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História Amor de Gato - Uma ajuda angelical


Escrita por: Mallagueta

Capítulo 18 - Uma ajuda angelical


– Ai, Anjinho, por favor, vai!
– Não, eu disse que não! E meu nome não é Anjinho, é Ângelo!
– Mudou de nome outra vez? Então tá. Mas por favor, vai...
– Magali, por acaso você sabe o que está me pedindo?
– Uma coisinha de nada!
– Coisinha de nada? Criar um artefato místico não é uma coisinha de nada! Pode ser algo muito perigoso se não for feito corretamente!
– É por isso que eu estou pedindo sua ajuda, né! Se tem alguém que entende desses artefatos, é você.
– Eu até posso entender de artefatos, mas de magia felina eu não entendo nada! E nem você!
– Alguma coisa eu entendo sim!
– Não o suficiente para criar um artefato!
– É aí que entra sua ajuda. Olha, não precisa esquentar não que eu dou um jeito. Eu não fui capaz de criar um remédio contra uma doença grave?
– Acontece que dessa vez é muito complicado!
– Ah, por favor! Vai ajudar muito na minha missão de aproximar humanos e o povo gato. Você sabe que isso é importante. Por favorrrrrr!
– Ah, Magali, não me faça essa cara! E não adianta fazer beicinho! Não... esses olhos não! É golpe sujo!

Ele se contorceu, tentou lutar, fez um grande esforço para manter a decisão e no fim acabou cedendo. Quando Magali entrava no modo mel, nem a Mônica conseguia resistir.

– Está bem, está bem! Eu vou te ajudar, mas só se for algo simples e inofensivo!
– E é inofensivo!

Em poucas palavras, ela contou para ele seu objetivo com aquele artefato. Depois de ouvir o que ela tinha em mente, ele chegou à conclusão de que era algo simples.

– Bem, se for só para isso, então não tem problema. Você devia ter falado logo no inicio.
– Ai, obrigada! Você é um anjo mesmo!
– Sei disso, sei disso – o rosto dele corou um pouco. – só que para esse caso eu vou precisar de algum objeto.
– Um objeto? Com como assim?
– Criar um artefato inteiro pode levar meses e até anos. Já que você irá precisar disso para daqui a duas semanas, então não podemos perder tempo.
– Será que não vai atrapalhar no resultado?
– Nesse caso especifico não, já que o objetivo é simples. Ainda assim, procure trazer um objeto de boa qualidade. Para o que você está pedindo, aconselho que seja algo para ser usado junto ao corpo. Um medalhão, um bracelete ou um anel.
– Acho que um anel vai ser melhor.
– Ótimo. Me traga o anel amanhã nessa mesma hora que eu te ajudo a criar seu artefato.

Ela pulou no pescoço dele e lhe deu um beijo na bochecha, deixando-o sem jeito. Aquele Felicius era mesmo um cara sortudo!
***

– Nossa... está delicioso, menino! Muito bom mesmo!
– Acha mesmo, D. Maricota?
– Acho sim. É para vender aqui na padaria?
– Não, na verdade é para um concurso. A senhora não teria nenhuma sugestão?
– Do jeito que está, ficou ótimo.

Depois que a senhora foi embora, ele ficou pensativo, olhando para o bolo que estava quase no fim. Cada cliente que entrava na padaria, ele oferecia um pedaço para ser degustado e todos sempre elogiavam, embora ninguém lhe desse nenhuma sugestão.

“Até que a Magali seria útil nessa hora... ela sempre foi boa em provar receitas. Não... se eu chamá-la, ela pode ficar iludida e grudar no meu pé... vou ter que me virar sozinho.”

Como o movimento estava pouco, ele voltou para a cozinha e continuou a estudar os livros de receita. O bolo tinha que ficar perfeito, não podia haver nenhuma falha. Os jurados do concurso eram muito rigorosos.

“Hum... e se eu fizer de chocolate ao invés de baunilha? Todo mundo adora chocolate... não, é tão comum! Chocolate branco, talvez? Que droga, não consigo pensar em nada!”

Aquele concurso era importante demais para ele e não podia haver nenhum erro. Era com aquele prêmio que ele pretendia realizar seu sonho e dar uma grande guinada em sua carreira.

***

Estava começando a ficar chato passar o tempo observando aquele humano, embora os quitutes que ele preparava não fossem nada maus. O príncipe queria que ele prestasse atenção em tudo e não deixasse passar nada e a coisa mais interessante que ele pode descobrir era sobre um tal de concurso de comida humana. O sujeito estava treinando muito para aquilo. Qual seria o prêmio? Era apenas questão de tempo até ele descobrir tudo. Bastava ser paciente e ele tinha sido muito bem treinado para esse tipo de serviço.

***

– Ai, esse aqui é muito pequeno... esse outro também não dá... que coisa! Acho que nenhum vai servir, Mingau.
– Claro que não! São anéis de menina. Nenhum desses aí vai entrar no dedo dele e mesmo que algum caiba, você não vai querer que ele use um anel com florzinha, vai? Por que não compra um novo?
– Com o dinheiro que eu tenho, só vai dar para comprar troço ruim de camelô e o Ângelo falou que tem de ser coisa boa. Uma jóia seria o ideal, só que custa caro demais!

Os filhotinhos olhavam as bijuterias sobre a cama, com muito interesse. Se não fosse pelas reprimendas de Aveia, já estariam brincando com aquelas coisinhas bonitas e brilhantes. Magali tinha poucas jóias. Só uns cordões finos de ouro e dois ou três anéis. E nenhum deles iria entrar nos dedos de Felicius. Nem no mindinho.

– Por que não espera mais um tempo e junta dinheiro, querida? Assim poderá comprar algo de boa qualidade.
– É que eu preciso para daqui a duas semanas, sabe... senão vai perder a graça.
– Uma pena seu pai não usar anéis.
– Mesmo que usasse, ia ficar sem jeito pedir um para ele, né? Se o Cebola ou o Cascão tivesse algum que pudessem me vender para pagar depois...
– Escuta, tem que ser alguma coisa de ouro? – Mingau perguntou, olhando para as bijuterias sobre a cama.
– Acho que não... o Ângelo não falou que precisa ser de ouro, então acho que de prata também serviria. Só que eu também não tenho nenhum anel de prata que vá servir para ele.
– Nessa caixinha aí não, mas se não me falha a memória, você tem sim um anel de prata que usou poucas vezes e depois aposentou. Deve estar por aí.

Ela fez um esforço para se lembrar do que o gato estava falando. Um anel de prata que ela tinha guardado? Aos poucos ela foi se lembrando de um dia em que passou em uma loja e viu um belo anel de prata que chamou sua atenção. Apesar de ser grande para seus dedos, ela adorou o brilho da prata e acabou comprando por impulso, gastando toda sua mesada. Naquele tempo, aquilo lhe pareceu uma burrice já que o anel ficou meio desproporcional em seu dedo. Os alunos ficaram brincando dizendo que aquilo era anel de dar soco e no fim ela o aposentou dentro de alguma gaveta.

– Mingau, você é demais! Nossa, como eu fui esquecer? Agora, onde foi mesmo que eu guardei?

Várias peças de roupa foram atiradas pelo ar, alguns cadernos, lenços e ela não sossegou até encontrar o anel que estava dentro de uma caixa destinada a coisas de pouco uso.

– Ah... tá meio embaçado, melhor limpar.

Algumas jóias de prata são protegidas por um tipo de verniz, o que era o caso daquele anel. Bastou uma flanela limpa e bem macia para deixar o anel brilhando de novo.

– Olha que beleza! Será que ele vai gostar? Tomara, né!
– Acho que vai ficar bom no dedo dele. Talvez naquele dedo onde os humanos usam aliança... – o gato falou maliciosamente, mas ela não percebeu o duplo sentido das suas palavras.
– É... para mim cabe no dedo médio, então para ele deve ficar no anelar. Acho que vai ficar bom. Amanhã vou levar para o Ângelo e a gente faz o artefato. Tomara que dê tudo certo!
– Claro que vai. Se tem a ver com gatos...
– Tem a ver comigo. Então vai dar certo sim! Ufa, que alívio. Agora eu tenho que correr. A banda vai ensaiar hoje e eu não posso atrasar.
– E essa bagunça? Sua mãe vai chiar.
– Quando chegar, eu arrumo. Até mais, meus fofinhos!


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