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História Amor Além do Tempo - De Volta a Arcadia Bay


Escrita por: SamusAran

Notas do Autor


Gente, imensas desculpas por não ter postado ontem, mas juro que foi por um bom motivo. Mais precisamente um sentimental. Hehe!

Precisei tirar o dia (a parte que eu não tava trabalhando ou estudando, pelo menos) para matar a saudade de uma pessoa bem especial pra mim que eu só vejo basicamente uma vez no mês. Vocês me entendem, né? Espero que sim.

Quanto à fic, tenho uma boa notícia. Vou acrescentar um capítulo bônus pra colocar um fato que muitos estão cobrando e que eu aí deixar só subentendido: o casamento Chasemarsh.

No mais, boa leitura! :)

Capítulo 77 - De Volta a Arcadia Bay


Fanfic / Fanfiction Amor Além do Tempo - De Volta a Arcadia Bay

Quando Joyce abriu a porta da frente da casa dos Price não esperava dar de cara com o sorriso debochado e levemente presunçoso ao qual era tão afeiçoada e que sempre acompanhou desde os primeiros dias de vida até a idade adulta, mas que havia meses não via pessoalmente.

Acostumados a receber a nora em intervalos mensais durante todo o período de preparação dos detalhes do casamento, Joyce e William não tinham a mesma sorte com a filha, que, por conta do trabalho, raramente conseguia acompanhar Max nas viagens à Arcadia Bay.

- Qual é, mãe? Eu não tô tão mais velha assim pra você não me reconhecer mais. 

Chloe brincou com a persistência da expressão chocada de Joyce ao vê-la e, então, colocou a mochila que trazia às costas no chão, abrindo os braços para receber o cumprimento da mãe.

A matriarca dos Price não esperou um segundo chamado e se lançou em direção à filha, a fechando num abraço apertado, longo e com uma imensa carga de saudade.

- Meu deus! Parece que faz um século que eu não te vejo, filha. - Joyce comentou em meio ao abraço. - Tá tudo bem com você? Tem se alimentado direito? Dormido bem?

- E, de repente, eu tenho 12 anos de novo. - Chloe brincou ao desfazer o enlace em torno da mãe e se afastar parcialmente. - Cadê o papai?

- Na garagem, fazendo reparos no carro. Continua sendo um dos passatempos favoritos dele. Tem dias que ele passa horas enfurnado lá dentro - Joyce comentou num leve tom de crítica, enquanto dava passagem para a garota entrar na casa com a bagagem, a permitindo fechar a porta em seguida.

- Qual é? Confesse que você tem várias fantasias com ele todo sujo de graxa, mãe.

Chloe brincou, recebendo quase no mesmo instante um tapa no braço em resposta e rindo da reação indignada de sua mãe com o comentário.

- Não sei por que tanta violência. Eu não falei nada demais. 

Joyce apenas balançou a cabeça num gesto de reprovação ao ouvir a tentativa de Chloe de se fazer de inocente, mas decidindo ignorá-la e mudar de assunto.

- Onde está minha nora?

Chloe fingiu espanto com a pergunta e depois tateou os bolsos da calça, da jaqueta, até procurar na mochila, antes de finalmente responder a pergunta de Joyce com seu sarcasmo de sempre.

- Droga! Eu sabia que estava esquecendo algo. - Ao notar que sua piada, mais uma vez, não foi bem recebida pela mãe, Chloe completou - Ela ficou no carro checando se tá tudo bem com os equipamentos de fotografia dela porque eu aparentemente tenho que adivinhar a existência de cada um dos buracos de uma pista pela qual não dirijo há meses pra evitar que a bolsa dela caia no chão por causa do movimento brusco que o carro faz quando caio em um.

- Não brigue com ela, filha. Você sabe o quanto a Max tem estado estressada esses dias por causa de tudo que está resolvendo por aqui. - Chloe revirou os olhos, embora tivesse assentido, largando a bagagem ao lado da escada e sentando numa das cadeiras da mesa de jantar. - Pode parecer simples, mas ela está lidando com muita coisa por aqui. Você não faz ideia...

Antes que Chloe pudesse argumentar que ajudaria mais, se tivesse tempo livre no meio da semana e que isso não dava o direito à garota de sardas de ser grossa e tratá-la mal, a porta da frente se abriu de novo, revelando a chegada dela com uma bolsa menor no ombro e sua velha polaroid em uma das mãos.

Joyce foi até Max no mesmo momento, a cumprimentando e depois perguntando sobre a viagem, sobre as novidades e sobre como ela estava, mas todas as perguntas eram respondidas com quase nenhum ânimo pela nerd, que aproveitou a primeira oportunidade que teve para se esquivar da interação e subir a escada, sem trocar qualquer palavra com Chloe.

A punk que, até então, assistia toda a cena a distância, sem esboçar nenhuma reação, suspirou fundo e praguejou internamente ao receber o olhar crítico de sua mãe, que cobrava mesmo em silêncio que ela tomasse uma atitude quanto àquela situação. 

E Chloe não conseguiu ignorar por muito tempo. Minutos depois, ela se levantou da cadeira à contragosto, bufando e andando pesadamente pela sala até subir pela escada e atingir o andar superior, só parando já de frente para a porta do seu antigo quarto, onde ficou alguns minutos travada, sem saber qual passo tomar a seguir.

Depois de um tempo refletindo a respeito, ela finalmente girou a maçaneta com muita calma, entreabrindo a porta e rapidamente enxergando a figura de Max, sentada de costas para ela, tentando consertar a câmera sobre a escrivaninha e, depois de várias tentativas fracassadas, suspirando de frustração, jogando a máquina de lado e enterrando o rosto nas duas mãos em um claro sinal de desistência.

Após um longo período de observação da cena praticamente imutável, Chloe resolveu interceder, dando leves batidas na porta entreaberta para anunciar sua presença e, ao mesmo tempo, chamar a atenção da nerd para si.

- Eu posso entrar? - Chloe perguntou num tom incerto a uma Max que permanecia de costas para ela.

- Claro. O quarto é seu.

Não era nem o tom, muito menos a resposta que Chloe esperava receber, mas mesmo assim, ela decidiu tentar uma aproximação, indo até a escrivaninha e agora tendo uma melhor visão do objeto avariado, talvez permanentemente.

A próxima coisa que ela notou foi a expressão desolada no rosto de Max, o que a fez abandonar quase de imediato a irritação que estava sentindo pela briga que travou com ela minutos antes, colocando uma das mãos sobre o ombro da nerd numa tímida tentativa de fazer as pazes com ela.

- Desculpa pela câmera. Não foi minha intenção. - A punk falou enquanto afagava o ombro de Max.

- Não foi culpa sua. - Max devolveu no mesmo instante para a surpresa e a confusão de Chloe. - Desculpa ter gritado com você e te feito achar isso.

- Tudo bem.

- É que eu fiquei arrasada porque ela foi a câmera com que tirei minhas primeiras fotos e agora ela não passa de sucata... - Max acrescentou com a voz trêmula e a cabeça baixa, ainda encarando o objeto sem uso, enquanto usava uma das mãos para enxugar as primeiras lágrimas que começavam a cair pelo seu rosto - Eu fiquei pensando que, se eu não consigo manter uma câmera tão importante segura, como vou conseguir organizar tudo isso? Esse casamento? Vai dar tudo errado... Eu sou um desastre...

- O que? Não... não, não, não... 

Chloe falou, ao notar que a tristeza de Max não tinha a ver só com a câmera. Em seguida, girou a cadeira em que ela estava sentada até fazê-la ficar de frente para si e depois se agachou até se pôr no mesmo nível que ela, antes de continuar o discurso. 

- Você não é um desastre. Não está nem perto disso. É uma pessoa inteligentíssima e extremamente organizada, que tem resolvido tudo por aqui praticamente sozinha e sem quase nenhum contratempo. Não é à toa que estamos aqui hoje, há um dia da cerimônia, com tudo pronto. - Chloe falou, já observando uma ligeira mudança no ânimo de Max ao ouvir seu discurso, o que a impeliu a continuar - Quer dizer, se você tivesse deixado isso sob minha responsabilidade, nós provavelmente acabaríamos fazendo a cerimônia no Two Whales e os convidados se serviriam de hambúrgueres, fritas e refrigerante.

Mesmo ainda abalada psicologicamente, Max não conseguiu evitar rir do comentário de Chloe, que ela sabia, com base na convivência de tantos anos, que teve justamente esse propósito.

- Então, pare de dizer essas coisas porque vai dar tudo certo. - Chloe assegurou com firmeza, encarando Max, que assentiu ainda em silêncio, enquanto tinha suas lágrimas enxugadas pelos polegares da punk - Mas, se por algum motivo, uma catástrofe acontecer, tudo vai ser perfeito do mesmo jeito. Sabe por que? 

Max apenas balançou a cabeça num gesto negativo, aguardando a explicação.

- Porque ainda teremos uma à outra no final do dia. E é só isso que importa no fim das contas.

Max sorriu genuinamente ao ouvir aquilo, mas dessa vez não por uma piada, mas pelo quanto estava agradecida pela compreensão e pelo conforto que Chloe estava lhe garantindo naquele momento, assim como costumava fazer em tantas outras ocasiões na vida das duas. 

E a nerd procurou demonstrar seu novo estado e sua gratidão, descendo da cadeira para abraçar a punk apertadamente ao mesmo tempo em que buscava tranquilidade nos braços dela.

- Eu te amo tanto. Por favor, não me deixe mais brigar com você.

- Tá tudo bem. É bom você ter a culpa na briga, pelo menos, uma vez pra variar. - Chloe brincou novamente, se desvencilhando do abraço para beijá-la, depois se levantando e a ajudando a fazer o mesmo. - Você tá sentindo melhor?

- Tô…

- Bem o suficiente voltar lá pra baixo? Porque eu ainda não falei com o papai depois que chegamos e também porque acho que ele deve ter alguma ferramenta que pode nos ajudar a consertar sua câmera.

Max assentiu com um novo sorriso, enquanto Chloe colocou o braço sobre o ombro dela, a notando replicar a ação, colocando o dela ao redor da sua cintura para, logo em seguida, descerem a escada lado a lado e, ao fim dos degraus, darem de cara com uma Joyce visivelmente satisfeita com a resolução do desentendimento das duas e um William feliz por finalmente rever a filha.

- E aí, pai, a mamãe está te dando muita dor de cabeça? - Chloe perguntou ao descer o último degrau e poder abraçar William.

- O que? - O homem questionou, sem conseguir conter o sorriso, enquanto Joyce cruzava os braços, franzindo o cenho para a clara provocação da filha.

Deixa pra lá. Só estou tentando imitar as coisas que ela diz quando fala com a Max pelo telefone. - Chloe explicou com um sorriso debochado. - O senhor sabe… pra fazer ela provar do próprio veneno.

- Sua mãe só me traz soluções. Nunca problemas.

Joyce esboçou um sorriso após receber o elogio inesperado do marido e não tardou em demonstrar seu contentamento, se aproximando para beijá-lo.

- Meu deus, pai… pare de tentar se dar bem com a mamãe e vem nos ajudar numa coisa. - Chloe solicitou, interrompendo pela metade a demonstração de afeto entre seus pais e recebendo um olhar crítico agora de Max.

- Ajudar em que?

- A câmera da Max meio que quebrou durante a viagem e eu queria saber se o senhor não teria algumas ferramentas na oficina pra podermos tentar consertá-la.

Huuuum... - Ele deixou escapar pensativo - Me deem a câmera e venham comigo.

As garotas atenderam a solicitação e seguiram William até a oficina, assistindo enquanto ele vasculhava uma das muitas gavetas de um dos armários do local e recuperava um pequeno estojo de ferramentas, o abrindo e, em seguida, se concentrando em trabalhar na câmera.

Depois de quase meia hora de uma espera silenciosa, ele demonstrou ter concluído o que fazia, analisando detalhadamente a máquina e logo a devolvendo nas mãos de sua dona.

- Testa aí, Max. Vamos ver se eu ainda entendo um pouquinho disso.

A garota de sardas segurou o objeto em suas mãos, o observando por alguns minutos para notá-lo inteiro e quase sem nenhuma sequela do acidente. Então ela direcionou a lente para aquela que já fora objeto de tantas fotografias suas, mas que, apesar, disso não parecia estar esperando ser de mais aquela, lhe inspirando um sorriso sem jeito ao se ver em foco novamente.

Quando clicou no botão e percebeu a fotografia saindo do aparelho aparentemente funcional foi a vez de Max sorrir, balançando o papel empolgada até o rosto de Chloe se mostrar completamente nítido nele. Com isso, ela se lançou em direção ao pai da garota, o abraçando emocionada.

- Obrigada, William! - Ela falou ao se afastar ainda com os olhos fixos na câmera. - Muito obrigada!

- Qual é, pai? O senhor devia ter me ensinado a consertar, não feito você mesmo. A mamãe nem tá aqui pra justificar você estar se exibindo.

Chloe brincou ao final do abraço, fazendo tanto William, quanto Max rirem.

- Desculpa, querida. Vou lembrar disso da próxima vez. - Ele respondeu num tom bem humorado - Agora vamos voltar lá pra sala porque sua mãe já deve estar se maldizendo sobre o tempo que eu passo enfurnado nessa garagem.

- Não. O senhor vai lá passar um tempo com ela e a gente vai dar uma volta. - Chloe determinou, segurando a mão livre de Max. - A gente volta antes da hora do jantar. Tudo bem?

William assentiu, se encaminhando para a sala, enquanto as duas garotas iam lado a lado em direção à saída da casa.

- Aonde estamos indo? - Max perguntou quando já andavam em direção à rua.

- Curtir nosso último dia de solteirice. - A punk respondeu, pontuando a frase com um beijo no rosto dela.

- Então nós vamos em direções opostas? - Max a provocou com um sorriso debochado.

- Muito engraçado, Maxine. Só acho que não ia ficar tanto pra você quando aparecessem várias garotas me dando mole, ao me verem andando por aí sozinha.

Max sorriu com a frase dita num tom levemente indignado por Chloe, a puxando pela mão em sua direção, a abraçando e se pondo na ponta dos pés para poder beijá-la. 

- Então eu acho que teria que me ver com todas elas. - Max respondeu ao final do beijo.

- Eu ia adora ver isso. Ia me dar muito tesão.

Chloe devolveu, puxando Max de novo em sua direção e mordendo a bochecha dela repetidas vezes, antes de voltar a beijá-la apaixonadamente e ser contida pouco depois por ela.

- Vamos tentar guardar esse seu ímpeto pra quando não estivermos no meio da rua. Tá bom?

- Tem razão. - Chloe disse, dando um último beijo em Max e voltando a puxá-la pela mão para seguir caminho - Não é correto causar inveja nas pessoas assim tão deliberadamente. Vem!

As duas garotas andaram lado a lado até a praça próxima da casa dos Price, onde costumavam brincar quando menores e que, naquela hora da manhã, já se encontrava tomada por várias crianças de idades diferentes, envolvidas nas mais diversas atividades.

- Maximus, você já parou pra pensar que, nesse exato momento, nessa mesma praça, um desses moleques pode estar se apaixonando igual eu por você anos atrás? - Chloe comentou quando as duas se sentaram em um banco vazio para se distraírem observando o movimento.

- Você não se apaixonou por mim, só me atropelou e me derrubou no chão. É um pouco diferente. - Max discordou num tom bem humorado.

- Minha nossa, Max, você já foi mais romântica, viu?

Chloe reclamou, cruzando os braços e balançando a cabeça com uma expressão critica pontuando as próprias palavras, mas Max apenas riu, a beijando no rosto.

- Nada mais romântico que se tornar melhor amiga de uma pessoa que te atropelou enquanto você caçava uma borboleta misteriosa. Anos depois, notar que o sentimento que você nutria por ela se transformou em algo maior e, no fim, assisti-la se declarar pra você depois de um encontro frustrado seu com um cara qualquer.

- Tá ficando melhor. Continua.

E, depois de todo esse tempo, continuar amando essa pessoa ainda mais que no começo até o ponto de escolher oficializar para o resto do mundo, algo de que você já tinha certeza desde o primeiro dia. - Max concluiu, encarando a punk, que agora tentava disfarçar a impacto que aquele discurso havia lhe causado com suas tradicionais ironias.

- Caramba! Se você disse tudo isso no improviso, fico imaginando o que pode ter preparado pros seus votos amanhã.

- Nada muito diferente do que você deve ter preparado. Não precisa ser modesta. - Max devolveu, repousando a cabeça no ombro da punk.

- Tem razão. Melhor você arrumar uma maquiagem bem cara e a prova d'água pra resistir às lágrimas porque eu não vou aliviar. - Ela concluiu beijando o topo da cabeça de Max.

- Eu mal posso esperar. - Max respondeu, inclinando a cabeça levemente apenas para trocar um olhar com a garota mais velha.

Depois disso, as duas permaneceram contemplativas, observando o movimento intermitente das crianças que disputavam espaço nos brinquedos do modesto parquinho instalado na praça e lembrando automaticamente de quando costumavam fazer o mesmo. 

Entretanto, o silêncio não perdurou muito, já que uma Chloe com a mente fervendo com a própria imaginação, logo decidiu quebrá-lo.

- A gente deveria tentar reencontrar aquela borboleta hoje.

- Você quer dizer andar por aí olhando dentro de arbustos, subindo em árvores e virando a cidade de cima a baixo? - Max perguntou em tom de ironia.

- Exatamente.

- E o que te faz achar que vamos encontrá-la depois de tanto tempo, se mesmo quando ficávamos dias seguidos caçando ela, nunca achávamos nem sequer uma pista?

- Porque ela foi a responsável por nosso encontro e provavelmente deverá estar de volta à cidade para ver que cumpriu a missão de nos unir pra sempre. 

Chloe explicou num tom bem humorado e sem muita seriedade, mas realmente interessada em se aventurar em uma nova caçada pelo inseto. Entretanto, Max não estava, nem de longe, tão empolgada como ela com a ideia e muito cansada para sequer cogitar aceitá-la. Por isso, decidiu levar a sugestão em tom de brincadeira.

- Então a gente nem precisa procurar. É só esperar até amanhã, já que com certeza ela vai aparecer na cerimônia...

- Você anda muito engraçadinha, Caulfield, mas muito preguiçosa também. - Chloe comentou, se levantando do banco e oferecendo a mão para que a garota de sardas a segurasse e a acompanhasse. -  Por onde anda a pirata desbravadora que conheci há mais de uma década?

- No momento, muito cansada, já que uma certa pessoa praticamente não me deixou dormir ontem e sonhando acordada com um sorvete. - Ela confessou, fazendo a punk sorrir.

Então vamos cuidar de realizar seus sonhos mais uma vez, Maxipad, e depois andar por aí, procurando aquela bendita borboleta como as velhinhas que somos. Apenas olhando ao redor, enquanto passeamos pela cidade, observando a juventude tomar posse dela.

- Você é muito dramática, Chloe Price, mas eu não vou entrar numa discussão, porque quero muito o sorvete. - Max acrescentou sem dar muita importância às provocações de Chloe.

- Meu deus! Eu vou casar com uma pessoa que as vezes age como se tivesse 60 anos, mas tem o paladar de uma criança de 10. - A punk insistiu até Max morder a isca.

- E eu com uma pessoa de 22 anos, que as vezes parece ter 12, mas eu relevo porque vai comprar sorvete pra mim.

Chloe riu após ouvir a resposta à sua provocação, beijou a nerd no rosto novamente e, sem seguida, as duas continuaram seu trajeto.

Depois do sorvete, elas continuaram o passeio pela cidade, que poderia ser resumido como uma viagem no tempo, já que a primeira parada foi feita no antigo forte na árvore, onde notaram que a estrutura permanecia praticamente intacta após tantos anos e as marcas da idade do local só eram perceptíveis através de alguns dos objetos antigos que o decoravam e pela poeira e folhas secas que o haviam invadido após tantos anos sem ser utilizado.

Depois de uma volta pela floresta, o passeio culminou numa visita ao velho farol no ponto mais alto de Arcadia Bay, onde ignoraram alguns adolescentes que ocupavam o local e ficaram sentadas no banco, observando o pôr do sol, enquanto antecipavam como seria o dia seguinte. 

E, quando o dia já estava se tornando noite, depois de mais uma procura tímida e sem frutos pela borboleta misteriosa, Max e Chloe finalmente voltaram para casa, quase no mesmo instante da chegada dos Caulfield, que conversavam distraidamente com Joyce e William quando as duas adentraram a sala.

Depois dos cumprimentos repletos de saudade de Vanessa e Ryan e de um jantar cheio de histórias sobre os velhos tempos, a maioria consistindo em momentos constrangedores para Max e Chloe, elas finalmente concluíram a refeição e puderam se despedir e subir as escadas para voltaram a ficar a sós no antigo quarto da punk.

Tendo sido a primeira a tomar banho e trocar as roupas que vestia por pijamas, Chloe agora apenas observava da cama a garota de sardas fazer o mesmo e esperava em silêncio que esta finalmente se juntasse a ela. Entretanto, para sua surpresa, a nerd se aproximou apenas para lhe dar um beijo de boa noite e, sem nenhuma explicação, se dirigiu para a saída do quarto.

- Cara, aonde você vai? - Chloe perguntou no momento em que Max abriu a porta.

- Dormir, ué!

Num estágio avançado de confusão, a garota mais velha se levantou da cama, andando até onde Max estava, decidida a averiguar direito aquela história aparentemente sem sentido.

- Não sei se você ficou desorientada nesse tempo em que ficamos fora, mas a cama é do lado de dentro do quarto. Bem ali. - Chloe ironizou apontando para o móvel.

- Ahhh... - Max deixou escapar ao entender a confusão dela - É que eu vou dormir no quarto ao lado hoje. 

- Por que?!

- Tradição. - Max disse simplesmente, sem dar maiores explicações.

- Mas que porra de tradição é essa? - Chloe devolveu indignada, enquanto Max continuava seu trajeto em direção ao quarto de hóspedes. - Cara, somos um casal de lésbicas e temos dormido juntas há anos. Como essa "tradição" se aplica a nós?

- São coisas diferentes - Max respondeu, ainda rindo da reclamação indignada de Chloe - E, por favor, não fale tão alto porque meus pais estão lá no outro quarto.

Chloe assentiu, mas sem nenhuma intenção de recuar em seus protestos.

- Qual é, Max? Você não pode dormir aí porque... porque... esse quarto deve tá cheio de mofo. Ninguém usa ele há anos.

- Chlo, eu duvido muito que sua mãe fosse me deixar passar a noite num quarto com mofo.

- ELA SABIA?! - Chloe deixou escapar num tom mais alto do que pretendia, sendo contida por Max quase no mesmo instante.

- Xiiiii...

- Ela sabia...? - A punk repetiu num sussurro indignado.

- Claro que sabia. Todo mundo sabe disso. Eu pensei que você também soubesse. - Max respondeu no mesmo tom, enquanto Chloe revirava os olhos e cruzava os braços ainda mais indignada com a situação. - É só um dia, Chlo. Não é o fim do mundo.

- Tá bom. Então eu vou trazer algumas strippers pro meu quarto pra uma despedida de solteira improvisada porque é tradição. - Chloe respondeu mau humorada.

- Tudo bem, contanto que você não faça muito barulho.

A brincadeira de Max não foi bem aceita por Chloe, que, ao ouvi-la, não esboçou mais nenhuma reação. Simplesmente se virou de costas e andou em direção ao próprio quarto sem dizer nenhuma palavra. Mas, quando já estava girando a maçaneta para abrir a porta, teve a mão livre segura pela nerd, a impedindo de prosseguir.

- Ei...

- O que foi agora?  

- Você não pode ir dormir com raiva de mim na véspera do nosso casamento e nós já brigamos duas vezes hoje. - Max respondeu para uma Chloe que encarava o chão.

- Desculpa, mas eu não controlo minhas emoções. - Chloe devolveu num tom deliberadamente ácido. - Mas eu provavelmente deveria, já que deve ser outra tradição idiota.

- Não deveria. Eu admiro muito sua honestidade. - Chloe assentiu, finalmente levantando a cabeça e compartilhando um breve olhar com Max - E desculpa pela brincadeira. Não pensei que você fosse reagir tão mal a ela.

- Tudo bem... eu sei que você não fez por mal... - Chloe desconversou, a beijando no rosto desanimada e voltando a tomar o rumo do próprio quarto. - Boa noite!

- Boa noite... - Max respondeu no mesmo tom, assistindo a porta se fechar logo em seguida.

Chloe já estava deitada na cama, abraçada a um travesseiro, com um mau humor que provavelmente lhe tiraria o sono pelo resto da noite quando batidas leves tiraram seu foco de seus pensamentos indignados, a fazendo se levantar de novo para abri-la.

- O que foi? Esqueceu alguma coisa? - Chloe questionou, tentando disfarçar o próprio desânimo, ao se deparar com Max parada do lado de fora.

Eu ouvi dizer que alguém estava precisando de algumas strippers por aqui. - Max falou, ignorando o tom da punk, entrando no quarto sem esperar convite e fechando a porta atrás de si. - Mas acontece que, como o pedido foi feito muito tarde, só tinha eu disponível.

Chloe abriu um sorriso ao ouvir a explicação, embora permanecesse com um pé atrás, imaginando como se daria o desenrolar daquela insinuação. 

Max, entretanto, não se intimidou com o receio da garota mais velha e continuou se aproximando até parar a apenas alguns centímetros e usar uma das mãos para explorar o abdômen dela por baixo da camiseta.

- Então eu pensei em quebrar seu galho, caso você não se importe. - Max acrescentou ao continuar sua aproximação e, por tabela, conduzir a punk em direção à cama.

- Amor, eu não tenho nem palavras pra expressar o quanto vou adorar. - Chloe respondeu, agora empolgada, esquecendo por completo o desapontamento de minutos antes. - Mas e quanto às suas "tradições"?

Max sorriu, acariciando o rosto dela por um breve momento, enquanto a encarava e fingia refletir sobre a pergunta para, em seguida, empurrá-la com a mesma mão em direção à cama, a fazendo cair sentada no móvel.

- Do meu ponto de vista, só estou substituindo uma tradição por outra. Então não vejo nenhum prejuízo. 

Max explicou ao sentar no colo da punk na beirada da cama, pouco antes de começar a beijá-la na boca, a puxando em direção a si com as duas mãos enterradas em seus cabelos e sentindo-a corresponder no mesmo instante, mas, momentos depois, encerrando o beijo com uma mordida no lábio para se aproximar do ouvido dela e perguntar num sussurro.

- Você vê?

- De jeito nenhum.

- Ótimo. - A nerd falou em meio a um sorriso insinuante e, logo depois, tirou a camisa que vestia, a jogando na direção da cadeira. - Algum pedido especial antes de eu continuar? - Ela acrescentou, enquanto distribuía beijos pelo pescoço de uma Chloe já em outra frequência. Completamente envolvida na ação.

- Minha noiva só pediu que eu tentasse não fazer muito barulho. Todo o resto tá liberado. 

- Como você desejar. - Max respondeu em meio a um novo sorriso, voltando a beijar a punk logo em seguida.


Notas Finais


Nem vou dizer muita coisa por aqui porque já disse demais lá em cima. Só espero que tenham curtido, apesar da demora.

Até a próxima, povo.

Vejo vocês nos comentários. Beijos!


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