História Amor colegial - DIA TRISTE

Os últimos dias estavam sendo horríveis. Meus pais brigando na justiça por minha guarda, eu e minha amiga brigamos e ainda por cima, meu namorado (agora ex) me traiu. Estava sendo um inferno.
- Filha, acorde.- diz meu pai docemente.
Meus olhos demoraram um bocado para se acostumar com a claridade do dia. Por incrível que pareça, estava um lindo dia de sol. Mal eu imaginava que de lindo o dia não ia ter nada.
- Oi.-digo sorrindo de leve.
Ele me olhou por alguns minutos sem dizer nada, simplesmente sorrindo. Mas logo a mascara caiu. Se sentou na beirada da cama aos prantos.
- Filha... Eu tentei...- ele gagueijou aos soluços.
Nunca fui igual ao meu pai, apesar de nos parecermos muito fisicamente. Ele é sensível, calmo e gentil. Eu sou nervosa e de pouca paciência.
Fiquei confusa no início até perceber o que estava acontecendo. Mamãe ganho minha guarda.
- Ela ganhou, não foi?- perguntei já sabendo a resposta.
Ele assentiu, enxugando o rosto molhado com as costas das mãos.
Senti meus olhos arderem, sabia que a qualquer momento choraria. Porém, iria ser forte. Por meu pai. Por mim.
Suspirei esfregando os olhos com ambas as mãos.
- Eu vou ter que ir para os Estados Unidos?- perguntei incrédula.
Não podia ser verdade, meu pai que deveria ser meu guardião leal. Ele me criou sozinho, me deu amor e carinho quando mais precisei. Por que ela está fazendo isso?
- Eu sinto muito.- ele murmurou me olhando de canto de olho.
- Você fez o possível. Tenho certeza.- sorri para ele.
Ele me fitou por alguns minutos, olhando cada parte de meu rosto. Memorizando, talvez.
- Tem mais uma coisa.- ele desviou o olhar.
Pressenti más notícias.
E acertei.
- Você irá hoje. As passagens estão prontas. E...- ele pausou tentando conter as lágrimas.- E daqui 1 hora tem que estar pronta.
Isso não podia estar acontecendo, não podia. Eu tinha que ficar com meu pai. O qual não me abandonou quando precisei. O qual contei sobre meu primeiro beijo. E meu primeiro amor.
Suspirei novamente. O dia estava cheio de suspiros.
- Ok.- disse simplesmente com as mãos no rosto me obrigando a manter postura. Papai saiu logo em seguida, me deixando sozinha.
Me levantei e parei em frente ao meu guarda roupa.
Peguei minha mala de viagens e a abri, colocando minhas melhores roupas de frio.
Quando terminei, me sentei na beirada da cama, eu estava quase chorando.
- Recomponha-se.- disse a mim mesma limpando uma lágrima traiçoeira que insistia em cair.

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Quando o despertador tocou, as 08:00, eu sabia que estava na hora de descer para me despedir do papai. Mas a dor no meu peito me impediu de me mexer, estava olhando pela janela; a grama aparada no ponto, os pássaros voando ao redor das flores e as crianças brincando no parque em frente, mesmo ainda aqui, eu ja estava com saudades.
- Jess?- chamou meu pai dando leves batidas na porta.
Eu não permitiria que ele entrasse e me visse triste, e agora, chorando.
Suspirei.
- Já vou.
Peguei a alça da minha bolsa enorme a tirando do chão. Inspirei pesadamente e olhei uma última vez para meu quarto.