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História Amor de Gato - Enturmando


Escrita por: Mallagueta

Capítulo 22 - Enturmando


– Vai, corre Felicius! Cê tá ficando pra trás, véi!
- Estou indo!

Ele ofegava e fazia um grande esforço para seguir o Cascão, o que estava sendo difícil. O que estava acontecendo com ele? Era para aquilo ser algo fácil e simples, já que a aquela forma humana não tirava sua agilidade de gato. Quando Cascão lhe falou sobre o Parkour, ele resolveu experimentar achando que seria algo interessante para treinar sua agilidade. Ele só não esperava ter tantas dificuldades. O humano, por outro lado, pulava, saltava e transpunha os obstáculos facilmente enquanto ele tropeçava várias vezes ou acabava dando com a cara em alguma parede.

***

– Eles já deviam ter voltado.
– Esquenta não, Magá. Você sabe que quando o Cascão começa com esse Parkour, não acaba nunca. O gatonildo deve estar se divertindo com ele.
– Deve estar mesmo, tem tudo a ver com saltar e pular, do jeito que ele gosta. Será que o Cascão tá conseguindo acompanhá-lo? Sei lá, ele é muito rápido.

Ela tinha pedido aos rapazes que saíssem um pouco com Felicius, para que ele pudesse se enturmar e aquilo parecia estar dando certo. O príncipe estava gostando de andar com os humanos e poder estar em um ambiente mais descontraído e sem tantas regras de etiqueta.

Tudo estava indo bem e Magali achou que logo ele ia acabar fazendo parte da turma.

No entanto, ela teve uma surpresa quando os dois chegaram e ela viu o Cascão andando na frente, feliz da vida com Felicius logo atrás mancando com dificuldade. Suas roupas estavam sujas com algo gosmento e havia algumas moscas ao redor dele.

– Felicius? O que aconteceu?
– Ai! Não pega aí não!
– Ele caiu numa caçamba de lixo, coitado. Deu um trabalhão pra tirar ele de lá.
– O quê?

Ele explicou que Felicius tivera dificuldade em acompanhá-lo, talvez faltasse mais treinamento.

– Com o tempo ele acostuma.
– Ele tem razão, vou precisar de muito mais treinamento. Eu era capaz de jurar que estava preparado.
– Poxa, eu também. Senão teria ido mais devagar. Foi mal, véi.

Foi preciso que Magali curasse seus ferimentos e ele vestiu algumas roupas do cascão, que gostava de usar camisas e bermudas folgadas. Até que ser humano era bem emocionante!

***

– E isso, meu caro, é a internet. Olha que beleza! – Cebola falou com os olhos marejados. Internet para ele era algo quase sagrado, uma maravilha dos deuses. Com as pessoas de antigamente conseguiam viver sem aquela coisa divina?
– Nossa! E dá para falar com pessoas do mundo inteiro usando esse equipamento?
– Totalmente! Você pode jogar, conversar, bater papo, trocar idéias e tudo sem sair de dentro de casa. Escuta, vocês não tem isso não?
– Não...
– Rapaz, você não sabe o que tá perdendo! Olha, se você tivesse internet, ia poder falar com a Magali mais vezes sem ter que sair do seu reino. E veja aqui, dá para pesquisar todo tipo de informação. Quer pesquisar algo? É só digitar a palavra aqui no Google.
– Hã... deixa eu ver... – ele teclou com dificuldade a palavra “gato” e clicou no botão buscar. Uma grande quantidade de resultados foi retornada.
– E agora?
– Clica num desses para ver o que tem dentro. Experimenta esse site aqui.

Era um grande site com várias informações sobre gatos. Fotos, artigos, reportagens, vídeos e muito mais coisas que o deixou atônito. Ele não fazia idéia de que os humanos davam tanta importância aos gatos assim.

Havia comunidades, fóruns, lojas especializadas em produtos para gatos e ele também viu que existiam instituições que ajudavam gatos de rua.

– Ah, essa aí eu conheço. É a “Ame um Gatinho”. A Magali costuma ir para lá de vez em quando levar doações e fazer trabalho voluntário. Por que não pede pra ela te levar?
– Com certeza eu farei isso.
– Beleza, agora eu vou te apresentar outra maravilha! – ele anunciou escolhendo um dos seus jogos. – depois de conhecer isso, você não vai querer outra coisa!

***

– Tem certeza?
– Tenho sim, a não ser que você esteja com medo.
– Medo? Eu? Cai dentro, Gatonildo! – Mônica disparou colocando o braço sobre a mesa e se preparando para o duelo.

Todos estavam em volta da mesa, olhando com expectativa. Eles já tinham visto que Felicius era muito forte e queriam saber se finalmente tinha aparecido alguém que pudesse competir com a força da Mônica. Cebola não sabia para quem torcer. Por um lado, ele até que gostaria de ver alguém superando a força da Mônica, mas por outro lado não lhe agradava nem um pouco a idéia de outra pessoa a derrotando. Não, era ele quem tinha de derrotá-la e no fim acabou torcendo por ela.

Felicius pegou a mão da Mônica e ambos se prepararam para o duelo. Quando Magali deu um sinal, eles começaram a queda de braço e o rapaz ficou surpreso ao ver que não era tão fácil assim derrotá-la. Bem, ele não era nenhum fracote e procurou dar tudo o que tinha.

Durante alguns minutos, a situação pareceu ora pender para o lado de um, ora para o lado de outro e todos torciam, roíam as unhas e suavam nervosos com aquele duelo de titãs.

Dava para ver os músculos do braço dele, que causaram certa inveja em Titi. O cara devia malhar bastante! O suor escorria no rosto de ambos e no final, o braço dele foi pressionado contra a mesa.

– Ganhei! Hahaha! – ela gritou, comemorando. – até que foi divertido. Vamos fazer isso de novo qualquer hora dessas?
– Quando você quiser. Mal posso esperar pela revanche!

Apesar de ter perdido, ele foi cumprimentado pelos rapazes.

– Puts, você mandou bem!
– Que força, mano!
– Foi demais!
– Por que estão me cumprimentando? Eu perdi...
– Fala sério! Você é o único a agüentar mais do que trinta segundos numa queda de braço com a Mônica. Vamos comemorar, galera!
– É o nosso herói!
– Grande Felício!

Depois que eles saíram, Magali pode perguntar para a amiga.

– Por que tentou facilitar para ele, Mô? Você poderia ter vencido rapidinho.
– Sei lá, fiquei com pena do gatonildo. Não queria que ele ficasse deprimido por ter perdido feio para uma humana.

***

– Senhor, os mercenários estão aqui. Parece que eles conseguiram encontrar o local secreto de treinamento dos campeões do Rei Fidélius.

Ele soltou uma risada sinistra. Era hora de colocar seu plano em ação.

– Faça-os entrar. Nós temos muito que fazer e não podemos perder tempo. Antes que eu me esqueça, e o idiota do meu sobrinho? Eu não o vi hoje.
– Ele está entre os humanos, senhor.
– Que ridículo. – para ele estar entre humanos era o mesmo que estar entre ratos. – deixe isso para lá. Depois cuidarei dele com certeza. Primeiro, os campeões de Fidélius. Minha vitória está garantida!


***

– Que foi, Felício?

Quem não conhecia a origem de Felicius, acabava o chamando de Felício, já que os dois nomes tinham pronúncia parecida. E o Titi não sabia quem ele era.

– É aquela saia da Magali... eu não sei, está curta demais!

Os outros deram risada.

– Relaxa, mano, é assim mesmo! Um conselho: não fica regulando as roupas da mina ou vai levar um bicudo, heim? Não é mesmo, Titi? – Jeremias falou, piscando um olho para ele.
– Que Mané bicudo o que! Quem terminou fui eu!
– Na verdade, ela terminou primeiro.
– Pois quem termina por último, termina melhor! E na boa, Felício, você não pode ficar com ciúme da garota não. Nem pensar!
– É?
– Claro! Senão elas ficam se achando e começam a esnobar. Um homem tem que ser seguro, confiante, poderoso. Tem que se garantir, tá sacando?
– Er... acho que sim... – aquelas gírias ainda eram um desafio para ele.
– Então? Um homem de verdade não pode ficar dando chilique toda vez que vê a mina usando uma roupa que... ANINHA!!! Que vestido minúsculo é esse? – ele gritou, de repente, e saiu dali correndo e bufando ao ver a ex-namorada trabalhando em uma lanchonete usando um uniforme insinuante demais para o gosto dele.
– Como é que é? Ele não acabou de dizer que...

O riso foi geral e até DC rolou no chão de tanto rir. O ataque de ciúmes do Titi após um mini-discurso sobre segurança e a cara de confusão de Felicius foram a piada do mês. Ele parecia mais perdido que cego em tiroteio.

Felizmente Cebola veio ao seu socorro.

– Deixa eu te falar uma coisa – ele começou enxugando as lagrimas causadas pelo riso – se quiser um conselho de como conquistar uma garota, não pergunte nada ao Titi. Até hoje ele tá ralando para ter a namorada de volta e não conseguiu nada.

De fato, ele viu o pobre rapaz sendo enxotado da lanchonete pela moça, que pareceu ter ficado muito zangada com sua intromissão. No fim ele acabou rindo também ao entender a comédia da situação.

***

Aquilo era entretenimento ou uma sessão de tortura? Que porcaria era aquela? Um sujeito esquisito, pálido, que chupa sangue de animais e brilha quando exposto ao sol? As meninas pareciam estar adorando aquele filme e ele não conseguia entender como elas podiam gostar daquilo. Apesar disso, ele agüentou firme até o fim, já que sair dali poderia ser considerado uma grosseria.

– Ufa, ainda bem que acabou. Credo, que filme mais tosco! – Cebola reclamou para ele e o cascão sem que as meninas ouvissem.
– Quer dizer que eu não fui o único que não gostou?
– Relaxa, Felicius. Não gostar dessas porcarias-melosas-água-com-açúcar é normal. Bem vindo ao clube.
– Ainda não entendi... se vocês não gostam, por que acompanham as garotas?
– Aprenda uma coisa sobre as garotas humanas – Cebola explicou – você nunca vai querer vê-las com raiva. Quando não fazemos esses pequenos sacrifícios, elas viram uma fera, pode acreditar.
– Agora nós vamos ver kung-fu mega ação 3, o retorno! Isso sim é filme de verdade!

Cascão estava certo. Aquele filme era muito melhor do que o primeiro. Tinha muita ação, luta e Felicius ficou encantado em conhecer aquele tipo de luta que os humanos chamavam de kung-fu. Eles quase saltavam como gatos! E o melhor de tudo era Magali segurando o braço dele, por causa da ansiedade causada pelo filme que tinha muito suspense.

Aquilo sim era diversão!


***
– Está tudo pronto para o plano?
– Sim, lord Teigr. Tudo está conforme o senhor ordenou. Aguardamos apenas a sua ordem.
– Perfeito. Nós só vamos esperar que todos os campeões estejam juntos, assim conseguirei tirar várias pedras do meu caminho ao mesmo tempo.
– O rei Fidélius não irá desconfiar?
– Claro que sim, mas não terá como provar nada. Tudo foi cuidadosamente planejado para parecer um triste acidente.
– Excelente idéia, senhor!
– Eu só tenho excelentes idéias, seu burro!

Depois que seu criado se retirou, ele ficou sozinho, pensando em como Fidélius ia fazer quando todos os seus campeões fossem tirados de ação. Ia ser hilário ver a expressão de derrota no rosto do irmão!


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