Now it's three in the morning
And I'm trying to change your mind
Left you multiple missed calls
And to my message you replied (message you replied)
Why'd you only call me when you're high?
(Why'd you only call me when you're)
Hi, why'd you only call me when you're high?
Eu respiro fundo novamente, a conversa não desenvolve, o que temos de errado, o que fazemos de errado? Temos pontos diferentes, eu não quero ver ele como vilão e ele odeia em culpar por qualquer coisa, eu quero redenção e equilíbrio, qual a dificuldade disso porra?
- Você não pode apagar toda a minha culpa no cartório. - Falo pela última vez quando vejo-o suspirar e tentar argumentar de novo.
- E você não pode apagar minhas infantilidades e meus problemas Katherine. Eu te deixei na mão vezes incontáveis, por não saber ceder, conversar, passar por cima do meu orgulho. Vacilei feio na viagem passada onde te deixei sozinha por quase 3 semanas sem sequer te avisar que estava bem e deixei você ver aquela matéria ridícula sem nenhuma explicação. Que porra de namorado eu sou? E aí quando eu volto, transo com você e vou embora?
- Eu não vi problemas nisso! - Argumento e Castiel revira os olhos e passa a mão pelo cabelo.
- Você merece mais e eu não sei o quanto tempo vai levar para eu ser esse mais, não sei nem por onde começar a mudar e você quer aceitar minha bagunça como se ela não fosse nada!
- Não é nada para mim, Collins! - Eu subo em seu colo e coloco suas mãos em minha cintura. - Foda-se a nossa bagunça, a gente vai arranjar um canto para ela, vai aprender a limpar toda ela e nos unir, mas eu quero fazer isso junto a você. E não separados, se vendo de meses em meses a distância, totalmente desesperados um pelo outro. - Coloco a mão no seu rosto e planto beijos em seus lábios de leve.
- Eu não acho que seja nada. - Castiel me tira do seu colo e levanta da cama. - Quero ser melhor para você e não vou deixar você aceitar a porra das minhas migalhas, se for para termos algo, por favor me deixe melhorar antes. - Ele se ajoelha perto da borda da cama e coloca nossas mãos unidas. - Eu quero não ter que surtar de desconfiança a cada viagem, quero não ter problemas comigo mesmo a cada passo que eu dou, quero não pensar enquanto estivermos juntos que eu não estou bem para ter você...
Começo a chorar, ele está certo novamente e eu me sinto quebrar por sentir que vou concordar com isso, que também acho que não superei metade dos meus medos e simplesmente enterrei tudo em mim.
- Você vai voltar para mim? - Falo depois de alguns minutos em silêncio.
Castiel se levanta e deita na cama me puxando para perto. - Sempre.
- 4 anos depois -
Sorrio alegremente em um bar quando vejo meus amigos reunidos em uma mesa, Alexy é o primeiro a me ver e grita de animação chamando atenção do resto da mesa, Rosalya se levanta junto com ele e corro um pouco até eles para nos abraçarmos fortemente.
- Meu Deus, me diga que você nunca mais vai embora, eu quase arranquei todos os meus cabelos sem ter você por perto. - Alexy fala quando finalmente me solta e vejo Kentin revirar os olhos para o drama de seu namorado.
- Me diz que você voltou para ficar? - Rosa diz e eu quase choro por toda essa melancolia.
- Eu voltei para ficar, então chega de todo esse drama pelo amor de Deus! Eu vim para encher a cara e não para chorar! - Cumprimento o resto da mesa, vendo que poucos de antigamente estão ali e sinto falta de alguns do meus amigos.
Nathaniel e Melody se levantam para me abraçar e eu vejo a barriga que ela estava escondendo. - Meu Deus, quem é esse e por que eu não fui informada que ia ser tia antes? - Falo com alegria e os dois sorriem para mim afirmando ser um garoto e que queriam fazer surpresa.
O resto da noite passa rapidamente, comento para todos que consegui a transferência para fazer meu último ano de faculdade e que vou realmente me fixar aqui. Eles questionam sobre Portugal e como foi estudar por lá e passo quase uma hora completa falando as diferenças e de como lá era incrível.
- Mas e aí? Muitos namoradinhos portugueses? Trouxe algum com você? - Alexy fala e vejo a Rosa e o Leigh sorrirem e balançarem a cabeça para meu amigo.
- Não, mas mesmo que eu trouxesse você já tem o seu, se aquieta. - Ele me mostra a língua e eu retribuo o gesto.
- Você sabe o único que faz o coração dela bater é aquele rockeiro desgraçado. - A Rosa fala e eu sinto meu sorriso diminuir rapidamente. - Ah vamos, não me olhe assim, você sabe que ele está na cidade também! Não vá dizer que não stalkeou ele por alguns meses.
- Não sei do que você está falando. - Ignoro o assunto e sigo a noite rindo das baboseiras que Alexy diz e das histórias do resto do grupo.
- 03:45 da manhã -
Estou na frente do apartamento dele, bêbada.
Não entendo metade dos meus pensamentos, mas sei que estou com o celular na mão e nenhum dos meus amigos por perto para me impedir de fazer essa burrada.
Nos falamos pouco ao passar dos anos e cada vez me parecia mais difícil conversar com ele, acho que fomos orientados a respeitar o tempo de cada um e no momento que estivermos preparados de voltar, irmos atrás um do outro.
E como sempre, eu sou a primeira a fazer isso. Ligo para ele cinco vezes, deixo alguma mensagens na caixa postal e bato na sua porta, como o porteiro me deixou entrar nesse estado? Ligo mais algumas dezenas de vezes até ouvir um barulho vindo do outro lado da porta seguido de xingamentos. Tento parecer apresentável, mas sei que com os saltos na mão e meus seios quase pulando para fora do decote, o máximo que pareço é uma garota de programa.
Assim que ele abre a porta eu perco o fôlego, na verdade todas as falas bêbadas que eu preparei se dissipam rapidamente, acho que até fiquei sóbria de novo.
Como ele ficou bonito, porra ele deixou o cabelo crescer? - Merda você... Tá um tesão. - Falo isso em voz alta e então coloco a mão na boca rapidamente para tapá-la.
- Katherine? Como? O que você tá fazendo aqui? - Castiel fala desorientado e eu desço meu olhar para sua barriga quando noto ele sem camisa. - Você tá bêbada? - Ele se distância da porta e segura minha mão preocupado.
Aproveito a deixa e me aproximo o suficiente dele. - Nossa você tá realmente gostoso para caralho. - Jogo meus braços ao seu redor e sorrio para o nada. - Por que você não me procurou quando ficou assim, meu Deus? É quase um pecado te deixarem sair na rua.
- É, você tá bem bêbada. - Ele ri baixo e me segura quando eu tropeço tentando ficar mais próxima dele. - Que merda eu vou fazer com você, hein Kath?
- Me leva para cama, eu adorava quando você transava com... - Sou interrompida por um soluço e de novo não lembro o que estava falando.
Castiel fala mais algo, mas eu simplesmente não presto atenção e deixo-lhe me carregar para dentro do seu apartamento, minha imagem está borrada e eu sinto minhas pálpebras pesarem. Quando ele me coloca sentado em uma poltrona dizendo algo sobre água, eu apago.
- Outro dia -
Minha cabeça pesa, eu choramingo um pouco alto e me reviro na cama macia. Perai... Cama? Salto rapidamente do lugar onde estou e minha cabeça dói ainda mais, solto um gemido de dor alto e ouço passos em minha direção.
Meu Deus, com quem eu dormi?
Quando Castiel entra no quarto, sinto que vou morrer ali mesmo. Ele me olha preocupado e se aproxima, quase grito para ele se afastar, mas não tenho reações.
Como eu vim parar aqui? O que eu fiz ontem? O que EU FALEI ontem? Meu Deus.
- Bom dia... - Ele fala com sua voz rouca e deposita um copo com um remédio na sua cômoda. - É água e aspirina, vai fazer bem para essa sua dor de cabeça e eu aproveito e explico como você veio parar aqui, já que eu acho que é isso que essa sua cara de confusão quer saber. - Castiel sorri e sai de novo do quarto como se não fosse nada demais.
Reparo que ainda estou com as mesmas roupas de ontem e que provavelmente estou uma bagunça total, procuro um espelho pelo quarto e quando acho aproveito para dar um jeito em meu cabelo e arrumar levemente a maquiagem borrada. Tomo o remédio com a água e saio do quarto a procura da cozinha e do Castiel.
Ele está sentado em um banquinho na cozinha tomando café da manhã e sorri novamente quando me vê entrando. - Você está bem?
- Obrigada. - Finalmente tenho coragem para falar alguma coisa, coloco o copo na pia e fico parada no meio da sua cozinha. - Olha, eu... Eu realmente não sei o que te dizer, eu não lembro de metade do que eu fiz ou como vim parar na porta do seu apartamento.
- Ah, então você não lembra de ter dito que tava um tesão ou que estava gostoso para caralho? - Ele ri de mim quando vê minha cara de choque e fico vermelha como um pimentão.
- Eu realmente disse isso? Me desculpa, eu não sei o que eu tava pensando.
- Isso e todas as mensagens que você deixou na minha caixa postal, me xingando e dizendo "Abra logo a porta seu filho da puta, eu estou literalmente com os peitos quase para fora e você prefere ficar dormindo?" Isso com certeza foi o que me fez levantar da cama às 3 da manhã. - Castiel gargalha novamente então empurra até o meio da bancada um prato com o café da manhã. - Come e vê se recupera a vergonha na cara que você perdeu ontem.
Não tenho palavras para nada, então só me sento em um dos banquinhos e como a comida rapidamente.
- Você também perguntou por que eu não te procurei - Congelo enquanto mastigo um pão e olho para ele, seus olhos transmitem paz e nenhum sentimento de raiva ou culpa. - Termine de comer e eu vou te levar para onde você quiser e quem sabe a gente não se explica um para o outro?
- Eu tenho que está na faculdade... Não posso demorar - Falo querendo fugir do assunto eminente que talvez tire todas as minhas esperanças de novo.
- Tudo bem, então marcamos algo.
O modo que Castiel age o resto dos minutos que passo na sua casa é de tranquilidade, mas em alguns momentos percebo uma tensão por me ter volta e ela é totalmente recíproca. Quando ele finalmente me deixa na frente da universidade me passa seu número e diz que quer realmente conversar comigo e que espera um retorno meu sobre algum lugar para conversamos, concordo e agradeço por ele ter cuidado de mim de madrugada e saio do carro para não estender uma despedida.
Me sinto surtando a cada respiração minha.
- Uma semana depois -
Arrumo meu quarto na faculdade quando chego do trabalho, coloco a bagunça em seu devido ligar e procuro meu celular depois de alguns minutos arrumando tudo. Respondo algumas mensagens e volto para o mesmo lugar que ignoro faz dias, o chat do Castiel.
Eu nunca chamei-o, acho que mais por falta de coragem do que qualquer coisa e ele também nunca veio atrás de mim, e por mais que me sinta decepcionada, acho que é melhor assim. Devolvo o celular para minha escrivaninha e tomo um banho rápido e coloco só uma camisa para dormir.
Quando deito na cama e pego um livro para ler enquanto o sono não vem, ouço batidas na porta. São quase 22 horas, quem será o problemático me incomodando essas horas?
Quando abro a porta, dou de cara com o Castiel muito puto da cara e ouço a sua voz.
- Por que você não me procurou?
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.