Wasted times I spent with someone else
She wasn't even half of you
Reminiscin' how you felt
Reminiscin' how you felt
And even though you put my life through hell
I can't seem to forget 'bout you, 'bout you
I want you to myself
Estou sentada em uma das cadeiras do café perto da escola, as compras do shopping estão todas empilhadas em uma cadeira só e meus amigos estão sentados ao meu lado fazendo seus pedidos para a garçonete, meu foco está em outro lugar, em um ruivo encostado na moto do outro lado da rua, ele conversa com um outro cara e mesmo distante a conversa parecer ser em um tom agressivo e como sempre o Castiel não está dando a mínima para o que o sujeito fala, tão deliciosamente mal-humorado... Alguém coloca mão na frente da minha visão me fazendo quebrar o contato com a situação do Castiel.
- E ainda diz que não acha ele interessante, sonsa. - Rosa mostra a língua pra mim quando reviro os olhos para seu comentário. - Para de olhar criatura, só falta engolir o garoto pelos olhos. - Ignorando-a faço meu pedido a moça que esperava pacientemente ao lado da nossa mesa, quando olho novamente para direção do ruivo ele está com os olhos fixos em mim, me arrepio e não quebro o contato até ver um sorrisinho formando em sua cara presunçosa, babaca.
Viro os olhos e não olho mais em sua direção, converso com meus amigos e quando a comida chega atacamos. - Juro que andar por algumas horas no shopping com vocês me faz querer todas as comidas dessa cafeteria. - Falo depois de terminar meu prato e pegar um guardanapo para limpar boca.
- Você já come pra caralho sem nenhum motivo, não vem dizer que é porque andou muito no shopping. - Rosa fala de boca cheia e eu faço uma carinha de nojinho para a mesma.
- Sujo conheça o mal lavado! - Alexy aponta para nós duas que retribuímos apontado o dedo do meio. - Tão mal-educadas...
Depois de pagarmos a conta e colocar meus amigos em um taxi, fui andando para casa, a rua estava deserta e no céu se formavam nuvens de chuva deixando o clima frio, me encolho e aperto meus braços, sinto as primeiras gotas de chuva antes de está mais próxima de casa e quero muito xingar alguém de ódio quando o tempo parece piorar. - Que merda! - Apresso meus passos mas já estou encharcada. Ouço uma buzina ao meu lado e rezo para ser algum conhecido, reconheço sua roupa e já sei que o ruivo me encarava por trás daquele capacete preto, ele para um pouco a frente e estende um outro capacete para mim, monto na moto e me seguro quando ele acelera ainda mais, chegamos em nossas casas rápido e ele estaciona a moto em sua garagem. Me encolho quando desço da moto, minhas roupas estavam todas molhadas e tremo de frio até o portão da garagem fechar, Castiel me encara e balança a cabeça em reprovação ao meu estado abre uma porta da garagem e me guia para dentro da sua casa me mandando aguardar em pé na sua cozinha enquanto sai para pegar uma toalha, seu cachorro me rondava com o rabo abanando e me abaixo um pouco para afagar sua cabeça. - Oi Dragon. - Quando levanto os olhos o dono dele me encarava um pouco surpreso. - O quê?
- Ele não é muito sociável com pessoas estranhas. - Castiel joga a toalha em minha direção agarro-a com uma das mãos.
- Ora Castiel, eu sou sua vizinha a mais tempo que você se lembre. - Repito a frase que o mesmo disse para mim. - Seu cachorro já me conhece à um bom tempo, não é meu amorzinho? - Faço uma voz fofa e acaricio o Dragon novamente. - Você é muito meu amor não é, totó.
- Totó? É sério? - Sorrio com seu tom de indignação e levanto-me para secar meu cabelo. - Não sei se você olhou direito para meu cachorro. - Reviro os olhos e ele continua indignado quando falo com voz fofa de novo, Dragon late e se apoia em minhas coxas quase me derrubando, Castiel me segura pela cintura antes que eu me desequilibre por completo. - Cuidado. - Coro com o contato da sua mão em mim e me afasto alguns passo, oh meu Deus pareço uma adolescente virgem que cora com tudo, ele me olha confuso e sorri de canto quando me vê vermelha. - Eu não mordo Katherine, só se você pedir. - Fecho minha cara para ele e me seco mais rápido sussurrando um "só em seus sonhos" para ele.
Depois de me secar e pegar uma camisa emprestada com o Castiel, ele me avisa que a chuva piorou um pouco e caso eu preferisse poderia esperar em sua casa o temporal passar, nego e me apresso para sair de perto desse demônio da tentação que me atentou em todos os minutos que estive em sua casa. - Eu agradeço pela camisa, vou devolver amanhã sem falta. - A camisa tem o cheiro inebriante dele, talvez eu não devolva e finja que esqueci, talvez. Me despeço e vou para casa, por sorte meus pais ainda não chegaram então aproveito para botar minhas roupas molhadas na secadora e guardar as roupas novas que comprei, tomo um banho em água quente e visto uma roupa quentinha já que a chuva continuou persistente. Deito-me na minha cama e quando estou enrolada o suficiente nas cobertas fecho os olhos para descansar um pouco.
[...]
- É sério! Não teve motivo nenhum pra ela ter ficado brava comigo!. - Estávamos todos em uma roda no telhado do colégio e o Nathaniel estava contando mais uma das vezes que nossa diretora surtou. - Ela só ficou gritando com a maioria de todos nós, a Melody tinha os olhos cheios de lágrimas sendo que quem tinha rasgado as provas bimestrais foi o cachorro. - Todo mundo riu porque todos eram traumatizados com aquele pequeno cachorro que a diretora trazia para a escola em alguns dias, da última vez que lembro daquele pequeno demônio ele estava rodando a escola toda me fazendo de palhaça, me arrepio só de pensar em ter que correr atrás dele novamente. Me distanciei do grupo e cheguei perto da grade de proteção, aquela área era proibida para os alunos, mas nada que fosse desafio para o represente a pressão de todos para sair um pouco do pátio, o telhado era extenso o suficiente para que eu me afastasse mais e pegasse meu maço de cigarro. - Já te falaram que fumar faz mal pra caralho? - Ouço uma voz rouca atrás de mim e reconheceria em qualquer momento que o ruivo estaria atrás de mim, viro com um sorriso sarcástico para o mesmo.
- Já ouvi algo do tipo... - Sorri mais abertamente para ele. - Mas eu resolvi não escutar porque o cara sempre roubava meus maços de cigarro pra fumar sozinho. - Dei os ombros e ele sorriu de canto para mim.
- Eu te paguei, com juros e sem reclamar. - Me aproximei dele que estava encostado em um local com sombra, sua guitarra estava apoiada em seu colo e ele trocava suas cordas com calma, guardo o maço no bolso da calça e sento-me em uma distância moderada dele. - Tá fazendo o que por aqui?
- A galera toda subiu para cá e... Perai, como você subiu aqui? - Ninguém tinha acesso as chaves além da diretora e do representante, o que esse espertinho fez?
- Eu fiz uma cópia da chave do representante, também fiz do porão. - Castiel fala como se não fosse nada demais, balanço a cabeça rindo em negação e ele me encara confuso. - O quê?
- Você fala como se fosse a coisa mais normal do mundo. - Ele dá os ombros de novo e continua ajeitando as cordas da guitarra, observo-o com calma e sei que estamos sozinhos pois já não escuto mais a risada dos meus amigos, meu celular vibra com duas mensagens no grupo do trio e respondo dizendo que não vou está presente nas outras aulas, quando eles começam a reclamar freneticamente mando uma foto do meu tênis e do Castiel sem ele perceber e desligo a tela assim que os dois visualizam a foto. Depois de alguns minutos em silêncio Castiel remexe sua bolsa e tira um caderno junto com um pacote de salgadinhos, um daqueles que já o vi comer mil vezes, não que eu esteja observando-o jamais... Ele divide o pacote comigo e rabisca em seu caderno, em um momento de distração dou uma olhada leve de curiosidade e vejo letras de algumas músicas. - Você compôs todas essas? - Falo surpresa e Castiel me olha de cara fechada, tirando o caderno da minha visão. - Ei, calma! - Abro minha bolsa e puxo um caderno pequeno e levemente velho, abro-o já oferecendo em sua direção. - Eu não estava julgando, são boas pra caralho, eu também escrevo. - Ele olha com uma certa curiosidade para o caderno estendido e então folheia algumas páginas, me encolho pois algumas tem memórias que preferiria ter enterrado e são tão íntimas que me arrependo um pouco de tê-lo mostrado, mas quando seus olhos focam no meu e eu vejo algum tipo de sentimento de aprovação a vergonha desaparece em um piscar, gosto quando ele me olha diferente do dia-a-dia e examina todas as partes do meu rosto é como se fosse algo único e ele quisesse gravar.
- São bonitas, bem incompletas na verdade, já que a maioria você deixo no refrão, mas... - Ele folheia algumas páginas a frente. - Essa daqui em especial você deveria ter concluído, parece ser boa pra caralho. - Sigo seu dedo apontando para uma das linhas e vejo que ele fala de "Golden Girl".
- Eu me lembro dessa... - Olhei sorrindo, aprendi a tocar ela no violão antes mesmo de concluir algo além do início da música. - Não tive inspiração o suficiente pra terminar, assim como todas ela. - Dei de ombros, volto meu olhar para o seu e ele me encara fixamente, seu olhos descem para minha boca e eu arrepio de novo com o mesmo sentimento que senti quando ele fez isso pela primeira vez, coro levemente e sinto ele aproximar sua cabeça em minha direção, droga! Me afasto rápido demais pelo choque, Castiel fecha a cara quando vê que me afastei e toma isso como um não. - A-ah...
- Eu vou pegar essa letra, se você não se importa e vou concluir. - Ele arranca a folha do meu caderno e toma impulso para se levantar do chão, puxando sua bolsa para seu ombro. - Até depois Katherine.
Ai que merda! Ele sai rápido demais do telhado e eu não tento alcançá-lo, qual é! A culpa não é minha, eu só não estava esperando que ele tentasse algo, e tão rápido assim e muito menos imaginava que ele fosse desses. Desses como, Katherine? Com atitude e que tem vontade de beijar uma mulher, muito bonita diga-se de passagem? Afff... Recolho minhas coisas e desço as escadas que levam até o térreo bufando, ainda consigo pegar a terceira aula mas não vejo sinal algum do ruivo, fico mais irritada ainda comigo mesmo, que droga!
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