História Amor Catinho - Aulas para uma genocida

Pov. Chara

Hoje eu acordei, mas diferente dos outros dias desde que eu cheguei aqui, eu acordei me sentido bem, sentia um bem-estar incrível, talvez pelo fato de eu finalmente ter botado para fora tudo o que eu sentia.

Abri os olhos ainda um pouco sonolenta e então os fechei de novo, pois estava com muito sono, mas poucos segundos depois de fecha-los, eu os abri surpresa pois estava sentindo uma respiração em minha nuca. Me afastei e percebi que essa respiração era a de Frisk. Por um momento, eu fiquei pensando no que tinha acontecido para eu estar aqui.

FlashBack – ON

Chara – A verdade é que eu te odeio! E eu me odeio por não conseguir parar de te amar –

Chara – Você é só meu, se você se atrever a sair com outra garota, eu vou transformar sua vida em algo pior que o inferno –

Chara – Anda logo, Frisk... eu não aguento mais... –

Chara – Eu te amo, meu pacifista –

Frisk – Eu também te amo, minha genocida –

Quando me lembrei eu fiquei mais vermelha que um tomate, mas na realidade eu estava feliz por esclarecer meus sentimentos e feliz por Frisk corresponder a eles, neste momento eu só quero ficar com ele, então deito novamente ao lado dele, ele é muito fofo enquanto dorme, não suportei e cutuquei as suas bochechas, elas eram muito macias.

De tanto mexer nele, ele eventualmente acordou e me olhou com um sorriso no rosto, um que só ele sabia fazer, um que me trazia felicidade só por observar.

Frisk – Bom dia, Princesa... – Disse Frisk com uma voz ainda sonolenta, mas ao mesmo tempo, amorosa.

Chara – Bom dia, Príncipe... – Disse enquanto beijava sua bochecha, ele sorriu e me deu um beijo calmo, era tão bom que eu estava considerando a ideia de isso ainda ser um sonho e se fosse, eu não queria mais acordar.

Toriel – Ei! Crianças, venham tomar café da manhã! -Infelizmente, nós fomos interrompidos pela Toriel nos chamando para descermos... se ela ainda não fosse minha mãe depois de tudo, eu iria matar ela por me tirar do paraíso.

Frisk – parece que vamos ter que continuar mais tarde, querida... – Disse Frisk com uma expressão meio frustrada... acho que ela está pensando o mesmo que eu.

Nós, junto de Asriel que parecia um zumbi, descemos as escadas e fomos tomar esse maldito café da manhã destruidor de climas.

~durante o café~

Toriel – O que houve? Vocês parecem até um casal estando tão colados assim – Devo admitir, para duas pessoas que não conseguiam ficar juntas sem que ocorra merda e o Frisk saia com um ferimento adicional, nós estamos muito juntos.

Para ter uma ideia, nós estamos sentados um do lado do outro, e quando digo um do lado do outro, eu quero dizer que nossas cadeiras estão encostando uma na outra, sem falar que estávamos fazendo chamego um no outro e com as mãos dadas debaixo da cadeira, isso entre outras coisas que casais apaixonados faziam, eu sempre me perguntava porque os casais que pareciam tão idiotas fazendo isso não se importavam, mas agora eu sei que o bem-estar que nós sentimos por estarmos cuidando um do outro é incrível, mesmo que estejamos nos contendo para não nos agarramos encima da mesa agora.

Asgore – Aconteceu alguma coisa a noite depois que fomos dormir? – Ao lembrar novamente da nossa “aventura”, eu não pude deixar de corar e parece ser o mesmo para o Frisk. Continuamos comendo, até que o ZombieGoat que estava quieto e quase dormindo começou a falar.

Asriel – Eu não consegui dormir essa noite, vocês tinham que fazer tanto barulho?! – Após Asriel dizer isso, a Toriel e Asgore nos olharam com uma cara de “vocês estão juntos? “, e como já foi terrível para mim esconder meus sentimentos do Frisk esse tempo todo, eu já não me importava, então simplesmente afirmei e eles pareceram ficar um tanto pálidos, todos menos Asriel que ficou BEM ciente do nosso relacionamento já na noite passada.

Toriel – Bem, nós consideramos vocês como irmãos, mas... acho que podemos deixar assim, só deixem o Asriel dormir em paz – Disse ela enquanto estava evidentemente corada.

Frisk – Claro, como quiser – Disse Frisk que parecia um pouco relaxado depois de eu dizer que sim, será que ele achou que eu iria querer esconder nosso relacionamento deles?

Toriel – E mais uma coisa, só permito sexo depois do casamento, então vocês não fizeram nada, fizeram? – Dava para se ver um casal tentando escapar da pergunta da mãe mais maléfica do mundo... por que eu só posso me fundir ao Frisk ao depois do casamento? Os sayajins se fundem se nem terem um relacionamento, ou será que... uma teoria bizarra veio a minha cabeça agora!

Asgore – bem, deixando isso de lado, Frisk, você já não tinha uma namorada? – E voltamos no assunto dessa piranha... acho que é um bom momento para pegar algumas informações do meu próximo alvo...

Chara – Vai Frisk, me diga onde essa garota mora, talvez eu vá fazer uma visitinha a ela e talvez ela não possa mais te ver, ou ver ninguém – Disse parecendo uma yandere obcecada pelo meu Frisk-senpai e todos na sala ficaram com uma cara de medo nesse momento..., mas qual o problema em querer proteger meu território?!

Depois de alguns segundos de silencio tenso, Frisk resolveu tentar esclarecer as coisas.

Frisk – Vocês entenderam errado, ela não é minha namorada, na verdade não sei nem se posso chama-la de amiga, ela me odeia – Isso soou meio suspeito, vamos investigar mais a fundo, e qual o melhor jeito de fazer isso se não provocando ele?

Chara – Então quer dizer que se ela não te odiasse, você tentaria ficar com ela?! – Eu sabia que ele não faria isso, mas eu só queria ver até onde ele chegaria por mim.

 Frisk – Não! Eu só me encontro com ela porque ela quer ser mais forte que eu e eu disse que ia treinar com ela, é uma longa história, mas resumindo, se eu não tivesse parado ela a muito tempo atrás, ela teria matado muita gente – Como assim treinar? Essa história está ficando cada vez mais suspeita.

Chara – Que tipo de treinamento? – Perguntei meio confusa, eu sei que Frisk é alguém forte e resistente, mas pensar nele treinando alguém é meio difícil.

Frisk – Batalha claro, mas meus poderes são fora do comum desde um certo evento que ocorreu pouco depois da quebra da barreira, só posso te dizer isso agora – poderes? Ele parece estar escondendo algo de mim, e eu vou descobrir.

Chara – Você está escondendo algo de mim, não está? – Olhei para ele desconfiada... sinceramente, era meio deprimente o fato de nós estarmos tendo uma discussão um dia depois de nós ficarmos juntos, será que ele estaria me traindo e isso tudo foi uma mentira?

Frisk – É para sua segurança e de todo mundo que eu não posso dizer nada sobre isso, quando chegar a hora, todos vão saber. E só para deixar claro, não tem nada a ver com traição, então não vá pensando isso, trair é a última coisa que eu iria fazer, ainda mais depois de ficar mais de um ano te esperando –ele está lendo meus pensamentos?! Bem, se o Frisk está escondendo isso de todo mundo, acho que ele deve ter um motivo para isso, ele nunca foi alguém que esconde algo sem um motivo.

Chara – Está tudo bem, mudando de assunto, você frequenta a escola amanhã, certo? – Disse tentando mudar o clima tenso que estava aqui.

Frisk – Infelizmente sim, não vou poder te ver a manhã inteira... – Mesmo que essa notícia me deixe bem chateada, ver que o Frisk quer que eu fique com ele faz eu achar ele muito fofo...

Asgore – Por que você não se matricula na escola do Frisk? Eu sou dono dela então pode dar um pouco de trabalho, mas posso fazer com que você possa estudar lá ainda amanhã – Disse Asgore como se tivesse tido uma ideia genial, não era pra tanto, mas poder ficar com Frisk já é bom o bastante para eu ficar super feliz com a ideia.

~Quebra do tempo~

Já era segunda, nenhuma coisa demais aconteceu, nem houve nenhuma mudança além do fato que eu me mudei de novo e voltei a dormir com o Frisk como na primeira noite que estive aqui, sinceramente, vendo como eu era com o Frisk no passado, insultando ele, machucando ele, tratando ele como se fosse um nada, isso tudo faz eu me sentir culpada e eu tento compensar isso tentando ser a melhor mulher possível para o Frisk, eu quero o amor dele, e quero merecer ele também.

O despertador tocou e eu que estava totalmente agarrada no Frisk tive uma dificuldade enorme de me soltar dele e apertar o despertador, dessa vez queria acordar ele de um jeito especial, fui em direção a ele que ainda dormia e beijei ele calmamente e, a medida que ele ia acordando, eu aumentava a intensidade, até que por fim ele acordou, mas ele não me afastou, invés disso ele me agarrou e então aumentou a intensidade do beijo cada vez mais, até que nos separamos, tanto pela falta de ar, quanto pelo fato da Toriel nos chamar para descermos.

Nos arrumamos e fomos tomar café da manhã como de costume, mas durante o café a Toriel perguntou.

Toriel – Então, como acha que vai ser seu primeiro dia de aula? – Perguntou... aparentemente, toda a minha falta de animação pelo primeiro dia de aula está sendo compensada pela animação da Toriel.

Chara – Bem, não vou achando que vou me tornar amiga de todo mundo, afinal, eles sabem do meu histórico por um certo comediante e um certo bodinho – Falei olhando para o Asriel que apenas tremia de medo... qual o problema? Eu não gosto de falar com as pessoas mesmo, a única pessoa da qual eu quero atenção é do meu Frisk.

~Quebrinha do tempo~

Após tomarmos o café e chegarmos na escola, a Professora Toriel pediu que eu me apresentasse e parece que todos sabem quem é Chara, mas não sabem como ela é... pude ver o Frisk acenando para mim então acenei de volta enquanto sorria e todos estranharam aquilo, até onde eu sei Frisk tem uma má reputação desde o primeiro dia de aula pois ele tinha dito que gostava de mim, mas como os boatos costumam se tornar exagerados quando passam de pessoa para pessoa, Frisk ficou conhecido como o segundo genocida... claro que Frisk matou muitas pessoas, mas foi por que eu o manipulei então ele não tem culpa...

Toriel – Bem pessoal, essa é uma nova aluna que vai estudar aqui com a gente – Disse Toriel, me anunciando para a sala e antes que eu pudesse me apresentar, umas pessoas resolveram me soterrar de perguntas.

Aluna A – Ei! Uma pergunta! Você conhece o segundo genocida? –

Chara – Ele não é nenhum genocida, então não é bom chama-lo assim – A garota parece não ter gostado da minha resposta.

Aluno A – Ei! Você tem namorado? – Perguntou o garoto com um olhar meio malicioso... Frisk parece não ter gostado da pergunta e eu simplesmente respondi.

Chara – Claro – Nesse momento pude ver o Frisk corar um pouco enquanto sorria na minha direção.

Aluna B – Sério? Quem é? – Esse pessoal é meio burro né? Eles não sabem ligar os pontos? Frisk, namorado...

Chara – O Frisk, claro! – Após dizer isso, todo mundo se surpreendeu, a maioria dos garotos pareciam olhar para o Frisk com uma cara de inveja... eu sei que sou linda, mas só o Frisk pode provar desse doce que vocês só conseguem sonhar em tocar.

Aluno B – Você nunca parou para pensar em com quem você está? – Essa pergunta me deu uma certa raiva, se ele se acha melhor que o meu Frisk ele está muito enganado.

Chara – Acredito que você se acha melhor que ele, sinto lhe informar, mas você não chega nem aos pés de quem ele é – respondi arqueando uma sobrancelha e o garoto parece ter ficado com raiva da minha resposta, já tenho um exemplo, o Frisk não fica com raiva se insultarem ele, mas ele fica louco se mexerem comigo ou alguns dos amigos dele.

Frisk – Gente, vamos continuar com isso logo antes que alguém morra – Disse olhando para todos com um olhar assustador e parece ter surtido efeito... parece que ele aprendeu a se virar na escola, estou tão orgulhosa, ele aprendeu isso comigo.

Toriel – Certo, poderia se apresentar para a sala? – Disse Toriel olhando para mim com certa hesitação... parecia que ela já sabia que ia dar merda assim que eu dissesse meu nome, mas fazer o que?

Chara – Meu nome é Chara Dreemurr – Depois de me apresentar, todo mundo menos o Frisk, entraram em pânico.

Aluno C – Você é a genocida?! Ela vai matar todos nós! – Disse um deles assustado junto com todos no fundo da sala tremendo de medo.

Chara – Dá para dar um tempo? Eu parei de matar desde que eu voltei – Falei meio indignada indo em direção a uma cadeira ao lado da do Frisk, ele me olhou com um olhar meio sem graça pela situação.

Toriel – Bem, todos sentem-se e vamos estudar – Dito isso, todos foram cautelosamente para suas cadeiras. Eu pude ouvir várias pessoas cochichando, agora eu tenho um pouco de pena do Frisk, tudo que eu estava passando agora, ele passou desde o primeiro dia de aula.

A aula estava tão chata que meu cérebro estava começando a parar, estava tudo ficando muito lento até que eu não aguentei, fechei os olhos e caí no sono.

Sonho – ON

Eu estava em um lugar escuro, não parecia ter nada, um lugar vazio, então eu percebi que havia um garoto na minha frente, não sei o porquê, mas eu não conseguia reconhece-lo, a minha visão de seu rosto estava borrada, foi então que sem que eu percebesse, eu estava dizendo algo a ele.

Chara – Vamos apagar esse mundo e partir para o próximo – Após dizer isso, o garoto concordou e então eu disse.

Chara - Que ótimo parceiro eu encontrei, vamos ficar juntos para sempre, não é? – Contra minha vontade, fui em direção a ele, o esfaqueei e o mesmo caiu no chão sangrando muito, então e comecei a lembrar e o borrão sumiu, esse garoto era Frisk, nesse momento apenas um pensamento vinha a minha cabeça.

- Eu o matei de novo, eu sou mesmo um monstro – Eu caí de joelhos enquanto chorava em frente ao corpo frio e sem vida do meu amado, minha vida não fazia sentido sem ele, mas então porque eu o matei? Será que todos estão certos? Será que eu sou mesmo um demônio que não se importa nem com a pessoa que me ama? Esses pensamentos passavam pela minha cabeça enquanto lagrimas negras caiam sobre o rosto de Frisk que mesmo sem vida, ainda possuía um semblante feliz, parece que ele me amou até mesmo quando eu o havia matado, ele é um anjo, enquanto eu, um demônio.

Sonho – OFF

Frisk – Chara, acorda, já está na hora do intervalo –

Eu tomei um susto ao ser acordada por Frisk, eu havia pensado que eu realmente tinha matado ele, então ao ver seu rosto, no pude deixar de chorar de felicidade por ver quem eu amo bem, eu o abracei em meio as lágrimas e todos os estudantes que ainda não saíram pareciam surpresos com minhas ações, achavam que eu era alguém que não mostrava emoção alguma a não ser um sorriso sádico em meio a morte alheia, Frisk me abraçou e disse.

Frisk – calma, foi tudo um sonho ruim, eu estou aqui agora, e sempre – Essas palavras passavam pela minha cabeça espalhando felicidade pelo caminho, nós vamos ficar juntos para sempre e eu vou matar qualquer um que entre no nosso caminho.

Após almoçarmos e passarmos o intervalo juntos, mais precisamente eu colada nele, já que ainda estava carente pelo que ocorreu, voltamos a sala de aula com as mãos dadas, grande parte dos alunos, aqueles que não tinham visto a cena na sala, estavam estranhando tudo que aconteceu e em meio aos cochichos, eu pude ouvir algumas garotas conversando sobre nós.

Fofoqueira A – Ei, porque aqueles dois estão tão colados depois de voltarem do intervalo? Será que eles fizeram “aquilo”?

Fofoqueira B – Se fizeram ou não eu não sei, mas você não soube? Parece que a Chara teve um sonho ruim durante a aula e pouco depois do início do intervalo, ela acordou chorando e abraçando o Frisk e ele ficou consolando ela o tempo todo.

Fofoqueira A – A genocida chorando? Isso parece meio impossível, que tipo de sonho ela teria para chegar ao ponto de chorar, principalmente ela?

Fofoqueira B – Parece que pelo que estavam conversando, ela sonhou que o Frisk foi morto -

Fofoqueira A – Parece que ela se importa com alguém pelo menos, já me dá um pouco mais de segurança, ela disse que não matava mais certo? Será que ela parou de matar por que conheceu o Frisk?

Fofoqueira B – Aí amiga, não sei, mas se for verdade que ela não mata mais, então é o mais provável – Elas estão meio certas sobre mim, antigamente a única pessoa que eu pretendia matar seria o Frisk e em seguida matar todos os outros, mas por eu ter me apaixonado pelo Frisk, eu desisti de matar pois sabia que ele iria me ajudar sem pensar duas vezes, mas que não iria gostar de matar seus amigos.

Todo o resto do dia foi normal, tirando o fato de eu estar o tempo todo colada no Frisk, aquele sonho tinha me afetado muito...