História Amor(?), destino - Let Me Know

(Vitor)

Saí da casa do meu baixinho na tarde do sábado e fui para o apartamento que dividia com alguns amigos da faculdade. Eu também era de outra cidade, no meu primeiro ano morei numa república mas depois fiz alguns amigos e alugamos um apartamento. Eu saía constantemente, então ninguém ficaria muito preocupado com a minha ausência.

Minha vida acadêmica era um pouco conturbada... Na verdade, grande parte do meu tempo se resumia a festas e barzinhos após as aulas. Talvez seja por isso que eu acumulei eternas dp’s. Nunca fui de me apegar também a uma pessoa, não a somente uma; mas desde o dia em que o Rick me deu aquele toco no laboratório, não conseguia tirá-lo da minha mente. No começo, era mais como um desafio pessoal para mim, admito; porém eu passei a ter sentimentos verdadeiros por aquele baixinho nervoso. Talvez, isto seria o quê as pessoas chamam de amor (?). Quando eu vi aquele tal de Paulo conversando com o Rick, meu sangue oriental ferveu. Eu não poderia permitir aquilo de forma alguma! Não! Ele não poderia tomar o meu lugar, ainda mais depois de toda a insistência que eu tive de ter para conseguir sair com o Ricardo. Naquele momento, eu tive certeza de que ele era a pessoa certa para mim. Eu não importava com o fato dele não ser uma menina. Qual era ao problema afinal? Dois homens também podem e devem se amar! Sinceramente, pouco me importo com o quê meus pais dirão... certamente, não terei uma aprovação de cara, levando em conta toda a tradição oriental etc. Mas isso era algo para se preocupar depois. Eu precisava mesmo é arranjar uma maneira do Rick me aceitar de vez.

Cheguei no meu apartamento por volta das 19:00 e fui tomar um banho. Não tinha ninguém em casa. Provavelmente, os caras deveriam ter saído para beber ou nem ter chegado em casa depois do barzinho... eles não eram muito diferente de mim.

Todos os pensamentos que eu levava na mente tinham algo em comum: Ricardo. Dormir ao lado do meu baixinho tinha sido tão especial para mim. Tudo bem que eu me apressei um pouco, mas aquela noite foi mágica. Se fosse com outra pessoa, eu provavelmente já teria avançado, mas com ele era diferente... tudo bem, eu estou disposto a esperar.

Resolvi fazer uma ligação para Ricardo. Mesmo estando apenas algumas horas separados, precisava saber como ele estava.

[Ligação on]

-Oi, Rick... como você tá?

-Oi.. hã.. bem. E você?

-Estaria melhor se você estivesse aqui.

-Hum... assim você me deixa sem jeito.

-HAHA estou com saudades, ué.

-Mas já?

-Já?

-Hum... eu também... sinto sua falta.

-Ohh. Queria te beijar agora mesmo.

-Aish, Vitor. Isso só se diz pessoalmente.

-Isso se faz pessoalmente!

-Também...

-Escuta, o quê você acha de vir aqui no meu apartamento amanhã?

-EU? No seu apartamento? Mas eu nem sei onde fica.

-Por isso mesmo eu vou passar aí pra te buscar, ok?

-Ah.. não sei.

-Já está tudo certo, eu vou passar aí por volta do meio dia e te trago de moto. Agora vou terminar umas coisas aqui, beijo.

-Vit...

[Ligação off]

Encerrei a ligação antes que ele pudesse tentar negar o meu convite. Eu o queria aqui, comigo, e ele não poderia me negar isso! Eu adorava todas as vezes em que eu o deixava sem jeito ou sem uma resposta para alguma coisa que eu falava. Me dava uma vontade insana de agarrá-lo e de pegá-lo no colo! Aquilo tudo era muito maior do que qualquer tipo de desejo sexual ou satisfação pessoal, se tratava de felicidade.

(~)

Já era algo em torno de 22:00 horas quando eu recebi uma mensagem da Jéssica:

“Oi, Vitor. Aonde vc foi na sexta? Vc desapareceu do nada e não deu sequer uma satisfação pra ninguém. Eu fiquei preocupada. Por favor, me ligue assim q ler essa mensagem.”

Jéssica era um caso complicado meu... no começo, éramos amigos. Óbvio que eu tinha segundas intenções! Ela era uma moça muito bonita, então eu não fiz muitos rodeios. Ficamos algumas vezes no primeiro ano e isso foi se arrastando. Acabamos fazendo parte da mesma rodinha de amigos e as coisas se confundiam... de vez em quando. Foi assim que o Ricardo viu aquela cena na festa, eu estava tão bêbado que acabei ficando com ela mais uma vez. Eu nunca quis algo mais sério com ela, mas que ela nutria esperanças... ah sim, isso ela nutria! Porém, eu não podia fazer nada, não estando fodidamente apaixonado pelo Ricardo. Eu precisava dar um jeito nessa situação, e logo.

Optei por não respondê-la. Apenas fiquei deitado na cama admirando as fotos do meu baixinho e pensando nos bons momentos em que passamos juntos. Estava bastante ansioso para vê-lo no dia seguinte e apresentá-lo a todos os meus amigos.