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História Amor. com - Capítulo 2:


Escrita por: GiullieneChan

Capítulo 2 - Capítulo 2:


Camus havia chegado rapidamente ao Santuário, precisava pensar em uma estratégia para não cair em nenhum artimanha que a senhorita Raccos poderia criar com o intuito de vencer a aposta. Claro que ele estava ciente de que essa história de amor verdadeiro tão prontamente defendido pela miúda empresária era tolice e só dava certo em romances de banca.

Curiosamente avistou Milo ao longe, ele parecia interessado em alguma coisa. Aproximou-se cuidadoso e pode ver o amigo totalmente concentrado em assistir ao treino entre algumas amazonas conduzido por Marin e Shina.

Em um dado momento, Marin havia atingido Shina em cheio, lançado a amazona de Cobra para longe e teria se chocado ruidosamente contra uma parede de pedras se Milo não tivesse se movido e amparado ela.

Camus olhou surpreso para o cavaleiro de escorpião. Nunca o viu se mover tão rápido, nem mesmo em batalhas.

—Oeh, meninas! Calma! Não vão se matar! –dizia Milo com seu habitual sorriso charmoso.

—Shina, me desculpe! –pediu Marin e Shina acenou positivamente, assinalando que estava tudo bem.

—Desculpe ter atrapalhado!

—Não, tudo bem. –dizia a amazona, retirando a máscara para limpar o suor. –Obrigada, Milo.

Com o fim do decreto que as obrigavam a usar a máscara constantemente, Shina só a usava em treinos e em possíveis missões.

—Amigos são para isso. –ele disse, movendo os braços de modo que pudesse evidenciar seus músculos perfeitos, e Camus olhava para a cena com uma expressão de “isso é sério?”. –Pode contar com um braço amigo sempre que precisar, Shina.

—Machucou? –ela perguntou, olhando-o curiosa pelo o que fazia.

—Não. Por que pergunta?

—Não para de mexer o braço. Pensei que tinha deslocado.

—Ah, não. Eu estou bem. Hehehe... continua os treinos! –se afastando sem graça. –A cerveja com a turma tá em pé para amanhã?

—Claro! Vai todo mundo! –Shina acenou e foi saindo. –Ah, e não esqueça! Ia te emprestar alguns DVDS de filme! Passo mais tarde e deixo eles com você em sua casa! Tem um de terror que sei que vai gostar!

—Valeu! –acenando sorrindo e quando ela está bem longe murmura. –Eu sou um pastel!

—De vento, ainda! –disse Camus atrás dele com os braços cruzados.

—CAMUS! –Milo se assusta. –E aí? Como foi lá? Resolveu tudo? A dona do site deve ser uma velha cinquentona, né? Olha me desculpe pela brincadeira sem graça, tá?

—Quase. –e aponta o dedo para o rosto do Milo. –E ainda não te desculpei! Me colocou em outro problema!

—Eu?

—Fui lá no tal escritório. A proprietária não era nenhuma cinquentona. Até que era bonitinha. Meio metro de sonhadora que acha que existem príncipes encantados e amor de novela. –Milo ergueu uma sobrancelha com a descrição do amigo. –Esqueça! O fato é que eu acabei me metendo em uma aposta e agora não vejo outro meio de sair dela a não ser vencendo!

—Espera aí! Que aposta? Você não gosta nem de jogar cartas, quem dirá apostar!

—Foi a única opção! Ela não pode apagar meu perfil porque o maldito sistema não permite se eu não for, no mínimo, a cinco ridículos encontros às cegas com cinco mulheres desesperadas!

—Sério isso? -Milo segurou a vontade de rir, mas se segurou quando Camus o fitou furioso. –Desculpa! Apostaram o que?

—Que se ela conseguir arrumar uma namorada para mim, farei publicidade de seu site e arrumaria patrocínio com a senhorita Atena. E se ela não conseguisse, ela teria que desistir do site e tirá-lo do ar.

—Putz! Apostou isso? Vai tirar o sustento dela? Nem eu imaginei que você seria tão vil!

—Eu fiz exigências absurdas para que ela não aceitasse a aposta! Não tenho culpa se ela é louca de ter aceitado!

—Tá... E agora?

—Esperar. –ele colocou o dedo no queixo, pensativo. –Mas quero saber tudo sobre minha adversária para saber como vencê-la nessa batalha.

—Camus, ela é dona de uma agência virtual de namoros, não de um Juiz do Inferno de Hades.

—Não tenho certeza...

—O que quer dizer? –Milo estranhando.

—Milo, eu senti algo estranho quando entrei naquele escritório mais cedo. Um cosmo... fraco e escondido. –Milo o encarou com uma expressão de tédio. –Há algo suspeito com ela.

—Camus... está paranoico! Vai nos encontros. Transe muito com as candidatas e volte ao normal!

—Não é piada!

—Está falando como se estivesse indo para uma guerra! Ela é só uma garota comum!

—Milo... isso é guerra! E eu não entro numa guerra para perder!

—Errr...

—Vem. Preciso de sua ajuda! –saindo da área de treinamento.

—Não dá. Vou tomar cerveja com a Shina... quero dizer, com a turma e...

—Você me colocou nessa. Tem a obrigação moral de me ajudar a sair dessa!

—Mas...

—Vamos!

Milo olha para Camus e suspira percebendo que o amigo não aceitaria nenhuma argumentação da parte dele para deixar isso de lado. Resignado, o seguiu.

 

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Eram mais ou menos cinco horas da tarde quando Luana chegou em seu segundo negócio. Além de gerenciar a Amor.com, a jovem ainda era a proprietária de uma floricultura modesta em seu bairro. A loja era pequena, mas muito aconchegante e sempre tinha movimento de moradores do bairro e turistas que visitavam a cidade. Conversou com seus dois ajudantes, que cuidavam de tudo em sua ausência com muito profissionalismo e foi analisar as contas do local.

Estava tão preocupada em como vencer a aposta feita com aquele homem que apareceu logo cedo na Amor.com que nem sequer prestou atenção no movimento na rua, ou então teria percebido que era vigiada por dois belos homens, que tentavam manter-se anônimos com óculos de sol e jornais abertos, sentados em um café em frente a floricultura.

—Tem noção do quanto isso é ridículo, Camus? –dizia Milo, baixando o jornal e encarando o amigo. –Até parece que estamos de tocaia e ela é alguma vilã!

—Só estamos tomando café e observando a garota, Milo.

—Estamos invadindo a vida dela, sabia? –Milo suspirou e olhou por sobre o ombro e a viu colocar um belo vaso de rosas no carro que faria entregas. –Ela é bonita!

—Tem uma beleza comum, sem atrativos. –disse bebericando o café. –Nada demais...

Camus não queria admitir, mas havia achado Luana uma bela mulher mais cedo. Ela não precisava de usar recursos como maquiagens ou roupas provocantes para atrair a atenção de olhares masculinos, e admitiu que ela ficava mais linda ainda usando jeans e uma regata amarela ao trabalhar naquela loja.

—Ela tem uma bunda bonita! –Milo comentou e Camus engasgou com o café. –Tem peitos pequenos, daqui dá pra ver!

—Milo! Pare de descrevê-la de maneira vulgar! –tentando manter a pose, mas incomodado com o rumo da conversa.

—Engraçado! Você sempre repara primeiro nas bundas das garotas. Essa não te atraiu, não?

Claro que atraiu, mas não ia lhe dizer.

—Redondinha! Empinada. Acho que deve fazer pilates!

—Chega! –Camus elevou um pouco a voz e depois agiu como se não tivesse feito nada. –Essa conversa é mais adequada em um boteco, e não em um café com famílias perto!

Milo olhou ao redor e deu um sorriso amarelo, se desculpando.

—Ela vai fechar a loja! –Camus avisou. –Vamos segui-la até em casa!

—Camus, isso não vai dar certo!

Milo jogou algumas sobre a mesa, pagando a conta.  A viram fechar a loja, saindo com uma mochila nas costas, mais adequada a uma adolescente por ter desenhos de gatos de desenho animado japonês em sua estampa. Ela acenou para algumas pessoas na calçada e atravessou a rua na direção do café.

Disfarçaram com o jornal enquanto ela passava por eles, e viram quando ela foi até o balcão comprar lanche para viagem.  Ela saiu com cinco pacotes de lanches nos braços e depois de darem alguma distância para a moça, saíram rapidamente atrás dela.

Passaram por algumas ruas, a viram atravessar uma praça e parar diante de quatro sem tetos. Ela lhes deixou quatro dos cinco pacotes que comprou e viram que eles a esperavam com muita alegria. Luana trocou algumas palavras com aqueles homens e depois se despediu, voltando a caminhar para casa.

—Oooohhhh... ela dá comida para sem tetos. Que terrível ela é! Vamos chamar o Shaka que ela é demais para nós dois sozinhos! –Milo falava, claramente se divertindo com Camus, que o fulminou com o olhar. –Ah, Camus! Você tem encarado essa história a sério demais! Ela é só uma garota comum!!

—Só vamos ver onde ela mora, está bem?

—Está bem! Mas vou repetir. Ela é uma garota normal! Meio metro de garota comum!

—Veremos!

Camus voltou a andar e Milo vai seguindo-o, suspirando e se arrependendo de ter feito o tal perfil no site de namoros. Já estava anoitecendo e a seguiram por mais duas quadras e a viram entrar em uma rua sem saída, na qual haviam muitas casas de famílias com jardins aconchegantes, e entrou na última casa daquela rua.

—Pronto! Já stalkeamos demais! –disse-lhe Milo. –Já sabemos onde a garota mora.

—Luana...

—Hein?

—Ela não se chama Garota. Seu nome é Luana. –corrigiu o amigo.

Milo achou muito curioso o fato de Camus se lembrar do nome dela. Raramente ele se lembrava do nome de alguma garota, esse não era seu forte. O viu indo na direção da casa de Luana e se esgueirar para os fundos dela e não acreditou. Se algum vizinho o visse e chamasse a polícia, seria preso por invasão.

 

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Já escurecera quando Luana chegou a sua casa, uma aconchegante casa antiga, de paredes brancas, tão comuns na Grécia. O aluguel ali era barato e a área central de ótima localização. Ela podia caminhar até a floricultura, e de lá até o edifício onde ficava a Amor.com uma grande vantagem, considerava andar muito benéfico.

Não que não gostasse de dirigir, amava dirigir. Mas havia vendido seu único carro para montar a Amor.com e ainda não considerou a possibilidade de comprar um novo, já que o site só começou a render algum lucro ano passado. Mas a crise econômica em seu país a fizeram ser cautelosa em não gastar nesse conforto ainda.

Luana tirou os sapatos, ficando descalça. Adorava andar assim em sua casa, retirou o sutiã sem mexer na regata e foi até a lavandaria, procurando por alguma coisa. A casa estava escura e silenciosa, dava uma sensação de solidão à medida que andava pelos cômodos, acendo as luzes.

—Onde eles estão? –murmurou, retirando as roupas em seu quarto e se aproximando da secretária eletrônica.

Haviam algumas mensagens, mas já tinha uma vaga ideia de quem havia ligado e apertou o botão para escutá-las:

—Luana! É a mamãe! Olha, daqui seis meses sua prima Roselind vai se casar! Não é fantástico! Ela quer que você venha e mandarei o convite pelo correio! Dá um jeito de vir! E espero que não veja sozinha!

Luana suspirou com esse último comentário, entrando no banheiro e enchendo a banheira, retirando as últimas peças de roupas, a lingerie branca de renda que usava e saindo dali com um robe, apertando o botão para a próxima mensagem:

—Luuuu!!!! O Edward pediu minha mão em casamento!! –reconheceu a voz de Roselind e sorriu, ela havia apresentando os dois há três anos através de sua agencia. –Estou tão feliz!!! Tudo graças a você! Eu quero que seja minha madrinha! Vou te visitar mês que vem na Grécia! Edward está expandido negócios e vamos aproveitar e ...

Ela desligou a máquina, não queria ouvir mais nada. A jovem ficava feliz em ajudar casais a se conhecerem e viverem seu felizes para sempre, mas ela nunca havia encontrado sua alma gêmea ainda. Sentou na cama e em seguida se jogou nela, olhando para o teto.

A imagem daquele homem vigoroso dessa manhã veio a sua mente de novo. Ele era lindo, tinha uma presença marcante, exalava masculinidade em cada poro.

—Sossega. –disse a si mesma. –Ele não é para você.

Realmente acreditava nisso. Enquanto lia o perfil de Camus duPont para traçar os melhores perfis para os cinco encontros, viu que não havia nenhuma sintonia entre eles. Seu perfil era totalmente oposto ao tipo ideal para ela, de acordo com o programa do Amor.com. E ele nunca errava.

Criou coragem para levantar da cama e retirou o robe ficando nua, pronta para entrar na banheira e relaxar. Foi quando ouviu os sons furiosos de miados, gritos masculinos e muito barulho vindo da sua janela. Vestiu-se rapidamente.

 

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Retrocedendo alguns minutos...

Camus esgueirou-se para os fundos da casa com cuidado e silêncio, logo percebeu que Milo o acompanhava e parecia muito incomodado com o que faziam. Ele puxou o casaco de Camus e fez sinal para irem embora, mas Camus pediu que ele mantivesse quieto e Milo olhou para cima como se pedisse forças.

Camus olhou por uma janela e percebeu que se tratava do quarto de Luana. Pensou realmente que estava começando a extrapolar e que era melhor ir embora, mas ele a viu entrar no quarto, retirando as roupas sujas. Quando a viu de regata e calcinha rendada branca apenas, não conseguiu se mexer e seu corpo reagiu prontamente.

Camus levou a mão até o volume que se formou entre suas pernas, como se quisesse esconder isso de Milo ou forçar seu corpo a não ter tal reação. A observou ir para seu toalete voltando alguns minutos depois. Nesse interim Milo deu-lhe um tapa na nuca, chamando sua atenção.

—Vamos simbora! –ele sussurrou, fazendo sinal para andarem logo.

—Oui! Vamos!

Camus pediu que fizesse silêncio e deu um último olhar para o quarto e arregalou os olhos diante do que viu. Luana retirou seu robe e estava nua. Virou o rosto achando que havia extrapolado realmente com relação a moça e seu rosto ficou frente a frente com a face transfigurada de um gato caolho, peludo e malhado de laranja e preto, que não parecia nada feliz em vê-lo.

Ergueu o rosto para a janela e em seu parapeito havia outro gato branco, que não tinha uma cauda, mas estava todo arrepiado com a presença intrusa. Ambos os felinos saltaram para cima de Camus, atacando-o, que caiu em cima de Milo. Ambos gritaram e derrubaram latas de lixo fazendo um grande barulho.

Camus se ergueu, tirando o gato caolho de cima dele e jogando-o sem querer em Milo que ficou com o felino grudado em seu rosto, desesperado e gritando sem parar. Camus tropeçou no gato sem cauda e caiu.

Mas não foi o chão que encontrou, mas o corpo pequeno e gracioso de Luana. A morena havia saído da casa correndo atraída pelos sons e se deparou com a cena digna de um filme de comédia e não teve reação alguma quando Camus caiu sobre ela, jogando-a no chão e amparando a queda com ambas as mãos fortes em seus seios.

—Ah...ah... eu... –ele gaguejava, mas não conseguiu evitar de dar uma leve palpada nos seios da jovem antes de retirar as mãos logo em seguida. –Senhorita Luana, eu posso explicar eu...

Foi quando percebeu que ainda estava sentado em cima do corpo franzino dela e ergueu-se rapidamente, estava constrangido demais com a situação que ignorou Milo correndo desesperado com o gato caolho grudado no alto de sua cabeça.

Luana levantou-se.

—Eu... posso explicar.

Ela ergue o punho e desfere um soco no rosto de Camus.

 

Continua....

 

 



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