História Amor Catinho - Olá, eu sou o deus desse mundo

Pov. Você

Estava em uma sala que parecia ser um escritório. Havia estantes repletas de livros e uma mesa com um computador ligado. Nessa mesa estava sentado um homem, ele tinha cabelos castanhos que desciam um pouco mais que seus ombros e olhos da mesma cor. Ele estava digitando atentamente, seus olhos não pareciam conter nada além de sono e desinteresse em sua essência. Ele me percebeu e voltou o seu olhar para mim.

??? – Ora! Não vi você aí, por favor, sente-se – Eu me aproximei sentando em uma cadeira que estava virada para a mesa, embora um pouco distante.

??? – Me diga, você sabe como é ser um deus? –

??? – Certo, parece que não, quando se escreve uma história, o escritor é como o deus dessa história, se ele for uma pessoa boa, ele pode dar um final feliz aos personagens, ou se ele for uma pessoa má, ele pode matar todos os personagens, ou simplesmente tortura-los, mas nisso há uma divisão no universo de uma história –

??? – Há três divisões em uma história, o escritor é um deus, ele controla tudo que acontece na história, se ela vai ser simples ou complicada, se vai ser um romance ou um terror, se vai ser leve ou pesado em seu conteúdo, isso vai ser ele que vai determinar, ele pode fazer o que quiser –

??? – Os leitores são aqueles que não podem interferir na história, eles são apenas espectadores esperando o clímax que o escritor irá determinar, mas as vezes há uma exceção. O escritor pode ter uma relação com algum leitor e por causa disso, ele pode ter algum tipo de influência nessa história, como semi-deuses, interessante, não? – Ele estava rindo fraco.

??? – E por fim, os personagens. Eles não têm vontade própria, eles são apenas bonecos sem vida que não podem fazer nada, a não ser rezar para que seu deus dê a eles um fim misericordioso, são como escravos do destino criado por seu deus, uma definição que causa pena, pode-se dizer, mas isso é a verdade, uma verdade que nem o escritor pode alterar, pois não está dentro de sua capacidade –

??? – Uma outra pergunta. Você achou o final da história interessante? Pois eu achei. Frisk era, desde o início, dependente de Chara, ele quase enlouqueceu quando não a viu após acordar, isso deve-se ao fato de ela ser a única pessoa realmente importante para ele que restou. Sua família foi executada na sua frente. A mulher que cuidou dele e acreditou nele até o final também morreu e a única pessoa que sobrou foi Chara que partiu o coração dele duas vezes, esse final mostrou que o Frisk superou a dependência dele tornando-a em raiva. Inclusive, uma dica. Geralmente para o conteúdo de histórias ficarem mais interessantes, adicione um passado sombrio ao personagem, isso sempre funciona -

??? – Agora para terminar com chave de ouro, me diga, você está satisfeito com o final dessa história? Está satisfeito com o final dos personagens? Ou quer um final diferente? Lembre-se, você é um leitor, você não tem influência nessa história, eu que sou o deus dessa história, mas será que você é capaz de me influenciar? Me fazer mudar o final? Ou continuar a história? Afinal, essa história está bem aberta, mistérios não resolvidos gerando perguntas como, “Mas qual a verdadeira origem de Frisk?” Ou “O que aconteceu com eles depois disso? ”. Você quer mesmo saber? Eu não, afinal, a partir do momento em que você termina uma história antes do fim, nem mesmo o escritor sabe, ele desiste da história antes de acaba-la e dá ela como acabada. Você quer ver um final diferente? Quem sabe, se você descobrir um jeito de fazer algo quanto a isso, é seu turno, estou ansioso para ver como vai ser a sua jogada, adeus -