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História Amor Além do Tempo - Sonhos, Drogas e Realidade


Escrita por: SamusAran

Notas do Autor


Olá de novo!

Esse capítulo tá bem variado, por isso espero que vocês curtam. Tem até uma parte baseada na minha experiência pessoal com anestesia. Vocês vão entender quando chegarem no trecho correto. XD

Boa leitura!

Capítulo 9 - Sonhos, Drogas e Realidade


Fanfic / Fanfiction Amor Além do Tempo - Sonhos, Drogas e Realidade

Chloe sentou em sua cama com as pernas cruzadas, um cigarro entre os dedos e um cinzeiro sobre sua coxa, tragando e expelindo a fumaça de tempo em tempo, enquanto repassava em sua cabeça todos os acontecimentos dos últimos dias. Até voltar anos atrás com lembranças de mais de 5 anos de idade, de uma época em que ela e Max ainda faziam fortes com travesseiros, guerreavam na cozinha de sua casa usando farinha como arma durante tentativas frustradas de fazer panquecas, brincavam no balanço do quintal e Max sempre se assustava quando ela a empurrava muito alto ou planejavam viajar pelo mundo, Max tirando fotos e ela sendo sua guarda costas.

E então vieram as lembranças de quando ela foi embora, de como uma Chloe, que sempre foi a melhor aluna da sala, começou a matar aula, se envolver em confusões, tirar notas cada vez mais baixas até finalmente ser expulsa. Depois vieram os garotos, a bebida, as drogas, o comportamento auto destrutivo, a rebeldia, o cabelo azul, os piercings e finalmente a vontade de tirar a própria vida, de se jogar do penhasco do farol, o que coincidiu com o momento em que Rachel apareceu, literalmente a salvando, porque ela tinha certeza de que saltaria, se a outra garota não estivesse lá para impedi-la.

Chloe lembrava de todas as vezes em que falou com Rachel sobre Max, especialmente de uma em que ela provavelmente prevera o futuro.

~Flashback~

- Eu sei que é estranho, mas eu queria que ela estivesse aqui. - disse uma Chloe de 17 anos, deitada com as mãos atrás da cabeça, encarando o teto, enquanto a luz do sol iluminava seu cabelo loiro com apenas uma mecha azul.

- Eu não acho - respondeu uma Rachel, também de 17, deitada ao seu lado, com as pernas cruzadas e as mãos sobre a barriga - ela claramente é muito importante já que, mesmo tendo ido embora há tanto tempo, você continua pensando nela.

- Nunca pensei que sentiria tanta falta dela quanto do meu pai... Queria que você a tivesse conhecido. Ela era... é incrível.

- Quem sabe um dia eu não a conheça? - Rachel respondeu virando o rosto para olhar para Chloe - talvez ela volte e a gente saia por aí.

- Não sei se isso seria possível - Chloe respondeu com uma expressão séria - acho que nunca vou perdoá-la por ter ido embora quando eu mais precisava dela.

- Que bobagem! Você está magoada, mas não a odeia. Se ela voltar, você não vai conseguir se manter distante muito tempo.

- Como você tem tanta certeza? - Chloe perguntou ligeiramente incomodada com a afirmação, o que só fez Rachel rir debochadamente.

- Por favor, Chloe... Toda vez que você fala na Max, seus olhos brilham e você não consegue evitar esse sorriso bobo que sempre deixa escapar. Aposto que você era afim dela... - Rachel arqueou as sobrancelhas e pôs a mão na boca antes de completar. - Talvez ainda seja.

Chloe pegou um travesseiro e bateu com ele na cara da amiga que ainda ria dela. Seu propósito principal era esconder a rubor que dominou seu rosto após ouvir aquela "acusação".

- Bater em mim com esse travesseiro não vai mudar a realidade, Chloe.

- Pare de falar, Rach.

- Ela vai voltar e eu vou roubá-la de você só pra te obrigar a confessar o que você sente. - ela ameaçou em tom de brincadeira.

- Apenas cale a boca e pare de rir.

- A gente com certeza vai disputá-la e, claro, eu vou vencer. - O rosto de Chloe não podia ficar mais vermelho do que já estava enquanto ouvia as provocações de uma Rachel pra lá de empolgada. - Imagina só a gente dando uns amassos e você ficando de vela?

- Vai se foder, Rach!

~Fim do flashback~

Seu cigarro finalmente acabou e Chloe deitou de olhos fechados tentando dormir, enquanto se questionava sobre a possibilidade de Rachel também ter super poderes.

__________________________

- ...você tem que ser livre pra se arriscar sempre que sentir vontade. Por exemplo, eu te desafio a me beijar.

- O que?

- Você ouviu: eu te desafio, me beije agora...

Depois de alguns instantes considerando a possibilidade, Max se aproximou rapidamente de Chloe e, se apoiando em seu ombro com uma mão, segurando seu rosto com a outra e ficando na ponta dos pés, a beijou por não mais que 2 segundos, pegando a garota de cabelos azuis completamente de surpresa, já que ela nunca esperou que sua amiga fosse corajosa o suficiente para aceitar aquele desafio.

- Uau, Max! Você é mesmo hardcore. Acho que vou mandar uma mensagem pro Warren dizendo que ele não tem nenhuma chance...

__________________________

Chloe abriu os olhos e se sentou na cama de imediato, sentindo como se tivesse acordado de outra vida. Ela não sabia o que pensar, tamanha era a nitidez do sonho que acabara de ter.

Ela me beijou e eu recuei. Eu, de todas as pessoas. Onde eu estava com a cabeça?

Não tive coragem pra manter o beijo, mas tive para desafiá-la e dizer que ninguém é bom o suficiente para ela a não ser eu. Sério, Chloe? O que há de errado com você?

Isso foi mesmo só um sonho? Não, não pode ter sido. Foi muito real para ser apenas um sonho. Eu preciso contar pra Max. Er... talvez omitindo a parte do beijo.

Falando no diabo. A primeira mensagem depois de 5 anos chega logo agora, mas que ironia!

[Max]: Você disse que ia voltar. Já está de noite...

Malditas borboletas! 

Faça uma piada ou algo do tipo. Aja normalmente.

[Chloe]: Já está com saudade, hippie? 

[Max]: Sim.

Desde quando Max ficou tão assertiva? Onde estão as respostas evasivas? Onde está a nerd tímida de antes? Como eu posso responder uma frase tão direta? Eu tô fodida!

[Max]: Você deveria vir logo porque daqui a pouco vão me dar um analgésico forte e eu devo apagar em questão de minutos.

[Chloe]: Estou a caminho. Chego em 15 minutos.

__________________________

Chloe mal botou os pés no quarto do hospital e já notou que Max estava com uma expressão diferente, risonha, com um olhar perdido e pálpebras semi cerradas. Se não estivesse internada há quase duas semanas, Chloe poderia apostar que ela estava sob efeito de alguma bebida alcoólica, mas provavelmente deveria ser resultado da medicação que ela já devia ter tomado.

- Heeeey, Chlo!

- Como você está, Mad Max? - Chloe perguntou enquanto se aproximava da cama.

- Eu me sinto incrível. Fora que esse travesseiro e esse colchão são tão macios, é como se eu estivesse flutuando. Você deveria experimentar.

Eu estou realmente acordada? Isso está realmente acontecendo?

- Claro. Vou tentar quebrar uma perna na volta pra casa pra conseguir ser internada.

- Não foi bem isso que quis dizer, mas pode funcionar também.

Espera! O que ela quis dizer?

- Max...

- Vem cá! Eu quero um abraço. - Max falou interrompendo Chloe e esticando os braços em sua direção.

Chloe se aproximou, fazendo o que lhe foi solicitado, então Max apertou o abraço ao seu redor e começou a deslizar seu rosto contra o dela e os lábios contra seu maxilar, fazendo a garota de cabelos azuis ficar arrepiada e completamente sem ação. Tudo o que ela conseguia era se perguntar o que diabos estava acontecendo.

- Chlo, sua pele é tão macia, parece uma nuvem. Você deveria tocar pra sentir a textura.

- Você ficaria surpresa ao saber quantas vezes já toquei meu próprio rosto.

Max riu contra a pele de Chloe, agora inclinando o rosto em direção ao pescoço dela, sem sequer cogitar afrouxar o abraço. Seu nariz deslizava levemente contra a pele da garota mais velha e sua respiração tão próxima estava deixando Chloe incapaz de raciocinar direito.

- Sabe, Chlo... mesmo com os cigarros, você cheira muito bem... Eu amo seu cheiro. É como chuva no verão. - Chloe sentiu Max de fato cheirando seu pescoço ao dizer aquilo e deu o melhor de si para tentar manter o domínio de seu cérebro.

- O-obrigada, Max...

- Eu amo você! - Chloe sentiu seu corpo inteiro congelar ao ouvir aquilo mais uma vez naquela situação, mas procurou ignorar a sensação e agir normalmente.

- Você deveria tentar começar a dizer isso quando não está à beira da morte ou sob o efeito de drogas pesadas, só pra variar.

Max voltou a rir se afastando da amiga para poder encará-la profundamente com seus grandes e penetrantes olhos azuis. Não havia mais borboletas no estômago de Chloe, a sensação era mais como a de uma britadeira perfurando todo o seu interior.

- Você já disse isso pra mim também, sabia? 

- O que?

- Você disse que me amaria pra sempre. - Max concluiu se encostando na cabeceira da cama ainda sentada, enquanto seus olhos permaneciam encarando os de Chloe e um leve sorriso contornava seus lábios, orgulhosa das próprias lembranças.

Chloe se sentiu completamente vulnerável depois de ouvir aquilo, como se estivesse nua diante de uma plateia de 1 milhão de espectadores. Ela vacilou até em pensamento antes de criar coragem para voltar a falar.

- E quando foi isso? - ela perguntou tentando manter a calma.

- Quando estávamos no farol e o tornado estava indo em direção à cidade, aí você teve a ideia estúpida de se sacrificar pra salvar todo mundo. Típica Chloe Price, sempre tentando ser a heroína. - Max falou balançando a cabeça em desaprovação, mas com uma expressão divertida que dava um tom cômico à situação e só servia para aumentar as pontadas no coração de Chloe.

- Disse a garota que tomou um tiro para me salvar.

- É diferente...

- Como isso seria diferente?

- Eu tenho super poderes - Max falou franzindo a testa, fazendo bico e esticando os braços, enquanto mexia as mãos como se soltasse raios através delas em direção à garota mais velha.

Chloe não conseguiu evitar rir de sua amiga completamente fora de si. Agora ela já sabia como seria, se algum dia Max experimentasse maconha.

- Não sabia que um dos seus poderes era ser à prova de balas, supergirl.

Max agora gargalhava incontrolavelmente, esparramada na cama, ria como nunca riria na vida, se estivesse em seu estado normal, fazendo Chloe rir junto, contagiada pelas risadas da amiga. Então ela resolveu tentar sua sorte.

- E o que você respondeu?

- Ahn? - Max perguntou confusa enquanto tentava parar de rir.

- Quando eu disse que te amava, o que você respondeu?

- Hummm - ela falou esticando os braços e piscando os olhos lentamente repetidas vezes - eu disse... - ela bocejou, fechando os olhos por um momento - eu disse que...

E dormiu.

Assistindo a cena, incrédula, Chloe enterrou seu gorro com as duas mãos em sua cabeça e se jogou no sofá, cerrando os dentes e tentando evitar sua vontade crescente de gritar, de praguejar e de jogar o sofá pela janela. Ela não conseguia acreditar no seu próprio azar.

Ela olhou para Max dormindo pacificamente e tentou se acalmar aos poucos, considerando se deveria permanecer ali aquela noite ou se era melhor ir para casa e voltar de manhã.

Que se foda! Já dormi aqui esses dias todos. Um dia a mais não vai fazer diferença.

Ela começou a se ajeitar no sofá, onde mal cabia com o corpo ereto, encostando a cabeça no braço que lhe deixava com torcicolo matinal e agradecendo internamente por ter dormido a tarde inteira, já que provavelmente sua noite seria bastante longa.

Ainda pensando nisso, ela se virou de lado e fechou os olhos tentando pegar no sono.

- Chloe...

Seus olhos abriram instantaneamente ao ouvir seu próprio nome, então ela olhou novamente para Max que permanecia dormindo com uma expressão leve no rosto.

-... eu te amo.

Ótimo! À beira da morte, chapada e agora dormindo, mas nunca no estado normal. Simplesmente inacreditável!

__________________________

- Saia de perto de mim, seu psicopata! Não me toque!

Chloe acordou exasperada ao ouvir Max se mexendo insistentemente na cama e falando em um tom de pânico enquanto dormia, provavelmente no meio de um pesadelo.

- Por que você matou ela, por que?

- Max, acorda.

Chloe se aproximou, segurando os ombros de sua amiga, tentando evitar que ela se machucasse com os movimentos bruscos que fazia, balançando-a levemente para tentar acordá-la.

- Ela não pode estar morta. Eu a salvei. 

- Max... Max...

- Você é um monstro... e vai pagar por tudo que fez!

- Maaaxxx!

Chloe começou a falar mais alto e a mexer os ombros da garota de sardas com mais firmeza, já que acordá-la estava se mostrando uma tarefa realmente complicada. Max praticamente chorava no meio das súplicas adormecidas e isso estava deixando a garota de cabelos azuis desesperada.

- MAAAXXXX!

- Ch-loe...? você está viva! Você está viva. - Max falou com uma expressão ainda confusa e assustada, mas começando a voltar a si, enquanto envolvia sua amiga em um abraço.

- Claro que estou. Você me salvou, esqueceu?

- Não... é que... - ela não conseguiu completar a frase e Chloe a interrompeu, percebendo sua hesitação.

- Sonho ruim?

- Está mais para uma memória péssima. - Max respondeu se afastando de Chloe e se encostando na cama, ainda com lágrimas nos olhos.

- Eu também tenho eles às vezes. - ela finalmente confessou enquanto enxugava as lágrimas da amiga com os polegares.

- Como assim?

- Bem, no começo achei que fossem apenas sonhos comuns porque estava lendo muito seu diário e isso poderia estar me afetando a ponto de me fazer sonhar com os acontecimentos presentes nele. Até que tive alguns que eram detalhados demais para serem apenas reflexo da leitura e tinham informações que nem estavam no seu diário. - Chloe prendeu a respiração esperando que Max não perguntasse nenhum exemplo que a obrigasse a falar do sonho do dia anterior, o que para seu alívio não aconteceu. Então ela continuou falando. - Além disso, neles é sempre como se eu estivesse olhando de fora, como se não fizesse parte da cena, mesmo quando estou presente. Você entende?

- Acho que sim. Mas como isso é possível?

- Cara, como viagem no tempo era possível há 2 semanas? E olha a gente aqui.

- Tem razão.

Max falou olhando para o lado e mordendo seu lábio inferior pelo nervosismo, enquanto tentava refletir sobre o porque de aquilo estar acontecendo. Então arqueou as sobrancelhas como se tivesse recebido uma revelação e finalmente voltou a falar.

- A menos que...

- ...que?

- Bom... Quando eu viajo no tempo e carrego algum objeto, ele acaba viajando junto comigo e não volta para seu local original durante o percurso. Foi assim, por exemplo, que roubei a chave do trailer do Frank. - Chloe gesticulou confirmando que estava entendendo e pedindo que Max continuasse. - da última vez em que estivemos no farol, quando resolvi voltar para o banheiro e tomar o tiro, você percebeu o que eu pretendia fazer e segurou meus ombros quando eu já estava começando a viajar através da foto da borboleta. Talvez isso tenha feito com que minhas memórias fossem compartilhadas com você, como um efeito colateral. E, mesmo que não consiga lembrar conscientemente, minhas recordações continuam surgindo aleatoriamente nos seus sonhos.

- Cara, isso é uma loucura completa, mas faz todo sentido.

- Nem me fale. - Max respondeu suspirando e depois voltou a encarar Chloe, segurando sua mão com firmeza - independente disso, estou feliz que você esteja aqui. Seria horrível acordar sozinha nesse quarto depois desse pesadelo.

- Não se preocupe, Mad Max. Eu sempre vou ser sua parceira no tempo. - Chloe respondeu com um sorriso.

- Desde que eu seja sua parceira no crime. - Max respondeu com um sorriso, se perguntando se sua amiga fazia ideia de que estava citando a si mesma novamente ou se era outra ironia do destino.


Notas Finais


Eu não menti quando disse que ia ser variado. Espero que vocês tenham curtido.

Aproveitem o fim de semana!

P.S. Espero que vocês não tenham se iludido com a imagem que usei pra ilustrar o capítulo.


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