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História Amor Além do Tempo - Algo Novo


Escrita por: SamusAran

Notas do Autor


Oi de novo, pessoal!

Vou preferir não falar nada demais nas notas do capítulo de hoje porque vai acontecer uma coisa importante e eu não quero arriscar entregar antes de vocês lerem.

Dito isso. Boa leitura! ;)

Capítulo 75 - Algo Novo


Fanfic / Fanfiction Amor Além do Tempo - Algo Novo

Max estava de frente para o espelho do quarto, concentrada em dar os retoques finais na própria maquiagem para sua grande noite, a primeira vez que exporia seu trabalho em uma galeria de arte de verdade.

A ocasião pedia uma roupa mais refinada, um tanto quanto diferente de seu estilo habitual, consistindo basicamente em um vestido preto de alças finas, sandálias de salto e brincos. O único acessório que permanecia intacto, sempre presente em seu visual independente da ocasião, era seu colar de bala.

A fotógrafa estava concentrada demais em sua atividade para notar a aproximação sorrateira de Chloe às suas costas, trajada em seu próprio estilo, só que um pouco mais formal que de costume e que consistia num blaser curto e preto, com as mangas afastadas até os cotovelos, uma camisa branca por baixo, uma calça skinny também preta e um tênis.

A garota mais velha aproveitou a distração de Max para abraçá-la de surpresa e beijá-la no pescoço para, em seguida, se posicionar diante dela, escorada na cômoda, a observando atentamente, enquanto a esperava terminar.

- Você sabe que normalmente já te acho linda, mas hoje você com certeza bateu algum tipo de recorde. Parabéns!

- São seus olhos. - Max respondeu, tentando disfarçar o quanto aquele tipo de comentário continuava a afetá-la, mesmo depois de tanto tempo de convivência.

- Não. Meus olhos estão funcionando perfeitamente bem e eu já me arrependi de não ter me arrumado tanto quanto você, pra aparecer nessa exposição como sua "esposa troféu". 

Chloe acrescentou ironicamente, de braços cruzados, fazendo Max rir ao mesmo tempo em que finalizava sua preparação e guardava os itens que havia utilizado na gaveta da cômoda.

- Esposa troféu? - Max repetiu num tom sarcástico, arqueando uma das sobrancelhas, aguardando uma explicação.

- É... aquela esposa gata que você leva nos compromissos sociais pra causar inveja nos outros convidados.

- Eu sei o que significa o termo, Chlo. Só não acho que você se encaixe nele. - Max discordou, motivando uma reação confusa na punk com a negativa, o que a fez decidir evoluir na explicação. - Quer dizer, você é linda...

- ... e gostosa. - Chloe acrescentou, antes que Max pudesse continuar, a fazendo rir novamente e balançar a cabeça num gesto de reprovação.

- E gostosa. - A nerd repetiu, levando Chloe a erguer os dois polegares, aprovando a declaração, com um sorriso satisfeito no rosto. - Mas você é muito mais do que isso. Além do mais, nós não somos casadas, nem ao menos noivas, então não faria muito sentido usar essa adjetivação pra me referir a você.

- Essa doeu... 

Max ignorou momentaneamente a reclamação velada, se afastou para pegar a bolsa e depois voltou até Chloe, estendendo a mão para que ela segurasse.

- Não foi minha intenção. Só expus um fato. - Max se defendeu, no momento em que uma Chloe levemente emburrada aceitou a oferta, entrelaçando os dedos nos dela, embora permanecesse com uma expressão nada animada. - E eu não sei se você está achando isso, mas saiba que não estou te pressionando a nada. Fica fria.

- Eu sei. Mas minha mãe faz o serviço por você. Sempre que liga, me pergunta quando eu vou parar de te enrolar e fazer o pedido. - A punk explicou, desviando o olhar, envergonhada e cada vez mais chateada com a situação - Mas eu não tenho dinheiro pra anel de noivado, nem pra alianças e muito menos pra uma festa. Todas essas coisas são tão caras que, quando eu ponho no papel, só falto ter um troço.

Max sorriu, erguendo o rosto de Chloe com as duas mãos, de modo que ela a encarasse e, em seguida, se aproximando, decidida a consolá-la.

- Eu te amo e não ligo pra isso porque sei que a gente vai conseguir no momento certo, como conseguimos tudo até agora. 

Max declarou com segurança, a beijando e abraçando apertadamente ao final, numa tentativa de reforçar a próprias palavras e a sentindo relaxar em seu enlace enquanto retribuía o gesto, embora ainda se mantivesse em silêncio.

- Agora pare com esse discurso deprê porque hoje é um dia feliz e eu te quero fazendo aquelas piadas inadequadas e de duplo sentido a noite toda pra me distrair do meu próprio nervosismo.

Chloe abriu um sorriso com o pedido, balançando a cabeça positivamente e devolvendo o beijo, antes de evoluir na resposta.

- Isso eu posso garantir de graça pra você. 

- Melhor assim. Agora vamos porque acho que seria muito constrangedor eu me atrasar pro lançamento da minha própria exposição. - Max encerrou o assunto, procurando de novo a mão de Chloe, agora para conduzi-la em direção à porta.

- Como você desejar, Maximus.

__________________________

O local da exposição estava bastante cheio já nos primeiros minutos do evento e, para Max, ainda era difícil acreditar que tudo aquilo estava realmente acontecendo, que ela agora era uma fotógrafa com algum renome e que não fazia mais apenas alguns bicos por aí, tirando fotos comerciais de casais, mulheres grávidas ou crianças. Agora ela estava apta a dizer que, de fato, havia produzido algo que poderia ser considerado arte.

Chloe e ela se movimentaram lado a lado pela galeria, com a garota de sardas sendo parada constantemente durante o percurso por uma ou outra pessoa, algumas vezes para ser parabenizada pelo trabalho, em outras para conversar sobre ele e em outras para discutir novas oportunidades profissionais. 

Com o excesso de procura por ela, aos poucos, Max começou a ficar mais à vontade com a provisória e estranha sensação de ser o centro das atenções, superando o deslocamento inicial e passando a lidar mais naturalmente com o assédio moderado que recebia daqueles desconhecidos.

- Eu posso não ser uma grande especialista em fotografia ou arte em geral, mas tenho certeza que essa ocasião merece um brinde. - Chloe sugeriu com uma olhar convidativo, quando as duas ficaram outra vez a sós, após Max atender mais alguns visitantes - Além disso, eles estão oferecendo open bar hoje. Seria um desperdício não aproveitar.

Max balançou a cabeça num gesto crítico, mas não conseguiu evitar sorrir ao ouvir a sugestão.

- Tudo bem. Eu vou aceitar sua oferta generosa e sem nenhum interesse.

- Maravilha! Então fica aqui com essa foto gigante em que eu apareço de relance no plano de fundo, que eu vou lá no bar e volto rapidinho.

Max assentiu e Chloe logo se afastou para providenciar as bebidas, enfrentando uma fila maior do que imaginava e ficando impaciente com a demora inesperada. E a impaciência imediatamente se transformou em irritação, quando, ao se reaproximar do lugar onde a nerd estava, visualizou um homem desconhecido conversando animadamente com ela.

- ... você tem muito talento e um tipo de assinatura pessoal que deixa seus trabalhos bem coesos. É impressionante. - Chloe entreouviu do homem, enquanto se aproximava dos dois, notando Max, mesmo sem jeito, agradecer o elogio - Eu sou professor de artes. Nós poderíamos sair depois daqui pra conversar mais sobre o assunto... e, espero que você não me considere inconveniente, mas preciso dizer que você parece ser tão interessante quanto suas fotos...

- Desculpa, mas nã...

Max estava prestes a dispensar o estranho, mas foi interrompida no início da frase pelo reaparecimento repentino e nenhum pouco discreto de Chloe.

- Aqui está, Max. - A punk falou, ignorando o homem estranho, entregando a taça de champanhe na mão da nerd e, em seguida, acrescentando. - Desculpa o atraso, mas a fila do bar tava imensa. Acho que vai tá todo mundo bêbado até o fim da noite. Se você quiser fazer o mesmo, teremos que passar um tempo lá pra garantir.

Max sorriu nervosamente, a agradecendo e, ao mesmo tempo, tentando demonstrar com o olhar seu desconforto com a situação em que havia acabado envolvida e da qual não sabia como escapar.

- Você está nas fotos, não? - O desconhecido perguntou, agora se dirigindo à Chloe - Nas fotos dela. Eu acho que te reconheci em algumas.

- É... - Chloe respondeu, sem disfarçar sua irritação crescente pela permanência do homem estranho no lugar, mesmo após sua chegada. - Eu estou. 

- Então vocês devem se conhecer bem... - Ele continuou a sucessão de especulações como se estivesse em um jogo, ignorando o claro desprazer de Chloe com sua presença -  Você deveria convencer sua amiga a sair comigo... quem sabe até ir junto pra ela ficar mais confortável?

- Ela não é minha amiga... - Chloe respondeu entre os dentes, com o punho livre cerrado e o outro prestes a esmagar a taça que segurava, já que mal conseguia controlar o ódio pulsante que a consumiu internamente no minuto em que ouviu a sugestão do homem.

- Não...? Então o que você tá fazendo nos quadros? Você é modelo, por acaso?

Chloe estava com medo de perder completamente o controle, explodir com o homem, causar uma confusão sem precedentes e, por tabela, estragar a exposição de Max. E isso era tudo o que menos queria. 

Por isso, ela calculou muito bem em sua cabeça o que responderia, cada palavra e cada mínimo detalhe. Mas a punk passou tanto tempo absorta nisso, que sua resposta se tornou desnecessária quando finalmente estava pronta para ser compartilhada.

- Ela é minha esposa.

A declaração de Max veio seguida do movimento de um de seus braços contornando a cintura de Chloe, que teve seu ímpeto destrutivo completamente drenado pela sucessão de ações inesperadas. A única coisa que ela pôde fazer em resposta foi colocar a mão livre sobre o ombro da fotógrafa e sorrir abertamente.

- Me desculpem! Eu não sabia.... eu... eu... é que você é tão nova que nunca imaginei, quer dizer... melhor eu ir embora e deixar vocês em paz. - O homem falou constrangido, se afastando, sem esperar despedida  - Desculpa de novo!

Chloe esperou que ele sumisse completamente de vista antes de fazer o comentário que estava na ponta de sua língua desde a última frase de Max.

- Então, quer dizer que nós casamos? - Chloe questionou, se divertindo abertamente com a situação, enquanto dava o primeiro gole em sua bebida.

- Só por hoje pra afastar estranhos inconvenientes. 

- Eu gostei mesmo assim, esposa. - Chloe respondeu, dando um beijo no rosto dela ao final.

- E obrigada por não arrumar uma confusão.

- Eu nunca estragaria sua grande noite por algo assim. - Chloe assegurou com um sorriso reconfortante - Além do mais, eu já tô acostumada. Esse é o preço que tenho que pagar por namorar alguém com tanta cara de hétero.

Max gargalhou ao ouvir aquela "acusação" velada, mas não perdeu tempo em se defender.

- Desculpa, mas eu pensei que seu visual fosse gay o bastante pra nós duas.

- Amor, aprenda de uma vez por todas, nada nunca é gay o bastante.

__________________________

Max estava começando a ficar preocupada com o comportamento fora do comum que Chloe teve durante todo o dia. Desde o momento em que chegou em casa após voltar do trabalho e, em vez de cumprimentá-la e conversar sobre o dia como sempre acontecia, foi direto tomar banho sem trocar uma palavra com ela.

O quadro não mudou nada quando as duas saíram para jantar fora e trocaram apenas algumas palavras durante o percurso até o restaurante, em conversas quase sempre iniciadas por Max e raramente desenvolvidas por Chloe.

Quando finalmente chegaram restaurante, a situação se tornou ainda pior, já que a punk passou a maior parte do tempo distraída, mexendo no celular e, por isso, mal tocando na comida pedida por ela. E, quando decidia fazer uma tentativa, acabava interrompida por ligações misteriosas.

Max passou metade do dia sendo devorada pela curiosidade e a outra metade extremamente preocupada com o que poderia estar acontecendo com Chloe, já que quando decidiu perguntar o que poderia estar havendo de errado, foi agraciada com um simples e nenhum pouco convincente:  "Nada. Tá tudo bem".

Mas, quando as duas voltaram para casa após a noite frustrante e Chloe estacionou o carro na garagem, depois de uma viagem de volta completamente silenciosa, Max não conseguiu mais se segurar.

- Chloe, o que está acontecendo com você? - Quando a punk abriu a boca para responder, foi cortada no meio do caminho - E, por favor, não insulte minha inteligência dizendo "nada" de novo porque é bastante óbvio que você está mentindo.

Entretanto, antes que a garota tivesse chance de inventar uma nova desculpa e reafirmar que estava tudo bem, foi interrompida novamente, agora pelo toque de seu celular.

- Vai na frente, que eu já te acompanho. - Ela indicou, enquanto olhava o visor do celular - Eu tenho que atender essa.

Max encarou Chloe possessa, sem acreditar no que ela continuava fazendo, mesmo depois de sua reclamação direta, enquanto a punk já tinha a atenção voltada para o telefonema.

Então, a nerd desceu do carro, batendo a porta com força desproporcional e andando rapidamente até a entrada do prédio, subindo pelo elevador cada vez mais indignada e decidida a iniciar uma briga logo que Chloe pusesse os pés dentro do apartamento.

Max ainda selecionava mentalmente as acusações que desferiria contra Chloe, quando abriu a porta de entrada, acendeu a luz e se deparou com uma cena que fez com que qualquer pensamento raivoso ou discurso ensaiado por ela mentalmente fosse completamente eliminado de sua cabeça.

A sala do apartamento estava completamente tomada por um sucessão de fotos, um tanto peculiares, já que tinham o tamanho de pôsteres e pairavam pelo cômodo sustentadas por fios quase invisíveis e iluminadas por luzes brancas de natal, que davam um toque mais intimista ao cenário.

Imagens de quando Max e Chloe eram crianças, outras do começo da adolescência das duas, várias de quando se tornaram um casal e até algumas mais recentes, como a do dia em que se mudaram para o apartamento. 

Max contemplou cada uma das imagens com igual atenção, sendo dominada imediatamente pela carga emocional imensa que elas traziam consigo e que, por isso, a faziam viajar através delas e se aventurar por aquelas memórias tão intensas, a permitindo reviver com clareza cada um dos momentos sem precisar sair daquela sala.

Ávida por explorar cada detalhe do espaço, a nerd descobriu que muitas daquelas imagens eram inéditas para si, muito embora, ironicamente, a maioria delas a tivesse como modelo, mesmo sem estar consciente do fato. 

Entre estas, havia uma em que ela aparecia dormindo pacificamente, com o rosto enterrado embaixo do travesseiro ao tentar fugir dos primeiros raios de sol que iluminavam o quarto; em outra ela aparecia sorrindo genuinamente de algo que assistia na TV e em outra foi fotografada enquanto produzia sua própria sessão de fotos.

Mas, em meio a tantas imagens, houve uma em especial que cativou a atenção da fotógrafa, provavelmente uma das mais simples. A foto consistia numa selfie de Chloe com a mesma roupa com que havia saído naquela noite, sorrindo para a câmera e exibindo uma caixinha coberta de veludo escuro em sua mão esquerda. Na legenda, era possível ler uma frase curta e simples: "eu consegui".

Max nem sequer teve tempo de processar o que estava acontecendo, pois a porta voltou a ser aberta no minuto seguinte, a fazendo se virar por reflexo na direção dela, já com lágrimas nos olhos e uma expressão atônita  para notar que uma Chloe sorridente e bastante nervosa havia finalmente subido.

- Eu imaginei esse momento tantas vezes. - A punk falou ao fechar a porta e começar a se aproximar lentamente - Pensei em como fazê-lo ser perfeito, inesquecível. - Ela continuou falando, enquanto se movia entre as fotos, olhando uma e outra e encarando uma Max, que permanecia petrificada no lugar, apenas a observando sem esboçar reação. - Eu considerei todos os lugares e situações possíveis, até perceber que a única que faria jus a tudo que eu quero passar seria algo assim. Nossa vida, representada por essas fotos, é o cenário mais propício para o que estou prestes a fazer.

Ela concluiu ao finalmente alcançar Max e poder segurar a mão dela com firmeza entre as suas, a encarando com um olhar de devoção, antes de voltar a falar.

- Você tem sido parte da minha vida há tanto tempo que eu nem sequer consigo imaginar como ela seria se você não tivesse aparecido. Eu provavelmente seria uma pessoa completamente diferente, do avesso. Não seria eu mesma. 

Chloe fez uma nova pausa, observando Max usar a mão livre para tentar enxugar as lágrimas que não paravam de cair, ao mesmo tempo em que olhava de novo ao redor do cômodo e da cena que ela havia criado. 

- Mas o mais importante de tudo é que eu não quero imaginar isso, nem mesmo cogitar a possibilidade. Porque nem durante nossas brigas mais feias eu tive um minuto de dúvida de que você é a mulher da minha vida e sempre vai ser, mesmo que vivêssemos 1 milhão de vidas diferentes. - Ela determinou com um sorriso amoroso, enquanto usava uma das mãos para acariciar o rosto de Max - E eu esperei tanto por esse dia...

Mantendo uma das mãos de Max segura pela sua, Chloe se apoiou em um dos joelhos e usou a mão livre para tatear o bolso da jaqueta até encontrar e trazer à superfície a caixinha de veludo igual à da foto que a nerd havia visto minutos antes, abrindo-a para finalmente revelar o seu conteúdo: um anel dourado, bastante delicado com um pequeno cristal no topo.

- Max Caulfield, você quer ter Price no seu nome? - Chloe perguntou fazendo a nerd sorrir entre as lágrimas, o que a motivou a complementar - Bom... e casar comigo também, ser a mãe dos meus filhos, me aguentar pra vida inteira, essas coisas todas, você sabe...

Max abriu um sorriso ainda maior com o complemento, se agachando para ficar no nível de Chloe, avançando sobre ela e a envolvendo num abraço que terminou por derrubar as duas no chão. 

Motivada pela posição confortável sobre a garota mais velha e pela própria euforia, a nerd avançou de novo, agora para beijar a punk passionalmente, só interrompendo a ação quando ficaram sem fôlego.

- Isso foi um sim? - Chloe perguntou inocentemente ao final do beijo, ao mesmo tempo em que afastava os cabelos de Max do rosto.

- Como se eu fosse dizer não para o pedido de casamento mais romântico de todos os tempos, feito pela pessoa que eu mais amo no mundo. - Max respondeu ironicamente e, logo em seguida, voltou a beijar Chloe. - Sim, sim, sim... Mil vezes sim. Agora me dá esse anel de uma vez.

Chloe sorriu e beijou a garota de sardas, usando as duas mãos como suporte para ajudá-la a se pôr sentada e erguer Max junto. Quando o beijo foi interrompido, a punk voltou a abrir a caixinha, retirando o anel dela e o colocando no dedo da outra garota.

- Agora você é oficial e irremediavelmente minha noiva. - Chloe falou depois de concluir a ação e depois acrescentou num tom de voz forçadamente sério - "Essa é minha noiva, Max Caulfield"... é tão legal dizer isso em voz alta. Você deveria tentar.

Max riu, embora estivesse mais focada em observar cada detalhe da joia que agora adornava seu dedo, sendo interrompida de seu transe, quando Chloe voltou a beijá-la vorazmente, agora no pescoço.

- Eu nem acredito que, alguns minutos atrás, eu tava cogitando te fazer dormir no sofá.

- Mas eu nunca dormi no sofá. - Chloe rebateu fazendo bico para Max e recebendo outro beijo em resposta - Eu nem consigo deitar nele esticada.

Max riu da observação e voltou a abraçá-la amorosamente.

- Pra você ter noção do quanto me deixou possessa hoje.

- Desculpa. Eu tava muito nervosa e ainda precisava ter certeza de que tudo estava dando certo por aqui. - A punk se explicou, enquanto afagava os cabelos de Max - Eu tive muito medo de algo dar errado por eu não poder estar presente pra acompanhar tudo de perto.

- Tá perfeito. Tudo o que você fez. - Max declarou, enquanto olhava mais uma vez para as fotos que pairavam acima das duas - E você planejou tudo sozinha, sem me deixar desconfiar de nada.

- E eu faria tudo de novo pra ver a cara que você fez quando eu entrei na sala e, principalmente, quando fiz o pedido. - Chloe declarou, se aproximando da garota de sardas até tocar com o próprio nariz no dela. - Você pareceu tão feliz. Era como se fosse flutuar a qualquer momento.

- Deve ser porque eu tô feliz, sua idiota. - Max brincou quando a punk começou a se perder nas próprias lembranças e, então, se aproximou antes de concluir. - Minha linda, engraçada, irritante, romântica e perfeita idiota. 

Foi a vez de Chloe sorrir, enquanto se inclinava novamente para beijá-la, ganhando terreno, até inverter suas posições e tê-la embaixo de si no chão.

- Continua... - Chloe acrescentou, agora concentrada em beijar o pescoço da nerd que, por outro lado, se distraía bagunçando os cabelos dela. - Eu adoro quando você fala sacanagem comigo.

 

- ...Sexy, mas com um timing terrível para piadas, - Max acrescentou com um sorriso, mas continuando com o jogo iniciado inocentemente pelas duas, enquanto Chloe permanecia concentrada em explorar o corpo dela com as mãos e a boca. - a melhor em fazer panquecas, em dar beijos e ações similares...

- Similares...? - Chloe questionou, curiosa, erguendo uma das sobrancelhas e parando momentaneamente o que fazia para retirar a jaqueta e jogá-la a esmo no chão da sala.

- É... tudo o que vem depois dos beijos...

- Hum... - Chloe deixou escapar, trocando seu olhar risonho de antes por um predatório, mordendo o lábio e se deliciando com o mero pensamento do que faria com a fotógrafa a seguir. - Talvez nós devêssemos fazer um tira teima agora mesmo pra você poder dar uma opinião mais abalizada.

Ela sugeriu, cheia de segundas intenções, voltando a beijar Max e passando uma das mãos por trás das costas dela para abrir o zíper do vestido, sem sofrer qualquer resistência da nerd, apesar de sua descrença inicial.

- Aqui no chão? - Ela questionou sem acreditar nas pretensões da punk, mas recebendo um aceno positivo em resposta - Sério?

- Amor... esse não seria nem de longe o lugar mais inusitado em que fizemos sexo. - Chloe respondeu, sem medir palavras, enquanto tirava a própria camisa. - Nós já fizemos no seu estúdio, numa sala de aula, numa piscina, enfim... já deu pra provar meu ponto.

- Minha nossa... nós somos como adolescentes cheios de hormônios. - Max constatou ao ser confrontada com as situações apresentadas por Chloe.

- Graças a deus, nós somos. - Chloe devolveu, rindo e voltando a se aproximar dela para resumir suas ações. - E eu quero ter a primeira vez com minha noiva e não acho justo desperdiçar esse cenário.

- Hum... Parece que eu fiquei sem argumentos. Então... - Max brincou, sorrindo de volta para ela e a puxando pelo cordão para um novo beijo.

Dessa vez, sem mais conversas descontraídas ou paradas que não tivessem a a única finalidade de recobrar o fôlego ou mudar o alvo de seus ataques e, então, depois de poucos minutos, havia peças de roupa espalhadas por toda a sala, enquanto as duas garotas voltavam a se tornar uma só.


Notas Finais


E aí, o que acharam?
Acho que vou esgotar todas as ideias possíveis de pedidos de casamento até chegar o meu. Hehe!

Beijos e bom fim de semana! :)


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