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História Amor Além do Tempo - Nasce A Punk


Escrita por: SamusAran

Notas do Autor


Boa noite, povo!

Voltei com mais um capítulo pra vocês. Êêêê!!
Esse tá bem focado na Chloe, como vocês puderam perceber pelo título.
Espero que curtam.

Boa leitura!

Capítulo 68 - Nasce A Punk


Fanfic / Fanfiction Amor Além do Tempo - Nasce A Punk

Chão, parede, pia, toalhas, cortina do box. Não havia um só local do banheiro dos Price que não tivesse ao menos uma gota de tinta azul em sua superfície. E assim como os objetos do ambiente, suas duas atuais ocupantes também não escaparam ilesas e agora sentiam os efeitos da própria falta de experiência no campo do tingimento de cabelos.

- Merda! Eu deveria mesmo ter usado luvas. Olha isso! 

Vestida apenas com um short jeans, sutiã e uma tolha protegendo seus ombros e costas da tinta que, com o auxílio de Max, tentava enxaguar de sua cabeça na pia, Chloe comentou, rindo consigo mesma e estendendo os dois braços em direção à nerd, com o intuito de deixar visíveis para ela as incontáveis manchas azuis que os cobriam até a altura dos cotovelos.

- Isso não é nada. - Max pormenorizou, desviando sua atenção dos braços de Chloe para voltá-la para os cabelos dela. - Olha o estado do banheiro. Parece que aconteceu uma chacina de smurfs aqui dentro.

Chloe riu, mas não disse mais nada. Apenas ficou parada, relaxando, enquanto esperava Max terminar de livrar seu couro cabeludo dos últimos resquícios de tinta, depois fechar a torneira e, finalmente, começar a ajudá-la a enxugar a cabeça com uma toalha também manchada de azul.

- Se a Joyce não te matar pelo cabelo azul, com certeza vai te matar pela bagunça do banheiro.

- Eu não. Vai matar nós duas. Até seu nariz te incrimina, Max Caulfield - Chloe comentou, apontando para o espelho e fazendo sua namorada notar finalmente a pequena mancha azul na ponta do próprio nariz. - Parece que você usou ele pra dar o acabamento final no meu cabelo.

Ao ver sua imagem refletida, Max logo voltou a abrir a torneira para tentar se livrar da mancha, esfregando insistentemente o próprio nariz com água e sabonete, mas sem obter nenhum sucesso.

- Relaxa, Maxaroni! É só uma manchinha. Depois a gente dá um jeito nela. Se você continuar esfregando assim, vai acabar irritando sua pele. - Chloe tentou consolar a nerd frustrada, enquanto se aproximava de suas costas para abraçá-la e beijá-la no rosto.

Logo Max suspirou, conformada com sua condição e fechou a torneira novamente, ainda analisando cada detalhe de seu rosto no reflexo do espelho, ao mesmo tempo em que os olhos de Chloe passeavam por todo o cômodo, maquinando uma nova ideia assim que bateu os olhos nos objetos em cima da pia.

- Max...

- Hum...?

- Você viu que sobrou tinta, né? 

Max arqueou as sobrancelhas, sem entender o propósito do comentário, mas mesmo assim confirmou inocentemente, sem dar muita atenção à conversa.

- Seria uma pena desperdiçar... - A garota mais velha continuou sua série de indiretas ao mesmo tempo em que analisava as reações de sua namorada - e se a gente...

- Não. - Max negou, se virando para Chloe, ao finalmente entender aonde ela queria chegar com aquela conversa mole.

- Qual é? Você nem me deixou completar a frase...

- Eu não vou te deixar pintar meu cabelo, Chloe. - Max reafirmou sua resposta, beijando Chloe ao final e se desvencilhando do abraço para, em seguida, se mover pelo cômodo.

- É... em resumo, era isso mesmo que eu ia propor. - Chloe confessou com um sorriso debochado, enquanto observava Max se afastar em direção ao box para recuperar uma camiseta e jogá-la em sua direção. - Só uma mechinha na sua franja. Nem vai ficar tão chamativo, já que seu cabelo é escuro e não temos nada pra descolorir.

- Chloe...

- Por favor! 

Chloe insistiu, segurando as duas mãos de Max entre as dela, as balançando de um lado para o outro e a encarando com o olhar conquistador que tinha aperfeiçoado ao longo dos anos para persuadi-la, um ao qual a nerd dificilmente conseguia resistir e era nessa possibilidade que a punk estava apostando todas as suas fichas naquele momento.

Quando, depois de breves mas aparentemente intermináveis minutos, Chloe assistiu Max revirar os olhos e suspirar longamente, já sabia que tinha vencido a guerra antes mesmo de receber a resposta positiva.

Assim, abandonando provisoriamente sua missão de secar os próprios cabelos, Chloe pôs a toalha sobre a cabeça, jogou a camiseta que Max havia lhe entregado a esmo na pia e pegou o resto da tinta para dar início à sua tarefa. 

Quando Max já estava sentada no vaso, Chloe começou a separar um filete dos cabelos dela dos demais, o isolando, para aplicar a mistura cuidadosamente, sem o risco de manchar o restante dos fios.

- Relaxa, hippie. Eu sei o que tô fazendo. - Ela assegurou para uma Max apreensiva, mas ainda silenciosa.

Quando terminou de aplicar o produto em Max, abandonando temporariamente a mecha, enquanto esperava a tinta fazer efeito, Chloe beijou a garota no rosto e voltou a sua tarefa de secar os próprios cabelos, dessa vez usando um secador para facilitar o processo.

Assim que terminou sua tarefa, Chloe virou, se aproximando de Max e tentando chamar a atenção dela, que permanecia sentada sobre o vaso fechado, distraída com os próprios pensamentos, enquanto encarava o relógio no mostrador do celular, ansiosa por livrar seus cabelos do produto químico. 

- E aí, como eu fiquei? - Chloe perguntou, dando uma volta completa, enquanto o pensamento de Max se afastava de suas preocupações anteriores, a permitindo se aproximar para agora observar a punk com total atenção. 

- Como se usasse o cabelo assim praticamente a vida toda. - Max externou a estranha sensação de familiaridade que preenchia seu interior ao observar a garota loira agora ostentando cabelos azuis.

- Bonita? -  Chloe insistiu, dando um sorriso debochado e encurralando a fotógrafa na pia para depois começar a beijá-la.

- Isso independe da cor do seu cabelo, Chloe, mas óbvio que sim. Agora vou precisar me preocupar bem mais com a concorrência. - Aquela resposta dada com um leve, mas inconfundível tom enciumado fez Chloe rir no meio de seu ataque ao pescoço da fotógrafa e, em seguida, recuar parcialmente para beijá-la na boca.

- Você já ganhou da concorrência antes mesmo de entrar na competição, Maximus.

Chloe explicou quando elas se separaram, fazendo Max corar, mas logo voltou a investir contra o pescoço dela, agora com ainda mais voracidade, levando a fotógrafa a contê-la quando sentiu uma das mãos dela subindo perigosamente entre suas coxas.

- Chlo, nós estamos no meio da tarde no banheiro da sua casa e eu ainda preciso tirar a tinta do meu cabelo. - A garota de sardas justificou a interrupção para uma Chloe contrariada, mas que permanecia determinada a dar um fim interessante àquele amasso.

- Então eu posso, pelo menos, aparecer na sua janela de madrugada? - Ela especulou, acariciando o rosto de Max e observando a expressão dela se converter na clássica de quando estava refletindo sobre uma questão importante.

- Pode. Eu vou deixar a janela aberta.

Chloe a beijou novamente e recuou sorrindo, bastante satisfeita com a resposta afirmativa, recuperando e vestindo finalmente sua camiseta para depois ajudar Max na missão de se livrar da tinta em seu cabelo.

Alguns minutos depois, confirmando os temores da nerd, Joyce bateu na porta, à procura das duas, enquanto ela ainda terminava de secar o cabelo.

- Daqui a pouco a gente sai, mãe. E pode ficar relaxada que não estamos fazendo nada impróprio pro horário - A garota mais velha brincou, observando o olhar crítico que Max lhe direcionou, ao ouvir aquela resposta debochada, se tornar ainda mais descontente com o que ela falou em seguida, em um tom bem mais baixo. - Embora eu quisesse muito.

Quando Chloe abriu a porta do banheiro ainda rindo da nerd, sua mãe empalideceu e levou as duas mãos à boca devido ao choque com sua nova aparência. Ela passou um bom tempo completamente estática, com os olhos fixos na filha, que continuava sorrindo, esperando a bronca que já sabia que viria.

- Meu deus do céu! O que você fez, Chloe Elizabeth Price? - Joyce disse logo que recuperou a capacidade de formular palavras.

- Eu até responderia, mãe, mas é meio óbvio, né? - Chloe brincou, se divertindo com a expressão indignada nascida nela após ouvir a resposta.

- Até você envolvida nisso, Max? - Joyce questionou num tom decepcionado, desviando momentaneamente a atenção de sua filha.

- Na verdade, a Maxaroni foi a mentora do plano. - Chloe respondeu pela garota de sardas,  contornando o ombro dela com um dos braços e rindo da expressão levemente irritada que conseguiu causar com seu comentário. - Olha a prova do crime na franja e no nariz dela.

Joyce balançou a cabeça num gesto de reprovação à atitude da filha e logo depois teve a visão do estado do banheiro, o que só serviu para abalar ainda mais seu humor, a fazendo ir até a escada em busca de algum sinal do marido para compartilhar aquela nova dor de cabeça com ele.

- William... Wiiilliaaam! Venha até aqui ver o que o sua filha aprontou. 

Não mais que alguns minutos depois, o pai de Chloe apareceu na extremidade mais baixa da escada, atendendo ao chamado da esposa.

- Pra ela ter se tornado só minha filha, deve ter sido algo bem grave. 

Ele brincou, tentando manter o bom humor, enquanto aguardava uma explicação para a urgência do chamado de Joyce e observava a expressão descontente no rosto dela.

Logo Joyce chamou a filha para perto de si com um simples aceno, a levando a se aproximar da escada e dando a William uma visão bastante elucidadora para o motivo do descontrole de sua esposa. Então, as duas desceram os degraus lado a lado, sendo seguidas de perto por uma Max bastante deslocada e preocupada com as consequências das ações das duas.

- Viu agora? - Joyce acrescentou quando já estavam lado a lado com o patriarca dos Price, o qual apenas observava o cabelo da filha, ainda sem emitir nenhuma opinião ou mesmo reação reveladora.

- Bom... - Ele falou, depois de um longo momento de silêncio, agora tocando em algumas mechas do cabelo azul de Chloe - Eu adorava a cor natural, mas tenho que admitir que essa também ficou ótima nela.

- Sério, William? É isso que você tem a dizer? - Joyce insistiu indignada, com os braços cruzados e o cenho franzido, mal acreditando no comentário do marido, enquanto Chloe ficava nas nuvens com a aprovação do pai.

- Só acho que não é pra tanto, amor. - Ele respondeu calmamente, dando de ombros. - Ela é adolescente, essa é a idade de fazer essas coisas mesmo. Não vejo grandes problemas nisso.

- Valeu, pai! - Chloe falou, sem conter a empolgação, abraçando William.

- O seu ficou bom também, Max. Como uma rebeldia mais contida. - Ele brincou com a garota tímida, que apenas sorriu, assentindo, escorada no corrimão da escada e acompanhando a cena um pouco mais à distância.

- Tudo bem, mas isso não livra vocês duas de arrumarem a bagunça enorme que fizeram no banheiro. - Joyce acrescentou logo que Chloe soltou o pai.

Vocês ouviram essa linda mulher, também conhecida como minha esposa. - o homem falou, tentando melhorar o humor de Joyce - Vão lá e só apareçam aqui embaixo de novo quando estiver tudo limpo. 

Chloe suspirou derrotada, mas decidindo cumprir as ordens no mesmo instante, subindo as escadas com um passo pesado, sendo seguida de perto por Max.

- E limpem bem direitinho porque eu juro que vou dar um jeito de ir até aí em cima com uma luz negra pra tentar encontrar qualquer marquinha que possa ter ficado.

William acrescentou quando as duas garotas já estavam fora de vista.

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Max estava distraída, estudando em sua quarto, quando ouviu o som insistente de uma buzina vinda da rua imediatamente em frente à sua casa. Depois de ignorar por alguns minutos o barulho constante, ela finalmente desistiu e levantou da escrivaninha, indo em direção à janela para entender do que se tratava aquilo.

Ao abrir a janela, sua primeira visão foi a de sua namorada acenando para ela, encostada na porta de uma velha caminhonete e a chamando para ir até lá embaixo.

Max não demorou a atender o convite e, depois de tirar alguns minutos para se trocar, desceu rapidamente as escadas e foi em direção ao carro para cumprimentar uma Chloe radiante.

- Então agora você tem um carro... - Ela comentou, ainda abraçada à garota mais velha, analisando detalhadamente o veículo.

- É... o que você achou?

Max observou mais uma vez o automóvel que parecia já possuir muitos anos de existência. A lataria quase totalmente desprovida de pintura e bastante amassada, mal possibilitava identificar sua cor original, o interior um pouco menos mal tratado, mas que deixava bastante visível no painel e nos bancos as marcas inconfundíveis e implacáveis do tempo.

- É meio rústico. - Ela concluiu da forma mais eufêmica que pôde, fazendo Chloe rir da resposta.

- Você quis dizer "velho". - A punk provocou, beijando o nariz dela.

- Não. Porque pode ser velho e bem conservado. - Max devolveu a provocação, dando língua para ela e a fazendo fingir uma expressão ofendida.

- Não fale assim dela. Ela também tem sentimentos, sabia? - Chloe disse, alisando a caminhonete com uma das mãos, como se tentasse consolá-la e Max só pôde rir da reação.

- Ela? - Max repetiu num tom irônico, agora encarando Chloe.

- É, mas não precisa ficar com ciúme. Nossa relação é puramente automobilística. - Chloe completou, fazendo Max sorrir e revirar os olhos em resposta. - E agora eu posso ser sua chofer oficial.

- Qual a probabilidade de "ela" dar algum problema quando você estiver fazendo isso? - Max perguntou, sem disfarçar o tom crítico, já que permanecia desconfiada das capacidades do carro.

- Nenhuma. Ela precisa de pintura e de outros reparos mais ligados ao visual, mas é perfeitamente funcional. O papai foi comigo comprar e me ajudou a escolher. - Ela explicou calmamente, enquanto Max analisava a parte interna do carro com mais atenção. - Aliás, ele e a mamãe me ajudaram com o dinheiro e eu poderia até ter comprado um mais novo, mas preferi guardar um pouco pra investir em outras coisas, como viagens, por exemplo.

- Viagens?

- É. Finalmente vamos conseguir botar nossos planos de anos atrás em prática. - Chloe comentou empolgada - Além disso, eu meio que gostei dela assim que bati os olhos, não sei porquê, mas ela tem alguma coisa especial. Meu pai até pensou que eu estivesse zoando quando disse isso.

- Nem imagino porque. - Max ironizou novamente.

- Cara, para de ofender sua futura carruagem. - Chloe rebateu, tentando conter os comentários sarcásticos da nerd.

- Eu tô brincando. Não precisa fazer bico. - Max a acalmou, apertando as bochechas dela para deixá-la mais contrariada e a beijando ao final. 

- Acho bom mesmo porque vim aqui justamente pra te chamar pra um passeio inaugural.

- Hum... e aonde vamos? - Max perguntou, sem tentar disfarçar a própria curiosidade.

- Primeiro vamos até a casa da Kate, porque quero estender o convite a ela, depois encontraremos uns amigos meus na praia e então fecharemos o dia com um passeio surpresa que eu planejei, mas que envolve só nós duas.

- Gostei do plano, mas notei uma pequena falha. - Chloe ficou em silêncio, arqueando as sobrancelhas e aguardando pacientemente a conclusão do comentário. - A mãe da Kate te odeia e não é muito minha fã, então duvido que permita que a filha saia com a gente. Ainda mais num veículo motorizado pilotado por você.

- Eu tô pouco me fodendo pro que ela acha de nós. - Chloe respondeu, fazendo pouco caso dos obstáculos no caminho de seus objetivos. - A gente vai, fala com a Kate, com o pai dela, com as irmãs, com os bichos de estimação, com o que for. Aquela bruxa homofóbica não pode nos impedir de tentar.

Se é assim, então vamos. Só tenta não chamá-la assim quando estivermos lá. - Max respondeu com um sorriso, beijando o rosto de Chloe e contornando o carro para entrar pelo lado do passageiro. - Eu aviso aos meus pais por mensagem que saí com você, talvez sem contar sobre o carro ainda, já que isso pode gerar novas regras.

- Bem pensado, Maxaroni. - Chloe respondeu, já a postos no banco de motorista para dar partida no carro. - Aqui vamos nós!

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Max se jogou na cama assim que entrou em seu quarto acompanhada de Chloe, que demorou um pouco mais para se juntar a ela, preferindo empregar sua atenção em observar as recentes mudanças que a fotógrafa havia aplicado à decoração, agora um pouco mais adulta e mais parecida com a personalidade da garota, contendo por exemplo um pequeno mural de fotos que a hipster começara a elaborar em uma das paredes e que, em pouco tempo, tinha se tornado bastante numeroso.

- Acho que você vai derreter nessa blusa, Che. Tá fazendo uns 30°C hoje. Por que você não fica só de regata como faz praticamente todo dia?

Chloe abriu um sorriso maldoso ainda de costas, mas rapidamente o compartilhou com Max, se aproximando da cama e pulando sobre o colchão para prendê-la e atacá-la com seu ataque de cócegas quase fulminante.

- Alguém está querendo me secar, né? Huuummm - Chloe brincou, enquanto Max tentava se defender de seus vários ataques sem muito sucesso. - Você deveria tirar algumas fotos minhas naquele estilo lá sobre o qual me falou uma vez... acho que o nome era boudoir, né? Pode ser que isso contenha esse seu ímpeto secador, Maximus.

- Eu topo fazer as fotos hoje mesmo, mas acho que o efeito seria exatamente o oposto. 

A fotógrafa devolveu a provocação no mesmo tom, encarando Chloe com um olhar quase predatório e a fazendo corar levemente com a resposta tão ousada, quanto inesperada.

Enquanto Chloe trocava o ataque de cócegas por um de beijos, Max não conseguia deixar de pensar com orgulho em como tinha aprendido a devolver todas as provocações, brincadeiras de duplo sentido e qualquer coisa semelhante que Chloe direcionava a ela, causando em sua namorada praticamente o mesmo efeito que esta causava em si.

Foi preciso muito tempo para a nerd se acostumar e controlar a própria timidez, que era praticamente parte de sua personalidade, mas a convivência com a garota de cabelos azuis foi o bastante para garantir seu sucesso.

- Ei, eu quero te contar uma coisa antes de continuarmos. - Chloe falou, se afastando levemente, mas permanecendo um tempo acariciando o rosto da fotógrafa, enquanto a encarava.

- Pra você parar um beijo pela metade, deve ser algo bem importante.

Max brincou logo que Chloe se pôs sentada de frente para ela.

- Eu tava planejando te contar isso só quando tivesse terminado, mas não vou aguentar manter o segredo até lá. 

A fala de Chloe só passou a fazer sentido para Max, quando ela começou a se livre da blusa que vestia, seguindo suas recomendações prévias e agora exibindo uma tatuagem que ocupava quase todo o braço direito dela, mas que ainda estava visivelmente inacabada, com algumas partes só com o contorno preto, mas sem cores.

A fotógrafa se aproximou, tocando com delicadeza e curiosidade a fina camada de plástico que protegia o local, observando atentamente cada detalhe antes de emitir qualquer opinião.

- Como você esperava esconder isso de mim? Eu te vejo sem roupa.

Max comentou com os olhos ainda vidrados no desenho, fazendo Chloe rir em resposta.

- Acho que eu ia ter que te vendar da próxima vez que fôssemos transar. - Chloe não perdeu a oportunidade de brincar logo que surgiu a possibilidade.

- Só se você me deixasse te algemar.

- Meu deus! No que você se transformou, Max Caulfield? - Chloe questionou, forçando uma expressão chocada para disfarçar o efeito que a provocação da fotógrafa teve em si. 

- Primeiro em sua amiga, depois melhor amiga e, por último, namorada. Ou seja, a culpa é toda sua. - Max respondeu prontamente, mostrando a língua para ela ao final.

Chloe riu, se aproximando dela e a abraçando sem dizer mais nada, resolvendo abandonar aquela disputa de quem constrangia mais quem e voltando ao assunto principal.

- Eu sei que você esperava um "Eu amo Max Caulfield" escrito na minha bunda como primeira tatuagem, mas, desconsiderando a decepção inicial, o que você achou dessa?

Mas riu, balançando a cabeça num gesto de reprovação e dando um tapa de leve no braço sem tatuagem dela.

- Eu adorei as rosas, as borboletas voando ao redor e até a caveira. Mal posso esperar pra ver terminada. - Max respondeu, enquanto olhava o desenho de relance mais uma vez. - Eu só acho que, se sua mãe não te matou pelo cabelo, com certeza vai te matar quando descobrir sobre essa tatuagem. 

- Vai nada... - Chloe disse num tom despreocupado. - Ela só vai ficar irritada na hora e depois se acostumar, como com o cabelo. Além disso, eu já planejei como vou contar.

Max apenas arqueou uma das sobrancelhas, enquanto olhava para Chloe, ávida por uma explicação.

- Eu vou dizer pro papai primeiro, ele vai me dar uma bronca de leve por não ter pedido permissão antes de fazer, mas depois vai me ajudar a fazer terreno pra eu mostrar pra mamãe, sem ela ficar muito brava.

- Um plano infalível. - Max debochou.

- Por via das dúvidas, vou fazer tudo isso só quando estiver finalizada e depois do próximo fim de semana. 

- O que tem de especial no próximo fim de semana? - A expressão empolgada de Chloe foi substituída por uma magoada logo que ouviu a pergunta de Max, que sustentou a sua cara confusa por não mais que 2 minutos, até cair na gargalhada. - Você acha mesmo que eu ia esquecer do nosso aniversário?

- Não faça isso de novo. Não foi engraçado. - Chloe respondeu ainda emburrada.

- Tá bom, bebê chorão. - Max disse num tom bem humorado, a abraçando e beijando no rosto numa clara tentativa de se redimir - Mas o que isso tem a ver com a tatuagem?

Chloe se aproximou, abrindo o mesmo sorriso empolgado de antes e mudando de lugar para se sentar ao lado da fotógrafa.

- É que eu tenho grandes planos e não quero arriscá-los com um possível castigo.

- Hum... Faz sentido. Mas eu posso saber mais sobre esses seus planos?

- Bom, eu juntei algum dinheiro nos últimos meses e a gente finalmente vai poder viajar pra Portland e fazer todas aquelas coisas hipsters que você queria e outras divertidas também. - Chloe brincou, enquanto distribuía beijos no pescoço da fotógrafa, a fazendo rir. 

- Essas partes divertidas incluem ir a clubes de striptease? - Max especulou com um olhar irônico.

- Estou mais interessada numa lapdance sua.

Chloe devolveu a provocação, piscando para Max e a fazendo rir, mas logo decidindo voltar ao tema inicial da conversa. 

- Nossa primeira aventura juntas em outra cidade. 

- Eu mal posso esperar. - Max concordou, se aconchegando mais no abraço. - Eu posso dirigir? - Ela especulou, observando Chloe com um olhar curioso e a notando refletir sobre o assunto.

- Pode - Chloe respondeu, a fazendo sorrir empolgada, mas logo completou. - Mas só quando o carro estiver desligado. 

- Idiota!

- Eu só estou zelando por nossa vida, Maxipad.


Notas Finais


"E o Chasemarsh? Cadê?"
Gente, calma que a Vic nem chegou em Arcadia Bay ainda. Vocês vão ter que esperar um tiquinho mais por isso.

No mais, beijos e até! :)


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