História Amor de infância - Quem era aquele?

    Era um dia chuvoso, eu estava sentado no balanço da pracinha em frente ao meu prédio, algo que fazia todos os dias após chegar do colégio, de tarde. Não me importava com os pingos gelados que caiam sobre meus cabelos, me importava mesmo era com a prova que teria no dia seguinte de matemática. Eu era razoavelmente bom nessa matéria, mas sempre tem aquece frio na barriga.

    Saio de meus pensamentos centrados na matéria e olho ao longe, do outro lado da rua havia um menino que aparentava ter a minha idade, me observando. Quando ele percebe, baixa a cabeça e olha pro chão em segundos. Quem era ele?

    Fico curioso. Levanto do balanço e vou em direção à ele, atravessando a rua com cuidado para não ser atropelado.

    - Posso ajudar em alguma coisa?- pergunto já bem perto dele.

     - Não, obrigado- ele responde secamente.

    - Tem certeza?

    - Sabe o que eu quero? Que você se lembre de mim... - ele cochicha para si mesmo mas em um tom ao qual consegui ouvir.

     - Como é? Eu o conheço?- pergunto meio confuso. 

    - Ahn?... - fala surpreso como se pensasse que eu não tinha escutado - Não, nada não. Desculpe... tenho que ir.

   - Sem problemas..... - depois de dizer, ele saiu pela chuva e dobrou a esquina, logo não o vi mais.

    Decidi voltar para o apartamento. A chuva estava apertando e estava quase na hora do café da tarde.

    - Filho, vou viajar amanhã. Irei visitar sua avó, ela não está se sentindo muito bem- disse minha mãe entrando na cozinha, onde eu estava no momento - Vai querer ir junto?

    - Não, mãe, obrigado - falei.

    - Ok, você ficará bem sozinho? - perguntou parando ao meu lado com as mãos na cintura.

    - Eu acho que já tenho idade o suficiente para ficar sozinho em casa. Aliás, sei fazer um ótimo macarrão instantâneo - brinquei.

    - ChanYeol, ChanYeol, só você mesmo - ela riu.

    Ela se virou e foi arrumar suas malas, tinha me dito que ficaria fora durante uns dois meses. Comi alguma coisa e fui para meu quarto estudar mais um pouco, por volta das seis, só para garantir.

    Sete horas da noite, sinto meu celular vibrar, era uma mensagem:

    Desconhecido: Muito concentrado em estudar para sua prova amanhã?

    "Quem deve ser? Ninguém costuma me mandar mensagem" penso.

    Eu: Quem é?

    Desconhecido: Ninguém muito importante, não concorda?

    Eu: Que? Como assim? Como vou saber se é importante se eu nem sei com quem estou falando?

    Desconhecido: Digamos que sou um alguém ao qual você se esqueceu mas nunca esqueceu você, caro ChanYeol.

    Eu: Você poderia pelo menos dizer seu nome?

    Desconhecido: Me deixa triste saber que você não me reconhece mais.

     Eu: Mas como vou reconhecer alguém por mensagens? 

     Desconhecido: Ai, ai, ótimo aluno mas tão bobo ao mesmo tempo.

    Eu: Como você sabe que sou um bom aluno? Você estuda no meu colégio??

    Desconhecido: Será? Hm, isso não posso responder.

    Eu: Então não saberei de nada? 

     Desconhecido: De uma coisa você saberá.

    Eu: O que?

    Desconhecido: Que nos veremos de novo.