1. Spirit Fanfics >
  2. Amor Além do Tempo >
  3. A Semana Que Nunca Aconteceu

História Amor Além do Tempo - A Semana Que Nunca Aconteceu


Escrita por: SamusAran

Notas do Autor


Olha eu de novo por aqui! Espero que tenham sentido minha falta.

Pela quantidade de comentários no último capítulo, devo presumir que vocês realmente gostam mesmo é de sofrer. Hehehe!

Espero que curtam esse também.

Capítulo 7 - A Semana Que Nunca Aconteceu


Fanfic / Fanfiction Amor Além do Tempo - A Semana Que Nunca Aconteceu

- Quanto antes você começar a cooperar conosco, mais cedo poderá ir embora.

Eu só queria te dar um soco na cara e sair daqui o mais rápido possível de volta pro hospital. Que inferno! Nem ao menos posso saber como Max está. Por que eles me querem aqui? Eles já têm tudo o que precisam pra prender o filho da puta do Nathan.

- Eu sei que você não queria estar aqui e eu também não, mas infelizmente é necessário.

Logo depois de acompanhar Max até o hospital, Chloe foi conduzida à delegacia para depor como testemunha ocular a respeito do tiroteio ocorrido no banheiro de Blackwell. Não era como se tivessem lhe dado realmente uma escolha, ela foi obrigada a ir. Embora tivesse conseguido que a deixassem usar seu próprio carro para chegar até o prédio. 

Seu plano inicial era ficar no hospital esperando para ter certeza que Max ficaria bem. Em vez disso, ela estava na sala de interrogatório da delegacia de Arcadia Bay, extremamente irritada, ignorando todas as tentativas do policial responsável por interrogá-la de fazer seu serviço.

- Eu sei que foi um longo dia pra você...

- Foda-se. Eu deveria estar no hospital cuidando da minha amiga, mas eu nem sequer posso saber se ela sobreviveu porque sou obrigada a estar aqui.

- Olha, eu imagino pelo que você deve estar passando...

- Você imagina? Será mesmo? - Chloe perguntou com uma expressão sarcástica, se inclinando em direção ao oficial e mantendo seus dois punhos cerrados sobre a mesa, os nós de seus dedos ficando brancos, tamanha a força com que os mantinha fechados. - algum amigo seu já surgiu de lugar nenhum e literalmente tomou um tiro por você? Você tem algum amigo que arriscaria a própria vida para salvar a sua?

O policial permaneceu em silêncio sem saber bem como lidar com a explosão da garota de cabelos azuis e também sem ter uma resposta para dar.

- É, eu imaginei que não. - ela concluiu voltando a se escorar na cadeira onde estava sentada e cruzando os braços, enquanto olhava para o lado ainda mais impaciente.

- Eu só preciso que você responda às minhas perguntas. Só isso. Depois você pode voltar para sua amiga.

Chloe suspirou ainda irritada, mas percebeu que seria inútil continuar com aquela discussão.

- Então pergunte.

- Me conte tudo o que você sabe sobre Nathan Prescott.

Então ela se inclinou novamente com os braços cruzados sobre a mesa e começou a falar.

__________________________

Quase uma hora depois de ter chegado ao departamento de polícia, Chloe pôde sair de lá, indo em direção à sua velha caminhonete, estacionada arbitrariamente nos arredores do prédio. Só então ela partiu o mais rápido que pôde de volta ao hospital.

Não aconteceu nada com ela. Se tivesse acontecido, Joyce certamente teria me avisado. Relaxa, Chloe.

Ela tentava acalmar a si mesma enquanto avançava todos os semáforos vermelhos possíveis e desrespeitava todas as placas de limite de velocidade ao longo do caminho.

Eu devo estar amaldiçoada. É a única explicação possível para isso estar acontecendo, porque primeiro meu pai morre, depois Max vai embora, em seguida Rachel desaparece, então Max finalmente volta e toma um tiro pra me salvar. É como um pesadelo interminável. Uma piada doentia do destino.

Eu vou matar o desgraçado do Prescott com minhas próprias mãos, se ela morrer. Eu juro que vou!

Pare de falar assim, ela não vai morrer! Ela vai ficar bem.

Finalmente Chloe chegou ao hospital e pôde dar uma pausa ao seu interminável diálogo interno. Ela suspirou longamente antes de criar coragem para descer do carro, mas antes que isso acontecesse, ela olhou para o banco de passageiro e viu a bolsa de Max, a qual tinha trazido consigo para que não fosse levada pela polícia. Ela não conseguia conviver com a ideia da privacidade de sua amiga sendo invadida por estranhos, de seu diário sendo lido por aquelas pessoas desconhecidas. Então logo se lembrou das palavras dela:

"Le-ia o diário... ele... explica... tudo."

O que isso significa? Tudo o que?

Ela retirou o caderno da bolsa e imediatamente notou que havia algumas manchas de sangue na capa, assim como na bolsa e na própria roupa que ela vestia, a qual fora a mais afetada e, por isso, estava completamente ensanguentada. Levando o caderno consigo, ela saiu do carro e foi em direção ao hospital, encontrando Joyce sentada na sala de espera com uma aparência de cansaço bastante visível em seu semblante.

- Como ela está? 

- Ainda em cirurgia. Já faz 2 horas.

Não conseguindo conter sua raiva e sua frustração, Chloe praguejou e deu vários murros na parede, encostando a testa nela e suspirando longamente, enquanto Joyce a encarava com um olhar de reprovação, mas sem ter coragem de repreender a filha naquele momento. Dessa forma, ela decidiu continuar com sua atenção voltada para o jornal que passava na TV da sala de espera.

- E o David? Por que ele te deixou aqui sozinha?

- Ele ainda está em Blackwell falando com a polícia, já que é o chefe de segurança de lá. Hoje vai ser um longo dia pra todos nós.

Chloe decidiu se sentar a algumas cadeiras de distância do lugar onde Joyce estava. Ela tentava se acalmar enquanto encarava o diário de Max em suas mãos.

Eu deveria mesmo ler isso? Ela pode me explicar tudo se sobrev... 

Não diga isso, sua idiota! É claro que ela vai sobreviver. Mas o que diabos isso vai explicar? Por que ela foi embora? Por que não escreveu ou me ligou em 5 anos?

Um pouco cética, Chloe voltou a olhar o diário enquanto enxugava as lágrimas de seus olhos. Ela se sentia magoada, traída pelo que Max fez no passado, mas sabia que não podia remoer aquilo depois de ela ter salvado sua vida. Na verdade ela nem se importava mais tanto com aquilo, pois tudo tinha se tornado pequeno diante do contexto geral que se apresentava para si. Apesar de tudo, Chloe nunca conseguiu sentir raiva de Max. Ela até tentou no começo, teria sido mais fácil, mas não pôde e nem foi capaz de entender o motivo.

Então ela parou de hesitar e finalmente abriu o diário, começando a lê-lo ainda apreensiva. De tempo em tempo, ela olhava para o relógio e esperava que um médico aparecesse milagrosamente com um sorriso no rosto dizendo que a cirurgia tinha sido um sucesso e que Max ficaria bem. Aquela espera no escuro era terrível e devorava cada parte sua por dentro.

Tudo isso foi temporariamente esquecido quando ela chegou na parte das entradas onde Max contava sobre o que tinha acontecido no banheiro. Chloe ficou atônita quando leu a explicação de como Max tinha salvado sua vida voltando no tempo. Ela achou que a garota de cabelos castanhos estivesse delirando ou, no mínimo, muito chapada, mas não conseguia encontrar uma explicação lógica para a fato de sua amiga ter escrito aquilo sobre algo que acabara de acontecer.

- Que droga é essa? Como isso é possível?

Conforme ia avançando na leitura, mais questionamentos surgiam em sua mente. 

Como Max conhecia Rachel, Frank, David e tanto sobre a nova versão de mim?

O visual, o temperamento, as atitudes, seu quarto, o ferro velho. Todas as descrições eram muito acuradas para serem resultados de mera suposição. Max também sabia sobre a arma que ela roubou do David, embora ela nunca tivesse contado pra ninguém a respeito e sobre sua busca incessante por Rachel.

Chloe se sentiu idiota quando leu sobre as sucessivas vezes em que morreu fazendo algo estúpido ou como ela definitivamente estaria morta agora, se não fossem os poderes de Max, se sua amiga não estivesse lá para salvá-la. Tudo faria muito sentido, se não fosse impossível.

- Eu a desafiei a me beijar e ela me beijou? - ela sentiu uma sensação diferente no estômago, mas tentou ignorá-la, já que sua confusão atual já era enorme sem aquela informação.

Apenas continue lendo, idiota!

E então tudo foi piorando. 

Rachel e Frank eram um casal e ela nunca teve sequer a decência de me contar? Que tipo de amiga ela era? Ela estava mentindo esse tempo todo? 

É, Chloe. Todo mundo mente, sem exceções. Nunca esqueça disso!

E, algumas página depois, nada mais daquilo importava. Lágrimas começaram a escorrer novamente de seus olhos quando ela leu sobre a morte de Rachel, assassinada por Nathan Prescott, sempre ele, encontrada por Max e ela no ferro velho.

- Esse diário não pode ser real! Nada disso é real! Ela não pode estar morta. Não é possível...

Chloe ainda estava com a cabeça afundada entre as próprias mãos, tentando negar tudo aquilo para si mesma, chorando tudo o que podia quando ouviu sua mãe soltar um ruído de choque. Aquilo chamou sua atenção imediatamente, levando-a a tentar identificar o que tinha causado aquela reação em Joyce. Logo viu que tinha sido algo que estava passando no noticiário.

Havia uma repórter jovem, de cabelos escuros falando num microfone, mas como o volume da TV estava muito baixo, era impossível distinguir o que estava sendo dito.

Por isso, Chloe se aproximou do aparelho, analisando atentamente as imagens e ficou em choque quando finalmente conseguiu ler a manchete da reportagem que estava sendo exibida naquele momento.

Corpo da estudante desaparecida, Rachel Amber, é encontrado enterrado em ferro-velho de Arcadia Bay. Nathan, filho do magnata local Sean Prescott, confessou o assassinato.

Chloe sentiu como se estivesse afundando, seus joelhos estavam fracos, fazendo-a ceder e sucumbir no chão. Seu peito doía como se tivessem lhe cravado uma faca e a girado enquanto ainda estava dentro de si. Ela queria gritar, quebrar as coisas ao seu redor, mas não conseguia sequer falar. Então apenas continuou chorando, enquanto tudo o que ela podia sentir era o abraço de sua mãe ao redor de si, tentando confortá-la. Mas aquilo era impossível naquele momento.

Oh, Rachel! Que tipo de mundo faz isso?

Depois de muito tempo, quando finalmente conseguiu se recompor, ela levantou do chão e olhou para os lados em busca do diário e logo o encontrou caído ao seu lado, então começou a vasculhá-lo, como se precisasse de mais uma prova de que aquilo era de fato real, como se tudo o que havia visto não tivesse sido o suficiente. Foi assim que encontrou várias fotos, dentre as quais, uma dela em seu quarto, dançando em cima da cama enquanto fumava, outra dela no farol, sentada no banco e olhando o pôr do sol e, finalmente, a que mais lhe chamou a atenção: uma dela e de Max deitadas em sua cama, iluminadas pela luz do sol fraco das primeiras horas da manhã, as duas sorrindo com cara de sono para a câmera. 

Chloe não conseguia lembrar da última vez em que havia sorrido de um jeito tão sincero como naquela foto e muito menos de quando ela tinha sido tirada. Até porque ela nunca foi tirada, pelo menos não nessa realidade.

- Meu deus, isso é real! Tudo isso é real. - Chloe deixou escapar mais alto do que deveria enquanto tentava processar todas aquelas informações, o que logo chamou a atenção de Joyce. Mas antes que ela pudesse perguntar qualquer coisa, uma voz rompeu o silêncio.

- Senhora Price?

Joyce e Chloe olharam ao mesmo tempo para o médico que apareceu próximo ao lugar onde elas estavam sentadas ainda trajando a roupa que estava usando na sala cirúrgica.

- A cirurgia correu conforme planejado. A senhorita Caulfield está estável agora, mas ainda inconsciente. - ele anunciou trazendo um grande alívio para a mente conturbada de Chloe. - Vocês já conseguiram contactar os pais dela?

Chloe não esperou a resposta de sua mãe. Apenas guardou a foto dela e de Max no bolso da jaqueta, recolheu o diário e correu pelo saguão e depois pelo corredor em direção ao quarto onde ela devia estar. Seu coração batia em disparada contra seu peito, impedindo-a de respirar direito. Parte dela queria apenas chorar e se trancar dentro de si mesma pelo que havia acontecido com Rachel, mas depois de tudo que ela leu, de tudo o que havia acontecido naquela semana que teoricamente nunca existiu, do que elas enfrentaram juntas, de tudo o que Max fez para salvá-la e de todas as vezes que efetivamente salvou, Chloe simplesmente não podia ignorar a necessidade crescente em seu coração e as borboletas que pareciam ter feito do seu estômago um novo lar.

Naquele momento, a única coisa que ela queria, tudo o que importava, era estar ao lado de Max.


Notas Finais


Será que a Max já acorda no próximo capítulo? Ou será que ela nem acorda? Ou será ainda que eu só tô tentando assustar vocês? Só o tempo dirá. XD

P.S. Às vezes me empolgo tanto com a história que me bate uma vontade de postar 3 capítulos numa semana, mas eu evito pra não atrasar no futuro e não deixar vocês mal acostumados.

Bjs e até a volta!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...