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História Amor de verão - Os anjos se foram


Escrita por: NessaFN

Notas do Autor


Olá, como vão. Capítulo Novinho
Nos vemos lá embaixo.
¹ Pais e Filhos - Legião Urbana
² Dangerous - Roxette
³ Miracle Of Love - Eurythmics
4 Ino's Theme Song
5 Listen To Your Heart - Roxette
6 Naruto Childhood Memories Theme
Boa leitura :)

Capítulo 5 - Os anjos se foram


Fanfic / Fanfiction Amor de verão - Os anjos se foram

Ino me olha, desapontada. A incredulidade em seus olhos, faz com que eu me sinta, horrível.

- Pensei que fosse diferente, ruivinho, mas você é igual a todos os outros!  - Sussurra, triste.

Eu preferiria não ter entendido o que ela quis dizer com, “ igual a todos os outros”. Ino, porém, foi tão clara, quanto as cachoeiras da cidade da Nuvem. Eu queria dizer-lhe, que não sou igual aos outros homens. Que não penso apenas em ser vergonhices. No entanto, mesmo que o meu consciente, jure de pés juntos, que eu trouxe a camisinha, somente por trazer. O meu subconsciente grita, acusador, que eu trouxe o preservativo, porque esperava um pouco mais dessa noite.

- Você tem razão. - Digo. - Surpresa, ela arregalou os olhos. - Enrubesço, deixo de fitá-la e olhou para o violão, pousado a minha frente, na esteira. - Porém essa situação, não foi algo premeditado. - Conto, em partes, a constrangedora, conversa, que eu tive com o meu tio. - Por eu estar próximo de uma garota, o tio Yashamaru achou prudente me dar uma camisinha.

Torno a olhar a garota, sentada na esteira ao lado da minha. A sua expressão não suavizou. Ino continua carrancuda.

- Eu não necessáriamente, tive a intenção de trazer isso. - Aponto para o preservativo na mão dela. - Na intenção de eu e você. Bem, você sabe! - Quanto mais eu tento me explicar, mais constrangedora essa situação se torna. - Pelo menos consegui arrancar um sorrisinho torto dela.

- Você é virgem, ruivinho? - Ino pergunta, na lata. Sem se preocupar em me preparar. Ela é tão linda, que às vezes me esqueço, que é um anjo caído! - Engulo em seco. Tenho a sensação de que estou com a face, enfiada na fogueira, que chameja, esplendorosa, no meio do círculo. - Ino se remexe, satisfeita, na esteira - O silêncio diz tudo. - Comenta, triunfante.

Envergonhado, com muita vergonha mesmo, eu novamente, desvio o olhar.  Mantenho os olhos fixos, no instrumento musical.

- Não precisa ficar com vergonha, ruivinho, eu acho muito fofo, você ser inexperiente! - Se a intenção da Ino é me animar, acho melhor ela parar. Para uma garota, talvez, seja fofo, ela ser pura. Para um garoto, no entanto, a pureza é vista com outros olhos e garanto que fofo, não é uma das definições.

Entre nós, o silêncio perpetua. Quebrado apenas, pelo barulho das ondas e os gritos, felizes, das pessoas que se divertem, nas águas, geladas, do Mar dos Náufragos.

Sei que neste momento a Ino espera, que eu pergunte, se ela também é virgem. Pode ser machismo da minha parte, mas eu não quero saber. Acredito que ela não seja. E eu não estou com vontade de ouvir, que ela teve outros, antes de me conhecer. Sei que todos temos passado, entretanto, passado é passado. Passado fica no passado. Lugar de passado é no Museu. E até onde eu sei, eu não sou um local, onde se preserva as memórias de histórias, interessantes, que já aconteceram.

- Eu não sou virgem, Gaara. - Outra vez a Ino diz, na lata, sem deixar que eu me prepare, para ouvi-lá.

Enchendo-me de coragem, eu a encaro. Usando toda a minha força de vontade, camuflo a careta, desgostosa. Eu devo ter obtido sucesso, a minha má vontade, em escutar a história, não a alcançou, pois Ino continuou a narrar.

- Veja bem, no ano passado a minha amiga Tenten, começou a sair com um garoto mais velho. Dizem que ele já foi preso e não sei se você sabe ruivinho, mas nós garotas, constantemente  competimos uma com a outra. - Anuo - Eu estava cansada de ouvir a Tenten, dizendo que o Neji é um bad boy, perfeito. Por isso, que para o desespero dos meus pais, eu a ovelha negra da família, me envolvi com o Deidara, um garoto considerado mau elemento. E então aconteceu. - Essa é a primeira vez, que eu vejo a Ino, verdadeiramente envergonhada. Ela fica linda, corada dessa forma. Decido que quero vê-la envergonhada outra vez, só que por minha causa.

- Agora eu entendo a sua fixação, por presidiários. Você quer me exibir, para a sua amiga Tenten! - Ino nada diz, ela encara a camisinha, pensativa. - De repente ela estende a mão na minha direção, me confundindo.

- Tome, guarde-a, vai precisar dela. - A garota me devolve a camisinha. Eu guardo o preservativo no bolso lateral, da minha bermuda.

O travesso sorriso da Ino, provoca uma agitação, gostosa, em meu interior. Porém eu sou um bobo, garoto de cidade pequena. Por isso, que com uma simples pergunta, eu consigo atrapalhar o clima, sem ao menos saber, qual era o clima.

¹ - Ino o que você fez, para ganhar o título de ovelha negra da família? - Pergunto. - Mesmo não sabendo identificar o clima anterior, eu prefiro ele a este.

A minha pergunta transformou o clima, em algo pesado, denso. Acho que alguma coruja está piando nas redondezas. Me disseram que o pio de uma coruja, significa morte. Que alguém irá morrer. A expressão fúnebre da Ino, me dá a leve impressão, de que o futuro cadáver, está sentado, bem ao lado dela, ou seja, eu. - Engulo em seco e tento ignorar o fato, de que minhas mãos parecem derreter, de tanto que suam.

- Eu bebo, fumo, sou usuária e participo de manifestações. - A olho, enviesado. - Ela não fuma, pois o cheiro de cigarro, fica impregnado na pessoa e a Ino não tem cheiro de cigarro. Ela também não é usuária de drogas, pesadas. Na maior parte das vezes, é fácil identificar um usuário, dispensa comentários. Ok, Ino realmente bebe e acredito, que ela também participe de manifestações, mas considero isso muito pouco, para o título de ovelha negra da família. - Diante o meu olhar, desacreditado, a garota ri, sem humor.

- Tudo bem. Eu apenas bebo e já participei de uma manifestação. - Ela diz, sem graça.

- Então me conte a verdade. Por que o título de ovelha negra da família?  - Ino suspirou, pesadamente.

- Mamãe foi uma bailarina famosa, na juventude. O sonho dela é que eu seguisse os seus passos. Aos cinco anos ela me matriculou em uma escola de ballet. - Arqueio uma sobrancelha. Pelo o que eu vi na casa da senhorita Nara, a Ino não é uma boa dançarina. - E como sabemos, eu sou uma péssima dançarina. - Felizmente ela concorda comigo. - Aos 13 anos eu fui escalada para participar da apresentação do cisne negro. Foi um desastre, eu não consegui fazer nem um simples demi-plié.

Rindo, Ino se levanta da esteira, ela posiciona os calcanhares, tocando-os, com as pernas viradas para fora. As suas pernas e costas estão eretas. Ino se abaixa, dobrando os joelhos. Os seus ombros estão abaixados e a cabeça erguida. Enquanto ela faz o movimento, percebo, que os seus calcanhares saem do chão e que ela empina o traseiro para trás. - Ino maneia a cabeça, desgostosa e volta à posição inicial. Endireita o corpo e torna a se sentar na esteira. Mesmo eu que sou leigo do assunto, sei que ela cometeu algum erro, sem falar, que  Ino não é nenhum pouco graciosa, em seus movimentos. - Na melhor comparação, ela lembra um robô.

- Viu, eu sou péssima! - Ino comenta, constrangida.

- Não foi tão… - A garota me lança um olhar torto e eu simplesmente, não consigo mentir. - Ok foi horrível. - Rio para descontrair, felizmente, a Ino me acompanha no riso.

- Foi o que a platéia também achou. Depois desse episódio, eu decidi abandonar o sonho da minha mãe e viver o meu. Mesmo sem saber, ainda, qual é o meu sonho, mas eu tenho certeza, que não é ser bailarina. No entanto, eu tinha certeza de uma coisa, eu queria entrar no grupo da Tenten Mitsashi. Uma espécie de gangue de colégio. As coisas que fazemos são muito divertidas ruivinho, você iria amar. Dúvido muito! - Ela é a garota mais popular do meu colégio e entrar no seu grupo, não é fácil. No meu teste de iniciação eu tive que jogar lixos na piscina da escola e colocar a culpa no cdf da sala. Felizmente eu consegui e hoje sou o braço direito da Tenten. - Maneio a cabeça, em desaprovação, porém, Ino não reparou. - O título de ovelha negra da família eu ganhei no ano passado. depois que o meu pai teve que me buscar na delegacia. Eu fugi de casa com o Deidara, porque os meus pais, não aprovaram o nosso namoro. Eu não sabia que o carro era furtado. Enfim, a polícia nos encurralou na divisa da cidade da folha e Kohatsu. O Deidara foi sentenciado a 2 anos de prisão. Eu fui liberada, meu pai é um renomado advogado. Ele conseguiu que eu fosse punida, com alguns trabalhos voluntários. Visitar creches, pintar muros pichados, essas coisas.

- Então depois da desastrosa, apresentação de ballet, você resolveu punir a sua mãe? - Pergunto, ríspido. - Ino me olha, assustada. Eu definitivamente não consegui me segurar. Repeti no colégio, por causa de desleixo, mas diferente dos meus irmãos, eu não dou muitos motivos, para que os meus pais se queixem.

- Os meus pais não me entendem e isso me irrita! - Ino diz, entre dentes.

- Você é igualzinha a minha irmã. Uma garota problema! - Digo, reprovador. - Ino me olha confusa. - É assim que chamamos as ovelhas negras, por aqui. Garoto e garota problema.

- Então a sua irmã deve ser legal!

- Na  verdade ela é um porre! - Digo sem pensar. Infelizmente eu logo me dou conta da minha burrice.

- Maravilha! Adorei saber que você me acha um porre! - Irritada, ela se levanta da esteira, eu faço o mesmo.

- Só as vezes. É só, que eu não gosto da forma como vocês encaram a vida. Pensam que tudo e todos estão contra vocês e acabam magoando as pessoas que mais se importam, com o bem estar de vocês! Provavelmente a sua mãe, mesmo que não tenha usado a forma certa, ao te matricular na escola de ballet, queria criar um vínculo entre vocês duas, se aproximar. Mamãe fez o mesmo com a minha irmã ao matriculá-la no curso de artes. Porém, ela também a afastou. Ino me diz uma coisa. São os seus pais que não entendem você ou é você que não entende os seus pais? - A garota pareceu pensar um pouco na resposta, então disse.

- Eu já ouvi essa frase em algum lugar. - Eu poderia dizer-lhe que ela a ouviu em uma música, no entanto, essa informação tornaria o meu conselho, menos impactante.

- Algo que eu sempre quis dizer a minha irmã, mas sinto que não somos íntimos o bastante, é que ela deveria dar uma segunda chance aos nossos pais. Você também deveria fazer isso Ino. Poxa eles estão vindo atrás de você, isso significa, que eles se importam! - Não consigo entender a expressão da Ino. Ao mesmo tempo que parece, que ela irá me abraçar e chorar, parece que ela irá me socar, para que eu chore. Porém, Ino não me abraça ou me soca, ela apenas diz.

- Boa noite, ruivinho. - Vira-se de costas e dá o primeiro passo, para longe. Neste momento eu me lembro, de que Ino não  me deu uma resposta.

- Ei, espere! - Grito. - A garota para e gira nos calcanhares. - Você ainda não respondeu o meu pedido de namoro. - Nesse momento a praia inteira fica em um completo silêncio. Não ouso olhar ao redor, sei que todos, estão prestando atenção na gente.

- Isso é inacreditável, ruivinho! - Ino leva aos mãos a cintura. - Alguns risos, debochados e abafados, chegam aos meus ouvidos. Sinto as bochechas em brasa. - Você quer mesmo namorar uma ovelha negra? - Penso rapidamente em sua pergunta. A resposta é não. Eu não quero namorar uma garota problema. Entretanto, antes de responder, eu reformulo a sua pergunta.

- Se eu tenho certeza se quero namorar com você? - Ino assente. - Imediatamente o não se transforma em sim. Eu quero muito namorar a Ino Yamanaka 15 anos também. - Sim, eu quero. - Respondo. Ino faz uma careta, engraçada. O que posso fazer? Estou apaixonado, por esse anjo caído.

- Ok. Eu aceito ser a sua namorada. - Ela diz. - Esperei que Ino corresse ao meu encontro, se jogasse em meus braços e me beijasse, mas isso não aconteceu. A garota simplesmente, virou-se de costas e continuou a se afastar. Ela é realmente um porre!

Volto a me sentar na esteira, apanho o violão. Toco e canto o trecho de uma música.

- Você me diz que os seus pais, não entendem, mas você não entende os seus pais. Você culpa seus pais, por tudo,  tudo, isso é absurdo. São crianças como você, o que você vai ser, quando você crescer.

 

***

 

² A porta e a janela do meu quarto estão abertas. O vento cortante, invade o cômodo, mas eu não me importo.

Não estou dormindo, tampouco estou bem. A última vez em que vi a Ino, foi no luau, há três dias. Quando eu lhe fiz um estúpido pedido de namoro e ela, surpreendentemente, aceitou o meu estúpido pedido de namoro. Agora eu me sinto um tolo. Por que uma garota linda como a Ino, aceitaria namorar comigo? Um garoto abaixo da média? Ela deve estar rindo muito as minhas custas, neste momento.

Nas cinco vezes  em que fui procurá-la, na casa da tia. A senhorita Nara me disse, que a sobrinha não estava. Naquela noite, no luau, eu disse muitas coisas, que eu não deveria ter dito. Agora Ino está fugindo.

De repente. Assustando-me. Despertando-me dos meus devaneios, eu sinto um peso em meu abdome. Algo macio se acomodou em minha barriga. Eu não tenho nenhuma experiencia com traseiros, mas eu tenho certeza que o peso em meu abdome, é causado por um. Alguém está sentado sobre a minha barriga.

Quando eu estou prestes a esboçar alguma reação, sinto algo úmido e de textura macia, colidir, com vontade, contra os meus lábios. Instâneamente, abro os olhos. Eu nunca antes, havia ouvido falar, sobre um larápio beijoqueiro.

No entanto, graças à luz da lua, eu consigo distinguir perfeitamente, a silhueta feminina. Embrenho minhas mãos em seus cabelos amarelos e impulsiono, levemente, a sua cabeça para frente, aprofundando o beijo.

- O que você está fazendo aqui? Pergunto ofegante, quando sem aviso prévio, a Ino encerra o beijo.

Ela apanha uma lanterna, que estava sobre o colchão e a acende na minha face, ofuscando a minha visão.

- Eu vim te buscar. - Ela diz simplesmente, sai de cima da minha barriga e salta da cama. - Vamos, o Naruto está nos esperando. - Ino apaga a lanterna, a guarda na mochila, pendurada em suas costas e sorrateiramente, caminha até a saída do meu quarto.

Desnorteado eu me levanto da cama. Eu calço os chinelos e hesito em segui-la.

- Como você entrou na minha casa? - Pergunto.

- Usando um grampo de cabelo. - Ela diz, entediada, como se essa resposta fosse óbvia.

- Aonde vamos? - Ino não responde a minha pergunta. - Impaciente ela sai do quarto. - Resmungando baixo eu verifico, se a camisinha está no bolso do meu moletom. Nunca se sabe e ela disse que eu iria precisar dela! Ao constatar que o preservativo está no bolso, eu também saio do cômodo, sem me importar com o fato de estar de pijama.

 

***

 

Passa das 23 horas. Sentada, de lado, na frente da minha bicicleta, Ino me indica o caminho. Depois da terceira curva, eu começo a desconfiar. Acho que sei, para onde estamos indo, a casa do velho Ibiki.

- O que você está aprontando, garota? Pergunto.

- Apenas confie, ruivinho! - Disse, de forma matreira.

- Impossível! - Sussurro. - Ino ri, gostosamente.

Eu estava certo, o nosso destino é realmente a casa do velho Ibiki. Desmontamos da bike, deixando-a jogada, sobre o passeio e nos juntamos ao Naruto, que está escondido, atrás da carcaça de um carro, na parte da frente, no meio do gramado, do pirata moderno.

O Variant vermelho, que alguns dias atrás, encontrava-se em perfeitas condições. Agora está sem as quatro rodas e sem os vidros laterais.

- O que vocês estão aprontando? - Pergunto ao notar o pente de ovos, nas mãos do Naruto.

Ino ergue o corpo, eu a imito. Ela aponta para a entrada da casa, do velho Ibiki. Eu olho na direção indicada e não vejo nada demais. Essa é uma entrada normal. - Quatro degraus de madeira, levam ao deck, cercado, por muretas também de madeira. Há um banco de dois lugares, próximo a porta, arredondada e verde.

- Ok, aquela é a entrada da casa, mas e daí? - Eu olho, confuso, para a garota ao meu lado.

- Olhe o que está pendurado sobre a porta. - Ino pede, animada.

Enxergo o balde de alúminio sobre a porta. Os meus amigos o penduraram, de modo, que quando alguém abrir a porta, o balde irá virar e despejar o conteúdo, sobre a cabeça do sujeito. Espere eu conheço aquele balde. É o balde que a Ino encheu com peixes, que agora devem estar podres. As coisas finalmente começam a fazer sentido. - Ino aponta para a lateral da casa. Noto que há duas janelas. Ambas foram pichadas. Na da esquerda eles desenharam uma mão, mostrando o dedo do meio e na outra, escreveram a sigla, Y.S.U. Que eu imagino significar, Yamanaka, Sabaku e Uzumaki. Reviro os olhos, para a falta de criatividade. - Logo abaixo das janelas, fincados no chão, estão os rojões, prontos para serem acendidos.

- Oh céus! - Resmungo. - Foi por conta disso, que você sumiu por três  dias? - Ela anui.

- Genial, não é? Esse velho vai se arrepender, por ter feito a gente limpar as praias. - Naruto diz.

- Vocês planejaram tudo isso? - Os dois confirmam. - Juntos?

- Sim. - Ino responde. - Não consigo evitar o sentimento de exclusão. A Ino é minha namorada, ao invés de ficar arquitetando vinganças com o Naruto, ela deveria me dar atenção. Estou com ciúmes e não é pouco. Ino leu o ciúmes, em minha expressão, débil, porque ela disse.

- Ruivinho, o Naruto e eu optamos fazer tudo às escondidas, porque sabíamos, que você, com esse seu jeito certinho, não aprovaria o plano.

- É. - Naruto reforça. - Coloco a minha língua para fora e assopro.

- Eu não sou certinho. - Digo, rabugento.

- Prove! - Ino desafia. - Ela retira a mochila das costas, a coloca sobre o capô do carro e retira dela, um par de luvas e o colorgin. - Coloque as luvas e piche o vidro da frente, dessa lata velha.

Engulo em seco. Acho que não tenho culhões, pra fazer algo assim. Porém, irritado com o sorrisinho debochado do Naruto e o ar, vitorioso da Ino, eu apanho as luvas das suas mãos. - Enquanto as calço, noto que Naruto e Ino também estão usando luvas.

Depois de proteger minhas digitais, eu pego o colorgin. Ino apanha a mochila e volta a pendura-la nas costas, eu subo no capô, da carcaça, que range, em reação ao meu peso. Agora somos o vidro da frente e eu. O problema é que não sei o que pichar.

- Extravase a sua raiva Gaara! - Ino me aconselha.

Como se tivesse vida própria a minha mão, direita, move e usando o colorgin, eu picho a seguinte frase, no vidro da frente do Variante.

Divirta-se, limpando, seu otário!

- Legal! - Ino e Naruto disseram, juntos. - Eu desço do capô. Eu me igualei aos garotos babacas, que eu sempre critiquei. Não sei o que meus amigos possuem na cabeça, mas eu não acho isso legal.

Devolvo o colorgin para a Ino. Ela torna a guardá-lo na mochila. A garota retira da mochila três toucas, com buracos para os olhos e boca. Ela entrega uma pra mim e outra para o Naruto.

- Vistam. - Ino diz, autoritária. - O Naruto obedece, já eu penso umas três vezes. Se temos que esconder as nossas identidades é porque o que estamos prestes a fazer, não é algo de que vamos nos orgulhar no futuro.

Encapuzados e com nossas digitais ocultas, nós três ficamos em pé, atrás da carcaça do veículo. Eu sou um mero telespectador. Apesar de ter uma ideia. Não sei ao certo o que está prestes a acontecer.

Ino e Naruto trocam um olhar cúmplice. Ele então, deixa o pente de ovos, aberto, sobre o capô do carro e corre até a lateral da casa. Naruto retira uma caixa de fósforo, de um dos seus bolsos e acende os rojões um por um. Após acender todos. Ele corre e volta a se posicionar à esquerda da Ino, atrás do que um dia foi um variante, invejado.

O primeiro rojão estoura, produzindo um barulho estrondoso. As luzes da janela, onde foi pichada uma mão, são acesas. O meu sangue gela. Logo algum vizinho irá aparecer e nós estaremos encrencados.

- Assim que o velho sair! - Ino disse, com a ferocidade de uma guerreira amazona.

- Que inferno! Ouço o velho Ibiki, praguejar. - Todos nos preparamos para a sua aparição, mesmo eu, que estou totalmente perdido.

O velho Ibiki tenta abrir a porta da frente da casa, mas a porta se recusa a dar passagem. Ela protesta, rangendo. Parece estar avisando ao dono, de que algo não está certo. Ignorando os apelos da porta, o velho Ibiki mete o pé nela, que abre, estrondosamente. A parte superior da porta, bate com força, no fim da lateral do balde de alumínio. O balde vira e derrama o seu conteúdo, sobre o pirata moderno. Os peixes, fedorentos, caem em abundância, sobre a sua cabeça. O velho Ibiki, solta um impropério.

- Agora, atacar! - Ino grita, igual a um comandante, da linha de frente. - Ela apanha dois ovos e os arremessa em direção ao velho Ibiki, que confuso, tenta entender o que está acontecendo.

- Na mosca! - Naruto diz, quando consegue acertar um dos ovos na barriga do velho.

Eu demorei a compreender o que está havendo. Embora, quando consigo, não hesito em pegar dois ovos de  uma vez e arremessá-los.

- Isso é por zombar do meu cabelo! - O primeiro acertou a perna boa do homem. - E isso é por ter me acusado, injustamente! - O segundo ovo, acerta o meio de sua testa.

O velho Ibiki reconheceu a minha voz. Os seus olhos vão de encontro aos meus. Sinto um arrepio na espinha dorsal, ao notar o ódio, irradiando dos seus olhos escuros.

- Hoje eu te mato, seu ruivo, endemoniado! - Branda. - O velho leva a mão ao cós da calça e de lá retira um revólver Taurus. Os dois disparos, que o velho Ibiki dá pra cima, são o suficiente para nos espantar.

Desesperados, nós corremos. O naruto para um lado, a Ino e eu para o outro. Uma bala passa zunindo, por meu ouvido. Comprometendo por alguns segundos, a minha audição. Zonzo, eu alcanço a minha bicicleta. Assim que a Ino se acomoda, de lado, na frente dela, eu pedalo para longe daquele neonazista.

 

***

 

Tremendo dos pés a cabeça, eu pedalo rumo ao único local, que no momento me tranquilizará. O suor escorre por minha testa e umedece as minhas axilas. Arranco a touca, antes de chegarmos a fábrica de vidros abandonada. Ino já retirou a dela, quilômetros atrás.

Descemos da bicicleta. Eu a empurro até a entrada do local. Ino me segue de perto, em um completo silêncio. A grande porta de vidro range ao meu toque, mas cede com facilidade, permitindo a nossa passagem.

- Lanterna? - Peço, rude. Ino abre a mochila, encontra a lanterna e me entrega, depois torna a pendurar a mochila nas costas.

Deixo a bicicleta na entrada da fábrica. Acendo a lanterna. Agarro a Ino por um dos pulsos. Entro na fábrica abandonada, arrastando a garota.

A lanterna ilumina pouca coisa. No entanto, eu sei, exatamente, qual o caminho seguir. A fábrica nada mais é, que um armazém de dois andares. Algumas máquinas, foram esquecidas, mas elas são inúteis, não há energia elétrica.

Algo que nem mesmo a Tsuri sabe, é que depois do Sono Eterno Dos Amantes, a fábrica de vidros abandonada, é o meu local preferido. O meu e de outra garota. Uma das oito Sakuras, que mora na rua das Sakuras.

Durante o dia ela vem pra cá observar as nuvens e eu venho durante a noite, observar as estrelas. Esse é o nosso acordo. Um respeitando o limite do outro. Porém eu sempre mando os turistas pra cá, no intuito de atrapalhar a Sakura.

- Que lugar é esse? - Ino pergunta, com a voz embargada.

- A fábrica de vidros, abandonada.

Subimos uma escada de ferro. No segundo piso há um extenso corredor, cheio de portas. Anteriormente esses cômodos serviam de escritórios.

Entramos na sexta porta a direita. No cômodo que eu divido com a Sakura. Ele é pequeno, se comparado às outras salas. E eu também não tenho ideia de qual era a sua utilidade no passado. Porém o diferencial dessa sala, é que ela é toda de vidro. Paredes, teto e chão. Ela é iluminada, pela iluminação natural.

Eu gosto de sentar em seu piso e através do teto de vidro, observar as estrelas.

Apago a lanterna, solto o pulso da Ino e me viro, para encará-la.

³ A garota está chorosa e assim toda a minha raiva e vontade de ralhar com ela, desaparece. Ino parece um bichinho acuado. Os seus olhos, perdidos, olham para todos os cantos da sala. Quando ela finalmente os crava na minha face, eu pergunto.

- Você está bem? - Sei que é uma pergunta idiota, pois as lágrimas escapam, em abundância de seus olhos, mas eu senti necessidade em  fazê-la.

- Desculpa ruivinho. Eu sou uma desmiolada e sempre faço merda! Por minha causa, nós quase morremos. E o Naruto? Será que ele está bem? - Ino tagarela, descontroladamente. Eu encurto a distância entre nós e a abraço, forte.

Sinto o seu corpo, magro, esmolecer em meus braços. As lágrimas, do seu choro, sôfrego, molham a parte da frente da minha camisa.

- Não se preocupe. O Naruto está bem, eu e você também estamos. Não importa o que aconteceu, o importante é que estamos vivos! - Tento consolá-la.

Alguns minutos passam. O choro sôfrego da Ino, se torna um choro silencioso. Eu desfaço o abraço.

A garota me parece bem melhor, porém, seus lindos olhos azuis, me olham, desolados. - Ino espera, que eu diga algo, mas eu não sei o que dizer. A sua ideia, foi realmente péssima, mas dizer isso a ela, era uma ideia ainda pior.

Respiro fundo. Eu olho para cima. Noto um forte brilho laranja, no céu azul e estrelado.

- Olhe Ino, aquela é a estrela Aldebarã ou Alfa Tauri. - Digo, animado. - Ino me olha, confusa. - Ela é a estrela mais brilhante da constelação de Touro, você pode chamá-la também de Olho do Touro, já que ela se localiza na posição do olho esquerdo do Touro  mítico. - Ino inclina o pescoço e tenta encontrar a luminosidade, laranja, no céu. - Quer ouvir a mitologia por trás da constelação de touro? - Pergunto. Ino anui. - Segundo a mitologia grega. Há muito tempo atrás. No reino de Tiro, havia um rei, Agenor, cujo a filha, chamada Europa, era muito bonita. Zeus se apaixonou pela beleza dela. E então se utilizando do seu  estratagema preferido, ele se metamorfoseou, aparecendo diante de Europa, na forma de um touro branco.

- Por que ele não apareceu na sua forma original? - Ino pergunta, interessada no assunto. - Neste ponto, as suas lágrimas, cessaram.

- Não sei, mas a história nos conta, que ele jamais aparecia para suas eleitas, em sua forma pessoal! - Respondo, incerto. Pois não posso afirmar, algo que eu apenas ouvi e não vi. - A Europa, incrivelmente, não teme o Touro, ela acaricia o pêlo do animal e o enfeita com flores. Porém quando as suas amigas se aproximam deles, o touro foge, em  direção ao mar, em galopes sobre as ondas, com Europa no dorso. Correndo noite e dia, sem parar, eles chegam em uma praia em Creta. Então zeus retorna a sua forma divina. Eles se unem. Dessa união, surgem dois filhos, entre eles Minos,  o futuro rei de Creta e pai do Minotauro. O Touro brilha até hoje no céu como uma constelação, para recordar essa união.

- Eu não acredito nessas histórias mitológicas, mas essa é legal! - Leio a sua expressão com facilidade, Ino quer que eu continue contando histórias.

- Se seguirmos a reta de Aldebarã. - Aponto o meu indicador para cima e traço uma reta no ar. - Nós encontraremos as plêiades, que também podem ser chamadas, de sete irmãs, sete-estrelo, M 45 ou Subaru.  O aglomerado estelar aberto das Plêiades é o grupo de estrelas mais brilhante em todo o céu. Na mitologia, grega, as Plêiades são as sete irmãs, filhas de Pleione e Atlas, perseguidas por Órion que estava encantado com a beleza das moças, e que para escapar da perseguição do caçador, recorreram aos deuses, que as transformaram em sete estrelas. Seus nomes eram, Maia, Electra, Taygeta, Astérope, Mérope, Alcíone e Celeno.

- Poxa Gaara, você é muito inteligente! - Ino comenta, encantada. - Eu não sustento o seu olhar, se ela soubesse que repeti de ano no colégio, não pensaria que sou inteligente. - A minha mãe sempre disse, que contar estrelas, faz surgir verrugas, nas pontas dos dedos. - Ino diz, inocentemente.

Eu não consigo camuflar o riso. Torno a erguer o olhar e miro a garota, parada na minha frente. - Essa é a primeira vez, que ela aparenta, ser uma garota de 15 anos. E essa é uma Ino, adorável.

- Bobagem. - Digo. - Ino retribui o meu olhar, com uma de suas sobrancelhas, arqueada. - Veja. - Coloco a minha mão direita, aberta, na altura da sua face. - Eu desde, desde sempre, contei estrelas e nunca apareceu uma verruga nas pontas dos meus dedos! - Ino cora. Ela está envergonhada. Eu fico feliz, por ser o causador do seu constrangimento. -  Minha namorada consegue ficar, ainda mais linda, envergonhada.

- Deixe eu checar. - Ino segura a minha mão, estendida no ar, com ambas as mãos. A garota aproxima os lábios dos meus dedos e distribui beijinhos, cálidos, em cada pontinha. No entanto, me fazendo arfar, ao chegar no meu mindinho, Ino o enfia todo na boca e o chupa. - Realmente, não há verrugas! - Conclui. - Em um piscar de olhos a garota ingênua desaparece, dando espaço, para a garota safa. - Espero que esteja com a camisinha, ruivinho, pois como eu disse, você vai precisar dela! - Engulo em seco.

 

***

 

³ A sua mochila foi arremessada a um canto do cômodo. Usamos nossas roupas para cobrir o chão. No momento não nos importamos com o fato da sala ser toda de vidro e que por isso alguém pode assistir o nosso momento de entrega.

Estou deitado de costas sobre o amontoado de roupas, ainda consigo sentir, a friagem do piso, que contrasta com o corpo quente da Ino sobre o meu.

Posicionada em cima do meu membro, ela se locomove para frente e para trás, em um ritmo gradativo. Seu tórax está arqueado para frente, deixando seu belo par de seios, totalmente expostos. Eu queria tocá-los, mas me falta força, para erguer os braços. Ino apoia as mãos em meu peito, assim mantendo o equilíbrio.

Quando ela encaixou as nossas intimidades, eu imediatamente tive vontade de arrancar a camisinha, queria senti-la com toda a intensidade, que o contato direto de nossas peles, proporciona. Mas eu me lembrei das aulas de educação sexual no colégio e desisti da ideia.

O pedaço de carne entre suas coxas, é uma maravilha. Estar dentro dela é aconchegante. O pastor da igreja uma vez disse, que a melhor sensação apenas será sentida quando alcançarmos o paraíso. Então eu acho que já o alcancei. Não me lembro de nenhuma outra sensação, que seja tão boa quanto essa. A vagina da Ino, é o meu mais novo local favorito, no mundo todo. Melhor que o Sono Eterno Dos Amantes, é imensamente melhor que esse cômodo de vidro. O seu canal que é tão apertadinho, me acomoda, perfeitamente.

Gemidos tímidos escapam dos seus lábios entreabertos. Sinto um calor percorrer o meu corpo. Contrações intensas e gostosas, dominam a minha virilha. Percebendo a minha expressão de prazer, Ino intensifica os movimentos, aumentando consideravelmente a velocidade. Grunho igual a um animal selvagem. Sinto um liquido quente, percorrer o interior do meu membro, não consigo segurar, o líquido jorra. Se não fosse o preservativo, a Ino neste momento seria preenchida, com as minhas sementes.

 

***

 

³ Deitada ao meu lado, com a cabeça embaixo do meu queixo, Ino desliza, lentamente, as pontinhas dos seus dedos, no meu peitoral pálido e suado.

Estou exausto, mas imensuravelmente, feliz. Um riso, contente, escapole, pela minha garganta. Assustada a Ino afasta a cabeça do meu queixo, ela apoia o cotovelo em sua jaqueta, ergue a cabeça e me encara.

Olho diretamente em seus olhos, azuis. Eles brilham, intensamente. Ali estão as minhas estrelas preferidas, as estrelas que formam a constelação, Anjo Caído.

- Eu te amo Ino. - Digo sincero, consciente.

- Eu te amo, ruivinho. - Ino me diz. - Eufórica, ela junta os nossos lábios.

- Eu vou te amar pra sempre! - Sussurro, entre o acariciar de nossas bocas.

- Sempre! - Ela concorda.

 

***

 

O piso de mármore é extremamente, desconfortável. O meu traseiro está dormente, porém todo o sacrifício é válido, se a recompensa for, um refrigerante de laranja.

Sentados na varanda, dos fundos, da residência Uzumaki, Naruto e eu, nos deliciamos em observar o Yahiko, sob esse sol, escaldante, aparar a grama. É uma sensação maravilhosa, ver um babaca se dar mal.

- A justiça tarda, mas não falha! - Naruto diz, contente. - Batemos uma latinha na outra. Brindamos ao sofrimento do seu irmão do meio.

Naruto não tem muitos motivos para estar sorrindo, bobamente. Como eu havia dito, o cheiro dos peixes, impregnaram a casa inteira. Finalmente, a senhora Uzumaki vistoriou o quarto do filho caçula e percebeu a desordem. Ela brigou com o Naruto e o obrigou a limpar o cômodo. O que os irmãos Uzumaki não perceberam, é que depois desse episódio, os seus pais, ficaram em alerta. Por isso na noite passada, viram o Naruto chegando correndo da casa do velho Ibiki e consequentemente, apanharam o Yahiko, fugindo de casa. Os dois foram colocados de castigo. Porém enquanto o Naruto, sorri feito um bobo, Yahiko solta impropérios, atrás de impropérios.

Gargalhamos e brindamos mais uma vez, ao ver o cortador de grama, escapar das mãos do Yahiko, que hesita em apanhá-lo do solo.

O terceiro brinde acontece, graças ao fato do velho Ibiki ter se dado mal.

Suna é uma cidade pequena, por isso as notícias correm, rápido. Um vizinho, assustado com os tiros, disparados pelo velho, acionou a polícia. O pirata moderno, contou a verdade a eles, no entanto, graças a mentira de que eu havia depredado o seu carro, os oficiais não acreditaram nele. Depois de conseguirem um mandato, eles vasculharam a casa do velho. Onde para a surpresa de alguns moradores, foi encontrada uma bandeira da alemanha nazista. Que  é composta por um fundo vermelho inserida a uma suástica negra em um alvo circular. Também foi encontrado, armamento pesado e várias correspondências, entre ele e o Orochimaru, um neonazista foragido. No entanto, o material, mais assustador, recolhido na casa do velho, foi uma fita cassete. Nela está gravado um vídeo, onde mostra uma espécie de campo de concentração. Onde crianças ruivas, de ambos os gêneros, são torturadas, tanto fisicamente, quanto psicologicamente e assassinadas de forma brutal, pelo Orochimaru e o velho Ibiki. Após ser duramente interrogado, o pirata moderno, contou a localização do campo de concentração. As autoridades da cidade do Som foram avisadas. Orochimaru foi pego em flagrante e agora ele e o velho Ibiki, estão a caminho da capital do país. Onde serão julgados. Todos torcem para que eles sejam sentenciados à pena de morte. Mesmo a minha avó, que defende o direito à vida. Segundo a vovó, Deus nos deu a vida e somente ele possui o direito de tirá-la.

 

***

 

4

As piscinas comunitárias, estão apinhadas, apinhadas de turistas. -  Ino e eu nos encaminhamos, para a piscina infantil.  Há apenas duas crianças, gêmeas, dentro da água. As duas garotinhas devem ter em torno de 7 ou 8 anos. As meninas de cabelos prata mergulham na  piscina, com extrema facilidade. Constrangendo a Ino, que disse não saber ao menos boiar.

- Entre na água. - Eu digo. - Ino me olha, enviesado. - O seu olhar está perguntando, se eu estou brincando. - Se você não entrar por livre e espontânea vontade, eu te jogarei dentro da piscina.  

- Você não ousaria… - Ino dizia, prepotentemente. - Dou um passo em sua direção. Ino imediatamente, pula na piscina. - Ahaaaaaaaaaaa! - Ela grita desesperada, espalmando as mãos na água. - Socorro Gaara, eu vou morrer, me salve! - Ela berra, as gêmeas riem.

- Calma tia, a água está no seu quadril. - Uma das gêmeas diz, entre risos.

- Não se meta, Sayure. - A outra gêmea repreende a irmã.

Eu não consigo segurar o riso. Ino abre os olhos. Envergonhada, ela caminha até um dos cantos da piscina. Entro na água e vou até ela, que evita me olhar nos olhos.

- Eu disse que me ensinar a nadar, era uma péssima ideia! - Diz, tristonha.  - Levo uma de minhas mãos ao seu queixo e a obrigo a me encarar.

- Você consegue! - Digo, firme. - As minhas estrelas favoritas, voltam a iluminar, o lindo azul dos olhos dela. - Ino permite, que eu a conduza ao meio da piscina. - Inspire forte. - Digo. - E prenda a respiração. Agora abra os braços, para se equilibrar. Abaixe-se até que o seu rosto esteja dentro d’água. - Ino me olha assustada e retrocede os outros dois passos.

- Eu não vou conseguir! - Ela diz, pessimista.

- Você só saberá, se arriscar! - Eu a provoco.

- É fácil boiar tia. - Uma das gêmeas comentou. - É só fazer assim. - A menina inspira forte, abre os braços, enfia o rosto na água, impulsiona o corpo para frente e boia.

- Não seja exibida Ayume! - A outra gêmea, ralha. - Olhem, eu sei boiar de costas! - Ela informa, alegremente.

Segundos depois as duas irmãs estão boiando, uma do jeito tradicional e a outra de costas.

- Meninas, eu sei que vocês possuem a melhor das intenções, mas… Eu iria dizer-lhes, que estão constrangendo a minha namorada, quando Ino me interrompe.

- Vamos nessa ruivinho, eu não vou perder, para essas garotinhas, metidas a nadadoras! - A garota diz, me assustando. - Parece que a competição feminina, não olha a idade.

- Ah! Tudo bem. - Digo meio sem graça. - Inspire forte e prenda a respiração. Agora abra os braços, para se equilibrar. Abaixe-se, até que o seu rosto esteja dentro d’água. Faça um pequeno impulso para a frente e estique as pernas levemente. Relaxe o pescoço e ombros, deixe a água te levar. - Finalmente, depois de muito esforço, Ino está boiando.

- Parabéns tia. - As gêmeas disseram juntas. - Ino imediatamente ergue o corpo, com uma das mãos, ela joga o cabelo molhado, todo para trás.

- Obrigada meninas. -  Ela agradece, pomposa. - Reviro os meus olhos. Mulheres! - Mas não me chamem de tia, eu só tenho 15 anos. - As meninas riem e sem se importar com a queixa da Ino, uma delas diz.

- Agora nós vamos te ensinar a nadar cachorrinho tia! - Ino faz uma careta. - Eu dou de ombros, estou me divertindo à beça, com toda essa situação.

 

***

 

Nós sunistas, somos conhecidos, por sermos indivíduos supersticiosos. Eu cresci ouvindo frases do tipo. “ Não ande de costas querido, quer matar a sua mãe?” ou “Desvire o chinelo querido, traz má sorte!” E é por isso, que eu neste momento, estou indo a loja da velha Wilan, comprar dois anéis de coco. É somente na loja, da suposta bruxa, que se encontra desses anéis, pois dizem que eles são enfeitiçados.

As paredes de pedra, dão ao local, um aspecto sombrio e medieval. No verão a loja é fresca, agradável, porém no inverno, ela vira um inferno congelado.

Há teias de aranhas, para todos os lados. Eu não acredito que sejam de verdade. Afinal quem em sã consciência, deixaria o comércio tão sujo, ao ponto de aparecem teias de aranhas? E é aí que está o problema. A velha Wilan, é meio caduca.

A minha  mão está a centímetros de uma das teias, quando um barulho nos fundos da loja, chama a minha atenção. A barulho provém do caldeirão, próximo a uma lareira. Parece que algo, que está lá dentro, quer desesperadamente, sair. Não conseguindo conter a minha curiosidade, eu caminho até o caldeirão e observo o seu interior.

Abro a boca, assombrado, ao ver o gatinho, gordo e de pelagem marrom, arranhado as laterais do caldeirão. O meu primeiro pensamento é. A velha vai fazer um ensopado de gato!

- Não se preocupe amiguinho, eu vou te salvar! - Digo, simpaticamente. - Gatos são conhecidos por serem animais ariscos.

Enfio as mãos dentro do caldeirão, porém as retiro rapidamente, quando os pêlos marrom do gatinho, se eriçam, o animal de porte pequeno fica nas pontas das patas, arreganha os dentes e emite um som parecido com o som de um cuspe.

- Se eu fosse você não faria isso. - Diz uma voz feminina as minhas costas. - Apesar do timbre, sapeca, a voz nitidamente pertence a uma pessoa de idade. - Por algum motivo, o Lama ama se esconder, dentro desse caldeirão. - Ela diz, alegre. - Eu suponho que Lama, deva ser o nome da bolinha de pêlos, marrom. - Giro nos calcanhares e me deparo com a dona da loja.

A senhora Wilan é tão baixa, que por muito ela não é anã. A sua pele é bronzeada, seus cabelos são pretos, salpicados de branco. A maioria dos seus fios grisalhos, se concentram na parte da frente, da sua cabeça. Os seus olhos verdes e miúdos, são intensos. As sua bochechas cheias, lhe dão a aparência de uma avó amorosa. - Papai me disse que na juventude, a velha Wilan era tão bonita, quanto a senhorita Nara. E eu acredito nele, porque ela se tornou uma senhora, muito simpática, claro se esquecermos a fama de bruxa.

- Olá menino Sabaku. - Ela me cumprimenta.

- Olá. - Respondo constrangido, por ter sido pego, xeretando, no que não me diz respeito.

- O que deseja? - Se percebe o meu constrangimento, ela o ignora.

- Dois anéis de coco. - Digo.

- Ah sim! - Ela pronuncia, com falsa surpresa. Pode ser algo da minha cabeça vermelha, mas eu acho que a velha Wilan já sabia o que eu vim fazer em sua loja. Afinal, dizem que ela pode prever o futuro.

 

***

 

Eu mal vejo a hora de presentear a Ino, com um dos anéis de coco e lhe contar a história, por trás, do presente. Espero que ela fique muito feliz e me recompense. Desde aquela noite, na fábrica de vidros abandonada, que eu não consigo pensar em outra coisa, que não, fazer amor com ela outra vez.

A Ino é macia, a sua pele é cheirosa, sem falar no veneno, que ela possui entre as pernas. Eu quero adentrar aquela caverninha, úmida, apertada e nunca mais sair. Quero visitar o meu local preferido. Senti-la estremecer ao meu toque. Vê-la corar diante o meu olhar. E fazer com que ela gema, a cada movimento.  

Todas as pessoas por quem eu passo, olham de forma estranha para a parte inferior do meu corpo. Algumas sorriem, outras fazem caretas enojadas e cochicham. O que está errado?

Olho para baixo e ao notar o volume em meu short, eu mais uma vez, queria ser um avestruz, para poder enfiar a cabeça em um buraco.

Detesto quando isso acontece, quando a barraca arma, em local inapropriado. Envergonhado eu me sento no meio fio e espero a minha animação passar.

 

***

 

Com a barraca desarmada, eu bato campainha na casa da senhorita Nara. Demoram um pouco para me atender. Até penso que não há ninguém em casa. Porém, quando, desapontado, eu decido ir embora, Ino atende a porta.

- Gaara? - Ela pergunta, surpresa. - O que está fazendo aqui? - Logo percebo, que algo está errado.

- O que foi? - Hora ruim? - Pergunto, compreensivo, talvez a tia estivesse lhe dando uma bronca.

- Péssima. Os meus pais chegaram  hoje de manhã e estamos tendo uma conversinha familiar! - Ela diz, nervosa. - Sinto um desconfortável, bolor na garganta.

- Isso significa, que você vai… Embora? - Não consigo concluir a frase, em voz alta.

- Significa que hoje a noite, eu terei que mudar para o porão da senhora Aya! - Ino diz apreensiva. - O bolor em minha garganta, desapareceu. - Acho que não poderemos contar com a ajuda do Naruto, ele está de castigo. - Assinto. - Mas é bom avisá-lo.

- Ok, eu aviso ele. - Digo, cúmplice. - Mas Ino, antes de fugir, converse com os seus pais, deixe que eles saibam, que você os ama.

- Tcs, ruivinho! - Ino faz uma careta. - Eu forço um sorriso. - Ela me dá um selinho. - Até mais tarde, às 21 horas, no Sono Eterno dos Amantes. - Se despede e sem pedir licença, fecha a porta.

Essa minha namorada é tão delicada! - Penso, sarcasticamente.

 

***

 

Naruto lamentou-se por não poder nos ajudar. Entretanto eu lhe garanto, que Ino e eu nos sairemos bem e que tudo dará certo. Apesar de aparentar, confiança, em meu íntimo eu só sei pedir a Deus, que tudo dê certo. As orações da minha avó Chiyo, costumam ser atendidas. Não vejo porque a minha também não possa ser.

 

***

 

Chego a casa. Encontro uma agradável surpresa. Sentada no sofá, conversando animadamente, com a minha avó. Está a minha melhor amiga. Ao fitar sua face, redonda, eu percebo, que senti, muita saudade dela.

Ao notar a minha presença, Tsuri se levanta do sofá. Ela corre em minha direção e gruda o corpo no meu, em um abraço apertado e necessitado.

- Que saudade, cabeça de fósforo! - Ela sussurra, feliz, no meu ouvido.

- Eu também, estava. - Digo, igualmente feliz.

Enquanto o seu corpo está junto ao meu, eu sinto algo diferente, algo que não deveria estar ali, algo que está sendo contraído, contra o meu peitoral, causando um efeito, constrangedor em minha virilha. Antes que o efeito seja concretizado, eu desfaço o abraço. Céus, eu me tornei uma espécie de tarado!

Os meus olhos, automaticamente, se direcionam, para as duas saliências, pontudos, na camiseta da Tsuri. Isso são seios? Quanto tempo passou? Antes de visitar a avó, Tsusi era uma tábua, completa. E agora, bem, ela tem, essas bolinhas de gude, pontudas.

- O que foi? - Tsuri pergunta, confusa.

- Nada. - Envergonhado, eu desvio o olhar das suas bolinhas de gude. Eu não sou um depravado! Eu não quero ser um depravado! Sempre admirei as mulheres, mas agora, eu as estou admirando de uma outra forma, de uma forma, perversa. Eu não quero ser assim.

- Estamos no meu quarto vó. - Aviso. - De cabeça baixa eu passo pela Tsuri, que me segue.

 

***

 

Animada, Tsuri me deixa a par, do que ela fez nesses últimos dias. Ela andou a cavalo. Aliás, isso é algo, que a minha amiga, ama. - Ela me fez figa, dizendo que a sua vó fez, biscoitos. Os biscoitos caseiros da avó da Tsuri, são uma delícia. Porém, a conversa passa a me chatear, quando Tsuri menciona um tal de Ícaro.

Ícaro é o novo vizinho da sua avó, um garoto de 16 anos, que segundo a Tsuri, é idêntico a um príncipe da disney. Ele até, é dono de um cavalo branco.

Tsuri me diz, que deu  o seu primeiro beijo com o tal de Ícaro. Ela está claramente apaixonada por ele e isso me irrita. Uma das coisas que eu mais gostava nessa garota, era o fato, que diferente da maioria, ela não pensava em garotos, mas basta alguns dias longe, para que Tsuri fique suspirando, feito boba, pelos cantos, por um fedelho, que nem deve se lembrar dela. Ícaro deve ter reparado nas bolinhas de gude!

- E você, o que fez nessas férias? - Ela me pergunta. - Não evito o sorriso, é bom saber, que continuo um passo à sua frente.

- As minhas férias, foram ótimas! - Digo. - A garota me olha, cética. - Eu conheci a garota perfeita, ela se chama Ino Yamanaka e tem 15 anos. - Conto tudo a Tsuri, tudo mesmo, até a noite na fábrica de vidros abandonada.

- Isso quer dizer, que você não é mais virgem? - Tsuri questiona, secamente.

- É, não sou. - Respondo, sorrindo.

Espero que Tsuri me parabenize, no entanto, a garota briga comigo.

- Você é um idiota, cabeça de fósforo! - Diz ela, a plenos pulmões. Cada palavra carregada com raiva. - Como você pôde? - A minha amiga, beira as lágrimas. - Ela se levanta e sai correndo do meu quarto. Sem me dar a oportunidade de entender o que está acontecendo.

Exausto, eu deito de barriga para cima, na cama. O orgulho me impede de ir atrás da Tsuri. - Ela agiu feito uma louca e eu quero uma explicação e um pedido de desculpas. - Sempre quando brigamos, mesmo não estando errado, sou eu quem corre atrás. Mas desta vez, isso não irá acontecer. Estou determinado.

 

***

 

A minha determinação durou três horas, mais do que da última vez, cinco minutos. Saio do quarto, passo rapidamente pelo corredor e desço a escada de mão.

Vovó está sentada no sofá. entretida com uma revista. Provavelmente de jardinagem.

- Onde está indo? - Ela pergunta, ao notar que me dirijo para a saída da casa.

- A casa da Tsuri. - Respondo.

- Dê um beijo nela por mim. - O tom malicioso, da minha avó, me intriga.  - Acredito, que se eu estivesse indo ver a Ino, ela não responderia, assim, calmamente.

Enquanto atravesso a sala, ouço o barulho do telefone. Dou de ombros e continuo o trajeto. Porém, mesmo estando do lado da mesinha de canto, a minha avó Chiyo, não atende a chamada.

- Sério vó? - Pergunto, incrédulo. - A minha avó, dá um risinho, travesso.

- Estou lendo. - Ela diz.

Eu giro nos calcanhares, retorno alguns passos e atendo o telefone.

- Alô. Reconheço a voz do outro lado da linha telefônica.

- Alô Ino, tudo bem? - Pergunto, preocupado. A voz dela, está estranha, é como se ela tivesse chorado.

- Gaara, eu preciso que você venha agora, a casa da tia Yume. - Sem me dar uma explicação, ela encerra a chamada.

Coloco o telefone no gancho. Eu olho indignado para o aparelho. Sinceramente, acho que vou pedir para a Ino ou para Tsuri me presentearem com uma coleira. Porque é só elas estalarem os dedos, que eu corro atrás, feito um vira-la. Eu preciso mudar isso!

Corro ao meu quarto e apanho os aneis de coco. Quando estou no meio do corredor, o telefone começa a tocar. Cesso os passos, propositalmente.

- Agora a senhora terá que atender vó! - Grito, divertido, do segundo piso da casa.

Eu tenho certeza que minha avó, disse um impropério, mas isso é algo que ela sempre negará. Instantaneamente, o telefone para de tocar. Minutos depois ouço a minha avó berrar, dolorosamente.

Corro pelo corredor, desço a escada de bambu e alcanço a sala ao mesmo tempo em que vovó, coloca o telefone no gancho.

- O que houve? - Pergunto, assustado. - Vovó me olha. O olhar de pena dela, me causa um aperto no coração.

- Oh, querido, que tragédia! - Vovó diz, chorosa.

 


 

Os lábios da minha avó, se mexem. Entretanto as suas palavras não me alcançam. Eu me escondo em uma realidade paralela, onde nada do que ela diz, faz sentido e me forço acreditar, que tudo está certo.

A casa espaçosa, se torna, pequena. Em um rompante, eu corro para a saída. Ignoro, completamente, os chamados, agoniados da minha avó.

 

***

 

5

Ino está sentada em um dos degraus, na entrada da residência, da tia. Ela parece, abatida. Ao me ver, porém, as suas estrelas, voltam a brilhar.

- Oi. - Ela diz, acenando uma das mãos. - Eu a cumprimento, com um acenar de cabeça e me sento ao seu lado no degrau.

Antes que a garota, perceba a minha tristeza, eu pergunto.

- Você conhece a história dos anéis de coco? - Ino maneia a cabeça. - Anos atrás, um padre se apaixonou por uma jovem acusada de bruxaria. Os dois arriscaram e decidiram viver esse amor. No entanto foram caçados e mortos, porém antes disso, a bruxa de origem indígena, havia feito dois anéis de coco, um para ela e outro para o amado. - Ao decorrer dos anos estes anéis, passaram a simbolizar o amor eterno, um amuleto para os amores impossíveis. - Antes que a Ino diga algo, eu retiro os dois anéis do bolso. - Um pra você e o outro é meu. - Eu a presenteio. Juntos nós colocamos os anéis, nos anelares direitos.

- Gaara, eu vou embora. - Ino diz, na lata, novamente sem me preparar. - Resolvi seguir o seu conselho. Eu conversei com os meus pais e descobri, que eles também me amam e eu vou dar uma chance a eles. Mamãe está grávida e vai dar certo. - Ino me desperta do transe. Ela baleia o meu coração. Eu o sinto sangrar. - Desculpa. Eu sinto muito. - Uma lágrima, escapa de um dos seus olhos. - Você está bem? - Ela pergunta. Não.

- Sim. - Minto. - Estou feliz por você. Até porque isso não é um adeus definitivo! - Tento parecer seguro, do que estou dizendo.

- Claro que não! - Vamos nos telefonar todos os dias e nos corresponder, por cartas! - Anuo. - Ah, eu te amo demais, ruivinho! - Ela envolve o meu pescoço com seus braços e me rouba um beijo.

 

***

 

6

“- Isso é um penhasco, o ponto turístico preferido, dos suicidas!” - Eu disse isso ao Naruto uma vez. - Agora eu entendo o peso dessa frase.

Olhando lá para baixo, para as pedras do Mar dos Náufragos, eu encontro o encanto, escondido, em suas superfícies, duras e fatais. A vontade de pular e me entregar ao desconhecido, é imensa. O buraco negro em meu peito, suga todo o meu ser.

Mais cedo, enquanto vovó me contava, que minha família, sofreu um acidente de carro.

“ - Querido, eles já estavam na metade do caminho, quando a tempestade os pegou. A chuva impediu, que o seu pai, visse o cervo, que atravessava a rua. Ele atropelou o animal. A pista escorregadia fez o carro deslizar e o veículo capotou. Infelizmente, a sua mãe, que estava no banco do carona, não resistiu, e faleceu no local. Ah a minha menina!” Disse ela.

Eu me obriguei a entrar em uma espécie de realidade paralela. Onde tudo continuava bem. Da qual, a Ino me expulsou a pontapés, ao me dar a notícia, que ela voltará, para a cidade da Folha.

Por mais que eu queira, que a Ino fique. Eu não posso contar-lhe a verdade, que a minha mãe faleceu, esperando que a garota sinta pena e decida ficar aqui comigo.

Ela está tão contente, com a perspectiva, de que agora as coisas, entre ela e os pais, darão certo. Eu não vou ser egoísta e estragar essa felicidade.

Os livros e filmes nos ensinam, que amores de verão, foram feitos, para serem passageiros. No entanto, eu quero mais. Pode não ser por agora ou daqui à 1 ou 2 anos, mas um dia nós vamos nos reencontrar.

Essa convicção, faz com que eu desista, de me entregar ao desconhecido. Eu ainda não sei, porque Deus fez isso comigo. Levou embora os meus dois anjos. O caído e o protetor, mas eu vou continuar vivo, para descobrir.

Choro, descontroladamente. Todo o meu corpo treme. Da mesma forma, que eu sei que um dia verei a Ino novamente, eu também sei, que nunca sentirei uma dor tão grande, quanto essa que estou sentindo. Poxa a minha mãe morreu. Nada doerá mais que isso. Nada mais me fará chorar dessa forma!


Notas Finais


Meu Deus, como esse capítulo me cansou. Se não me engano, esse é o maior capítulo que eu já postei. Eu iria dividi-lo, mas, nhe, decidi deixar ele desse tamanho mesmo rsrsrs.
http://www.observatorio.ufmg.br/dicas10.htm
http://manuel-raposo.blogspot.com.br/2010/03/o-significado-do-anel-de-tuncum.html O verdadeiro significado do anel de coco.
Esse era pra ser o último capítulo da fic, porém eu pensei seriamente e terá outro. Estou decidindo se será um epílogo ou se será um capítulo normal, mas ele vai ser o último. Outra coisa, no futuro, eu farei um hentai maior ok?
Enfim, amores, amoras, amorecos, não revisei... Novidade né? kkk
Eu espero que vocês tenham gostado, qualquer dúvida é só perguntar.
Um beijo na bunda e nos vemos em breve xD
PS: Pra quem também acompanha armadilhas, um recadinho rápido. A fic está em um momento crucial. Eu preciso pensar direitinho, para não meter os pés pelas mãos. Por isso vou terminar essa daqui primeiro.
"Na lata" Falar na cara e sem medo.
"Cdf" Abreviação para "crânio-de-ferro". Pessoa que estuda muito para agradar aos outros, não para si próprio.
Vulgarmente chamado de "cú-de-ferro"
"esmolecer" Ficar mole, desanimar, desmaiar, enfraquecendo.
"Figa" Provocar desejo em alguém


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