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História Amor Além do Tempo - Confissões Adiadas


Escrita por: SamusAran

Notas do Autor


Eu saí do meu sarcófago hoje só pra postar esse capítulo pra vocês o menos atrasado possível. Nem tive tempo de revisar direito, então se vocês acharem algum erro muito grotesco, me avisem que eu corrijo quando voltar à vida.

Boa leitura!

Capítulo 5 - Confissões Adiadas


Fanfic / Fanfiction Amor Além do Tempo - Confissões Adiadas

- Não... Eu não posso fazer isso... 

Não, Max. Você é a única que pode.

- Max?

Max, está na hora.

Max?

- Não... Chloe...

- Max, acorda... MAX!

A garota mais nova abriu os olhos e se levantou abruptamente, ainda com dificuldade para identificar se estava dormindo ou acordada. Ela respirava rapidamente, tremia da cabeça aos pés e sentia seu corpo frio, mesmo estando completamente suada.

- Chloe...? É você mesmo?

Ela se virou para a garota mais velha que segurava seus ombros, tateando seu rosto como se tentasse se assegurar de que não se tratava de um fantasma.

- Claro que sou eu... quem mais seria?

- É que... eu estava tendo um pesadelo. - Max falou enquanto deixava suas mãos e seu olhar recaírem sobre suas próprias pernas.

- Isso é meio óbvio. Você estava se debatendo, suando e falando enquanto dormia.

- Bem... você estava no pesadelo, só que não era como você. A gente era mais velha e você tinha o cabelo azul e bem curto.

- Cara, essa sua obsessão por azul está começando a ficar preocupante.

- Eu tô falando sério, Chlo. A gente estava no topo do penhasco no farol, no meio de uma tempestade e eu tinha ferrado com algo seriamente. Eu só lembro de alguns flashes, mas parecia muito real para um sonho. Assustadoramente real.

- Mas obviamente não era, Maxwell. Ou meu cabelo está azul? Ou redecoraram o farol para parecer meu quarto? - Max apenas suspirou de cabeça baixa ainda abalada pelo sonho - olha, eu imagino que deve ter sido um pesadelo bem foda, dá pra ver pela sua cara, mas foi só um pesadelo, nós estamos na minha casa e está tudo bem, ok? - Chloe falou tentando confortar Max, enquanto alisava seu ombro.

- Ok. - ela respondeu sem muita segurança do que dizia.

- É melhor voltarmos a dormir antes que meus pais descubram que estamos acordadas às 2h da madrugada e me ponham de castigo. Aí sim estaremos em sérios problemas. Pelo menos eu estarei. - Max apenas balançou a cabeça em resposta e voltou a se deitar.

E ela permaneceu assim, sem se mexer do lugar, sem abrir os olhos e sem conseguir dormir.

- Max, você está dormindo?

- Estou.

Chloe riu da resposta e olhou para a amiga que permanecia com os olhos fechados e o corpo inerte.

- E agora você fala dormindo?

- Sou sonâmbula.

- Desde quando?

- De hoje.

Chloe suspirou, se sentou na cama com as pernas cruzadas e passou a tentar abrir os olhos de Max com os dedos, enquanto ria porque a garota de sardas estava realmente obstinada a se manter "dormindo".

- Merda, Max! Abre os olhos. A gente pode ficar fazendo qualquer coisa até seu sono voltar.

- Não quero te causar problemas.

- Se meus pais aparecerem, eu digo que fiquei acordada por sua causa.

- Eles nunca acreditariam e diriam que eu sou visita e você é responsável por mim.

- Por que você sempre tem que ser tão espertinha, Caulfield?

Max tentou conter o sorriso ainda de olhos fechados, mas não respondeu nada. Então Chloe começou a se aproximar dela, com um plano em mente, e quando seus dedos já estavam a centímetros da garota menor, esta parecia ter lido sua mente, pois logo falou.

- Chlo, nem pense em me fazer cócegas. Você sabe que eu não consigo me controlar quando você faz e aí não vamos acordar só seus pais, mas também seus vizinhos.

- Tudo bem, Max. Tudo bem. Você não vai mesmo abrir os olhos, né?

- Sonâmbulos não abrem os olhos, Chlo. Ou talvez abram, mas não é meu caso. Apenas me ignore e volte a dormir.

Chloe não respondeu mais e Max ficou sorrindo internamente enquanto notava a amiga se mexendo na cama tentando imaginar o que ela poderia estar planejando, pois certamente ela estava planejando algo. Max conhecia a garota loira muito bem para saber que ela não se daria por derrotada tão facilmente, mas ao mesmo tempo estava curtindo bastante sua vitória parcial.

Depois de algum tempo reflexiva, ela sentiu o lado oposto ao seu voltando ser preenchido e um movimento próximo de si, mas antes que ela pudesse se perguntar o que estava acontecendo, sentiu lábios pressionados contra os seus, então abriu os olhos, surpresa, a tempo de ver Chloe se afastando sorridente.

- Você me beijou? - Max perguntou atônita, se apoiando nos cotovelos.

- Sim, e pelo visto funcionou igual na ficção. - Chloe respondeu ainda sorrindo, sentada sobre as próprias pernas, orgulhosa pela própria sagacidade.

- Trapaceira! - Max respondeu tentando demonstrar indignação, mas sua expressão contradizia suas palavras.

- Nem comece. Você não impôs nenhuma regra envolvendo beijos. - sem argumentos, Max apenas se levantou, ficando sentada como a amiga - agora que você deixou de ser sonâmbula, o que quer fazer pra se distrair?

- Na verdade, eu já estou me sentindo melhor. Nós deveríamos mesmo tentar voltar a dormir. - ela concluiu olhando nos olhos de Chloe.

- Só um beijinho e você já ficou curada, hein? - Chloe brincou fazendo o tom de vermelho no rosto de sua amiga aumentar drasticamente. - Relaxa, Maxaroni. Eu tô só te provocando. - ela concluiu dando outro beijo, agora no rosto de Max.

- Ok. Vamos dormir de uma vez então.

- Tudo bem, mas prometa que vai me contar se você se sentir mal de novo.

- Prometo.

Chloe pareceu confiar na promessa da amiga, pois logo se deitou de novo na cama, fechando os olhos enquanto Max fazia o mesmo, mas continuava sem conseguir dormir, mas não pelos mesmos motivos de antes.

Chloe tinha voltado a beijá-la, mas não como Das últimas vezes, com a desculpa de treino para um futuro namoro ou qualquer coisa do tipo, ela simplesmente o fez como se fosse a coisa mais natural do mundo. Max não conseguia parar de especular sobre o que aquilo significava, se era apenas sua melhor amiga agindo impulsivamente e nada além disso ou se havia algo mais por trás daquele beijo. 

Ela precisava saber e também contar tudo o que vinha sentindo ultimamente, tudo o que vinha escondendo de Chloe. Ela tinha que criar coragem para finalmente ser honesta sobre seus sentimentos.

Mas não hoje. Não no meio da madrugada depois de um pesadelo. Aquela confissão poderia esperar mais um dia.

__________________________

Na manhã seguinte, Max foi acordada pelo cheiro de café manhã que vinha da cozinha dos Price. Que seus pais não ouvissem isso, mas a comida de lá era certamente a melhor da cidade. Não importava, se era William ou Joyce cozinhando, o resultado era sempre incomparável.

Naquele dia, era William que estava na cozinha, sendo auxiliado por uma Chloe sorridente. Max não pôde evitar passar um tempo em silêncio apenas assistindo os dois, notando o quão forte era a conexão entre pai e filha e como eles se pareciam. Não que Chloe e Joyce não se dessem bem juntas, na verdade elas eram muito próximas, mas Chloe sempre pareceu bem mais ligada ao pai.

- Max, pare de ficar aí viajando e tire uma foto da gente.

- Desculpa, eu... eu me distraí.

- Isso é óbvio, Maxeinstein. Mas agora você está entre nós de novo e é hora de fazer sua coisa com a câmera. Você pode usar a polaroid do papai. - ela sugeriu.

Max concordou com um gesto sutil de cabeça e logo pegou a câmera para "fazer sua coisa", enquanto Chloe e William se posicionavam lado a lado e sorriam para ela. Click.

- Ótimo, Max! Agora tira uma da gente, pai.

Chloe mal terminou de falar, pegou a polaroid, entregando-a a William e abraçou Max enquanto sorria para a câmera, esperando que ele tirasse a foto. Quando ouviu o click e viu a luz do flash, Max só desejou que não tivesse ficado tão evidente na imagem o quanto ela tinha corado naquele momento.

Chloe pegou a foto enquanto seu pai ainda a sacudia para que a imagem se revelasse completamente, em seguida se reaproximou de Max, mostrando a foto recém tirada, antes de determinar:

- Eu vou ficar com essa, Max. Você já tem muitas. - a única coisa que a garota mais nova pôde fazer foi sorrir concordando.

Depois que Chloe guardou a foto, as duas se sentaram à mesa para tomar café junto com William, mas logo a conversa descontraída, as piadas e os trocadilhos foram interrompidos por uma ligação.

William se levantou para atender e, pelo rumo da conversa, dava para saber que era Joyce que estava do outro lado da linha. Ele logo desligou e andou pela casa procurando a chave do carro, antes de avisar para as garotas que iria buscar a mãe de Chloe. Então se despediu, saindo porta a fora e deixando as duas a sós.

Elas permaneceram na sala, assistindo TV, sentadas no sofá. Max sabia que aquele era o momento ideal para conversar com Chloe, mas de algum modo, não conseguia formular as palavras com sua boca, nem ao menos sabia o que iria falar ou como entrar no assunto. Era um tiro no escuro e ela não tinha nenhuma pista de como dispará-lo. O que ela diria?

Oi, Chloe! A comida estava ótima, né? À propósito, eu tenho uma quedinha por você há quase 1 ano e queria saber se você sente o mesmo.

Ou

Oi, Chloe! O dia está tão ensolarado que a gente poderia ir até o farol pra eu confessar meus sentimentos por você e poder pular no mar assim que você me rejeitar.

- Max, você está viajando de novo? Eu estou tão entediante assim hoje?

- Desculpa, eu só estava pensando. - Max respondeu sem conseguir olhar em direção a Chloe, o que ela logo percebeu, levantando seu rosto para encará-la.

- Você teve outro pesadelo? É isso? Cara, você prometeu que me contaria, se tivesse. - Chloe concluiu com um olhar de reprovação.

- Não é isso. Eu só...

Max suspirou por um momento e decidiu que não dava mais pra adiar, ela iria ter coragem agora e pensar em como lidar com as consequências depois. Chloe merecia a verdade.

- Chlo, eu preciso te contar uma coisa e não sei como.

- Apenas conte. Nós somos melhores amigas. Você não tem porque esconder nada de mim.

- Bem, eu não tenho tanta certeza disso...

- Que droga, Max! Você não deveria falar assim. Você me deixa irritada de verdade quando fala desse jeito.

- Desculpa, é que preciso confessar que...

Antes que Max pudesse concluir seu raciocínio, o telefone voltou a chamar e Chloe se levantou para atender.

- Nós ainda não acabamos aqui. Eu já volto.

Max confirmou com a cabeça quando Chloe saiu para atender o telefone. Conforme o tempo da ligação passava, a expressão da garota mais velha se transformava aos poucos do tom leve de antes para um de apreensão, depois de choque e pavor.

Max se levantou e foi até a amiga antes que ela desligasse, sabendo que algo muito grave deveria ter acontecido. Ela não ficaria daquele jeito à troco de nada. Quando Chloe finalmente desligou, ela já estava com lágrimas nos olhos.

- O que houve, Chlo?

- Meu pai... Ele... Meu deus, Max. Ele sofreu um acidente... Ele está no hospital agora.

Ela não conseguiu falar mais nada, o choro se tornou mais intenso e ela agora soluçava. Max fez a única coisa que estava ao seu alcance naquele momento, abraçou a amiga enquanto ela se desmanchava em seu ombro.

- Ele estava bem há alguns minutos... Como é possível, Max?

- Eu não sei, Chlo. Eu queria poder ajudar, mas não sei.

- Ele vai ficar bem, eu sei que vai. Ele não deixaria eu e a mamãe sozinhas.

Max apenas ouvia em silêncio, enquanto Chloe encharcava seus ombros com lágrimas. Ela se perguntava o que mais poderia fazer, mas só conseguia se sentir impotente e pequena diante daquilo tudo.

- Minha mãe... está vindo aqui pra me levar pro hospital... Você pode vir comigo?

- Claro que eu vou, Chlo.

- Eu estou com muito medo.

- Eu sei.

William nunca voltou para casa e Chloe nunca mais foi a mesma, principalmente depois que perdeu Max logo em seguida à morte de seu pai e, mais ainda, nos 5 anos seguintes em que nunca recebeu nenhuma mensagem, telefonema ou qualquer notícia da amiga. 5 anos do mais completo silêncio.

E Max nunca teve a chance de fazer sua confissão para Chloe. Pelo menos não antes dos longos anos de separação que se seguiram, mas como o destino era cheio de surpresas, ela confessaria um dia, mas teria que enfrentar uma tempestade durante o percurso.


Notas Finais


E aqui se encerra a primeira fase da história. Agora que a treta de verdade começa. Espero que vocês tenham gostado até agora e continuem gostando no futuro.

Beijos e bom fim de semana! :)


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