la e deixar qualquer crítica para depois.

E elas passaram vários minutos assim, apenas segurando uma à outra em silêncio, com um milhão de pensamentos flutuando por suas cabeças, os quais nenhuma das duas ousava externar.

- Vão ser só duas semanas.

- Você fala como se duas semanas fossem dois dias.

- Desculpa. Só estou tentando ver um lado positivo nessa situação.

- Pois pare porque não tem nenhum.

- Eu vou te ligar e mandar mensagens todo dia. A gente pode até fazer vídeoconferência.

- Como você fez da última vez?

Chloe se arrependeu do que disse assim que as palavras saíram de sua boca, sabendo exatamente o efeito que teriam. Logo ela sentiu Max afrouxar o abraço em torno de si, suspirando e provavelmente se controlando para engolir a própria mágoa e não iniciar uma discussão naquele momento. Por isso, resolveu responder ao afastamento da fotógrafa, apertando-a ainda mais forte contra si e a impedindo de se desvencilhar.

- Desculpa. Eu não quis dizer isso. 

- Tudo bem. - Ela respondeu em meio a um novo suspiro, relaxando novamente no abraço. - Eu só gostaria que você não usasse isso contra mim toda vez que fica triste, principalmente quando não sou a culpada pela sua tristeza.

- Eu sei. Vou tentar me manter de boca fechada quando estiver com o meu modo imbecil completamente ativo.

Max respirou aliviada, confirmando que havia compreendido com um beijo no rosto dela, mas, ao mesmo tempo, se sentindo inquieta quando uma dúvida começou a pairar por sua cabeça potencializada pelo comportamento explosivo de sua namorada.

- Você sabe que eu vou voltar, né? - A garota de cabelos azuis se manteve em silêncio, daqueles que pareciam que iriam engoli-la a qualquer momento à medida em que os segundos passavam. - Chloe...?

A insistência de Max fez a punk balançar a cabeça de leve em resposta, esperando que a fotógrafa entendesse o gesto só pelo movimento contra seu rosto, já que elas permaneciam abraçadas. 

Chloe sabia, mas, numa parte dentro dela, o medo do que poderia vir após aquilo ainda persistia e, para essa parte, era difícil acreditar na volta, por mais que fosse verdade, por mais que ela confiasse e acreditasse em Max e por mais que o contrário fosse racionalmente absurdo. 

Mesmo depois de tudo o que havia acontecido, uma parte de Chloe ainda achava muito difícil acreditar em finais felizes.


Notas Finais


Foi uma sofrimentozinho de leve, nem se compara a alguns que já aconteceram. Podem falar.
Além do mais, vocês já estão calejados. Vão contornar esse de letra. XD

Enquanto eu não volto, bom fim de semana pra vocês! Bjos!


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