História Amor, amor, negócios à parte - I saw love in your eyes

                            Pov Lana

  Depois de conversar com a minha mãe eu subi e fui descansar um pouco, não estava habituada a passar uma noite praticamente em claro, então meu corpo pedia arrego, tirando o fato que meu vôo de volta para Vancouver seria pela madrugada.  Alícia já tinha ido para cama dormir, minha mãe disse que ela me esperou a noite inteira e acabou não dormindo, estava com o coração apertado por ela.

  Confesso que ontem à noite, eu exagerei, parece que a adrenalina de ver o Josh, de sair para aproveitar me fez mal, exagerei na bebida, mas não me arrependo da noite, sei que podia ser mais cautelosa, mas tudo que aconteceu foi bom, aliás estou feliz, estou bem a muito tempo não me sentia assim, poderia estar totalmente bem, porém estou doida para saber como estão as coisas pela empresa, estou com um pouco de receio de voltar para lá não sei se saberei lidar com a Jennifer, o que por fim é muito estranho, aquela empresa é a minha casa e nunca deixaria de ir lá por medo de lidar com alguém, mas isso se resolveria breve, pelo menos eu espero que sim.

                                   ...

 Depois de descansar acordo e já estava de noite, vejo a Alícia se arrumando e isso no mesmo instante, afeta minha curiosidade...

- Posso saber aonde a mocinha vai assim? -Olha ela da cabeça aos pés, nossa como ela cresceu, passou muito rápido.

-Vamos jantar na casa da tia Judy, ela quer comemorar a nossa vinda, disse que está com saudades de você.

- Que ótimo, mas por que não me acordou?

-Vovó disse que você estava muito cansada e precisava dormir um pouco, então pediu para esperar um pouco para te acordar, mas já que você já acordou vai se arrumar.

- Ok, já vou indo.

 Não sei quando isso começou, mas ultimamente Alícia cuidava mais de mim do que eu dela, eu admiro muito isso nela, pois se algum dia ela precisar ela vai saber se cuidar, acho que essa é uma das partes mais satisfatórias de ser mãe, ver seu filho criando responsabilidade, e ter a sensação de “eu fiz bem, dei o meu melhor”, por partes eu sei que não fui a melhor mãe e nem cheguei tão perto disso, tenho muito que melhorar, mas saber que ela ta seguindo um bom caminho me deixa imensamente feliz.

Desde que Alícia me comunica sobre o jantar, já me levanto e preparo minha roupa para o jantar e sigo direto para o banho... Demorei bastante lá dentro, um banho limpa a alma, não é o que dizem? Se não for, era exatamente assim que eu me sentia. Coloquei um vestido preto florido, estava um pouco quente, então prendi o cabelo deixando apenas algumas madeixas soltas, estava simples, elegante é o melhor de tudo confortável, sai do quarto e elas já estavam esperando lá em baixo.

- Assim que vi Bex e Deena, vi que elas estavam arrumadas demais – Vamos jantar na casa dos Morrison, ou vamos para uma festa? –As olhei por inteiro.

-Vocês vão jantar, eu e Deena vamos para uma festa de uma amiga.- Diz Bex

-Hum entendi, uma festa na casa de uma amiga é mais importante que o último dia com a sua irmã, tudo bem né.

-AH Lana para de frescura, hoje não é seu último dia de vida e vamos te ver no próximo final de semana ou acha que vamos perder o aniversário da nossa sobrinha? – diz Deena

-Nunca se sabe né irmãzinha, acho bom vocês irem mesmo, se não eu virei buscar vocês pelos cabelos. - Digo ameaçadora.

-Elas não são loucas, elas vão sim mãe – Alícia fala fazendo uma leve chantagem emocional.

-Não mesmo bebê da titia, não perderia a oportunidade de interrogar seu namorado – diz bex rindo maleficamente, ela ia aprontar com o Mat, já tinha certeza disso.

-Ah não vão agora não, nossa foto pendurada no corredor já está mais velha do que a idade de vocês três juntas, vamos tirar outra! – Disse Alícia já rindo da minha feição e das minhas irmãs.

-Você não vale nada mesmo, vamos logo – Disse Deena dando um tapinha no braço dela.

-Me esperem – Disse minha mãe saindo da cozinha com alguma tijela de comida.

-Que cheiro magnífico, o que é isso mãe?- disse aguada só pelo cheiro.

-Lasanha, aliás, A lasanha – Disse ela se gabando dos seus incríveis dotes culinários.

-Vamos logo tirar essa foto, pois não irei aguentar esse cheiro adentrando as minhas narinas.

  Como pedido, a Alícia põe a câmera apoiada em um móvel, no modo temporizador e tiramos várias fotos, até todas gostarem. Quando vejo a última foto, me lembro do meu pai, ele diria que se existem mulheres bonitas é por que as Parrillas existem, achava um exagero da parte dele, quando mencionava essa frase, mas o carinho que ele tinha pelas mulheres da vida dele, era enorme, isso nos fazia se sentir mais amadas do que somos.

Quando seguimos para o jantar, me dei conta que Jennifer estava presente mais cedo e provavelmente, estaria em casa agora e eu não sabia simplesmente como lidar, Jennifer era minha amiga, mas de repente me via enrolada na maneira de tratar ela, não sei o porquê, assim que tocamos o interfone, eu poderia dizer que o destino estava brincando comigo, Jennifer veio atender a porta toda animada, seguiu assim até me ver, mas estranhei seu rosto não estava com uma expressão de raiva, nem chateação eu vi nojo nos olhos dela, e aquilo doeu, doeu muito.

-Boa noite Dona Dolores – deu um longo abraço em minha mãe – Oii Alícia, como você está?

-Tõ bem tia e você como está? Está mais calma? – Alícia possuía um enorme carinho pela Jen.

-Estou bem também, estou bem mais calma, não foi nada demais naquele dia. - Ela me encarou quando disse as ultimas palavras, eu sabia muito bem à qual dia ela se referiu.

-Oi Lana – Me olhou seca.

-Oi Jen..nifer- Não daria um braço a torcer, não estava certa, mas não deixaria ela sair por cima.

-Ela segurou a porta para eu entrar, só que eu travei, faltou oxigenação na minha cabeça, meus sentidos falharam, eu não sabia quando essas coisas começaram acontecer – Entra Lana, ou vai querer ficar derretendo nesse calor? – disse Jennifer interrompendo meus pensamentos.

-Desculpa – entro e cumprimento seus pais e sua irmã. E como o destino estava ao meu favor hoje, para não dizer ao contrário meu lugar era de frente para Jennifer.

-Lana, como vão as coisas no trabalho? E o Sean por que ele não vem mais me ver? – Judy me pergunta.

- Ah vão bem, ele anda bastante ocupado, sabe como é né casamento, empresa, conciliar tudo deve ficar complicado. – Digo tentando explicar.

-Ah, mande um beijo para ele, fale que estou com saudades, se depender da Jennifer ela nunca fala às coisas que eu peço. - Diz Judy olhando Jennifer, Jen a olhou como se fosse a maior calúnia que ela dissera.

-Mentira, eu falo sim, ela que fica chateada por que o Sean não responde ela –Diz Jen

-O Sean tem essa mania mesmo tia – Digo para tentar aliviar a barra da Jen.

-Viu mãe – disse Jen e sussuro um “obrigada” para mim.

- Ah Lana, você já viu o Josh por aí, ele vai ficar ficar essa semana aqui, ele perguntou por você quando ele chegou aqui, mas eu tive que falar que você esqueceu da sua família daqui – Disse Judy

- Vi sim... Mito, não o vejo faz muito tempo, nunca esquecerei da minha família daqui, só ando muito ocupada com as coisas da empresa. – Minha mãe, Judy e Jen me olharam quando eu enrolei.

-Com licença, vou atender um telefone – Disse Jen com uma expressão nada amigável subindo.

-Eu hein, essa menina anda muito estranha ultimamente, sabe se ela está com alguma namoradinha por lá? – Dona Judy me encara.

-Amor, se Jen tivesse alguém ela te contaria, ou se ela não conta ela tem os motivos dela, não ponha a Laninha nisso – Diz David acarinhando as costas da Judy.

 Jennifer sempre teve opiniões claras sobre tudo, desde que eu a conheci, quando tínhamos 15 anos, ela já se assumiu bissexual, a família dela sempre aceitou isso de bom grado, sabiam que se não aceitassem Jennifer não ia ligar para a opinião deles, mas independente de tudo eles tinha orgulhos dela.

- Com licença, vou ver o que houve com ela – Tinha que criar coragem, Jen sabia de algo.

-Ok, vai lá – disse David e eles começaram a conversar entre si.

- Subi e procurava por ela entre os corredores e fui até o quarto dela – Tá procurando o Josh? Ela já saiu, ou você acha que é a única dele? – Disse Jen cuspindo as palavras em mim.

-Sabia que tinha mais coisas, Jen eu sou uma mulher adulta, sei muito bem das coisas, estava procurando você mesmo. - Digo

-Desde quando você se importa com algo que se relaciona a mim?- Diz ela já impaciente.

- Desde quando você é alguém especial, desde quando eu desenvolvo carinho por você, desde realmente ter te conhecido naquele jantar, você sempre se esconde nessa casca e tenta ser durona, eu conheci outra Jennifer e adquiri um carinho enorme por ela e me importo sim com ela –Disse o que estava em minha mente há um tempo, não posso mais me enganar.

- Se apaixonou tanto por ela, que jogou um balde de água fria no dia seguinte, você nunca permitiu me conhecer direito, você sempre tira suas conclusões e ponto, igual no dia da empresa!

-Desculpa, é isso que você quer ouvir? Desculpa-me Jennifer, eu errei, mas eu só queria entender por que se afeta tanto com a história com o Josh. – tive que perguntar, isso martelou o dia inteiro na minha cabeça.

- Não te desculpo Lana, não te desculpo, por dormir com meu primo, não te desculpo por ferir meu sentimento em relação á você – diz Jen

- Sentimentos? Desde quando você demonstrou sentir algum sentimento por mim?

-Desde quando você não sai da minha cabeça, desde quando meus pensamentos estão em você, desde quando eu comecei a gostar de você – Diz Jen olhando nos meus olhos e se aproximando.

-E você esperava que eu descobrisse isso como? Acha que eu leio mentes Jen? – Me exalto e vou gritando com ela.

-Eu tentei, mas você quis sempre levar tudo para o lado amigável, só você que não vê isso, eu sei que você não lê mentes, se lesse já estaria bem longe daqui. – disse Jen, já com a respiração no meu rosto e me deixando encabulada.

-Por que você saberia de todas minhas intenções e fugiria para se esconder de qualquer sentimento – Diz Jen e olha nos meus olhos.

-Eu não sei o que aconteceu, mais eu via amor nos olhos dela, eu via que ela nutria um sentimento forte por mim – Eu não quero mais fugir das coisas Jen – Disse já perdendo qualquer estrutura.

-Então para Lana, só pare de fugir, deixe seu coração sentir. – Disse Jen.

-Eu irei parar, mas eu não posso me machucar de novo.- Digo.

-Não irá – Jen diz e me beija, não era um beijo qualquer, eu senti algo que nunca senti naquele momento, meu cérebro me mandava parar, mas meu coração se sentiu em casa, eu não sentia borboletas, sentia fogos, se é que não havia fogos ali, ou será que era um sonho, nunca estive tão aérea do mundo, eu estava nas nuvens, senti um misto de emoções, sentia medo, sentia minha insegurança me detonar, mas sentia uma parte de mim se instalando naquele momento, uma parte adormecida voltava a funcionar ali, se não fosse o barulho do celular da Jen, eu teria achado que estávamos a horas ali, compartilhando um momento mágico.