História Amor de infância (malec) - Lembranças frias

Seu corpo pesava, seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar, sua roupa preta estava molhada pela chuva que caia no local.

Alec gostava da sensação que a água estava fazendo em seu corpo naquele momento; estava o relaxando.

Isabelle chorava feito louca, - que todos achavam que era por ter ido morar com o pai - seu vestido sujo de barro por minutos atrás ter se jogado no chão, pois suas pernas não aguentaram tal emoção.

Havia pessoas que Alec desconhecia naquele enterro e, uma que ultimamente também desconhecia. Ele demorou para conseguir mas convenceu Magnus a ir, o mesmo estava de cabeça baixa encarando o caixão fechado em sua frente. Se estava chorando, Alec não conseguia enxergar de onde estava.

"- Magnus! - Maryse gritou. - Já falei pra não correr assim.. - Maryse foi até ele e fez um curativo em seu joelho ralado.

- Desculpa.. Foi o Jace que teve a ideia. - Magnus se justificou.

- Está tudo bem.. - Maryse deu um beijo na testa do menino. - Chame a Isabele pra comer, eu fiz sua comida favorita para comemorar o seu 1 ano morando com nós. - ambos sorriram. "

A nostalgia batia em todos naquele enterro. Maryse sempre foi amável e sorridente.

- Magnus.. - Izzy chamou com voz rouca. Magnus se virou e olhou a morena de cima a baixo.

- Você, você está linda. - Magnus disse tentando segurar o choro. Izzy sorrio fraco e o abraçou.

- Pensei que nunca mais te veria. - A morena disse ao se afastar. - Mas você veio..

- Vim pelo Alec.. - Izzy o olhou maliciosa. Ela poderia estar se despedaçando por dentro mas ver Magnus com Alec novamente.. Era lindo. - E claro pela sua mãe..

- Ela também é a sua.. - Izzy falou por fim. E saiu para comprimentar outra pessoa.

Magnus ficou com a palavra "Mãe" ecoando em sua mente. Nunca imaginou que teria uma, mas quando teve...

- Magnus, eu preciso sair daqui.. - Alec falou baixo. Magnus se virou para olhá-lo.

- Claro..

.................

Magnus encarava o trânsito e olhava Alec de canto. Ele não havia falado uma palavra sequer o caminho todo, mas Magnus o entendia.. Não era todo dia que você vai no enterro de sua mãe.

Ao chegar no apartamento Alec se sentou no sofá com as mãos tapando seus olhos. Magnus jogou a chave em cima da mesa e se sentou ao lado de Alec.

- Você lembra quando ela me deu uma festa de 11 anos.. - Magnus quebrou o silêncio. Alec o encarou e secou as lágrimas.

- Foi surpresa. - Os dois sorriram ao lembrar. - Eu fiz a lista de convidados, já que te conhecia tanto..

Magnus pegou a mão de Alec.

- Foi minha primeira festa.. - A voz de Magnus saiu feliz.

- Eu não convidei a Pathy por que você gostava dela e eu achava isso nojento. - Alec falou rindo.

- Nem sei o que eu via nela, a menina era insuportável..

- E eu não sei?

Alec sorria; isso fazia o mundo de Magnus desabar. Como ele conseguiu viver tanto tempo sem ver isso? Nem ele mesmo sabia.

Alec reparou um volume no palito de Magnus.

- O que é isso?

- Ah, eu levei.. - Magnus tirou o dinossauro de pelúcia do palito e sorrio. Alec parecia perplexo. - Ia colocar no túmulo.

- Ela..

- Deu pra mim quando eu cheguei.. - Magnus completou, dando o dinossauro na mão de Alec. - Esse não é o meu..

- Eu sei que não é... - E Alec chorava novamente. - Foi culpa minha!

- Alec, ela que estava dirigindo..

- Não o acidente! Você ter cido expulso.

Magnus o olhou meigo e limpou suas lágrimas com a mão do dinossauro, fazendo Alec sorrir fraco.

- Eu faria tudo de novo.. - Magnus disse sincero.

....................

Flash back; 9 anos atrás...

Alec acabou caindo na grama junto com Magnus. Um do lado do outro. Os dois se olharam e riram alto.

- Olha.. - Magnus apontou para uma nuvem que aparentemente parecia uma âncora. - Eu acho âncoras legais..

- Como assim? - Alec perguntou, agora encarando Magnus.

- Elas são pesadas, conseguem segurar um navio! E são quase que indestrutíveis. - Magnus se virou para Alec. - Eu tinha um colar se âncora.. Minha irmã que me deu, ela disse que eu era a âncora dela.

- O que ouve com ela?

- Ela morreu quando tinha 6 anos.. - deu de ombros. - Na real, acho que nossa amizade que é uma âncora...

Alec sorrio bobó e pegou a mão de Magnus. E passaram a tarde ali, só observando nuvens e conversando.

Off

......................

A campainha soou e Magnus soltou a mão de Alec para ir atender.

Ao abrir a porta, se deparou com Camille.

- Você não atende a droga do telefone! - Ela disse indignada. Alec a olhava com descrença.

- Camille.. - Alec forçou um sorriso. - Você não mudou nada

- Alec Lightwood? Não pode. - ela olhou para Magnus a procura de explicação. - Você de novo!

Magnus revirou os olhos e bufou.

- Camille, eu não falei com você pelo simples motivo de: A gente terminou!

Alec sentiu o alívio percorrer todo o seu corpo. Camille por outro lado sentiu raiva.

- Magnus.. Eu não queria..

Magnus a empurrou e fechou a porta em sua cara.

- Pelo jeito ela não mudou mesmo.

Magnus foi pegar uma bebida na geladeira e se sentou em outro sofá.

- Ano passado a gente voltou, estava tudo mil maravilhas.. - Magnus tomou um gole da bebida - Até ela me trair semana passada.

- Lamento.. - Mentiu.

- Sabe o que a gente precisa?

- De um banho?

- Tambem, mas agora não. - Magnus se levantou e pegou a chave na mesa, largando a garrafa na mesma. - Precisamos sair!

- Não me diz que vamos..

- Boliche!

.........................

A bola rolou e bateu com força em 3 pinos brancos que caíram.

- 3 pontos.. - Magnus disse triste, se jogando no sofá ao lado da tela de pontuação.

- Eu sempre fui melhor que você.. - Alec disse convencido. Pegando uma bola e a jogando com força. Pegando em 5 pinos. - esse é o som da vitoria! - Alec exclamou.

Magnus o olhou, fingindo raiva.

- Saia da frente! - Magnus se levantou. - O rei do boliche chegou.. - O sorriso de Alec se desfez ao ouvir.

- Eu tinha me esquecido.. - Alec se sentou no sofá e sorrio fraco. - Foi aqui.

Magnus se sentou em seu lado.

- exatamente aqui..

................

Flash back; 6 anos atrás...

- O rei do boliche chegou! - Magnus gritou, entrando abraçado com Camille.

Alec não sabia ao certo por que aceitou ir no boliche com Magnus e a peguete dele. A sorte foi que Jace aceitou ir junto.

- Magnus, você se acha de mais. - disse Jace. - Eu e Alec vamos acabar com o casal ai..

Alec estremeceu ao pensar em Magnus namorando. Fazia cerca de 2 meses que ele concluiu estar apaixonado por Magnus, o problema era ser recíproco.

- Eu começo - Camille disse. Até a voz dela irritava Alec.

........................

- Placar final.. - Jace prestou atenção na tela. - Eu e Alec ganhamos! Chupaaa!

Magnus deu de ombros e riu. Camille foi até ele e deu um selinho. Alec que estava rindo, parou. Encarou a cena com angústia.

- Camille! Vem, nossa mãe está chamando. - Jace a chamou ao ver a mensagem no telefone.

- OK.. Até amanhã Magnus.. - e saiu com Jace.

- Você gostou dela? - Magnus perguntou.

- Sim. - mentiu. - Ela é incrível..

- Você ta mentindo..

Droga! Por que Magnus tinha que o conhecer tão bem?

Alec sentou em seu lado e suspirou.

- Desculpe..

- Você não é obrigado a gostar dela. - Magnus deu de ombros, olhou nos olhos de Alec e arqueou a sombrancelha. - Acho que ela tem ciumes de você.

- De mim?

- Ah, Alec! Olha pra você! - Magnus levantou e abaixou a mão para mostrar o corpo de Alec. - Você é lindo!

Aquilo mexeu tanto com Alec, que ele só queria gritar e sair correndo. Mas invés disso, ele só corou.

- Eu te beijaria se não fosse meu irmão. - Magnus falou sincero. Não era de hoje esse desejo.

- Só que você mesmo falou que não somos irmãos, semana passada.

- Brigas.. Mas é verdade.

Alec virou o rosto para pegar o celular, e quando voltou a olhar Magnus, seus rostos estavam tão perto. Magnus conseguia sentir a respiração pesada de Alec. Tudo o que eles queriam era um beijo. E foi o que aconteceu.

Magnus encostou seu lábio no de Alec, fazendo seus corpos relaxarem. Não havia mais nada sem ser eles naquele momento.

Magnus colocou sua mão no pescoço de Alec, trazendo pra mais perto. O beijo iria ficar mais necessitado quando ouviram um ruido alto.

- O estabelecimento está fechando. - Magnus observou, ainda sem ar. Alec assentiu.

Off

...........................

- Nosso primeiro beijo. - Magnus soou nostálgico e feliz.

- Eu te amo. - Alec disse baixo. Mas Magnus conseguiu escutar.

- Também te amo.. - Magnus simplesmente puxou o menino com força.

E o beijo veio. Mas dessa vez não era ingênuo como o primeiro... Era necessitado.

Magnus colocou suas mãos na cintura de Alec, Alec colocou sua mão nos cabelos de Magnus.

Magnus pediu passagem da lingua, que foi concedida rapidamente. Os dois pareciam um só, dependentes. Sentiram tanta a falta daquilo.. Mas TANTA!

- Desculpa.. - Magnus pediu ao se separar.

- Está tudo bem.. - Alec disse ainda sem ar.

- Isso é errado. - Magnus falou por fim. Se levantou e foi pagar a conta.

Alec observou Magnus saindo. Ainda sentia o gosto dele, o melhor gosto que poderia sentir ultimamente.