História (Amor Doce) Aqueles Olhos. - My tree.

Temporais são temporários
Mas nem sempre os desastres causado é passageiro
Normalmente a gente tenta procurar a nossa paz em outra pessoa
E é aí que tá o erro...

O garoto ruivo olhou pro lado, um cigarro pela metade em sua mão, seus olhos cinzas me examinaram com indiferença e eu me encolhi levemente quando seu olhar fixa no meu. Que porra é essa? Cruzo meus braços e levanto um pouco o rosto para tentar não parecer afetada.

- Falta muito pra você sair daqui? - Falo, que tipo de pergunta é essa? Estamos em algum tipo de fila pra atendimento? 

Ele continua encarando-me em silêncio, me sinto nervosa e desvio o olhar, será que ele sabe a falta de educação que é não responder a pergunta dos outros? Tudo bem que foi meio idiota, mas eu só quero ficar sozinha fumando e não com a companhia do meu vizinho mal-humorado e esquisito. O ruivo joga a sua bituca no chão amassando-a com o pé e desencosta da árvore, tiro a cartela do bolso aproveitando a deixa e seu olhar fixa na mesma. 

- O que é? - Falo seca, ele não responde e começa a sair do jardim da escola.

- Sabia... - Parado um pouco distante de mim, sua voz rouca e baixa atinge meus ouvidos, o mal-humorado fala! - Que fumar faz mal pra caralho? - Eu rio da sua ironia e trago o cigarro.

- Hipócrita. - Ele vira levemente um pouco o rosto em minha direção e sorri de canto.

O primeiro contato que eu tenho com ele com um pingo de normalidade, me pego sozinha em meus pensamentos e sei que o tempo passa quando vejo minha dupla de amigos se aproximar do local que eu estava, acho que acabei perdendo a primeira aula, merda. Desencosto da árvore e Rosa revira os olhos quando guardo o maço no bolso da calça, não duvido que ela passe a semana falando disso como se fosse o maior pecado que eu já cometi.

- Oi, chaminé. - Ela fala quando chego perto deles. - Você só cheira a cigarro, credo. - Tira da bolsa um perfume e um chiclete e estende as mãos em minha direção

- Oi palhaça. - Pego as coisas oferecidas em sinal de agradecimento e reviro o olhar em direção ao Lexy que me olha rindo. - Parece a minha mãe...

- Se você as vezes não fosse uma baita de uma doida irresponsável eu talvez não precisasse agir assim.

- É verdade, Kath! - O Lexy concorda me deixando surpresa, traidor! - Você dá tanto estresse pra Rosa que o cabelo dela já ficou até branco. 

- ...? - Começo a gargalhar junto com o Alexy, enquanto a Rosa olha para nós como dois imbecis.

- Pelo amor de Deus, calem a boca!

Eles me arrastam para a próxima aula, sento-me ao lado do Armin enquanto os dois sentam em dupla e conversamos a maior parte da aula de biologia, ele reclama incansavelmente da professora e de como ela foi insensível em pegar seu Nintendo Switch sem deixá-lo salvar a fase do seu jogo. -  Era Zelda cara, qual o problema dessa mulher? - Rio de sua cara brava e concordo com tudo que ele diz em seguida. Olho para o lado e meu olhar se encontra com um par de olhos cinzas me analisando, ele não desvia o foco de mim e então eu faço um gesto com a cabeça questionando seu olhar. o que ele quer? Sou ignorada rapidamente quando o ruivo vira seu rosto e volta a olhar para a janelas.

[...]

- Relaxa, o Castiel é assim mesmo. - A Rosa fala enquanto voltamos para casa juntos. - Meio estranho, grosso e anti-social, não tem outros adjetivos para falar dele.

- Um baita de um gostoso, mais um! - Alexy interrompe a conversa. - É uma baita de uma novidade ele encarar alguém sem desprezo ou como se desejasse que a pessoa não estivesse falando com ele, ou respirando perto dele, e logo com a gostosa da Kath! 

- Você vê sempre coisa onde não tem, o cara só me encarou e me ignorou como sempre faz com todo mundo. - A platinada balança a cabeça em concordância. - E vamos mudar de assunto, querem ficar lá em casa?

- Hoje eu não posso amiga, tenho que ir pra loja do Leigh dá uma forcinha, parece que o irmão dele vai chegar na cidade e ele quer uma ajuda pra terminar mais cedo. 

- A gente pode ir ajudar! - Não quero ir pra casa hoje, sei que vou está sozinha e sem ter o que fazer.

- Eu não vou poder ir, na verdade eu tenho que ir encontrar o Armin pra voltarmos juntos, então até amanhã pra vocês lindas. - Alexy nos abraça e se despede rapidamente seguindo outro caminho enquanto andamos em direção a loja. O caminho foi preenchido por conversas sobre os nossos dias e o que iriamos fazer na loja do Leigh. Quando finalmente paramos de resolver tudo que tínhamos para fazer na loja eu me dei o direito de sentar em um dos bancos perto dos provadores enquanto a Rosa estava deitada no chão. 

- Não sei porque me voluntariei a te ajudar, trabalhei mais aqui que na minha vida toda. -  Falo me deitando no banco e fechando os olhos. - Tenho que ir pra casa e não consigo nem sentir os dedinhos dos meus pés.

- Para de drama e vamos embora, ainda é cedo e você pode ir se arrastando para casa. - A Rosa se levanta e me puxa para cima tirando-me do banco.

Leigh agradece mais uma vez a minha ajuda e jura que vai me dar um desconto na próxima vez que comprar algo em sua loja, pelo menos ganhei algo no final, além da gratidão da Rosalya como a mesma disse. Tomo banho quando finalmente estou em casa, janto com meus pais depois de alguns minutos sendo questionada do porquê da minha demora e então posso ficar em paz em meu quarto, deito na cama e tento dormir.