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História Amor Além do Tempo - Revendo Amigos


Escrita por: SamusAran

Notas do Autor


Vorteeeeeiii!

Gente, hoje é o último capítulo antes do período em que ficarei reclusa num retiro espiritual, sem qualquer comunicação externa, rezando pela alma de vocês até a quarta feira de cinzas XD

Se tudo der certo, o capítulo que tradicionalmente sai terça, vai sair quarta e o de sexta no sábado.

Boa leitura! :)

P.S. Queria desejar parabéns antecipado pra Hunterainbow, leitora fiel da fic, sempre presente nos comentários. O niver dela é na terça e, como não estarei pelo Spirit no dia, decidi desejar antecipado. Feliz aniversário! 🎈🎂 🎉

Capítulo 47 - Revendo Amigos


Fanfic / Fanfiction Amor Além do Tempo - Revendo Amigos

O barulho da notebook ligado no quarto contrastava com o ambiente completamente silencioso do resto da casa dos Caulfield. Max assistia os últimos momentos de um filme recostada sobre o ombro de sua namorada, enquanto esta dormia desde os primeiros minutos da projeção, claramente esgotada pela sucessão eventos do dia anterior.

Por isso mesmo, Max a deixou dormindo inclusive depois que o créditos do filme começaram a ser exibidos, usando o pé para tentar parar o vídeo e fechar o computador para, em seguida, se aconchegar mais confortavelmente em Chloe e tentar cochilar também. Mas o leve movimento foi o suficiente para acordar a garota mais velha, que voltou a se mexer na cama, fechando um abraço em torno de Max.

- Esse filme foi curtinho demais, hippie. - A punk brincou com a voz ainda embargada pelo sono recente.

- Principalmente pra você que dormiu quase do começo ao fim. - Max respondeu no mesmo tom, abrindo apenas um dos olhos para encarar Chloe.

A garota mais velha fingiu uma expressão exageradamente ofendida, encarando a fotógrafa de volta, sem ousar falar nada, apenas a fixando com um olhar de indignação e esperando que ela entendesse o recado, mas tudo o que conseguiu foi fazê-la rir.

- O que aconteceu com a senhorita "eu sou incansável", hein?

- Como você tem tanta certeza que eu dormi? - Chloe rebateu desconfiada, escolhendo ignorar a acusação.

- Não é muito difícil de notar. - A fotógrafa começou sua explicação. - Geralmente acontece quando você fica muito quieta e passa mais que cinco minutos sem fazer qualquer comentário ou com suas mãos paradas por mais que três.

- Pode até ser, mas você não pode provar.

Chloe respondeu com desdém à dedução de Max que, sem dizer nenhuma palavra, girou até o outro lado da cama de modo a alcançar a mesinha de cabeceira para recuperar uma foto que estava sobre o móvel e depois voltar para a mesma posição de antes, entregando-a nas mãos da punk, que arqueou as sobrancelhas assim que viu a imagem de si mesma de olhos fechados e boca entreaberta, deitada na mesma posição em que ainda permanecia.

- Isso não prova nada. Eu podia estar piscando na hora da foto.

- Você é muito cara de pau. - Max respondeu incrédula - Da próxima vez, gravo um vídeo pra saber qual desculpa você vai inventar.

Chloe fez pouco caso da ameaça de Max e, em vez de rebater suas palavras, escolheu içá-la do lado da cama, a colocando completamente em cima de si, a beijando ao final e lhe arrancando um sorriso em contrapartida.

- Você tá se sentindo melhor? 

Max fechou os olhos e suspirou demoradamente antes de balançar a cabeça num sinal positivo, claramente incomodada pelas lembranças de sua internação no hospital, tanto no presente, como em seus sonhos sobre o futuro.

- Só não sei se isso tem alguma relevância, já que eu também estava me sentindo bem antes de desmaiar ontem. - Ela não conseguiu evitar o tom preocupado em suas palavras.

- Vai ficar tudo bem. - Chloe tentou confortá-la enquanto afagava seus cabelos. - Tente não pensar tanto nisso.

- Eu tô tentando, mas não é fácil. Toda vez que eu paro um pouquinho, o pensamento volta. - Ela confessou escondendo o rosto no pescoço da punk - Eu preciso de algo pra me distrair.

- Pensei que eu fosse distração suficiente.

Max riu notando o tom ofendido no comentário de sua namorada e levantando a cabeça para observar a expressão emburrada que o acompanhava.

- Claro que é. Por isso, falei "algo" e não "alguém". - Max corrigiu o mal entendido mordendo o rosto da punk e assistindo a expressão dela se transformar quase instantaneamente - É só que, ficar aqui agora, só me faz lembrar de tudo o tempo todo. Além disso, nós deveríamos sair pra apagar o péssimo início da viagem e também porque merecemos uma folga.

- Max...

- Eu já disse que tô bem e o médico não me proibiu de sair de casa. - A fotógrafa interrompeu a garota mais velha, já pressupondo sua negativa.

Chloe a observou por alguns instantes, considerando suas palavras e, em seguida, deixando escapar um sorriso enquanto balançava a cabeça.

- Eu nem acredito que você está tentando me convencer a sair de casa e eu tô tentando te convencer do contrário.

- E quem está ganhando? - Max perguntou se divertindo com a situação, enquanto se punha sentada sobre a punk e a assistia se sentar também, se escorando na cabeceira da cama, mantendo os braços ao redor de sua cintura.

- Na verdade, a disputa tá bem parelha. Ainda é impossível precisar quem vai ganhar.

Max sorriu, se aproximando de Chloe e passando a beijar o pescoço dela lentamente, mordendo em variados lugares enquanto evoluía na sua exploração.

- Por favor... - Ela pontuou com uma voz baixa, quase chorosa, tentando apelar para o emocional de sua namorada.

- Pare de tentar me seduzir, sua súcubos.

Max riu da acusação, mas sua réplica foi atrapalhada pelo barulho do seu celular, indicando que ela havia recebido uma nova notificação. Ela então se esticou para alcançar o aparelho na beirada da cama e visualizar a nova mensagem.

[Victoria]: Max, eu tô extremamente entediada agora e queria saber se você quer sair e fazer qualquer coisa agora à noite.

Assim que terminou de ler a curta frase de Victoria, ela entregou o telefone nas mãos de Chloe para que esta também pudesse ficar ciente do conteúdo.

- Tá vendo? Só pode ser um sinal. - A fotógrafa comentou enquanto a punk ainda olhava para a tela do celular.

Então ela considerou a hipótese por mais alguns minutos, olhando para a expressão ansiosa no rosto de Max e finalmente decidindo dar o braço a torcer.

- Tá bom, tá bom. A gente sai. - Aquela resposta conquistou um abraço imediato por parte da garota mais nova, nitidamente empolgada com a concordância de Chloe. - Mas, se acontecer qualquer mínimo sinal de que você não está se sentindo bem, a gente volta pra casa na mesma hora. Entendido?

- Sim, senhora! - Max respondeu fazendo um sinal de sentido e descendo de cima de Chloe para se posicionar agora ao lado dela e responder a mensagem de Victoria.

[Max]: Quero sim! Eu posso levar alguém comigo? (^_^)

[Victoria]: Alguém...? A punk, por acaso, sabe disso...? Não acho que ela vá gostar da ideia.

[Max]: Nao se preocupe, ela sabe sim, inclusive...

Max decidiu que uma imagem falaria muito mais naquele momento, por isso tirou uma foto dela e de Chloe juntas, a enviando no mesmo instante para a loira.

[Victoria]: Eu não acredito! Ela está aí!? Isso é muito injusto...

[Max]: Não me inveje, Vic, se inspire em mim e, quem sabe um dia, você chegue aos meus pés.

[Max]: Sinto muito pela sua falta de sorte. Mentira, não sinto. (Ass: Chloe)

[Victoria]: Eu ainda te odeio, sua idiota!

[Max]: Desculpa, mas como você deve ter percebido, meu celular escapou do meu domínio por alguns segundos.

[Max]: Eu mando uma mensagem confirmando tudo mais tarde. XOXO

Max concluiu colocando o telefone de lado, ainda sorridente, enquanto Chloe a observava atentamente em silêncio.

- Eu não ficaria tão empolgada antes de falarmos com seus pais. Eles ficaram tão assustados quanto eu ontem e nem chegaram a te ver sangrando como se tivesse uma torneira no seu nariz.

- Isso é até uma vantagem. Acho que, se eles tivessem visto isso acontecendo, nós provavelmente passaríamos o resto dessa viagem restritas a esse quarto.

- Esse cenário não me parece tão ruim, eu admito. - Chloe brincou, abraçando Max de lado e a assistindo revirar os olhos em resposta. - Mas, sério, seu pai nem tanto, mas sua mãe soltou os cachorros em mim quando contei o que havia acontecido. Ela estava acreditando piamente que eu tinha sido a responsável pelo seu estado.

- O que ela disse?

- Ah, ela ficou perguntando, aos gritos, o que eu tinha feito com você, que sabia que algo assim ia acabar acontecendo, enquanto eu tentava me defender dizendo que eu não tinha feito nada e que estávamos indo dormir quando você passou mal de repente.

- "Estávamos indo dormir". - Max repetiu num tom sarcástico.

- Tá bom, se eu soubesse que você preferia, eu teria dito que eu estava a ponto de tirar sua roupa.

- Não é pra tanto, eu só achei engraçado. Mas é uma droga que você tenha passado por isso por minha causa.

- Amor, isso não está nem perto do mínimo que eu passaria por sua causa. - Chloe contemporizou o sentimento de culpa que ameaçava se instalar em Max. - Além disso, ela se acalmou depois que conversamos com o médico e até me pediu desculpas antes de você acordar.

- Ainda é injusto, mas ela ter pedido desculpas é um alento. 

- Sua mãe me tratar civilizadamente já é um alento. Ela me pedir desculpas é um puta avanço.

- Tem razão. - Max falou já se levantando da cama e indo em direção à porta. - Mas chega de conversar sobre isso. Vou lá embaixo tentar convencê-los a nos alforriar. Já volto.

Chloe tinha razão quando disse que os pais de Max iriam dificultar sua saída ao máximo. Foi necessária praticamente uma hora de conversa, repleta de argumentos, chantagens emocionais, apelos e condições para que ela finalmente conseguisse seu intento e, em seguida, voltasse para o quarto para contar sobre seu êxito para Chloe e adverti-la a se preparar para a saída das duas.

Depois de prontas, elas saíram na velha caminhonete de Chloe rumo às áreas mais afastadas do centro da cidade para chegar ao casarão dos Chase, onde Victoria estava temporariamente hospedada.

Depois de algumas buzinadas insistentes da punk, enquanto se mantinha estacionada ao lado da construção imponente, a loira apareceu na porta com a mesma expressão esnobe de sempre, mas sem conseguir disfarçar totalmente o sorriso que deixou escapar ao se mover em direção ao carro.

- Pelo visto, a buzina dessa sua lata velha tá funcionando bem, Price. Mas eu gostaria que você soubesse que não sou surda e que ela não me faz me mover mais rápido.

- É ótimo rever você também, Vic. Mas entra logo no carro porque prometemos voltar cedo pros pais dela.

- E pra onde estamos indo? Posso saber? - Victoria perguntou logo que deu a volta e entrou no carro.

- Pra um barzinho aqui perto, onde rola música ao vivo e tudo mais. - Victoria arregalou os olhos de imediato com a menção do cenário. - Não olhe assim pra mim. Eu nem conheço a cidade pra sugerir qualquer coisa. A ideia foi da hippie aí do seu lado. Aparentemente ela quer viver um dia de badgirl hoje. Eu só sou a adulta responsável que está aqui pra ficar de olho em vocês.

Ela comentou num tom sério, fazendo Max rir e Victoria se recostar ainda admirada no banco do carro.

- Tudo bem. Vai ser bom fazer uso de alguma bebida pra esquecer que vou ficar de vela a noite inteira. 

- Talvez nós devêssemos ter trazido a Kate na bagagem, né, Maxaroni? - Chloe comentou batendo o cotovelo de leve no ombro da fotógrafa e a notando rir da reação de Victoria. - Aposto que você ia adorar, Vic.

- Vai se foder! - Victoria rebateu irritada, para o deleite da punk.

- Assim, na sua frente? Eu não sei, Vic. A Max é meio tímida e tamb...

- Uhrrrrrr! Apenas dirija essa droga de carro antes que eu me arrependa de ter saído.

- Às suas ordens, madame. - Chloe atendeu prontamente, dando partida na caminhonete ainda com um sorriso debochado no rosto.

Logo que chegaram ao pequeno bar, as três garotas se depararam com um ambiente mais underground, ao estilo pub, relativamente lotado, com música alta e público bastante alternativo. Enquanto Victoria entortava o nariz para cada detalhe, Chloe parecia extremamente empolgada e surpresa com a escolha do local.

- Cara, você me trouxe num bar com música punk? Você acaba de se firmar ainda mais no seu posto de melhor namorada do mundo. - Chloe falou a abraçando por trás, praticamente a erguendo do chão, com o olhar ainda admirado escaneando do ambiente.

- Eu soube de cara que você ia gostar. - Max respondeu, feliz com a reação de Chloe - Eu nunca tinha vindo, obviamente, mas sempre ouvi falar desse lugar quando morava aqui.

- Eu acho que vou precisar de uma bebida bem forte pra aguentar essa música ruim. - Victoria comentou, sentando em uma das poucas mesas que encontrou vaga.

Chloe revirou os olhos, mas resolveu ignorar a reação emburrada que parecia onipresente nas feições de Victoria.

- Eu vou buscar algo pra mim e trago pra vocês também. O que você vai querer, Vic?

- Vodka. 

- Ótimo, então serão duas. Uma pra mim e outra pra vossa realeza. - Chloe brincou, se virando para Max. - E quanto à você, MadMax? Coca, soda, um suco?

- Não. Eu quero o mesmo que vocês. 

- O que...? - Chloe perguntou, achando que pudesse ter entendido errado o pedido devido ao barulho da música alta. 

- Exatamente o que você ouviu. - Max confirmou, se divertindo com a reação de confusão de sua namorada.

- Max, isso é só por eu ter falado aquilo sobre você mal beber refrigerante, porque se for...

- Não. Eu só quero experimentar. Qual o problema? - Max a interrompeu, finalmente se mostrando incomodada com a situação e assistindo a punk, embora relutante, dar de ombros.

- Sua mãe vai querer me matar, mas tudo bem. - Chloe deu o braço a torcer. - Só não tente forçar nada, se não gostar. Senão vai acabar igual o Waldo no dia da praia.

- Sim, senhora, pela segunda vez no dia!

- Não saiam daí. Volto já!

Chloe sumiu de vista no meio da multidão logo que se despediu, deixando Max sozinha com uma Victoria que ainda estava longe de se acostumar com um ambiente tão diferente de seus habituais.

- E, então, no que vocês andaram metidas nesses dias? Há quanto tempo ela tá aqui?

- Na verdade, eu voltei de surpresa pra Arcadia Bay no Natal e, no dia seguinte, voltamos pra cá.

- Você passou o natal lá? - Victoria levantou o tom indignada com aquela informação. - Por que você não me disse? Eu... eu...

- Você o quê? Queria ter ido também? Queria rever uma certa pessoa, nossa amiga em comum? - Max brincou, assistindo a expressão indignada de Victoria se transformar numa de frustração.

- Sei lá, Max. Eu estou com saudades obviamente, mas nem sei se seria bom aparecer lá. Ela poderia se assustar com meu reaparecimento repentino. Ugh! Isso é uma droga! - Ela desabafou escondendo a cabeça entre os braços cruzados na mesa.

- O que é uma droga? - Chloe perguntou, voltando a tempo de entreouvir o fim da conversa, enquanto depositava as bebidas sobre a mesa.

- Ela com saudades da Kate e louca pra revê-la, mas ao mesmo tempo, com medo da reação dela. Mas por que você me trouxe uma bebida diferente da de vocês?

Max mudou de assunto no meio da frase, indignada ao visualizar o líquido cor de rosa em um copo enfeitado com uma cereja colocado a sua frente.

- Não é diferente, Maximus.

- Como não é diferente?! Olha isso! - Ela falou botando as três bebidas lado a lado.

- Cara, o seu também é de vodka, só que é um drink, já que achei que o gosto seria melhor por você não ser acostumada. - A punk explicou pacientemente. - Mas se você quiser, pode provar do meu também. Eu até te compro outro, se você achar melhor. Tá bom?

Max sorriu satisfeita com a explicação e logo voltou sua atenção para o copo a sua frente, o analisando atentamente antes de arriscar dar o primeiro gole, enquanto era observada com igual atenção por Chloe e Victoria que já haviam começado a tomar suas próprias bebidas.

Então Max cheirou o líquido, aproximou o copo de seus lábios e finalmente deu um pequeno gole, apenas arqueando levemente as sobrancelhas em reação ao sabor. Depois fez um pedido silencioso pelo copo de Chloe, que atendeu prontamente, aproximando-o da garota de sardas, que, assim como da primeira vez, repetiu o processo de análise antes de beber o líquido do recipiente.

Sua reação, entretanto, foi bastante diferente, a levando a fazer uma careta logo que a bebida desceu por sua garganta e soltar uma interjeição de nojo, afastando rapidamente o copo de perto de si. 

- Você tinha razão. Esse outro é bem melhor.

- E você fica tão fofa quando reage desse jeito, que fica bastante difícil para mim resistir a te agarrar toda hora em público. - Chloe comentou sorrindo, a abraçando de lado e a beijando no rosto, enquanto dava outro gole no seu próprio copo.

- Se controle, Price. Salve pra quando vocês estiverem a sós. - Victoria comentou num tom de desgosto, enquanto dava um gole maior em seu copo.

- Desculpa, Vic. Farei o meu melhor. - Chloe falou olhando em direção ao palco e se mexendo instintivamente no ritmo da música. - Mas você deveria convidar a Kate pra, sei lá, passar o réveillon aqui. Aposto que ela ia adorar.

- Você tá louca?

- Não, você que é muito covarde. - Chloe rebateu sem tirar os olhos do palco - O mais difícil você já fez, que foi se declarar. O que vier, a partir de agora, é lucro.

Victoria passou um tempo refletindo sobre as palavras de Chloe, mas antes que pudesse fazer algum comentário a respeito, foi impedida pela voz da punk.

- Ei, você quer ir comigo até perto do palco? - A garota de cabelos azuis perguntou para uma Max que parecia incerta, se seria uma boa ideia deixar Victoria sozinha naquele momento, passando vários minutos, protelando para dar uma resposta.

- Pode ir, Max. Eu vou ficar bem. O máximo que pode acontecer é eu morrer de tédio, mas isso também pode acontecer enquanto vocês estiverem aqui.

Claro que Victoria não poderia ser altruísta e simpática numa mesma frase, então Max se deu por satisfeita com a permissão concedida por ela, escolhendo ignorar a parte ofensiva do comentário. 

No momento seguinte, ela estava sendo arrastada por uma Chloe empolgada para o meio da multidão e pulando, abraçada a ela em todas as músicas agitadas que se sucediam no repertório da banda da vez até ficar quase completamente esgotada, terminando mais dois drinks, antes de decidir voltar para a mesa onde estava Victoria e deixando uma Chloe ainda empolgada mais algum tempo na frente do palco.

Quando ela se reaproximou da mesa, logo notou um homem desconhecido falando com Victoria, que exibia uma expressão contrariada no rosto. Por isso mesmo, ela decidiu intervir.

- Ei, Victoria, quem é seu amigo?

- Ah, então esse é seu nome? - Ele falou satisfeito com a descoberta. - Viu? Nem foi tão difícil. Posso te pagar uma bebida agora?

- Eu não sei se você notou, mas eu já tenho uma. - Ela respondeu, sem a mínima intenção de parecer educada, mostrando o copo que segurava na mão, sem encarar o desconhecido a sua frente.

- Nossa! Não precisa ser grossa. Eu só estava tentando ser um cavalheiro. - Ele se defendeu, levantando os braços em rendição.

- Mas você está fracassando totalmente nessa meta. Só dê o fora. - Victoria respondeu novamente, sem dar a mínima atenção para a reação do homem.

- Já entendi que você não está interessada, mas quem sabe sua amiga aqui esteja.

- Eu não estou. E é melhor você procurar alguém que não esteja acompanhada.

o homem arqueou as sobrancelhas, olhando de um lado para o outro antes de rebater Max.

- Estranho... porque não estou vendo ninguém acompanhando vocês agora.

- Talvez você não tenha olhado direito, amigo. - Chloe falou, se aproximando da mesa e ficando entre Max e Victoria e de frente para o estranho.

- Bom, se você está acompanhando uma, isso quer dizer que a outra está livre.

- Na verdade eu estou acompanhando as duas - Chloe respondeu com um sorriso desafiador, enquanto botava um braço sobre Victoria e outro sobre Max, assistindo a expressão do homem se transformar aos poucos e, ao mesmo tempo, evitando olhar para Victoria ou para Max para que sua história não fosse por água abaixo - e você está sobrando aqui, se ainda não percebeu.

- Bom, nada contra, inclusive, se precisarem de mais um integrante, mesmo temporário, nesse relacionamento de vocês, eu posso dar uma ajuda. - Ele respondeu com um sorriso repulsivo, depois de recuperado de seu choque pela frase de Chloe.

- Não vai acontecer, campeão. Se precisarmos de um dildo, compramos um.

O sorriso do homem desconhecido se desmanchou na hora e ele se afastou da mesa sem pensar duas vezes, levando Chloe a gargalhar assim que o clima tenso passou, enquanto Max e Victoria a observavam pasmadas pelo que haviam acabado de presenciar.

- Eu não acredito que você fez isso.

- Não precisa agradecer, Vic. Eu sei o quanto você adorou ser minha namorada fake por alguns minutos.

- Idiota!

- Pelo menos, você resolveu pacificamente dessa vez. - Max comentou sorrindo e notando Chloe fazer o mesmo.

- Mas e aí, como isso aconteceu?

- Eu estava mexendo no celular, quando ele apareceu do nada e começou a dar em cima de mim insistentemente e não teve nada que eu dissesse pra conseguir fazê-lo ir embora.

- Mais uma vez, não precisa agradecer, mas o que você estava fazendo de tão interessante no celular?

A loira apenas entregou o aparelho nas mãos da punk, ao mesmo tempo em que Max se aproximou, e as duas puderam ver a conversa recente que Victoria vinha trocando com Kate nos últimos minutos, que culminava numa pergunta sobre onde ela estava e que não tinha sido respondida pela rainha de Blackwell.

Chloe aproveitou estar em posse do aparelho e a distração aparente de Victoria, que tinha voltado a deitar a cabeça sobre os braços cruzados na mesa, para ela mesma dar prosseguimento à conversa.

[Victoria]: Estou com a Max e a Price. Nós estávamos falando sobre o fim do ano e eu pensei que seria legal, se você estivesse aqui pra assistirmos a queima de fogos todas juntas.

Foram alguns minutos de Kate digitando e apagando, até finalmente mandar um simples "seria" na mensagem seguinte, o que não impediu Chloe de insistir mais diretamente em sua sugestão.

[Victoria]: Se eu falasse com seus pais e eles aceitassem, você iria querer vir?

Mais alguns minutos de Kate escrevendo, reescrevendo e não dizendo nada.

[Victoria]: Eu não estou querendo te pressionar a nada. Seria só como amigas mesmo. Pode relaxar quanto a isso.

A resposta de Kate veio rápida dessa vez.

[Kate]: Claro que sim, Tori. Só acho difícil eles concordarem. Eu provavelmente vou passar o réveillon em casa vendo TV.

[Victoria]: Não se preocupa e deixa essa parte do convencimento comigo. Falo com você de novo quando chegar em casa. Beijo!

[Kate]: Beijo? 

[Victoria]: Sim. Qual o problema?

[Kate]: Nenhum. É só que você nunca me manda beijo.

Merda!

[Victoria]: Mas eu tô mandando agora (como amiga). Boa noite!

[Kate]: Ok. Beijo pra você também. Até mais! :)

Depois de encerrada a conversa, Chloe entregou o celular a Victoria que arregalou os olhos assim que viu o desenrolar de sua troca de mensagens com Kate.

- Que porra você fez?

- Te ajudei pela segunda vez na noite! Agora você me paga uma bebida em agradecimento. - Chloe respondeu com um sorriso debochado para uma Victoria atônita.

- O que diabos eu vou dizer pros pais dela?

- Você tem que focar no fato de que ela aceitou vir pra cá e não na última barreira que separa vocês. - Chloe disse despreocupadamente, encarando seu copo vazio. - Eu até faria a ligação por você, mas eles já conhecem sua voz.

- Eu tô fodida!

- Calma, Vic! Eles nem sequer sabem que você está apaixonada pela filha deles. Você só precisa começar a se preocupar de verdade quando isso vier à tona. Até lá, o melhor mesmo é aproveitar a jornada.

Chloe concluiu com um sorriso debochado e Victoria sequer conseguiu rebater, já que estava preocupada demais com as implicações de mais aquele plano da punk.


Notas Finais


Dei uma aliviada pra vocês porque não queria ser má em véspera de carnaval.
Espero que vocês tenham curtido.

Bom feriado e até a volta!
Vejo vocês nos comentários! :)


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