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História Amor Além do Tempo - Voltando à Vida


Escrita por: SamusAran

Notas do Autor


Olá de novo, amiguinhos,

O capítulo de hoje, ao contrário do anterior, é aquele que vocês imaginam que vai dar merda do início ao fim, mas acaba sendo mais tranquilo. Um pouco pelo menos.

Espero que vocês gostem e obrigada por não me xingarem ao fim do último.

Boa leitura!

Capítulo 57 - Voltando à Vida


Fanfic / Fanfiction Amor Além do Tempo - Voltando à Vida

Quando Chloe saiu de sua aula, acompanhada por um grupo de amigos com os quais conversava e cruzou com uma Kate apreensiva no meio do caminho, não demorou muito para sua tranquilidade ser totalmente minada. 

Isso ocorreu no exato instante em que a punk se desgarrou da turma que acompanhava para conversar com Kate e questioná-la sobre como havia passado a noite anterior e até se ela havia tido mais algum contratempo que justificasse sua expressão. 

O que Chloe não fazia ideia até aquele momento e que acabou por descobrir por acaso foi que, na verdade, quem estava passando por problemas naquele momento não era a garota tímida à sua frente ou mesmo Victoria, mas sim Max Caulfield.

Logo que a palavra "sangramento" saiu da boca da garota loira, a reação imediata da punk foi colocar uma expressão sombria no próprio rosto e sair em disparada em direção à área dos dormitórios e, consequentemente, ao quarto de Max, sem nem ao menos perder tempo para explicar seus motivos ou mesmo se despedir de Kate, a qual permaneceu imóvel, apenas a assistindo se afastar rapidamente até sumir de vista.

Chloe só parou de correr quando já estava na porta do quarto da garota de sardas, chamando por ela, ainda do lado de fora, mas sem receber nenhuma resposta. A falta de qualquer sinal de Max do outro lado, a fez ficar ainda mais preocupada e procurar pela chave nervosamente em todos os bolsos de suas roupas, xingando a si mesma pela dificuldade em conseguir encontrá-la.

Quando finalmente destrancou a fechadura e teve acesso ao quarto, a cena que presenciou não serviu em nada para tranquilizar seus nervos. Na verdade teve exatamente o efeito inverso, já que, deitada na cama completamente inerte, cercada por alguns lenços sujos de sangue espalhados pelo colchão, estava uma versão pálida, imóvel e aparentemente insconsciente de sua namorada.

Chloe então se aproximou dela, completamente em pânico, sentando na lateral da cama e tocando delicadamente o corpo desfalecido e gelado da fotógrafa, mas esta permaneceu imóvel, sem demonstrar nenhuma mínima reação à aproximação dela.

Nesse momento, para ficar menos apavorada e afastar de sua mente qualquer suposição ou impressão de morte que a figura inerte da garota de sardas carregava em sua aparência, Chloe se aproximou mais, pressionando dois de seus dedos contra a garganta de Max e, para seu alívio, constatou que ela ainda apresentava pulsação.

Menos apavorada, a punk partiu para a nova etapa de sua abordagem, que consistia em tentar fazer Max despertar o mais rapidamente possível.

- Max, você tá me ouvindo? - A garota de cabelos azuis começou a tentar chamar a fotógrafa num tom baixo, enquanto segurava uma das mãos dela e acariciava a palma, ao mesmo tempo em ansiava por qualquer possível reação da fotógrafa ao seu estímulo. - Por favor, fale comigo!

Nenhum movimento milimétrico, nenhum som, nada vinha como reação ao chamado e ao toque de Chloe, que já chorando e voltando a entrar em desespero, ergueu Max parcialmente da cama para abraçá-la, enquanto insistia em tentar trazê-la de volta à consciência.

- Por favor, Max, sou eu, Chloe. Fale comigo. - Ela voltou a insistir, tentando ignorar a falta de resposta da garota de sardas e o medo crescente que sentia, focada em permanecer firme no seu objetivo. - Por favor, não morra. Você não pode me deixar agora.

Nenhuma resposta de novo e Chloe já estava na iminência de perder a cabeça, enquanto começava a decidir se seria melhor levar Max nos braços para sua caminhonete e dirigir até o hospital ou simplesmente chamar uma ambulância. 

Quando já estava quase se decidindo pela primeira opção, checando se estava com as chaves e pensando na melhor maneira de carregar a garota menor até o carro sem arriscar piorar o estado dela, Chloe notou um leve movimento na cama e olhou automaticamente em direção a ela.

Max se debatia, virando a cabeça de um lado para o outro do colchão, ainda de olhos fechado, com uma expressão apreensiva e murmurando várias frases indecifráveis, como se estivesse no meio de um pesadelo. 

Notando isso, Chloe se reaproximou, sentando na cama e voltando a acariciar o rosto da fotógrafa, numa tentativa de acalmá-la e, ao mesmo tempo, despertá-la de seu sono ainda profundo.

- Max, é só um sonho. Eu estou aqui com você.

Ela murmurou para uma Max que se mexia nervosamente, cada vez mais inquieta e praticamente chorando enquanto dormia, se sentindo atormentada pelas visões propiciadas por mais aquele pesadelo.

- Chloe... por favor, não... - Max murmurou, não para a Chloe ao seu lado, mas sim para a de seu vislumbre do futuro.

- Por favor, volta pra mim.

Chloe insistiu uma última vez, voltando a abraçar a fotógrafa e a trazendo para junto de si com suas mãos trêmulas, a notando cada vez mais inquieta em seus movimentos até o momento em que ela finalmente começou a parar aos poucos e, ainda tensa, fechou os dois punhos contra suas costas, segurando o pano de sua camisa com firmeza, enquanto abria os olhos e hiper ventilava apavorada, enterrando o rosto banhado de lágrimas no peito da punk.

- Você não me deixou te salvar, Chlo. Você não deixou. - Ela começou a falar, já consciente de que havia voltado ao ponto correto da linha de tempo e constatando a presença da Chloe original no ambiente. - Eu não consegui e você não quis me ajudar... mas você sabia como...

- Shhh, amor, calma. - Chloe continuou tentando acalmá-la da melhor maneira, ao mesmo tempo em que ela própria também buscava não sucumbir a um ataque de nervos. - Eu não tô te entendendo direito. Descansa um pouco, se deita de novo e me explica quando você estiver mais calma, pode ser?

Max assentiu e respirou profundamente, tentando seguir os conselhos de Chloe, embora o simples ato de se acalmar parecesse uma missão impossível depois do que acabara de descobrir. 

Com as palavras de sua namorada em mente, ela se deitou de lado na cama, apoiando a cabeça sobre um dos braços e passou a assistir Chloe se mover pelo quarto, se livrando dos lenços sujos e voltando com novos para terminar de limpar os resquícios de sangue que permaneciam no nariz dela.

Quando se deu por satisfeita, uma Chloe ainda silenciosa replicou os movimentos da nerd, ficando de frente para ela na cama, a encarando com uma aparência bem mais serena que a de antes de ela acordar e, com sua mão livre, livrou o rosto dela das lágrimas que ainda o envolviam.

- Tá melhor agora? - Chloe perguntou depois de vários minutos de silêncio, nos quais escolheu apenas permanecer acariciando o rosto de Max.

- Não, mas tô mais calma. 

A garota mais velha, então, se aproximou mais ainda de Max, a envolvendo em seu braços mais uma vez e repousando a cabeça dela confortavelmente em seu peito, enquanto acariciava delicadamente as costas dela com uma das mãos e a notava respirar com dificuldade, ainda abalada pelo que tinha acontecido alguns minutos antes.

- Você tá pronta pra me contar o que aconteceu? - Chloe perguntou calmamente e Max apenas balançou a cabeça positivamente em resposta. - Ainda vou puxar sua orelha por ter dito pra Kate que tava bem e vindo pra cá sozinha passando mal, mas por enquanto vou te dar um desconto.

- Você morreu de novo. E, dessa vez, a Max do futuro não conseguiu te salvar. - Max disse de forma direta, ignorando a tentativa de Chloe de deixar a situação menos tensa - Ela tem sonhos com o futuro também e estava desesperada com o que quer que tenha acontecido no último.

- Ok. Continue. 

Chloe tentou manter a voz serena, embora aquela revelação inesperada tivesse lhe atingido como um soco no estômago, a deixando ainda mais apreensiva em relação ao futuro.

- Eu estava possessa porque você parecia saber a solução para se salvar, mas não queria compartilhar comigo de jeito nenhum. Por que você faria isso, Chlo? Por quê? - Max perguntou Ainda carregando os resquícios dos vislumbres daquele sonho bastante vivos em sua mente.

- Eu não sei, amor. - Chloe respondeu com sinceridade e pesar.

- Eu não quero que você morra. - Max começou a falar ao mesmo tempo em que voltava a soluçar, consumida por uma nova onda de desespero. - Eu não vou aguentar passar por isso de novo.

- Shhhh... calma. Eu não vou morrer. Você vai dar um jeito como sempre dá. - Chloe a confortou, enquanto buscava acreditar em suas próprias palavras.

- V-você não sabe. Você... não viu o que eu vi, Chlo. - Max contra argumentou num tom de voz assustado, mas ainda conseguindo se fazer entender, mesmo em meio ao choro e aos soluços. - Ela... ela disse que existem coisas piores... q-que a morte. Que droga isso pode significar?

- Eu não sei, mas se ela sabe, eu posso descobrir também. Afinal somos a mesma pessoa. 

Chloe respondeu com um sorriso, beijando a testa de Max ao final e depois assistindo a expressão dela se modificar ligeiramente para uma de aparente desconfiança.

- É, mas pode acontecer de, assim como ela, você não querer me contar e então tentar se sacrificar de novo porque você parece ter uma fixação doentia por se tornar mártir.

Max respondeu num tom de voz irritado, fazendo Chloe rir, apesar da situação crítica em que se encontravam naquele momento e levando a fotógrafa a protestar contra sua reação.

- Não tem graça, Chloe.

- Eu sei. Foi o jeito que você falou. Desculpa. -  A punk concluiu, beijando a testa de Max mais uma vez, a notando fungar e balançar a cabeça em sinal de compreensão, embora permanecesse incomodada. 

- Por que você desistiria? Por quê? - A fotógrafa insistiu inconformada depois de um novo período de silêncio.

- Eu nunca desistiria de você, Max. E tenho certeza que deve haver uma justificava bastante plausível pra minha versão do futuro estar agindo assim.

Ao ouvir a suposição, Max se desvencilhou do abraço, se pondo sentada na cama e cruzando os braços, enquanto mantinha um olhar irritado ao voltar a encarar Chloe.

- Então eu devo simplesmente te deixar morrer com seus vinte e poucos anos, me baseando numa "justificava plausível" que você nem teve a boa vontade de me dizer qual é?

- Não foi isso o que eu disse. - Chloe discordou pacientemente.

- Então se explique direito. - Max insistiu, ainda desconfiada, mantendo o cenho franzido e seu olhar fixo em Chloe, que permanecia deitada na cama, a observando quieta.

A punk então suspirou e procurou se sentar, ficando de frente para a fotógrafa, que observava cada movimento seu em silêncio, ansiosa por um esclarecimento para a questão levantado por ela.

- Eu acho que a Chloe do futuro acredita que você pode achar uma solução diferente da que estava pensando a princípio e, por isso, não quer fazer uso dessa outra, que seria mais drástica por algum motivo que ainda desconheço.

- E se não for? - Max perguntou num tom apreensivo, ainda de braços cruzados, esperando qualquer resposta de Chloe que pudesse acalmar seus nervos.

Chloe suspirou mais uma vez, erguendo os braços com o intuito de descruzar os de Max, depois segurando as mãos dela e as beijando para, em seguida, direcionar um sorriso reconfortante para ela.

Então, de olhos fechados, ela levou uma das mãos da nerd até o próprio rosto, se inclinando contra ela e a usando para acariciá-lo.

- Eu não sei a resposta para essa pergunta, mas vou te dizer o que vai acontecer no futuro, sem necessidade de sonhos, visões ou qualquer coisa do tipo para me auxiliar. 

Chloe começou a falar calmamente logo que voltou a abrir os olhos e mirou os de Max, ainda mantendo as mãos dela entre as suas.

- Primeiro, vamos concluir Blackwell e entrar numa faculdade bacana. Então eu vou arrumar um emprego de meio expediente, enquanto você faz seus primeiros trabalhos como fotógrafa e, dessa forma, vamos conseguir juntar dinheiro suficiente pra alugar um apartamento pra morarmos juntas de uma vez por todas. 

Max a escutava com a atenção, evitando interromper ou questionar qualquer ponto do plano proposto por Chloe. Em vez dissso, ela apenas esperava pacientemente pela continuidade do relato.

- Depois que nos formarmos, eu já vou ter juntado um bom dinheiro pra comprar o anel perfeito pra poder te pedir em casamento e esse pedido vai acontecer de um jeito que já tenho todo planejado na minha cabeça, mas que, por razões óbvias, não vou contar agora.

- Você já superou a desconfiança de que eu te pediria antes? - Max perguntou, abandonando parcialmente seu ataque de nervos de minutos antes, absorta nas ideias de Chloe.

- Eu tenho um plano pra isso também, mas por enquanto vamos nos ater à cronologia dos fatos. - Chloe determinou, logo retomando sua linha de raciocínio inicial. - você vai aceitar meu pedido e vamos nos casar na praia, numa cerimônia só pra amigos próximos e família. Algo bem intimista e bonito. Você vai chorar bastante e borrar toda a maquiagem cara que vai estar usando na hora em que eu estiver falando meus votos e eu vou tentar me segurar quando você estiver dizendo os seus, mas ambas sabemos que não vou conseguir.

Max não conseguiu evitar rir daquele comentário, agora completamente envolvida na narrativa criada pela punk, que aproveitou aquele seu momento de desarme para puxá-la para o colo dela.

- Depois da festa, que eu obviamente vou querer aproveitar até o último minuto, já que vai ser a melhor que essa cidade já viu, nós iremos direto pra nossa lua de mel em Paris. Eu, inclusive, aprendi umas oito palavras pra usar quando estivermos lá.

- Oito? - Max perguntou num tom cômico, arqueando as sobrancelhas e encarando uma Chloe segura de si.

- Oui! - Ela confirmou com uma expressão bem humorada. - Daqui pra lá, eu aprendo mais oito palavras e, com isso, a gente consegue se virar perfeitamente durante a viagem. 

- Claro. - Max falou ao mesmo tempo em que mexia a cabeça num sinal de desaprovação ao qual Chloe não deu nenhuma importância.

- Aí voltamos pra nossa casa renovadas pra construirmos nossa vida juntas. Longe de tudo isso, dessa cidade e de toda essa loucura que vivemos hoje, até o momento em que finalmente vamos decidir ter um filho. Ou dois. Disso eu ainda não tenho certeza. Vou te deixar opinar.

- Obrigada. Você é muito gentil. - Max ironizou.

- Vai ser nessa época que vou parar de fumar porque não quero que nossos filhos, nem você sejam fumantes passivos e também porque quero ter gás pra brincar com eles até quando eu ficar bem mais velha, pra ser participativa e todas as outras coisas que considero imprescindíveis no que se refere a isso.

Chloe continuou o discurso, recebendo de Max um sorriso genuíno em resposta, já que ela estava cada vez mais envolvida naquele relato e nos planos de vida arquitetados pela punk.

- E assim nós vamos levando a vida até ficarmos bem velhinhas, provavelmente brigando bastante porque somos muito diferentes, mas sempre nos reconciliando logo em seguida, pois tenho certeza que você me ama do mesmo jeito que eu te amo e não aguenta ficar brigada comigo muito tempo, mesmo quando mereço.

Max deu um sorriso em meio às lágrimas quando Chloe terminou, se aproximando dela e sendo fechada num novo abraço, mais apertado que os anteriores e que, pelo menos naquele momento, afastava um pouco o medo que ela sentia de que tudo aquilo se esfacelasse.

- E você planejou tudo isso mesmo ou só inventou agora pra fazer eu me sentir melhor?

- Claro que planejei. Por exemplo, lembra daqueles trabalhos clandestinos que eu tava fazendo, mas você me convenceu a parar? - Max assentiu. - Pois bem, eu repaginei a ideia e tô tentando angariar público pra dar aulas particulares e ganhar dinheiro com isso. Inclusive, já tenho várias pessoas interessadas.

- Sério? - Max perguntou verdadeiramente supresa com aquela revelação.

- Totalmente. O que me leva a primeira parte do plano que mencionei mais cedo, lembra? De não te deixar tomar minha frente na hora do pedido...

Max apenas revirou os olhos em resposta, enquanto a punk se afastou ligeiramente para fuçar no bolso da própria calça até recuperar um objeto que a outra garota não conseguiu enxergar num primeiro momento.

- Eu estava fuçando no meio das minhas coisas, nem lembro porque, e achei um anel antigo bem legal. Então, aproveitei ter ficado meio entediada durante a aula, já que o Justin faltou, por ter sido suspenso e o Trevor passou o tempo todo dormindo até babar na mesa, e decidi me distrair fazendo uma pintura artística nele pra te dar. - Chloe concluiu pegando a mão direita de Max e colocando o anel em seu dedo anelar sem aviso prévio. - Eu estava planejando fazer isso só quando fizéssemos três meses de namoro, mas surgiu esse momento hoje e eu pensei "por que esperar?".

- Você não deveria me perguntar antes de colocar o anel? - Max especulou, tomando consciência imediatamente do significado daquilo.

- Como se eu fosse te dar a oportunidade de dizer não.

- Como se eu fosse fazer isso.

Chloe deixou escapar um sorriso bobo ao ser confrontada com a resposta inesperada e com o beijo que recebeu da garota de sardas logo em seguida, a qual agora passou a focar o olhar no objeto multicolorido em seu dedo.

- Isso é muito gay. - Ela declarou finalmente, depois de sua demorada análise, sorrindo para a punk.

- Eu sabia que você ia adorar. - Chloe brincou, a beijando no rosto. - Isso não é exatamente um pedido oficial. É mais uma promessa de que farei isso mais pra frente e também uma garantia de que você não vai dar uma de engraçadinha e fazer no meu lugar.

- Sua mãe vai surtar, se descobrir. Sem falar nos meus pais.

- Ninguém precisa saber. Fica só entre a gente, por enquanto.

Max confirmou com um aceno e voltou a se deitar na cama, observando demoradamente o objeto em seu dedo, enquanto Chloe acariciava os cabelos dela ainda sentada.

- Eu não acredito que você me pediu em casamento pra me distrair do meu medo de sua morte iminente.

- Não sei porque você não acredita, se é a segunda vez que te peço. Sendo que a primeira foi feita com alguns dias de namoro. - Chloe respondeu tranquilamente instigando em Max um acesso de incredulidade mediante a naturalidade com que ela tratava um assunto tão sério.

- Você é completamente louca.

- Sou mesmo e é o que você mais gosta em mim.

Max confirmou em meio a um novo sorriso, enquanto a punk se inclinou sobre ela, sustentando o próprio peso em suas duas mãos e extinguindo a distância final entre elas para poder beijá-la.

Entretanto, elas não puderam ir muito adiante em suas ações, já que batidas na porta logo as trouxeram de volta à realidade.

- Max, posso entrar?

- Pode sim. A porta tá aberta, Kate. - Chloe respondeu, ao mesmo tempo em que ajeitava a própria roupa, os cabelos e se posicionava sentada ao lado de Max.

- Desculpa, gente. Eu não pude vir antes porque tive que encontrar meu pai agora pouco. - A garota loira se explicou logo que teve acesso ao quarto, sentando no sofá a frente de Max e Chloe. - Ficou tudo bem?

- Antes de tudo, Marshmallow, nunca mais dê ouvidos a essa cabeça oca quando você a vir passando mal e ela disser que está bem. Ignore a teimosia dela, insista, fique perto e dê um jeito de me avisar. - Kate assentiu com uma expressão séria e consternada. - Agora, respondendo a sua pergunta, apesar dos pesares, ficou tudo bem sim. 

- Ela me disse que não era algo sério e eu acabei acreditando. Mas garanto que não vai acontecer de novo. - Kate respondeu direcionando um olhar quase maternal à garota de sardas.

- Tudo bem. O importante é que, no fim, eu dei um jeito e, melhor ainda, nós acabamos ficando noivas no meio do caminho.

Chloe falou tranquilamente, enquanto Kate a observava, indecisa entre acreditar naquela informação ou dar os parabéns para as duas. No final, ela simplesmente se manteve calada, esperando uma das duas se manifestar.

- Pensei que manteríamos isso só entre nós e que não era um noivado de verdade. - Max ironizou, encarando a punk com um olhar crítico.

- Relaxa, hippie. A Kate não vai contar nada pra ninguém. - Chloe a tranquilizou, parando um momento para refletir antes de completar - Bom... talvez pra Vic. Mas ainda assim estaremos seguras.

Max concedeu a ela um olhar de reprovação, mas decidiu não esticar a discussão, escolhendo, em vez disso, se dirigir a Kate e dar início a um novo assunto.

- Mas e aí? Como foi com seu pai? O que vocês conversaram?

- Bom, foi melhor do que eu esperava. Quer dizer, eu percebi que ele tava dando o máximo pra ser compreensivo comigo e com a situação no geral, mesmo não concordando totalmente.

- Isso é bom. -  Chloe comentou, tentando aumentar a confiança de Kate.

- Pois é. Ele disse que quer me ver feliz e que vai me apoiar enquanto isso estiver acontecendo. - As duas garotas sorriram com aquela nova informação e Kate fez uma pausa rápida antes de acrescentar. - Ele também quer conversar com a Tori, mas eu nem sei como vou contar essa parte pra ela ainda.

- Só seja franca com ela. Tenho certeza que a Vic vai tirar isso de letra. - Chloe assegurou, notando a garota tímida esboçar um sorriso em resposta.

- Eu espero. - Ela falou em meio a um suspiro, não muito segura de suas próprias palavras. - Mas o que me preocupa de verdade é minha mãe. Ele tentou me convencer a voltar lá em casa pra um novo jantar, levando a Tori.

- E você?

- Disse que ia pensar no assunto, mas só porque sei que ele tem a melhor das intenções, embora seja meio óbvio que é uma péssima ideia.

- Nessa eu tenho que concordar com você, Marshmallow, mas relaxa. Se tudo der errado, pelo menos vocês ainda tem uma à outra pra buscar apoio e conforto.

Kate balançou a cabeça em concordância, passando alguns minutos com a mente distante, antes de dar uma resposta à punk.

- É meio que um alívio saber que não preciso passar por tudo isso sozinha. Faz até a situação parecer mais simples.

- Cara, você não vai precisar passar por mais nada sozinha porque, além da Vic, você também tem a gente e nós vamos estar aqui pra ajudar vocês duas sempre que precisarem. - Chloe declarou, recebendo um sorriso de gratidão de Kate. - Nós somos amigas.

Kate sorriu com a constatação de que as palavras de Chloe eram realmente verdadeiras e não só frases feitas ditas da boca para fora apenas com o intuito de acalmá-la. Ela sabia que de fato não precisaria mais enfrentar aquele ou qualquer outro problema por conta própria, afinal ela não se sentia sozinha há muito tempo e tinha quase certeza que não se sentiria assim nunca mais.

E foi isso que ela tentou transmitir, quando sorriu genuinamente para as duas garotas que a encaravam e deu a resposta mais sincera e direta que foi capaz naquele momento.

- Somos mesmo. As melhores.


Notas Finais


Taí, gente!
Como eu antecipei nas notas indicias, tudo ficou relativamente em paz, pelo menos por enquanto. Espero que esse capítulo tenha acalmado o coração de vocês e preparado ele pros próximos.

Vai ser bem importante!

Beijos e até a volta! :)


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