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História Amor de Infância - Afaste-se deles, Jared


Escrita por: Dominik_1983

Capítulo 9 - Afaste-se deles, Jared


- gente, o que aconteceu? porque vocês estão chorando desse jeito? - ele perguntou. 

ninguém respondeu. Donna chorou ainda mais. 

- ninguém vai dizer nada?! Misha?

- Jensen... é, v-você... - Misha gaguejava, mas não conseguia dizer.

- fala logo! - Jensen gritou.

- você tem leucemia.
 
                                * * * 

- como é? - Jensen sentiu o próprio coração falhar, olhava incrédulo para os que estavam na sala. - que absurdo! é claro que não, deve ter algum erro, isso não pode ser verdade... façam os exames. - ele prendia o próprio choro. - mãe! - Donna não aguentou olhá-lo nos olhos, se agarrou a Roger outra vez e chorou como se não houvesse amanhã. 
O médico pediu que ela fosse tirada do quarto até que se acalmasse.
Roger a levou deixando Jensen sob os cuidados de Misha. 

- doutor, deve ter algum erro, eu não posso estar com câncer... eu...

- Jensen, nós refizemos esses exames duas vezes a pedido de seus pais, o diagnóstico é o mesmo. 

- mas...

- você não sentiu nada nesses últimos dias? não teve febre ou dores? - o médico perguntou.

- eu tive febre e muita dor de cabeça, as vezes no abdômen.

- e você não disse nada a ninguém? não contou aos seus pais?

- não, eu achei que fosse bobagem, eu tomava uns remédios e a dor passava.

- esses são uns dos poucos sintomas da leucemia. Bem, eu vou conversar com os seus pais sobre as suas sessões de quimioterapia e depois eu volto aqui pra ver como você está. - ele saiu do quarto deixando Jensen a sós com Misha. 

- Misha, eu estou morrendo. - Jensen disse chorando. 

- não, não você vai ficar bom, vai fazer o tratamento e ...

- você sabe que não vai dar certo.

- por que está dizendo isso?

- pelo tempo que eu venho me sentindo mal, essa coisa já deve ter se espalhado pelo meu sangue inteiro. 

- para! para de falar assim! você não vai morrer, ouviu?! - Misha disse.

Jensen fechou os olhos por alguns minutos, o único rosto que veio a sua mente foi o de Jared. Seu doce Jared, tão carinhoso, gentil e as veze até um pouco birrento quando queria algo. 

- Jared... - Jensen sussurrou

- você disse alguma coisa? - Misha perguntou.

- o Jay, ele... eu não quero que ele saiba que eu estou doente, por enquanto é claro, eu sei que não posso esconder isso dele.

- por quê? você não acha que ele tem o direito de saber de tudo? 

- ele vai saber, só não agora. - Jensen falou. - ele está bem, sabe? Matt gosta dele de verdade e ele já tá superando o Chad...

- chega, chega! eu não posso estar ouvindo isso. Você só pode estar me zoando. - Misha falou irritado. Jensen baixou a cabeça. 

- ele não pode saber, Misha.

- por quê?! por que está fazendo isso com ele?! com vocês dois!

- vai ser melhor assim 

- eu não entendo você

- eu não estou pedindo isso, só quero que matenha segredo, quanto a tudo. 
- tudo bem. - Misha disse, mas ainda estava inconformado com a ideia de Jensen esconder tudo de Jared, o outro merecia saber. 

- Jensen, querido podemos ir para casa agora. - Donna falou, estava parada à porta, os olhos ainda estavam vermelhos e inchados de tanto chorar. - o médico vai lhe dar alta. - ela disse, tentando sorrir. 

O doutor Beaver, médico que acompanharia o caso de Jensen, apareceu trazendo o documento de alta e algumas recomendações para Jensen. 
Ele poderia ir para casa naquela noite, mas na semana seguinte teria que voltar ao hospital para dar início as sessões de quimioterapia. Poderia continuar com sua vida normal, ir a escola, sair para passear com os amigos... entretanto, os esforços físicos e a alimentação teriam que ser regulados. 

Na volta para casa, Jensen explicou aos pais que não queria que Jared soubesse da doença agora. Donna e Roger não concordaram com aquilo, assim como Misha os Ackles achavam que Jared tinha o direito de saber a verdade. 

Com algum esforço Jensen conseguiu fazê-los guardar segredo por enquanto. Depois daquela conversa nada agradável ninguém disse mais nada, continuaram o caminho para casa em silêncio. Jensen mantinha a cabeça encostada no vidro da janela, estava olhando para o nada, ouvindo uma música qualquer e se sentindo miserável. 

                                  * * * 

- gente, o que aconteceu? eu cheguei aqui à horas e não tinha ninguém em casa, vocês não atendiam o celular. - Jared disse

- estávamos no hospital. - Donna falou. Jensen a olhou como se implorasse para ela não falar nada - fomos buscar o seu irmão, ele bebeu demais em uma festa e acabou passando mal. - ela disse. Jensen quase suspirou aliviado.

- está tudo bem com você? - perguntou, dessa vez para Jensen. 

- ele está bem sim, só precisa aprender a beber. - Roger falou. - agora vão para o quarto de vocês, precisamos descansar, já tivemos agitação demais por hoje. - ele deu um tapinha no ombro de Jared e disse. - boa noite, filho.  

- boa noite, pai. 

- Jensen, quer que eu prepare alguma coisa para você comer? deve estar com fome. - Donna falou.

- não, mãe eu estou bem, mas obrigado. - ele disse com um sorriso fraco.

- tudo bem, então eu vou me deitar, qualquer coisa você me chama, ok? 

- ok. 

Ela deu um beijo na bochecha do loiro, sorriu para Jared e seguiu Roger até o quarto. 

Jared ainda estava calado, tentando entender o que acabara de acontecer ali. 
Donna era uma ótima mãe, cuidava dos filhos e se preocupava, mas sabia reconhecer quando algum deles cometia um erro e Jensen ter bebido até ir parar no hospital era um erro. Jared não entendeu quando Donna o olhou com carinho e lhe perguntou se queria um lanche. Não gostava de ver a mãe brava, mas esperava que ela fosse no mínimo dar umas boas broncas em Jensen, já que se fosse ao contrário ele  -Jared não estaria livre do castigo. 

- você está bem mesmo? parece pálido. - Jared disse.

- estou bem, é só a bebida, eu devo estar um pouco bêbado ainda, e amanhã vou estar de ressaca. Nada que eu nunca tenha vivido antes, eu vou sobreviver. - Jensen disse, sorriu de lado e não esperou por uma resposta de Jared, subiu as escadas em direção ao quarto. - você não vem? - Jensen perguntou. Jared fez que sim com a cabeça e o seguiu. 

                                 * * * 

Na manhã seguinte, Jared foi acordado pela voz de Donna. Ela estava sentada na cama de Jensen, tentando forçá-lo a tomar o suco que ela havia preparado. 

- se você tomar só mais um pouquinho eu juro que não insisto mais. - ela disse.

- mãe, eu não sou mais uma criança.

- você vai ser sempre uma criança para mim, agora vamos lá. - ela disse. Jensen fez o que Donna lhe pediu, bebeu todo o suco de laranja e recebeu um sorriso em troca. Ela acariciou o rosto de Jensen e disse: - eu amo você, meu filho.

- eu também te amo, mãe. 

Jared que até então não havia dito nada, observava tudo, Donna estava mais carinhosa do que o normal e nem estava brava pelo fato de Jensen ter enchido a cara na noite passada, se a situação fosse inversa com certeza ele teria que suar para fazer a mãe lhe perdoar, no mínimo passaria uma semana sem colocar a cara para fora de casa. 

Jared se sentou na cama chamando assim a atenção da mãe e do irmão que estavam ao seu lado. 

- hey, bom dia para você também dorminhoco. - Donna falou olhando para Jared.

- bom dia, mãe. - ele respondeu, bocejando. Ainda estava sonolento, e com os cabelos bagunçados. Jensen quase sorriu ao vê-lo dessa forma. 

- você vai se atrasar para a escola. - ela disse. - se arrume, o seu pai vai te deixar lá antes do trabalho. 

- tudo bem. - Jared disse. Donna saiu do quarto deixando os meninos a sós. - e você, vai ficar aí o dia todo? - perguntou para Jensen.

- na verdade sim, eu ainda 'to com um pouco de dor de cabeça.

- hm. - Jared murmurou. 

Não conversou mais nada com Jensen, o loiro estava diferente, parecia distante, estava sempre distraído, olhando para o nada, algumas vezes Jared podia jurar que viu os olhos dele lacrimejarem, mas ouvia sempre uma desculpa diferente. 

Na hora do jantar, Donna fez a comida favorita de Jensen.

- macarrão com bastante molho e queijo, do jeito que você gosta. - ela disse com um sorriso. Donna serviu Jensen e os demais sentados à mesa.

- obrigado, mãe. - ele disse. 

Durante o jantar, Jared falava como o seu dia na escola tinha sido agitado por causa da semana de provas, - essas as quais ele tinha tirado as melhores notas, Jared contava aos pais como tinha sido elogiado pelo professor de química por tirar a maior nota da turma, mas naquela mesa parecia existir somente Jensen, Donna ou Roger lhe interrompiam o tempo todo para perguntar se Jensen iria querer mais macarrão ou se queria comer a sobremesa, as coisas mais banais possíveis, e de repente tudo pareceu tão desinteressante que ele desistiu de falar.

Jared não desviava seus olhos do próprio prato, mantinha o olhar baixo e os ombros encolhidos.

- Jay? - Jensen o chamou.

- oi. - ele disse.

- você estava falando sobre a escola, sobre as provas.

- não houve nada demais. - Jared falou. 

Jensen pareceu ter sido o único a prestar atenção nas coisas que ele falara, mas nem isso lhe deu mais ânimo para contar alguma coisa. 

- mãe, eu vou na casa do Matt, eu não demoro. - Jared falou.

- não, não, não, você ainda tem que lavar a louça, depois você pode ir. - ela disse antes que ele saísse da cozinha. 
Jared suspirou irritado e se sentou outra vez. 

Depois que todo mundo terminou de comer, Jared e Jensen começaram a tirar os pratos de cima da mesa. Donna se aproximou de Jensen e disse:

- Jen, querido você precisa descansar, o Jared pode fazer isso.

- como é? - Jared perguntou irritado. - por que eu tenho que lavar a louça enquanto ele dorme ou fica na droga daquele vídeo game?! 

- mãe, eu posso ajudar ele a terminar isso aqui e...

- eu disse pra você tomar um banho e descansar. - ela disse para Jensen. - e quanto a você, lave a louça e vá direto para o seu quarto, e da próxima vez que falar comigo nesse tom, ficará sem ver seus amigos por uma semana. - ela disse autoritária.

- como se eu tivesse amigos. - ele disse para si mesmo. 

Donna saiu da cozinha deixando Jared sozinho com a cara emburrada, ele nunca sentiu raiva por ter que ajudar sua mãe a fazer alguma coisa, mas tudo sempre foi divido entre ele e Jensen, por quê agora o outro estava recebendo todo aquele tratamento especial? Aquilo não era justo. 

Depois de lavar e secar a louça, Jared voltou para o quarto, Jensen ainda estava acordado vendo TV. 

- Jay, me desculpe por isso, eu queria ter te ajudado e...

- Jensen, esquece, ok? - Jared disse antes de se deitar de costas para Jensen. 

UMA SEMANA DEPOIS. 

A situação na casa dos Ackles ia de mal a pior. Jensen tinha feito sua primeira sessão de quimioterapia e Jared ainda não sabia da doença, nem desconfiava. 
Donna e Roger continuavam dando o máximo de atenção a Jensen, quase se esquecendo de Jared que agora fazia qualquer coisa para chamar a atenção dos pais. 

Jared nunca fora um cara de ter muitos amigos, o cargo de popular ficava para Jensen. Antes de começar a namorar, Chad era seu melhor amigo, - depois de Jensen, é claro. Eles tinham uma boa amizade, um estendia o outro, eram cúmplices. Depois surgiu a paixão e o fim dela, o namoro acabou e amizade também, agora Jared se sentia completamente sozinho, o mais próximo que ele tinha de um amigo era Matt, mas ele não iria desabafar com o moreno, Matt não queria ser seu amigo, Jared sabia bem quais eram suas intenções e não estava pronto para isso agora. Ele também não queria conversar com Jensen porque o irmão lhe acharia patético.

2 DIAS DEPOIS DA PRIMEIRA SESSÃO DE QUIMIOTERAPIA. 

Jensen estava se sentindo melhor naquela manhã, Donna insistiu para ele ficar e descansar, mas ele disse que não podia perder mais aulas, ou ficaria reprovado outra vez. 

Roger levou os meninos até a escola, Jared calado o tempo todo, respondendo à perguntas com respostas curtas. 

Ao fim das aulas, Jensen saiu à procura de Jared para irem embora juntos. O loiro olhou em todos os lugares e não o viu, estava quase desistindo de procurá-lo quando ouviu sua voz vindo de longe. Jensen olhou para trás, Jared estava acompanhado por Justin Baker e sua turminha de menores infratores  -como Jensen gostava de dizer. Os caras já deviam estar se preparando para a faculdade, no entanto não levam nada a sério, só pensam em sexo, drogas, rock n' roll, rachas com colegas riquinhos e apostas furadas. Era o tipo de pessoa que Jensen queria que ficasse bem longe de seu irmão. 

- Jared! - o loiro o chamou, não estava com uma cara agradável. - vamos embora, o papai vai vir nos buscar. 

Jensen falou, Jared apertou os punhos irritado, Jensen o estava fazendo passar vergonha com aquele papo de " o papai vai vir nos buscar". Ele não era mais uma criança. Ouviu Justin e o outros rirem, ele se despediu de todos com um aceno e seguiu Jensen até o portão da escola.

- muito obrigado, Jensen você conseguiu estragar qualquer chance que eu tinha de tentar me enturmar aqui nessa droga de escola. 

- não quero você perto deles, não são boa influência.

- ninguém é boa influência quando se trata do seu ponto de vista! 

- você sabe o que eles fazem, se eu te ver andando com eles outra vez as coisas não vão ser tão simples como hoje. - Jensen falou, fazendo Jared bufar irritado. 

Os rapazes ficaram à frente da escola esperando por Roger, o patriarca não demorou a chegar, buzinou chamando a atenção dos filhos. 

- aconteceu alguma coisa com vocês? - Roger perguntou ao ver a cara fechada dos meninos.

- não. - responderam uníssonos.

- tem certeza? não estão brigando por bobagem outra vez não, não é? 

- está tudo bem, pai. - Jensen disse. - vamos logo que eu estou morrendo de fome. - Jensen mentiu. Olhou para Jared que percebeu e virou o rosto em direção a janela. 

                                  * * * 

No dia seguinte. 

- que cara é essa? está se sentindo bem? - Misha perguntou preocupado

- eu to bem, é só Jared.

- claro. - Misha falou suspirando.

- eu to preocupado com ele, sabe? ontem eu vi ele com a turminha do Justin.

- Justin... Justin Baker? - Misha arregalou os olhos.

- é.

- cara, aquele pessoal é da pesada.

- eu sei, eu briguei com ele, disse pra ele se afastar, mas ele não me ouve, está diferente, sabe? ele está ficando rebelde.

- isso é normal, ele tem dezesseis anos.

- não, ele está assim por algum motivo, acho que parte disso é culpa minha e dos meus pais.

- não, seus pais são ótimos e você sempre cuidou dele, se está ficando rebelde é culpa da idade, os hormônios a flor da pele. 

- eu acho que ele está querendo chamar a atenção dos meus pais.

- por quê ele faria isso?

- é a minha mãe, eu entendo a preocupação dela, e não estou reclamando, mas isso tudo tá me sufocando, ela me trata com um rei porque acha que eu posso morrer a qualquer momento, ela não presta atenção em mais nada que não seja eu. O Jared deve estar se sentindo excluído. 

- talvez você devesse conversar com ela. - Misha falou.

- eu vou fazer isso, mas agora eu vou atrás do Jared que já devia ter chegado em casa à uma hora atrás. 

- eu vou com você.

 

CONTINUA...


Notas Finais


e aeeeeee galeraaaaaaaaaaa *o*
voltei, tava na hora né :3

tá difícil pro jay e mais difícil ainda pro jen. por favor, não sitam ódio da Donna, ela só está desesperada, tem medo que o filho morra, ela não quer ficar com o sentimento de culpa achando que não fez o suficiente, por isso toda essa atenção exagerada em cima do jensen.

por hoje é só meus amores ♥ eu espero que vcs tenham gostado.
não se esqueça de deixar aqui o seu comentário ♥ um beijo e até o próximo


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