História Amor colegial - O VIZINHO

Dispenso o jantar quando Susan me chama.
Sento em minha cadeira, em frente ao espelho. Cabelos laranjados pintados, claro. Olhos cor marrom avermelhado, garota simples e feia. Quem se interessaria por mim?
Rio de mim mesma. Não no preciso de garoto algum, não por enquanto. Me levanto rapidamente, estou começando a pensar asneiras.
Caminho lentamente a janela do "meu" quarto, me debruço sobre ela com meu celular na mão, no play list tocando 'Ed Sheeran, photograp'.
Meus pensamentos vão direto a escola, mais precisa, em matemática. Em um aluno irritantemente gato. Argh.
Olho para a janela do outro lado em frente a minha, não tinha percebido aquela janela ali, muito menos aquela casa, me estico o possível para enxergar lá dentro.
Paredes cor azul forte com pôsteres de mulheres semi-nuas ( provavelmente de homem), me estico um pouco mais para enxergar direito, porém,  só avisto a cama e uma porta mogno. Fico um tempo olhando aquele quarto. Madeiras de mogno, quarto de boa qualidade, casa bem cuidada e bem pintada, provavelmente alguém com melhores condições que eu e Susan. Ok, Susan tem uma boa grana, não posso negar, porém, essa casa vizinha tem muito mais.
Ouço um barulho no quarto vizinho e porta se abre; quem sai da mesma trajando uma toalha na cintura, peitoral forte de fora e um corpo de arrasar me choca. Matthew. Me desespero, tento voltar para meu quarto rapidamente, porém bato minha cabeça forte na janela e meu celular cai por entre os arbustos.
- Porra!- Praguejo.
- Jessica?- pergunta alguém, que infelizmente reconheço a voz.
Me contorço.
- Sim?- pergunto inocentemente, já com meu corpo para dentro do quarto, em segurança.
- O que você estava fazendo pendurada aí?- pergunta ele em tom de deboche.
Não consigo pensar em uma resposta boa, não enquanto seu peitoral forte e tatuado estiver se exibindo na minha frente. Pedindo meu toque, praticamente gritando "Me toque, por favor!!".
- Gosta do que vê?- continua ele passando a mão em seu tanque de lavar roupa.
Fecho os olhos e me concentro em outra coisa, não posso me sentir atraída por ele, ele não faz meu tipo.
- Na verdade não. - respondo com minha melhor voz de desdém.
Ele sorri e pisca o olho, não acreditando nem um minuto na minha atuação.
Bufo. Me lembro rapidamente do meu celular no meio dos arbustos.
- droga.- Praguejo.
- Não precisa sentir vergonha por me achar gato.- ele diz um pouco alto.
Reviro os olhos.
                                                       ??
                                           MATTHEW-ON
Quase não consegui manter a postura quando ela me olhou daquele jeito.
Após revirar aqueles lindos olhos ela sai da minha visão,  provavelmente para buscar seu celular que caiu nas plantas, sortuda. Se fosse meu celular, provavelmente cairia em um prego e a tela sairia quebrada.
Me debruço um pouco para olha-la daqui de cima.
Caramba! A sorte não está ao meu favor (nunca esteve). Quando cheguei da escola minha mãe disse que tínhamos vizinhos novos.
Fiquei chocado quando descobri que Jessica é filha de Susan, uma mulher doida e sem educação. Enfim, ao mesmo tempo senti um arrepio estranho,  talvez seja raiva.
- O que foi? Tá viajando na maionese?- pergunta uma voz abaixo de mim.
Não entendi o que ela quis dizer com " Viajar na maionese", simplesmente sorri e mostrei o dedo do meio pra ela.
Mas ainda sim quando fechei a janela a ouvi me xingando.
- Idiota!