História Amor(?), destino - Understanding loves loneliness

(Ricardo)

Me senti extremamente nervoso com aquela cena que eu estava vendo. Primeiro que o Vitor recebeu centenas de mensagens daquela menina durante o final de semana, depois ele ficou sem falar comigo, ok; mas precisava abraçar essa menina? Tudo bem que eles eram amigos e tudo mais, mas eu mesmo nunca fui de abraçar Yane, por que diabos ele estava abraçando-a sendo que tinha um compromisso... quer dizer, nós não tínhamos compromisso ainda, mas ele não tinha direito de tocar mais ninguém daquela forma além de mim!

-Ricardo, acho bom a gente ir dar uma volta por aí... eles estão provavelmente apenas conversando.

-Conversando abraçados, Yane? – respondi com lágrimas nos olhos.

Percebi que estava sendo rude com Yane, ela não tinha culpa de nada, além de que ela mesma não sabia o quê dizer para me acalmar.

-Desculpa, Yane. Eu tô passando dos limites. Você tem razão, vamos sair daqui.

-Isso mesmo, eu vou dar uma passadinha no banheiro e depois a gente vai pro RU, ok?

Assenti concordando. Já era mesmo hora de almoçar... Eu não tinha mais aulas na parte da tarde e não iria para o laboratório como fazia porque não queria correr o risco de encontrar com o Vitor; se bem que ele estava tão frio que era capaz de me ignorar.

(~)

Yane entrou no banheiro e eu fiquei esperando do lado de fora. De repente, meus olhos haviam sido tampados pelas mãos de alguém que não demorei muito para reconhecer: Paulo.

-Advinha quem é!!

-Não vai ser muito difícil, Paulo – disse me virando para o mesmo.

Ele estava muito bem vestido. Eu achava o jeito dele de “nerd galã” muito atraente, mas claro que o enxergava apenas como um amigo!

-Ah, assim não tem graça. Tudo bem contigo, Rick?

Rick? Desde quando ele me chamava assim? Deve ter aprendido com o Vitor.

-Tô indo... e você? Eu acabei não respondendo às suas mensagens, me desculpa; é que a minha bateria acabou.

-Estou melhor agora. Tudo bem, não faz mal. Eu só queria saber como você estava.

-Valeu, muita gentileza da sua parte.

-E então, a gente vai sair essa semana? – me perguntou com um sorriso.

-Ah.... quanto a isso, não sei. Eu queria colocar os meus estudos em dia, sabe?

-Mas a gente mal teve matéria ainda, um dia não vai acabar com o seu plano de estudo, bobinho – é... ele tinha razão.

-Tudo bem... o quê você acha de sexta?

-EBA! Perfeito para mim. Eu te encontro no mesmo horário e local da última vez?

-Pode ser. Mas pra onde a gente vai dessa vez?

-Surpresa – me disse e me deu um beijo na bochecha.

Ok! Aquilo já estava saindo do controle. Eu acabei ficando sem reação alguma, ele não fez mais cerimônias e seguiu pelo corredor. Yane saiu do banheiro e notou o meu estado de “WTF?”.

-Nossa, que bicho que te picou?

-Um chamado Paulo... – ela me olhou de um jeito estranho – não é nada disso. Aish... sei lá, vamos almoçar logo!

Seguimos caminho rumo ao R.U.

(~)

(Vitor)

Jéssica estava me enviando infinitas mensagens desde que a ignorei no sábado. Segundo ela, tinha algo muito importante que ela queria me dizer e não poderia deixar para outro dia. Então, apenas disse pro Ricardo que assistiria aula em outra sala pra não criar mais nenhum atrito. Eu estava me esquivando dele e muitas vezes cheguei a ignorá-lo de propósito, queria que ele percebesse o quão chateado eu estava. Ele não insistiu para que eu assistisse aula com ele, então apenas fui para sala de Jéssica. Chegando lá, a mesma acenou pra mim.

-Oi, seu cretino. Por que você não me respondeu logo no sábado? – disse me socando no braço.

-Calma! Eu estava muito ocupado, não tive como!

-Mas e o domingo? Você passou o domingo ocupado também?

-Muito ocupado! – respondi com um sorriso e Jéssica não me respondeu mais, parecia ter desgostado do que ouvira.

O professor chegou e a aula começou.

(~)

Quando a aula terminou perguntei a Jéssica sobre o quê ela queria me contar.

-E então, o quê você tem de tão importante assim para me contar?

Ela arregalou os olhos e se aproximou de mim enquanto saíamos da sala.

-Você quer que eu te conte aqui? Na frente de todo mundo?

-Ué, você disse que era urgente – será que era algo secreto?

-Tudo bem... sabe, a gente tem sido amigo há um longo tempo, né? Inclusive já avançamos nesse quesito.

-Hum... – aonde ela queria chegar?

-Eu acho que você já percebeu que eu... eu gosto de você... mais do que como um amigo.

Sério? Ela tinha que me contar algo assim naquele momento? Justo quando eu finalmente tinha encontrado alguém?

-Olha, eu realmente aprecio nossa amizade e companheirismo, mas não vejo futuro em algo além disso. Me desculpa – respondi sem mais delongas, não podia iludi-la!

Os olhos dela se encheram de lágrimas eu não sabia mais o quê poderia dizer para confortá-la.

-Por quê? Eu não sou boa o bastante?

-Não é isso... é que eu gosto de outra pessoa. Me desculpa.

Ela desabou em lágrimas e me abraçou, eu não tive outra saída a não ser retribuir o abraço. Naquele momento, algumas pessoas já olhavam para nós. Passamos algum tempo daquela forma e então eu enxuguei as lágrimas dela.

(~)

Passei mais alguns minutos com a Jéssica, e depois de confortá-la, fui atrás do meu baixinho nervoso, queria colocar um fim naquele gelo que eu estava dando no mesmo. Eu tinha percebido que ele me mandou algumas mensagens, então seria bom que eu encontrasse para irmos fazer algo juntos visto que ele não tinha mais aulas.

Decidi passar no banheiro antes de procurá-lo. Não foi preciso tanto, assim que cheguei perto da entrada do banheiro, vi uma cena que embrulhou o meu estômago. Aquele moleque desgraçado chamado Paulo estava beijando a bochecha do Ricardo. Quase fui até o mesmo para arrebentar aquilo que ele chamava de rosto. Como ele se atrevia a tanto? Não era possível, e pior que eu não vi nenhuma relutância da parte do Rick. Será que ele estava gostando daquilo? Não podia ser, eu ia tirar aquilo a limpo mais cedo ou mais tarde!

Assim que o Ricardo saiu com a Loyane (provavelmente para almoçar), fui ao banheiro e fiz o quê tinha que fazer. Eu iria atrás dele mais tarde, mas antes precisava esfriar a cabeça e tentar esquecer aquela cena que me deu desgosto!