Jared conversou com Jensen, e eles acabaram se entendendo, bem... não cem por cento, mas já é alguma coisa, Jensen ainda estava agindo de forma estranha com Jared, as vezes o moreno sentia o olhar do outro sobre si de uma forma mais intensa e quando ele o olhava de volta Jensen virava o rosto.
A mente do pobre Jared está um turbilhão de pensamentos confusos, ele diz para si mesmo que Jensen é seu irmão, mas sente o coração acelerar todas as vezes que o loiro se aproxima de si, e ele pode até sentir as malditas borboletas no estômago todas as vezes em que Jensen o abraça, Jared gosta do cheiro dele e de como ele sorri, ele até gosta da cara que ele faz quando está irritado, porque tudo em Jensen é tão insuportávelmente irresistível que ele mal pode se aguentar.
Agora mais do que nunca Jared repete para si mesmo que Jensen é seu irmão, ele pensa nisso vinte e quatro horas por dia e as vezes até fala sozinho como se estivesse repetindo um mantra. É porque agora ele tem certeza da paixão que sente por Jensen, e só agora ele pôde perceber que Chad não estava sendo paranóico quando dizia que ele olhava para o loiro de forma mais intensa.
UMA SEMANA DEPOIS.
Além de estar quase enlouquecendo por causa do Jensen ainda há outra questão que o perturba.
Família.
Jared queria poder conhecer sua família biológica, mas nem sabia por onde começar à procurar, ele não sabia como era seu antigo sobrenome e também não sabia se seus pais biológicos tinham irmãos.
Jared sabe que Donna ainda guarda os documentos de sua adoção, ele tem certeza disso, mas mexer nas coisas dela seria uma falta de respeito e perguntar sobre o assunto pode magoá-la.
Na volta para casa, ela rezou para que Donna estivesse em casa, porque se ela não estivesse ele não iria conseguir resistir à sua vontade insana de fuçar as coisas dela à procura dos documentos de adoção, Jared não queria ter que mexer escondido nas coisas da mãe, mas era inevitável, sua curiosidade falava mais alto do que sua educação.
- Mãe? Mãe você está aí? - Jared chamou ao abrir à porta e não vê-la em nenhum dos cômodos à frente. Ninguém respondeu ao seu chamado. - Jensen? Jen, já voltou da escola? - Jared subiu as escadas à procura de Jensen, o loiro também não estava em casa, Jared estava sozinho.
Ele soltou um suspiro, passou as mãos no rosto enquanto repetia para si mesmo que não devia ir mexer em nada que não fosse seu.
Jared foi até a cozinha e viu um bilhete colado na geladeira.
Jensen vai para a casa do Misha depois da escola, seu pai está no trabalho e eu no salão de beleza, seu almoço está pronto dentro do forno, vamos demorar um pouquinho, mas não saia de casa.
- D.
Ah! Ok, sua mãe estava fora, seu pai estava fora, Jensen estava fora, aquilo só podia ser uma conspiração.
Jared amassou e jogou fora o bilhete escrito por Donna. Depois de beber água, voltou para o quarto e ficou sentado na cama, batendo o pé freneticamente e resistindo à tentação de ir fuçar as coisas de Donna.
5 minutos depois...
10 minutos depois...
20 minutos depois... Ok, ninguém ia voltar para casa cedo e não havia mal algum em querer conhecer à própria família.
Jared foi até o quarto de Donna, abril seu armário de roupas e começou a procurar por uma pasta ou uma caixa, qualquer coisa que lhe parecesse apropriado para se guardar documentos.
Ele soltou um suspiro cansado, não conseguiu encontrar nada, estava quase desistindo dessa ideia maluca. Jared voltou a guardar as roupas de Donna da mesma forma que estavam antes e acabou encontrando uma caixa preta escondida atrás de alguns casacos.
Jared não queria mexer ali, não queria mesmo, mas su curiosidade acabou falando mais alto. Ele não sabia se ficava feliz ou triste por ter descoberto aquela caixa ali.
Dentro dela havia todos os documentos que Jared procurava.
Jared Tristan Padalecki, filho de Sharon e Gerald Padalecki, nascido em 19 de Julho de 1982 ...
Padalecki... então era esse seu antigo sobrenome
Jared pegou os documentos e pôs a caixa de volta dentro do armário e voltou para seu quarto.
Era informação demais para processar, Jared precisaria de um tempo, mas antes de tudo, um banho relaxante.
* * *
- Mãe, podemos ir? Eu não aguento mais ficar nesse lugar. - Jensen falou.
- Você tem certeza? Não se sente enjoado?
- Não. Mãe eu só quero descansar. - Jensen mentiu, ele se sentia péssimo, com vontade de pôr até as tripas para fora, mas não aguentava mais ficar naquele hospital.
- Tudo bem. - Donna adentrou o carro seguida por Jensen e Roger. - Ah droga! acabei de me lembrar que temos que comprar alguma para o jantar, em casa só tem lasanha e Jensen não pode comer esse tipo de comida, vamos ao supermercado e depois para casa.
- Pai, você pode me deixar no ponto de ônibus?
- Como assim ponto de ônibus? Você vai conosco. - Roger disse.
- Por favor, eu não quero ir
- Você não pode ficar andando por aí sozinho, Jensen. - Donna falou
- Mãe, eu não sou um inválido, posso muito bem chegar em casa sozinho. Você vai me deixar no ponto de ônibus ou eu vou ter que ir à pé?
Roger e Donna suspiraram dando-se por vencidos.
- tudo bem.
* * *
Jensen chegou em casa sentindo-se aliviado, queria poder dormir por mil anos e acordar depois que tudo tivesse sumido, a doença, a dor, a aflição, o amor por Jared... talvez essa fosse a parte que mais o machucava porque ele nunca teria coragem de se declarar, o medo que ele sentia da rejeição falava mais alto que qualquer outra coisa.
- Jared? Jay, você tá ai? - Jensen perguntou enquanto subia a escadaria que levava ao corredor onde ficava seu quarto.
Ele não ouviu uma resposta, mas ouviu o barulho do chuveiro ligado, Jared estava no banho e sua cama estava uma bagunça, como sempre lençóis e travesseiros por todos os lados, sem contar os papéis espalhados em cima da mesma, Donna com certeza faria um escândalo se visse toda aquela bagunça. Jensen resolveu dar um jeito naquilo para Jared, não que o outro não pudesse fazer, mas Jared é daqueles que diz " eu já vou arrumar, só mais um minuto" e a bagunça continua lá.
Jensen alinhou os papéis e viu em um deles alguns dados pessoais de Jared.
Ele começou a ler tudo aquilo e a sentir uma tontura terrível.
Porque Jared estaria interessado em todos aqueles documentos? E onde ele arranjou tudo aquilo?
A porta foi aberta revelando um Jared seminu, ele usava apenas uma boxer preta, Jensen se esforçou para não olhar muito.
- Jensen? O que você tá fazendo aqui?
- Essa casa é minha também, esqueceu?
- Não, quer dizer... o bilhete da mamãe dizia que você ia demorar e...
- O que é isso, Jared? - Jensen o interrompeu. Onde você conseguiu esses documentos?
- E-eu... e-eu... por quê está mexendo nas minhas coisas? - Jared perguntou bravo
- Isso aqui não parece seu
- É sobre a minha família, eu tenho o direito de saber!
- Sua família que não te quis quando você ainda era uma criança? Sua família que nem deve saber que você existe? Acorda, Jared eles não são sua família, nós somos a mamãe o papai..
- Não, Jensen! Eles são a sua família! Seu pai e sua mãe, não meus
- Jared disse com os olhos marejados.
- Que absurdo! Por que está falando isso? O que você pretende fazer depois? Vai procurá-los e depois se mudar, você não pode nos deixar, Jared não pode, ouviu? Você não pode fazer isso comigo! - Jensen falava chorando.
- Qual é o problema? Seus pais estão muito bem aqui, mal notam a minha presença e você, bem... você não precisa de mim, Jen.
- Está enganado, eu preciso de você muito mais do que você imagina, será que você é cego? Droga porque você não consegue enxergar?! - Jensen falava com um nó na garganta sentindo as lágrimas escorrerem por seu rosto pálido. - Eu amo você, Jared amo de um jeito que não deveria amar porque você é meu irmão, o meu irmãzinho, mas isso é mais forte do que eu, é como se só existisse você no mundo porque eu não consigo enxergar mais ninguém além de você, todas as vezes que eu sinto seu cheiro ou ouço o som da sua risada eu tenho vontade de correr e sufocar con beijos, mas eu não posso, e eu também não posso mais esconder isso de você, eu não tenho mais tempo para ficar reprimindo o que eu sinto. - Jensen finalmente tornou a respirar, Jared estava parado, ele nem conseguia piscar os olhos, ainda estava tentando entender aquela declaração que Jensen acabara de fazer.
O loiro por outro lado teve tanto medo de ser rejeitado por Jared que saiu correndo antes que o moreno pudesse dizer alguma coisa.
Jared saiu de seu mundo paralelo quando ouviu a porta do quarto bater forte, só então ele se deu conta de que Jensen estava indo embora, não literalmente, mas ele sabia que o loiro gostava de ficar perambulando pela cidade por horas quando se sentia perturbado. E então Jared percebeu que estava sendo um imbecil por deixar Jensen ir, porque ele também se sentia assim, sufocado pelo amor que ele achava não ser correspondido.
No segundo em que ouviu a porta do quarto bater, Jared correu atrás de Jensen. O loiro descia a escadaria apressado.
- Jensen! Jensen espera! Droga! Será que você pode me ouvir? - Jared tentava fazer o loiro parar quieto.
Jensen fingia não ouvir, andou em direção à porta, mas foi impedido por Jared que segurou em sua mão.
- Eu também amo você, Jen muito mais do que deveria, muito mais do que a mim mesmo.
Ele não esperou que Jensen falasse, porque ele precisava beijá-lo, ele precisava sentir o gosto daqueles lábios que pareciam ser tão macios. Jared o beijou e foi prontamente correspondido, foi lento, intenso, apaixonado e foi perfeito.
CONTINUA...
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