História Amor(?), destino - Stay with me tonight

(Ricardo)

Eu não morava numa região exatamente muito... “segura”. Então, sequer passou pela minha cabeça permitir que o meu demônio asiático voltasse pra casa ou pro barzinho a pé.

-Espera. Mas e a sua moto? – Perguntei enquanto abria a porta de casa.

-Ah, eu não fui de moto hoje, deixei em casa. Não pensei que fosse dormir fora, então fui pro barzinho a pé com os meus amigos.

-Não pensou em dormir fora, é? Nem mesmo se a Jéssica te chamasse? – ele bufou enquanto eu concluía.

A casa estava escura. Ascendi a luz e adentramos. Havia algumas bagunças espalhadas pela  cozinha, logo corri pra arrumar.

-Não precisa se preocupar- me disse rindo- Eu não vou querer comer nada daqui da cozinha...

Hey!! O quê ele queria dizer? Acabei ficando sem uma resposta e mandei o mesmo se acomodar.

-Você pode ir ao banheiro se quiser. Acho que a “casa” não é grande o suficiente para você se perder.

Peguei uma toalha limpa e o entreguei para que ele pudesse tomar um banho. Não iria dormir com alguém fedendo a álcool do meu lado! Mesmo sendo o Vitor... Ele entrou no banheiro e então eu fui arrumar o quarto. Eu dormia numa cama de semi casal, não era pequena, mas também não daria para duas pessoas dormirem ali de maneira confortável e distante... então, coloquei um colchão no chão com um tapete por baixo e peguei as cobertas.

Depois de cerca de 15 minutos ele saiu do banheiro com a toalha amarrada na cintura, não pude conter o meu olhar sobre aquele corpo perfeito!

-Então, o quê eu vou vestir? – me perguntou com aquela carinha safada.

Eu quase disse para ele: “nada”, mas seria muito inconsequente da minha parte, visto que os meus hormônios aparentavam estar à flor da pele.

-Aqui, use essas roupas- falei estendendo umas roupas minhas a Vitor.

Logo saí do quarto e fui para o banheiro. Precisava tomar aquele banho! Sentir aquela água fria caindo sobre a minha pele quente e ainda afoita pelos últimos acontecimentos. Terminei o banho, coloquei uma calça de moletom e uma camiseta branca confortável e saí do banheiro rumo ao quarto.

Ao entrar no quarto tive uma surpresa. Vitor estava apenas com a calça que havia lhe dado e mais... estava deitado na minha cama. Era só o quê me faltava, eu ainda teria de dormir no chão?

-Ah, seu espertinho, já tomou conta da minha cama, é? – ele instantaneamente sorriu – Escuta você não quer comer nada mesmo? Beber um leite, água...

-Leite? – me disse com uma cara de safado – Você quer?

-Como assim? Eu estou na minha casa, se quisesse eu pegaria...

-Nossa, seu grosso – me disse com um bico.

-Mals...

-Não, muito obrigado. Estou satisfeito.

Era cerca de meia-noite. Já era hora de dormir, então fui até o disjuntor e apaguei as luzes.

-Ué, você vai dormir aí, Rick? – disse Vitor no escuro.

-Claro, você se apropriou da minha cama, aonde mais eu poderia dormir?

Um silêncio se fez presente no quarto.

-Hum... eu achei que você fosse dormir comigo.

Misericórdia!! Ainda bem que aquele quarto estava um verdadeiro “breu”, porque o meu rosto queimava de vergonha.

-Aí??

-Sim, ué. Na cama.

-Mas... Mas, você não percebeu que essa cama é um pouco apertada? Não tem muito espaço.

-Mas é por isso mesmo. A gente pode dormir abraçado.

Morri por dentro. O que eu deveria fazer?

-Acho melhor não...

-Por favor! Eu não vou fazer nada, juro... a não ser que você queira – murmurou.

Eu estava completamente sem jeito. Não sabia o quê responder, no quê pensar, em como agir... Senti um arrepio quando a mão de Vitor passou pelas minhas costas e logo puxou meu braço.

-Vem, você precisa ficar quentinho... - disse manhoso.

Era impressão minha, ou aquele asiático safado estava se aproveitando da minha inocência? Se bem que eu estava gostando... (risos).

Ele me puxou pelo braço e eu fui... deitei em sua frente na beirada da cama. Sentia o seu abdômen nas minhas costas, não tinha como me afastar muito e se o fizesse, cairia no chão. Ele passou um braço (e que braço, hein?) sobre a minha barriga e me puxou para mais perto. Então senti a sua mão descer e buscar por “aquilo”.

-Vitor... acho melhor não.

-Hum, tudo bem. Desculpa.

Eu tinha sido insensível? Eu também queria aquilo, mas não acho que seria muito confortável naquela situação

-Não, não precisa pedir desculpas. Só acho um pouco precipitado, ainda mais por causa do nosso estado.

Senti um beijo dele no meu ombro e então ele começou a fazer carinhos no meu cabelo. Aquilo foi tão bom...

-Tudo bem, eu entendo. Dorme bem, Rick.

Dormimos feito anjos. Eu podia sentir uma leve ereção do Vitor, mas aquilo não me incomodava, muito pelo contrário... queria viver aquela noite para sempre!

(~)

Acordei por volta das 10 horas da manhã e ainda estava agarrado a Vitor! Era tão bom poder senti-lo daquela forma. Pude perceber o quão especial ele era pra mim. Me levantei e fui escovar os dentes. Coloquei uma roupa e fui a uma padaria que ficava no bairro para comprar o nosso café da manhã.

Chegando em casa, Vitor ainda dormia... dormia feito um anjo, mal dava pra notar o quão safado aquela criatura era.

Arrumei a mesa para o café, e tratei de ir acordá-lo. Chegando no quarto, acariciei aqueles cabelos escuros e logo comecei a movimentá-los para que Vitor acordasse. Ele começou a se mexer e bocejou. Me sentia um bobo por apreciar cada instante daquele e desejar que aquilo fosse algo constante.

-Acorda, dorminhoco... –disse levemente.

-Hum.... Tá cedo ainda, vem deitar comigo – disse me puxando de volta para a cama.

-Não, não... levanta, comprei café pra gente.

-Ohhh- me disse com uma cara de surpresa.

-Que foi?

-Nada, fico feliz por você estar me mimando.

Ai, eu queria guardar o Vitor numa caixinha só pra mim!!!

(~)

Tomamos café da manhã e conversamos sobre coisas aleatórias da vida. Era tão bom estar tudo bem entre nós. Eu me sentia em paz, tranquilo, feliz e com uma pontinha de expectativa pelo quê ainda poderia vir a rolar entre nós.

Vitor passou o sábado na minha casa e só foi embora no finalzinho da tarde... Ai como eu queria pedir que ele ficasse comigo...