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História Amor Além do Tempo - Azul


Escrita por: SamusAran

Notas do Autor


Gente, tô chegando tarde hoje porque meu dia não foi nada fácil. Relevem e me desculpem.

Eu acho que deveria ter feito essa parte da fic como uma segunda fase porque já tá se prolongando demais. Não sei o que vocês acham, mas sempre tenho essa impressão.

Apesar disso, espero que vocês continuem por aqui.

Boa leitura!

Capítulo 67 - Azul


Fanfic / Fanfiction Amor Além do Tempo - Azul

Havia apenas a fraca iluminação advinda de uma luminária de camping preenchendo o ambiente do forte da árvore de Max e Chloe, conferindo ao lugar uma meia luz que, combinada à atmosfera da floresta, preenchia o espaço estreito com diversas sombras de diferentes aspectos, conferidas pelas árvores e pelas várias frestas presentes nos alicerces da estrutura da construção rudimentar.

E, diferente das inúmeras vezes em que estiveram naquela casa da árvore antes, as duas garotas, agora protegidas do mundo externo por um estrutura improvisada pela combinação de panos e pegadores de roupa que selavam porta e janela, estavam prestes a dar início a uma das muitas primeiras vezes que compartilharam em suas vidas.

Chloe foi a idealizadora e a principal responsável pelo planejamento de tudo nos mínimos detalhes daquela noite, fosse arrumando o local que não visitavam havia anos para torná-lo habitável, ou conseguindo um colchão inflável que coubesse no ambiente, além de vários cobertores e uma caixa de som com músicas cuidadosamente selecionadas para ajudar com o clima para o momento. A garota pensou em tudo para tornar aquele dia perfeito.

Movida por isso, quando já estavam juntas no local, trocando beijos e carícias à meia luz, na iminência de se desfazerem das primeiras peças de roupa que vestiam, Chloe não conseguia deixar de lembrar do instante em que, após sucessivas sessões de amassos mais intensos, sempre interrompidas pelo surgimento inesperado de alguém ou pelo ambiente desfavorável, Max finalmente concordou em dar um passo adiante.

Desde então, o foco da garota mais velha se voltou quase inteiramente para planejar aquele momento e, depois de uma semana de preparativos, o dia finalmente havia chegado.

- Eu não acredito que estamos fazendo isso na nossa casa da árvore - Max comentou ofegante para uma Chloe que estava bastante ocupada em lhe causar arrepios por meio de beijos em seu pescoço.

- Bom... culpe nossos pais e a nossa falta de dinheiro por isso.

Chloe respondeu, parando momentaneamente o que fazia e entendendo o comentário espontâneo de Max como uma crítica à atmosfera que ela havia criado. 

Notando a leve, mas ainda perceptível mudança de humor de Chloe, Max a puxou pela gola da camisa para mais um beijo intenso e demorado, esperando que aquilo sanasse, pelo menos em parte, qualquer dúvida que a garota loira pudesse ter em relação à sua empolgação com o momento.

- Isso não foi uma reclamação, Chlo. Na verdade, você ter planejado tudo isso tão cuidadosamente só faz eu me sentir especial. - Ela declarou ao final do beijo, enquanto Chloe permanecia de olhos fechados, apenas prolongando o instante em sua memória. - E o que eu quis dizer foi que é surreal nossa primeira vez ser num lugar onde vínhamos pra brincar quando crianças.

Chloe sorriu, satisfeita com a explicação, já pronta para responder.

- Espero conseguir te fazer se sentir tão especial quanto é pra mim. E, quanto à segunda parte do comentário... bom... nós continuamos brincando, só que de forma totalmente diferente.

Chloe ironizou, recobrando a confiança de sempre e voltando sua atenção para o pescoço de Max, onde concentrava novamente uma sucessão de beijos até finalmente fazer uma investida mais ousada, com a finalidade de tirar a blusa dela por meio de um pedido feito com o olhar, para o qual recebeu uma resposta positiva e silenciosa, mas bastante evidente quando a fotógrafa ergueu os dois braços, facilitando a ação.

E, enquanto as mãos de Chloe desbravavam agora avidamente o abdômen da garota de sardas, seus beijos descreviam um caminho descendente, tornando-a, em um dado momento, capaz de medir o aumento exponencial da frequência cardíaca de Max com os próprios lábios.

- Chlo... - Max falou, em busca da atenção da garota mais velha, que respondeu sem se desviar nenhum segundo do que fazia.

- Hum?

- Você tem ideia de como fazer... quer dizer... de como fazer isso?

Max perguntou num tom tímido, quase desconcertado, fazendo Chloe parar momentaneamente o que fazia para lhe dar atenção. Com isso em mente, a garota loira se virou de lado, sustentando a cabeça em uma das mãos e se apoiando sobre o cotovelo, enquanto usava a mão livre para continuar acariciando a fotógrafa.

- Totalmente - Chloe respondeu com segurança, fazendo Max arquear as sobrancelhas, curiosa sobre o que poderia ter dado a ela tanta certeza. - Desde que decidimos fazer isso, eu venho pesquisando sobre o assunto pra saber como fazer você se sentir bem quando chegasse a hora.

Max franziu as sobrancelhas em confusão, encarando Chloe e refletindo sobre as palavras dela até conseguir desvendar o significado implícito contido nelas. A nerd não conseguiu evitar rir antes de lançar à sua namorada uma acusação.

- Ah, meu deus! Você anda assistindo pornô - Ela disse, sem precisar de uma resposta para ter certeza, já que a expressão de Chloe lhe concedia toda confirmação de que precisava.

Chloe revirou os olhos, sem conseguir disfarçar o ligeiro constrangimento que a acusação havia lhe causado, mas escolhendo tratar o assunto de forma casual.

- Não faça isso soar vulgar, hippie. Como eu disse, foi com fins puramente científicos e não foi só disso que se tratou a minha pesquisa - A garota mais velha começou sua defesa para uma Max sorridente - Eu li algumas coisas sobre o assunto pra saber como fazer você chegar lá mais rápido, sobre as várias ações que podem ajudar nisso, sobre o que mais posso fazer durante. Enfim, um pouco de cada coisa.

- Como você consegue tornar o ato de assistir pornografia em algo fofo? - Max perguntou num tom bem humorado.

- É meu dom.

Chloe respondeu num tom debochado ao mesmo tempo em que se inclinava para voltar a beijar uma ainda sorridente Max, que logo cedeu aos novos avanços, respondendo às investidas cada vez mais ferozes que se espalhavam por seu copo, com arranhões nas costas da namorada.

Conforme a ação evoluía, Chloe sentiu a fotografa puxando a barra de sua camisa para cima, numa tímida tentativa de retirá-la e, sem perder tempo, a ajudou na tarefa, em seguida partindo para mais um ataque quando já estava livre da peça de roupa.

Suas atenções agora estavam focadas em retirar o sutiã de Max que, apesar de nervosa, logo concedeu acesso ao feixe para as mãos ansiosas de Chloe, e esta, depois de algumas tentativas infrutíferas, finalmente conseguiu liberá-lo, deixando a garota de sardas seminua diante de seus olhos.

Então Chloe parou momentaneamente o que fazia para observar calmamente e, em silêncio, cada parte de Max e decorar cada detalhe, amaldiçoando o fato de a luminosidade fraca do lugar não lhe garantir uma visão mais clara dela.

- O que foi? Por que você parou e por que tá me olhando com essa cara? - Max perguntou, confusa e constrangida pela ação repentina de Chloe que, por outro lado, sorriu genuinamente, se aproximando para um beijo rápido, antes de responder a pergunta.

- Eu estava te admirando. - Chloe confessou sem arrodeios, deixando Max vermelha quase de imediato - Quer dizer, nós provavelmente não poderemos repetir isso tão cedo por razões óbvias, então estou tentando aproveitar cada segundo do dia de hoje ao máximo.

- É melhor você parar e voltar a me beijar logo, antes que eu morra de vergonha. - Max exigiu, enquanto tapava os olhos de Chloe com as mãos, a fazendo rir em resposta.

- Sim, senhora! - A garota loira respondeu, livrando os olhos das mãos da fotógrafa e voltando a extinguir a distância entre as duas.

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- Nem imaginava que isso ia me deixar tão cansada. 

Max comentou ao se aconchegar em Chloe, repousando a cabeça sobre o ombro da garota e sendo prontamente abraçada e beijada por ela.

- Cansada e satisfeita ou cansada e decepcionada?

Chloe perguntou, incapaz de frear as próprias brincadeiras mesmo naquela situação, enquanto Max apenas ignorou o tom irônico da pergunta, se inclinando para beijá-la no rosto, antes de responder à clara provocação.

- Cansada e muito feliz. Parece que sua "pesquisa" rendeu ótimos resultados. Parabéns!

Max também não perdeu a oportunidade de fazer sua própria ironia, sentindo o peito de Chloe vibrar pelas risadas que ela deixava escapar naquele instante.

- Você também foi muito bem. Aposto que deve ter tido vários sonhos eróticos comigo pra se inspirar. - Chloe insistiu na provocação, recebendo um empurrão no ombro em resposta. - Em vez de me bater, a senhorita deveria se juntar a mim na busca por conhecimento.

- Você é terrível. - Max devolveu, incapaz de conter as próprias risadas com a proposta inusitada.

- E como você se sente amando uma pessoa terrível, Max Caulfield? - Chloe insistiu, colocando uma das mãos no queixo e forçando uma expressão séria, enquanto fingia refletir sobre o comentário da nerd.

- Incrível.

Max respondeu com toda sinceridade que lhe era possível, levando Chloe a deixar um sorriso bobo preencher seu rosto, ao se mover de sua posição original com o intuito de beijá-la. Entretanto, a ação não perdurou muito tempo, já que as duas foram interrompidas pelo toque sincronizado de seus celulares, indicando o recebimento de novas mensagens.

- Merda! - Max murmurou em tom de decepção, abandonando o bom humor de momentos antes em razão do conteúdo da mensagem  - Minha mãe quer saber onde eu tô.

- Parece que nossos pais estão em sintonia, então. - Chloe respondeu, exibindo para a nerd a tela do celular com sua própria mensagem.

- Eu não quero voltar agora - Max confessou no meio de um suspiro inconformado, enterrando o rosto no pescoço de Chloe.

- Nem eu. - Chloe fez coro ao lamento, beijando a cabeça da garota de sardas e a abraçando com mais firmeza.

E Chloe não era do tipo que aceitava uma derrota parcial com resignação. Por isso, ela passou vários minutos em silêncio, refletindo sobre o problema até chegar a uma solução que torcia para que Max estivesse de acordo.

- Eu sei que nossos pais vão ficar irados e que provavelmente ficaremos de castigo por isso, mas acho que a gente deveria passar a noite aqui. - Chloe sugeriu para uma Max que se mantinha em silêncio, o que, na visão da garota mais velha, significava que a nerd estava considerando a possibilidade. Por isso, ela decidiu prosseguir com a sugestão. - Faz um tempão que não passamos uma noite juntas e nada mais justo que isso volte a acontecer hoje, mesmo que seja só por um dia. O que você acha?

- Eu concordo. - Max respondeu instantaneamente, embora soubesse que aquilo teria consequências um tanto quanto desagradáveis para elas. - Eu vou só responder dizendo que estou com você e que eles não precisam ficar acordados esperando porque vamos chegar tarde.

- Eu vou fazer o mesmo. Quanto menos eles souberem, melhor.

Max assentiu, terminando de escrever a mensagem e, em seguida, voltando para sua posição anterior, aconchegada em Chloe, enquanto esta enviou seu próprio texto, se livrou do celular e puxou mais um cobertor para agasalhar as duas em seguida, já que o frio começava a aumentar.

- Nós podemos fazer sexo matinal? - Chloe perguntou, já de olhos fechados.

- Nós temos que voltar muito cedo. Praticamente com o dia ainda amanhecendo. - Max desconversou, também de olhos fechados, tentando frear o ímpeto de Chloe. 

- Isso foi um "sim"?

- Boa noite, Chlo.

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O retorno para casa foi totalmente diferente para as duas garotas. Chloe encontrou o pai na sala, assim que abriu a porta da frente e não fez a mínima questão de esconder as razões de ter passado a noite fora.

Para a própria surpresa, ela recebeu a compreensão imediata e a absolvição de William, que, sem necessidade de um pedido da filha, se propôs a conversar com Joyce para aliviar a barra dela e livrá-la de um castigo maior.

Por outro lado, Max não teve a mesma sorte. A fúria de sua mãe, no momento de sua chegada, não foi arrefecida nem pelos panos quentes que seu pai tentou colocar na situação. 

A nerd ouviu em silêncio cada uma das broncas da mãe e se esforçou para não rir, quando uma Vanessa completamente alheia ao que havia acontecido, mesmo que estivesse bastante óbvio, quis saber se ela havia usado alguma droga ou tomado um porre, já que supunha que Max havia virado a noite numa festa.

Max passou no teste de sobriedade, mas não se deu o trabalho de desmentir a suposição da mãe sobre ela estar numa festa, afinal seria muito mais difícil e constrangedor explicar seu real paradeiro e o que havia feito durante o sumiço.

Assim, ela aceitou sua punição sem reclamar, ficando restrita ao espaço do próprio quarto durante todo o  fim de semana.

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A capacidade persuasiva de Chloe nunca deixava de surpreender Max, principalmente nas ocasiões em que ela era convencida com relativa facilidade a fazer coisas que, antes de serem propostas, sequer passavam por sua cabeça. 

E, foi assim, no dia do reencontro das duas garotas, após o castigo que Max recebeu dos pais e que as obrigou a passar o fim de semana inteiro mantendo contato apenas por mensagens de celular.

Naquela segunda feira, como em muitas outras oportunidades, as duas garotas foram direto para a casa dos Price depois do fim das aulas para se enveredar em mais um dos planos mirabolantes da garota loira, que agora estava sentada em seu quarto com o olhar fixo numa Max de aparência chocada, que mantinha a própria atenção voltada para o notebook que ela apoiava sobre as pernas.

- Eu não acredito que você me convenceu a assistir isso. - Max comentou com a própria testa apoiada nas mãos, enquanto tentava diminuir seu campo de visão da tela do computador.

- Eu confesso que nem eu acreditei quando consegui. - Chloe comentou com sorriso debochado para uma Max, que estava muito tensa para responder devidamente à clara ironia.

- Você viu aquilo? - Ela perguntou, arregalando os olhos para Chloe, enquanto apontava o dedo indicador para a tela do notebook com veemência. - Meu deus, Chloe, isso deve ser humanamente impossível. Eles só podem estar usando efeitos especiais.

Chloe gargalhou, observando a cena apontada com choque pela nerd e tentando se controlar antes de responder.

- Max, acho pouco provável que gastem orçamento com efeitos especiais nesse tipo de filme. Ela só deve ser contorcionista ou algo do tipo. - Chloe respondeu, ainda rindo da expressão da nerd. - É como eu te falei, tem muita coisa exagerada. Tem que saber filtrar.

- Eu sei, mas olha pra ela. Tá na cara que ela não tá gostando. É até óbvio e meio triste. - Max insistiu em seus comentários críticos, enquanto Chloe ria mais ainda das reações indignadas dela. - Ela não consegue nem fingir direito, Chlo. Fica fazendo essas caras bocas e esses barulhos exagerados. É bem constrangedor...

- Max Caulfield, estou enganada ou você está mesmo questionando as habilidades de atuação de uma atriz pornô? - Chloe ironizou o tom crítico da nerd, recebendo um olhar condenatório em resposta - O objetivo desse vídeo não é ganhar um Oscar, amor. Na maioria das vezes, é só ajudar um ou outro cara a se masturbar sem maiores dificuldades enquanto assiste. E eu duvido que eles estejam preocupados com o fato de parecer realista.

- Isso é bem nojento. - Max acrescentou, direcionando de novo seu foco para a tela do notebook e arregalando os olhos com a nova visão com que se deparou - Chlo, olha só aquelas unhas! Aquilo deve doer pra caramba...

Chloe gargalhou com a nova observação, escondendo o rosto no ombro da fotógrafa, enquanto tentava parar de rir. Mas aquilo parecia impossível pois, cada vez que ela imaginava ter se controlado, Max fazia outro comentário e tudo ia por água abaixo.

- Eu sabia que seria divertido fazer isso com você, mas não tanto. - Chloe concluiu enquanto tentava se livrar das lágrimas que molhavam seu rosto, agora que ela ria de forma quase compulsiva. - Tente encarar isso como um trabalho como outro qualquer. Elas com certeza não devem gostar de ficar repetindo essa mesma coisa seguidas vezes e provavelmente nem são lésbicas de verdade.

- Isso explicaria bem aquela unha enorme.

Max acrescentou, fazendo Chloe rir novamente, mas quando esta estava prestes a responder com seu próprio comentário, ouviu um barulho surgido do andar de baixo, indicando que a porta da frente acabara de ser aberta e a confirmação veio junto com a voz de Joyce, anunciando a própria chegada.

Supondo que o próximo destino dela seria o andar de cima, Chloe rapidamente tentou fechar a janela do vídeo no notebook, mas o navegador travado a impediu de alcançar seu objetivo. Enquanto ouvia os passos de sua mãe se aproximando pela escada, ela decidiu tentar baixar o volume, mas nem nisso obteve sucesso. 

Quando já estava quase entrando em desespero pela aproximação de Joyce, Chloe simplesmente baixou a tela do notebook, mas o som relativamente alto persistiu insistentemente ecoando pelas caixas de som exatamente como antes. 

O nervosismo provocado pela situação teve um efeito bastante peculiar em Max, que começou a rir sem controle e com cada vez mais intensidade, a ponto de mudar de cor, à medida que Chloe falhava em cada uma de suas tentativas de parar os sons. 

A garota de sardas não conseguia se controlar minimamente sequer para dar apoio moral à namorada, muito menos para tentar ajudá-la a silenciar o computador.

Em um esforço final, quando Joyce já alcançava os últimos degraus da escada, Chloe simplesmente arrancou a bateria do notebook, finalmente o desligando, enquanto Max continuava se contorcendo de rir no ombro dela e permanecendo no mesmo estado também no instante em que a mãe de Chloe abriu a porta e teve acesso ao cômodo.

- Vocês duas poderiam me ajudar com... - Qualquer coisa que Joyce estivesse prestes a dizer foi esquecida instantaneamente quando ela pôs os olhos na garota de sardas que continuava gargalhando descontroladamente no ombro de Chloe. - O que houve pra ela estar rindo tanto?

Chloe olhou da mãe para Max, que claramente não estava em condições de dar qualquer resposta para Joyce e, por isso, a garota loira percebeu que precisaria ser ela a responsável por limpar a barra das duas.

- Nada demais, mãe. A gente só estava assistindo um filme. - Chloe começou a explicar, enquanto a situação de Max piorava ao ouvi-la. - Uma comédia. E, como a senhora pode perceber, a Max é meio fraca pra esse gênero cinematográfico.

- Deve ser um filme muito bom pra ela estar nesse estado.

Joyce comentou inocentemente, fazendo as risadas de Max aumentarem ainda mais e a barriga dela doer pelo esforço, que não a permitia sequer formular uma simples palavra.

- É, mãe. Muito engraçado. Acho que a situação da Maxaroni aqui deixa evidente. - Ela concordou, bagunçando o cabelo da fotógrafa - Depois eu te falo o nome pra senhora assistir com o papai. 

Max achou que não fosse aguentar mais após ouvir o último comentário de Chloe, ela já estava quase sem ar, quando Joyce finalmente se despediu das duas, saindo em seguida do quarto, assim que Chloe prometeu que elas desceriam pra ajudá-la logo que Max recobrasse a compostura.

- Meu deus... Chlo! Ela quase... nos pegou em flagrante... - Max falou ainda rindo, mas agora conseguindo fazer pequenas pausas para recobrar o fôlego.

- E você colaborou muito pra disfarçar tendo esse ataque histérico em vez de me ajudar a tentar desligar essa joça. Muito obrigada! - Chloe ironizou, enquanto recolocava a bateria do computador no lugar e o jogava sobre o colchão. 

- Desculpa, eu acho que eu ri tanto só pelo nervosismo. Eu simplesmente não conseguia parar. - Max se defendeu, respirando fundo e finalmente voltando ao seu estado normal. - E você também não me ajudou nenhum pouco quando falou aquilo sobre ela assistir o filme com o seu pai. 

- É porque eu já tinha tocado o foda-se nessa hora. - Chloe confessou, voltando a colocar o braço sobre o ombro da nerd e beijando o lado da cabeça dela - Mas pode relaxar porque, depois dessa sua reação, ela no máximo vai achar que a gente estava fumando maconha. Duvido que desconfie que estávamos vendo filmes adultos.

- Que grande alívio! - Max ironizou, quando as duas se levantaram para ir até o andar de baixo se juntar à Joyce.

__________________________

Chloe quase caiu da cama quando acordou no meio da madrugada com o barulho insistente do toque de seu celular. Ela já tinha experiência suficiente para saber que uma ligação àquele horário não poderia trazer nada de bom. Por isso, tateou a cama no escuro em busca do aparelho com um pouco de apreensão, o encontrando após alguns segundos, após revirar lençóis e travesseiros, logo enxergando a foto de Max no display.

- Max...? O que aconteceu pra você ligar agora? - Chloe perguntou com a voz ainda embargada pelo sono recente, tentando ficar completamente desperta, enquanto aguardava uma resposta.

- Eu... eu sonhei com você... morrendo... - A nerd respondeu num tom baixo, com a voz chorosa e falhada - Desculpa... eu não queria te acordar no meio da madrugada, mas precisava checar se... se você tava bem...

- Tudo bem... não tem problema... - Chloe falou tentando acalmá-la, a ouvindo fungar do outro lado da linha. - Mas como você tá? 

- Me sentindo horrível... - Ela confessou com sinceridade no meio de um suspiro - Foi tão real, Chlo. Um cara... ele atirou em você num banheiro e eu vi tudo, só que não fiz nada... não fiz nada pra evitar... só fiquei lá chorando, enquanto tudo acontecia...

Max começou a chorar em meio a explicação do sonho, deixando Chloe em alerta com o estado dela e já pensando em formas de contornar a situação.

- Você quer que eu vá até aí?

- Não precisa... seria muito infantil você vir pra cá no meio da madrugada e entrar, sabe-se lá como, só porque eu tive um pesadelo. - Max recusou a oferta, sem a mínima certeza, numa voz que era meramente um sussurro.

- Tanto faz, Max. Eu dou um jeito. - Chloe rebateu impaciente e ainda mais preocupada.

- Não... deixa... eu vou ficar bem. Só preciso tentar voltar a dormir. - Ela respondeu numa voz fraca, mas tentando demonstrar mais confiança para convencer a garota loira. - Boa noite, Chlo. Te amo.

- Também te amo.

Chloe ouviu o barulho do telefone sendo desligado logo depois de sua última fala e suspirou contrariada, sabendo que, apesar da tentativa de negar, não havia jeito de Max estar sendo sincera sobre o fato de que ficaria bem naquela noite.

A garota de sardas ficou olhando o visor do celular, quase em transe, depois que encerrou a ligação, lembrando dos detalhes do pesadelo e do fato curioso de Chloe possuir cabelos azuis nele. 

A única certeza que Max tinha naquele momento era de que não conseguiria mais pregar o olho nenhum minuto daquela noite.

Assim, tentando distrair a si mesma da lembrança do sonho, a garota decidiu tentar escrever no diário, mas a tentativa de desabafo se converteu quase instintivamente na criação de um desenho da versão alternativa de Chloe, cujas maiores diferenças para a real estavam na cor do cabelo e na expressão irritada que parecia praticamente parte de seu visual.

Max estava tão entretida em seus rabiscos, que só notou a chegada da "Chloe dela" quando esta começou a bater no vidro da janela do quarto. A fotógrafa logo jogou o diário de lado na cama e correu em direção à janela para se convencer de que não estava tendo uma alucinação ou mesmo sonhando de novo.

- Cheguei pra espantar o bicho papão!

Chloe brincou, assim que Max abriu a janela, permitindo sua entrada e se jogando nos seus braços quase no mesmo instante.

- Parece que eu fiz bem em vir... - Chloe acrescentou ao ouvir o suspiro aliviado que Max deixou escapar em meio ao abraço.

- Como você ao menos conseguiu subir ali? - Ela perguntou com a voz camuflada pelo contato com a pele de Chloe.

- Foi bem fácil. Seu pai guarda uma escada no quintal. Eu nem precisei testar minhas habilidades de escalada.

Chloe comentou beijando o topo da cabeça dela e desfazendo o abraço para, em seguida, içá-la do chão e carregá-la nos braços cuidadosamente até a cama.

- O que você tá fazendo? - Max perguntou, se segurando no pescoço dela por impulso.

- Treinando pra nossa lua de mel.

Chloe respondeu num tom bem humorado no instante em que a colocou de volta na cama, a beijando no rosto e a assistindo esboçar um sorriso em resposta.

- Eu sei que é um pouco egoísta da minha parte, mas eu to feliz que você tenha vindo.

- Que bobagem, Maxaroni! Você sabe que eu arrumo qualquer desculpa pra passar mais tempo com você. - Chloe brincou, ao dar a volta na cama, depois tirando os tênis e parte das roupas para se juntar à nerd. - Eu só vou ter que acordar bem cedo pra ir embora antes de seus pais perceberem que eu vim.

- Nisso, eu posso ajudar.

Chloe sorriu e começou a acariciar os cabelos da garota que agora estava confortavelmente aconchegada nela, só notando após vários minutos de uma reflexão silenciosa, em que apenas observava Max respirando aparentemente tranquila de olhos fechados, o caderno aberto e, consequentemente, o desenho inacabado nele.

Ela, então, esticou o braço para alcançar o diário, o trazendo para perto de si e assim tendo uma visão mais ampla e detalhada da arte.

- Por que você me desenhou de cabelo azul e com tanta raiva? - Ela perguntou com os olhos ainda fixos na ilustração.

Max inclinou um pouco a cabeça, se levantando parcialmente para entender ao que Chloe se referia e só então responder de forma simples.

- Você era assim no meu sonho.

- Hum... - Chloe deixou escapar arqueando as sobrancelhas e ainda analisando o desenho - Como a pirata com a qual você sonhava quando criança.

- Não existe nenhuma pirata. Essa história é invenção sua.

A resposta emburrada de Max não abalou Chloe, que concentrou suas ações em usar aquele assunto para reestabelecer o ânimo dela.

- Ou talvez você já sonhasse comigo naquela época, antes mesmo de me conhecer porque, como eu sempre disse, nós somos destinadas uma à outra. - Chloe especulou em tom de brincadeira, sem saber o quão próxima estava da verdade. - Fora que você tem uma fixação por essa cor desde essa época.

- Sim, claro. - Max respondeu, sorrindo levemente, de olhos fechados. Mas, embora já se sentisse melhor, ela não parecia disposta a desenvolver aquele assunto.

Chloe, por outro lado, estava determinada a seguir seu plano e, ao mesmo tempo, intrigada com aquela imagem de si mesma, tão parecida e ao mesmo tempo tão diferente.

- Você acha que eu ficaria bem de cabelo azul? - Chloe, perguntou ao abandonar a observação do desenho e largar o caderno do lado da cama.

- O que? - Max perguntou, imaginando ter ouvido errado.

- Eu. Cabelo azul. Que tal? - Chloe insistiu.

- Você tá falando sério? - Max devolveu, se levantando parcialmente de sua posição no ombro da garota no intuito de encará-la.

- Por que eu não estaria? - Chloe assegurou com uma expressão serena para uma Max que ainda a analisava - No desenho ficou legal. Aí eu fiquei imaginando...

- Você sabe que sua mãe vai te matar, né?

- Talvez seja esse o significado oculto do sonho. - Chloe brincou, afagando os cabelos de Max, fazendo-a sorrir mais abertamente e, aos poucos, alcançando êxito em acalmá-la. - Para de desconversar e me responde.

- Combina com seus olhos. - A nerd respondeu de forma implícita, fazendo Chloe sorrir e se inclinar para beijá-la.

- Então, cabelo azul, nós teremos, jovem padawan. - Chloe determinou, voltando a beijá-la, agora na cabeça. - mas fique sabendo que, se minha mãe perguntar, vou dizer que foi ideia sua, porque ela não vai ter coragem de brigar com você.

Max apenas riu, voltando a se aconchegar nela e dormindo alguns minutos depois.


Notas Finais


Lógico que ia ter cabelo azul, né?
Eu não resisto e vocês também não. Hehe!

Bom fim de semana, amiguinhos!


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