27 de Julho de 1986.
20:45 PM.
- você acha mesmo uma boa ideia deixar o Jay na casa da Sra. Walter? Está de noite, e se ele chorar? e se ele ficar com fome? - Sharon disse, estava preocupada, queria aquele encontro mais do que qualquer um, mas seu pequeno Jared vinha em primeiro lugar. - a gente pode marcar para outro dia.
- meu amor, eu tenho certeza que a Sra. Walter vai cuidar muito bem do nosso menino - Gerald sorriu. - além do mais o Jay já é um homenzinho, ele não vai chorar, não é mesmo garotão? - abaixou-se para ficar na altura de Jared. O menino sorriu mostrando duas covinhas nas bochechas. - viu? Vai ficar tudo bem. - beijou de leve os lábios da esposa e em seguida afagou os cabelos castanhos do filho.
- tudo bem, nós vamos, mas vamos deixar os telefones ligados e pedir para a Sra. Walter ligar de houver qualquer imprevisto. - ela disse com autoridade. Gerald fez um aceno e disse:
- sim senhora, capitã! - a mulher sorriu.
***
- se ele chorar ou quiser ir embora a senhora pode ligar para mim, nós não vamos demorar - Sharon repassava as recomendações pela terceira vez.
- entendi. Menina vá se divertir com o seu marido, o pequeno Jay ficará bem aqui comigo, não é? - a mulher sorriu para Jared, ele fez que sim com a cabeça e lhe devolveu o sorriso.
- tudo bem - Sharon sorriu e em seguida pegou Jared nos braços. - a mamãe vai sair com o papai, mas eu prometo que não vou demorar. Promete para mim que vai se comportar e que vai obedecer direitinho a Sra. Walter.
- eu prometo - ele disse
- eu amo você
- eu também amo você, mamãe.
- Sharon, estamos atrasados.
- tudo bem, eu já estou indo. Tchau meu amor - deu um beijo estalado na bochecha do filho e adentrou o carro junto com o marido.
Mesmo sorrindo e dizendo que estátudo bem, Sharon sempre ficava com um aperto no coração quando saía e deixava Jared sob os cuidados de outro alguém que não fosse Gerald. A Sra. Walter era sua vizinha há anos e adorava o garoto,mas já estava perto dos sessenta e Jared conseguia ser bastante agitado quando queria algo.
- Hey! ele vai ficar bem - ele disse olhando para o banco do carona onde Sharon mantinha a cabeça encostada no vidro.
- eu sei, GERALD CUIDADO! - gritou. Era tarde demais, o carro batera de frente com um caminhão. O trânsito parou, pessoas corriam para ajudar o casal, alguns estavam em choque, a cena era horrível. O motorista - Gerald, estava com o rosto ensanguentado e a mulher ao seu lado tinha um corte profundo na testa, os enormes olhos castanhos estavam abertos, entretanto, sem vida.
UMA SEMANA DEPOIS.
- Roger! nós já estamos atrasados! - era a quarta vez que Donna apressava o marido. - o que o pessoal do orfanato vai pensar se nós chegarmos atrasados no primeiro dia de visita? Eles irão pensar que somos pais irresponsáveis, que não estamos tão interessados assim em adotar o garoto.
- ok, eu já entendi e eu já estou pronto.
- ótimo, vamos, eu quero voltar à tempo de buscar o Jensen na escola. Você acha que ele vai gostar de ter um irmão? E se isso deixar ele confuso, afinal eu não engravidei.
- Jensen já tem sete anos, ele vai entender e ele vive perguntando porque todos os coleguinhas dele tem irmãos e ele não. Nosso filho é inteligente - ela sorriu e beijou o marido.
- você tem razão, agora vamos.
Donna não parou quieta nem por um segundo durante o caminho até o orfanato, estava tão ansiosa que mal podia se conter. Sempre sonhara em ter dois filhos e depois de Jensen descobriu que não poderia mais engravidar ou isso traria a morte dela ou do bebê. Foi o pior dia de sua vida, chorou como se não houvesse amanhã e ficou deprimida por meses, até seu marido - Roger, ter a ideia de adoção, é claro que eles podiam ter outro filho, tem tantas crianças precisando de um lar, de amor, porque não dar isso a elas?
- bom dia! - uma mulher loira de olhos castanhos claro disse sorrindo. - o meu nome é Katherine, nós nos falamos por telefone.
- ah! sim, claro, como vai? meu nome é Donna e esse é o meu marido, Roger.
- bem, então Donna, você ainda tem interesse em adotar um menino, estou certa?
- sim, é tudo o que eu mais quero
- você tem alguma exigência? algo como, raça, cor...
- não! não, jamais, não temos nenhum tipo de preconceito - elas conversavam enquanto caminhavam pelo orfanato. Katherine fazia perguntas sobre a vida do casal, como era a relação com o outro filho, se tinham tempo para se dedicar as crianças, perguntas de rotina. Donna lhe respondia todas sem pensar duas vezes, afinal, não tinha nada a esconder.
- Hey, quem é ele? - perguntou
- o nome dele é Jared - Katherine disse, olhando para o garotinho que estava sentado em baixo de uma árvore, abraçando os próprios joelhos, era tão pequenino, mas parecia tão perdido. - ele chegou aqui há cinco dias atrás.
- como ele veio parar aqui?
- os pais morreram em um acidente de carro há poucos dias, foi uma tragédia.
- eu posso ir até lá falar com ele?
- claro, eu só não sei se ele vai te responder, ele é muito calado.
Donna se aproximou de Jared chamando a atenção do garoto.
- oi - ela disse sorrindo - o meu nome é Donna - Jared não se moveu, nem abriu a boca. - um passarinho me disse que o seu nome é Jared,isso é verdade? - ele fez que sim com a cabeça. - você tem quantos anos, Jared?
- quatro
- e você gosta de morar aqui? - ele balançou a cabeça em negativa - você gostaria de ter uma casa? e um irmão?
- eu já tenho uma casa, e eu não tenho irmãos.
- me desculpe Sra. Ackles, mas seu horário de visita acabou - Katherine disse. Interrompendo a conversa entre os dois
- tudo bem, eu só vou me despedir dele. - ela olhou para Jared e disse: - tchau Jared, eu gostei muito de conhecer você, quem sabe eu não volte aqui depois pra gente bricar um pouquinho - ele sorriu e aquilo fez seu coração derreter. Jared era simplesmente a criança mais adorável que já vira.
- e então, eu acho que você já escolheu - disse Roger, ela sorriu.
DUAS SEMANAS DEPOIS.
A papelada já estava toda pronta, a única coisa que faltava agora era ir buscar Jared e levar para casa, sua nova casa.
Jensen estava mais agitado e ansioso do que o normal, tudo o que queria era conhecer logo seu irmãozinho e poder brincar com ele.
ele - Jensen, estava sentado, vendo um programa qualquer na televisão ao lado de Donna, enquanto esperava Roger chegar com Jared.
- mamãe, e se ele não gostar de mim? e se ele for chato?
- ele vai gostar de você e ele não é chato.
além dessas, Jensen ainda bombardeou a mãe com mais cinco ou seis perguntas, e teria feito mais se Roger não tivesse chegado logo com Jared.
Jensen pulou do sofá e foi direito para perto de Jared. Ele sorriu, estendeu a mão e disse:
- oi, meu nome é Jensen - o loirinho ficou esperando alguma resposta de Jared, mas ela não veio, ele agarrou a perna de Roger e escondeu o rosto. - você quer brincar? eu tenho um monte de carrinhos - mais uma vez, Jared não disse nem fez nada.
Jensen olhou para Donna
- mamãe, ele não quer ser meu amigo - os olhos verdes de Jensen já transbordavam algumas lágrimas. Ele já estava pronto para entrar em um chororô daqueles.
- eu gosto de carrinhos - Jared falou pela primeira vez desde que chegou na casa dos Ackles.
Jensen sorriu e Jared também sorriu, mostrando as covinhas.
Jensen nem sabia ainda, e nem poderia por ser muito novo, mas passou a amar Jared naquele instante.
No início foi difícil para Jared se adaptar a nova vida com a nova família, ele era muito pequeno e fazia milhares de perguntas - a maioria delas sobre os pais, também chorava quase todas as noites, e ainda mais nas noites de tempestades, essas eram as noites que ele saia de fininho de sua cama e ia para a de Jensen que ficava no mesmo quarto, ao lado da sua. Jared se enfiava debaixo dos cobertores de Jensen e acabava adormecendo ali mesmo.
dois anos depois de convivência, Jared já estava completamente acostumado a viver ali, não fazia mais perguntas sobre os falecidos pais, nem lembrava de muita coisa sobre eles.
ele sabia que tinha duas mães e dois pais e que uma de suas mães morava no céu junto com um de seus pais.
Jensen já tinha nove anos e era aquele tipo de irmão super protetor, brigava com todos que tentassem algo contra Jared e muitas vezes ficava de castigo, ele não se importava, só queria que Jared ficasse bem.
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