História Amor(?), destino - Next Level

(Ricardo)

Tomei um banho bem quente, adorava sentir aquela água queimando a minha pele. Notei que estava chovendo do lado de fora. Aquilo tudo estava tornando o dia mais perfeito ainda para estar com Vitor.

Enrolei a toalha na cintura e fui até o quarto pegar a roupa que Vitor havia separado para mim. Chegando lá, me deparei com o meu anjinho asiático com um roupão branco preparando as camas para que pudéssemos dormir. O quarto dele era bem confortável, como ali havia duas camas, provavelmente seria o local onde passaríamos a noite. Bati no batente da porta para chamar a atenção dele, que até o momento não tinha notado a minha presença.

-É... Vitor, cadê a roupa que você separou pra mim?

Ele ficou parado olhando pra mim, percebi uma leve mordida em seu lábio. Estava ficando um pouco frio, então insisti:

-Você não vai fazer nada? Eu estou ficando com frio.

-Desculpa, tá aqui. Usa essa blusa e essa calça de moletom, não quero que você fique doente – disse me entregando as roupas.

Saí do quarto e fui me trocar no quarto ao lado.

(~)

Vitor esquentou a comida e fomos jantar. Ele estava um pouco calado para o normal dele e eu apenas fingi não notar.

-Eu não sabia que você cozinhava. Aliás, que cozinhava bem.

-Na verdade, eu não cozinho... mas como era para você, não pensei duas vezes.

-Ah... – disse sem graça.

-Rick.

-Oi?

-Você vai ficar bastante tempo comigo?

-Como assim? Vou ficar até amanhã, ué.

-Não é isso. Quero saber se você vai me dar a chance de te mostrar o meu verdadeiro eu.

Own, aquilo tinha sido tão fofo!

-Claro que eu vou. Aliás, estou bastante curioso para conhecer o seu “verdadeiro eu”.

-Então fique mais tempo comigo – ele falava olhando para o prato, como se estivesse envergonhado com aquilo que me falava.

Sorri com aquelas palavras e então respondi:

-Se for pra te deixar feliz, eu vou passar mais tempo contigo.

Ele então passou a olhar pra mim, sorriu e segurou a minha mão. Eu amava aquele sorriso gostoso, me dava ânimo para encarar a vida. Queria que aquele momento fosse eterno.

(~)

Após o jantar, cuidamos a louça juntos: Vitor lavou os pratos e eu os sequei. Depois fomos para o sofá, eu deitei nas pernas dele e começamos a assistir um filme qualquer. Quando era algo em torno de nove horas, recebi mensagens de Paulo.

Paulo: Oi Ricardo. Tudo bem?

Vc sumiu nesses dois dias. Quero saber como vc passou o final de semana (21:10)

Ahhh, nós vamos nos ver algum dia nessa semana? (21:13)

Eu não respondi no momento porque o Vitor estava bem ali ao meu lado, não acho que seria muito confortável. Ele tentou enxergar as mensagens, mas não conseguiu ser muito discreto e eu percebi.

-Quer dizer que você está interessado nas minhas mensagens?

-Ah, só quero saber com quem você tanto fala ao invés de prestar atenção em mim, ué – disse com um bico.

-O Paulo está me mandando mensagens...

Notei que ele fez uma cara bem séria como se não tivesse gostado do que ouviu. Não contive as risadas e respondi:

-Quer dizer que o senhor popular está com ciúmes? Fica tranquilo, não tem nada demais nas mensagens.

-Deixa eu ver então!

-Não...

Ele tentou pegar o celular da minha mão, mas como eu era mais habilidoso não o deixei fazer.

-Seu espertinho, não é legal ficar entrando na minha privacidade assim!

Ele abaixou a cabeça e eu me senti mal, afinal, poucas horas antes, eu mesmo estava fuçando o celular dele.

-Desculpa, eu não pretendia invadir sua privacidade. É só que...

-É só que o quê?

-Eu queria ter a “nossa” intimidade. E acabo não gostando quando alguém parece ter mais intimidade com você além de mim.

Meu dels... Quanta fofura!!!

-Ele não tem mais intimidade comigo do que você. Você me beija frequentemente, não tem como alguém ter mais intimidade comigo do que você!

-Ah, eu nem te beijo tanto assim... não quanto eu gostaria – sussurrou.

Rimos e voltamos a ver o filme. Eu não mencionei nada sobre as mensagens da Jéssica porque não queria atrito naquela noite, pelo menos não esse tipo de atrito...

(~)

Notamos que já estava ficando bem tarde (cerca de meia noite) e então precisaríamos ir dormir. Infelizmente, acordaríamos cedo no dia seguinte. Eu ainda não sabia como iria fazer, afinal estava com as roupas do Vitor, que tinha pelo menos uns 15 centímetros a mais que eu, então tudo ficou muito folgado em mim. Provavelmente eu teria que voltar pra casa bem cedo e trocar de roupa, se eu soubesse que dormiria ali, teria pegado mais roupas. De toda forma, fomos para o quarto e tudo já estava arrumado. Ele tinha forrado as duas camas e separado os cobertores. Eu adorava dormir bem quentinho, não ficava satisfeito com menos de dois cobertores, mesmo se o dia estivesse quente.

Nos despedimos com um beijo tímido, eu pude notar que o Vitor ainda estava um pouco nervoso e suava. A noite estava fria, e não queria passar ali sozinho. Assim que ele apagou as luzes, me levantei e fui até a cama dele, que estranhou:

-Ué, a outra cama não tá boa? Você quer mais um cobertor?

-Não é isso, bobinho. Eu quero dormir contigo – disse dando um leve beijo no pescoço dele, que se arrepiou.

Eu sei que tinha negado os toques do Vitor na noite anterior, mas dessa vez tudo parecia diferente. Eu me sentia mais seguro ao lado dele, era como se o quê nós tínhamos desenvolvido estivesse num novo patamar. Então, eu pensei: “Por que não?”.

-Hum... tudo bem, então? – Ele me perguntou com aquela voz sensual.

-Sim – disse e senti um leve apertar nas minhas pernas.

Parecia que aquele seria o momento.