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História Amor e chocomenta - A nossa combinação perfeita (único)


Escrita por: chadaescrita

Notas do Autor


ALÔ GENTE!
Essa fanfic foi feita para o aniversário da Lu, minha dongsaeng querida, uma ótima autora e uma leitora adorável.
Ficou um pouco longa, mas né......... espero que você goste T-T
Parabéns, querida! Toda a felicidade para você e, não se esqueça, aproveite muito o seu dia!

No mais, vejo vocês nas notas finais.
Boa leitura!

Capítulo 1 - A nossa combinação perfeita (único)


Nem tudo sai como planejamos e naquela tarde de quinta-feira, o mesmo havia ocorrido com Taehyung.

Não estava no seus planos ser dispensado de seu trabalho, sem motivo aparente, logo no final do ano. As festas se aproximavam e, consequentemente, o momento em que ele mais costumava usufruir do seu suado dinheiro. Não achava aquilo ruim, muito pelo contrário, era por uma boa causa. Duas boas causas se ele for ser mais exato.

Contudo, a realidade era outra agora que não possuía mais emprego. Pior, sentia-se péssimo, pois justamente por causa de seu trabalho na qual sempre se dedicou, ele quase não conseguia se reunir com seus amigos do jeito que gostaria.

Sentia que estavam todos afastados diante de seus próprios compromissos. Já não era mais como antes e aquilo lhe doía. Sua mente às vezes vaga pela possibilidade de que eles estavam mais felizes dessa forma, sem sua presença.

Respirou fundo, tentando afastar aquela linha de pensamento que vez ou outra surgia, atordoando-o.

Estava deitado no sofá, de ponta cabeça, tentando pensar em uma solução para si mesmo; às vezes a posição em si o ajudava a ter boas ideias. Não era o caso de agora.

Seus olhos estavam marejados, o nariz escorrendo, o cabelo completamente bagunçado e o barulho do celular sendo a única coisa presente no ambiente. Quem quer que fosse, ele não estava disposto a atender.

Balançou os pés e focou na desorganização que era sua sala. Era incrível que tanto ele quanto Jeongguk eram um perfeito desastre quando se tratava de arrumação. Hoseok vivia reclamando e uma vez por mês aparecia de surpresa alegando ser o famoso dia da faxina, na qual ele acabava fazendo tudo sozinho, pois sua mania de organização era maior que sua paciência com os mais novos.

E tudo piorou com a chegada de Taekwon. Eram três homens convivendo no mesmo espaço – consideravelmente grande –, sem se importar com o que os outros iriam pensar. Tentava ensinar o pequeno a ser minimamente organizado, mas era muito mais atraente ser bagunceiro como os pais.

A casa de dois andares que Taehyung herdou da avó era um silêncio absoluto na ausência das duas pessoas que completavam a sua vida.

Era sábado, dia de visitar os pais de Jeongguk. Não tinha um pingo de ânimo para isso, mesmo sabendo que mudar os ares o faria bem; evitaria que ele pensasse tanto e se culpasse sem motivo. Pediu para o Jeon ir sem se importar consigo; permitiu até que os dois voltassem apenas no domingo.

Tudo ficaria bem.

Ao menos ele esperava que tudo melhorasse. Na segunda-feira ele não poderia ousar levantar da cama como se o mundo tivesse acabado, afinal, não era um bicho de sete cabeças. Era só mais uma consequência da vida como tantas outras, mesmo que ele possuísse inúmeras inseguranças e que nem todos entendessem o que se passava consigo. Precisava ser forte.

Fechou os olhos e respirou fundo, sentindo as lágrimas teimosas descerem pelos canto de seus olhos. Permitiu chorar no dia do ocorrido por puro abalo emocional, mas não permitiria que aquilo ocorresse novamente.

Saiu de sua posição confortável e costumeira, percorrendo a sala com os olhos. O tempo estava ameno, um vento gostoso que costumava adentrar pela fresta da janela, carregando algumas folhas secas das árvores que balançavam lá fora.

Perfeito para tomar sorvete.

Desceu as escadas um tanto afobado, pois se existia algo que motivava Taehyung a se mexer e não deixar que nada o abalasse, esse algo era comida. Podia não cozinhar, mas não deixava de experimentar as mais variadas porcarias, ou até mesmo de apreciar uma boa refeição caseira.

“Eu devia ter ido com o Jeongguk” murmurou em voz alta, lembrando que o moreno havia avisado que teria japchae no almoço.

Caminhou até a cozinha – um dos locais menos bagunçados da casa toda –, e parou em frente a geladeira de inox. Umedeceu os lábios em antecipação, abrindo o congelador com um brilho meninil nos olhos. Deu de cara com o belíssimo pote de sorvete que nunca deveria faltar no congelador daquela casa.

Pegou o pote rapidamente, depositando-o em cima da pia e procurando a maior colher que tivesse em seu conjunto de talheres. Devoraria tudo aquilo e sequer se sentiria culpado, já que Taekwon não estaria ali para ver aquela cena que, infelizmente, era proibida para crianças fofas como ele.

Abriu o pote já salivando, desejando sentir o gelado de sabor favorito em contato com a sua língua.

Decepcionou-se.

“Eu vou matar o Jimin!” grunhiu.

O rapaz de madeixas acinzentadas era o único no seu grupo de amigos que gostava daquele sabor horrendo. Eles faziam o que bem entendiam com sua própria casa e ele nunca foi de reclamar, mas nesse instante o Kim desejava esganá-lo.

Não existia nada que ele odiasse mais do que sorvete de chocolate. E o pote em questão não era um bom e velho napolitano na qual ele podia aproveitar o creme e o morango. Não. Era um pote inteiro de sorvete de chocolate; aquela coisa com gosto de água suja e que lhe dava dor de barriga.

Queria seu sorvete de menta com pequenos pedaços de chocolate dentro, derretendo em sua boca e ao mesmo tempo dando a refrescância necessária. Seus olhos marejaram pela segunda vez naquele dia, mas não era de tristeza e sim de raiva.

Maldito sábado que parecia não querer que nada desse certo.

Largou o colher em cima da pia e cogitou deixar aquele sorvete horroroso ali mesmo, derretendo, para logo depois ser jogado no lixo. Entretanto, desperdício não estava na sua lista, o que fez com que o acastanhado guardasse o pote no congelador novamente.

Bagunçou sua franja, deixando as mechas verdes ainda mais misturadas entre seus fios castanhos. Caminhou até os fundos da casa, deitando-se na rede que ficava presa entre as duas árvores plantadas no quintal. Desviou o olhar para a pequena casa na árvore que haviam construído para Taekwon, desejando mentalmente que eles resolvessem voltar ainda no sábado.

Sentia falta do sorriso dos dois.

Sentia falta da casa agitada.

Era muito egoísmo de sua parte amá-los daquela maneira tão intensa e desejar que eles fossem só seus?

Os pensamentos e a brisa daquele início de tarde fizeram o Kim fechar os olhos e entregar-se ao sono. Estava exausto e sequer havia notado isso.

 

- B -

 

“Jeongguk.” Sua mãe o chamou de repente, tirando sua atenção da cena adorável que era seu filho e seu pai brincando como duas crianças serelepes.

Era incrível o que uma criança fazia na vida dos adultos.

“O que foi? Precisa de ajuda em algo?”

“Não.” Ela sorriu serena e sentou-se ao lado do moreno, olhando para o céu. “Sua preocupação com o Taehyung é evidente, por que não volta para casa?”

O Jeon umedeceu os lábios, suspirando. “Ele parecia… Não sei, parecia que ele precisava ficar sozinho, então não quis forçar.”

“Alguma vez Kim Taehyung quis ficar sem você, meu filho? Melhor, sem vocês.”

“Eu sei que não, mas-”

“Faça uma surpresa para ele, hm?” A gentil mulher levou sua destra até as madeixas do moreno, acariciando como se ele fosse uma criança outra vez. A diferença é que ele era apenas a sua criança; sempre seria.

“Tudo bem…” O Jeon mordeu o lábio inferior, pensando nas coisas que poderiam surpreender Taehyung com o curto intervalo de tempo que possuía.

“Se você quiser deixar o Taekwon aqui para uma noite… especial.” Ela riu baixinho, um brilho malicioso apossando as orbes negras.

Jeongguk revirou os olhos. “Eu não vou transar com ele, mãe.”

“Por que não?”

“Porque não é de sexo que ele precisa no momento. E mesmo se isso fosse rolar, Taekwon tem um sono muito pesado e nunca atrapalhou antes.”

“Eu não acredito que vocês transam com seu filho dormindo no quarto ao lado!” O olhar incrédulo da mulher parecia até sincero, mas era possível notar o tom debochado.

“Como se você nunca tivesse feito isso antes.” Jeongguk esfregou as mãos na calça e deu um sorriso fofo para sua mãe.

“Mas é horrível para gemer, não? Aposto que você-”

“Mãe!” O Jeon a interrompeu, censurando com o olhar. Aquele tipo de conversa não era o que ele tinha em mente. Aquele tópico ele passava longe, mas a mulher sempre dava um jeito de saber da sua vida sexual. “Corta essa, por favor. Não vou discutir gemidos com você.”

A mulher sorriu de volta. “Mas eu falei sério. Se quiser deixar ele aqui, não há problema algum.”

“Vocês são os avós mais babões que eu conheço.” O moreno levantou-se e deixou um beijo gentil na testa da mulher de tez alva. Eram tão parecidos fisicamente, sendo impossível negar a ligação. “Mas meus planos envolvem meu pequeno filho, portanto vou recusar a oferta.”

“O que você tem em mente?”

Jeongguk sorriu. “Do que o Taehyung mais gosta, mãe?”

“Hm…” Ela pareceu pensar um pouco, fazendo algumas caretas sutis. “Família e comida.”

“Exato.” O Jeon, então, deu as costas indo na direção de seu pai e de Taekwon. Observava o mais velho girando a criança e depois o erguendo no colo. O sorriso estampado em ambas as feições indicavam o quanto aquilo era prazeroso e perfeito para uma tarde de sábado qualquer.

Taehyung não precisava de nada muito absurdo naquela tarde de outono, apenas do amor deles e um pote de sorvete sabor chocomenta.

E Jeongguk estava disposto a lhe dar isso.

 

- B -

 

“Papai, o que nós iremos fazer?” Taekwon balançou a mão de Jeongguk ao passo que o moreno entrava consigo dentro do supermercado.

“Hm…” O Jeon parou em um canto, agachando-se perto do menor e arrumando suas madeixas bagunçadas. “Eu quero fazer uma surpresa para o papai Tae, você vai me ajudar?”

Taekwon tombou a cabeça para o lado, uma expressão curiosa formando-se em seu rosto gentil. Havia adquirido aquele hábito de Taehyung e conseguia ficar ainda mais adorável que o pai. O pequeno podia não ser filho de sangue de ambos, mas era inegável os vícios que possuía.

“Papai não gosta de surpresas!” Um biquinho fofo manifestou-se e o Jeon conseguiu apenas rir, pois até aquilo ele havia pego do Kim.

“Mas essa ele vai gostar, eu juro!”

“Posso ir dentro do carrinho?” perguntou, apontando para uma garotinha que estava sentada dentro do carrinho de supermercado.

O sorriso de Jeongguk alargou-se, lembrando do quanto ele gostava de seu pai o empurrando dentro do carrinho e do quanto eles se divertiam quando era apenas os dois ali, fazendo compras. Sua mãe resmungava que eles faziam barulho demais e por esse motivo resolveu não acompanhá-los mais nas compras pequenas.

Adorava voltar a ser criança.

“Claro que sim!”

“Oba!” Taekwon pendurou-se no pescoço do Jeon, apertando as mãozinhas contra o tecido grosso do moletom, indicando que queria colo até o carrinho.

Jeongguk derretia-se com os pequenos gestos do mais novo e ele nunca na vida achou que poderia amar alguém naquela intensidade. Amar Taehyung e Taekwon era algo prazeroso e que aquecia seu peito; era um sentimento indescritível e que ele não tinha pretensão alguma de deixar esvair-se por entre os seus dedos.

Pegou um dos carrinhos do supermercado e colocou o mais novo dentro, deixando que ele se divertisse enquanto passeavam pelos corredores de bebidas. Ele já tinha em mente do que precisava para agradar Taehyung, mas não seria de todo ruim comprar mais algumas coisinhas, certo?

Parou perto dos industrializados, deixando que Taekwon pegasse o que tivesse vontade e, caso fosse algo que ele não pudesse consumir ou que Taehyung o mataria caso ele comprasse, logo seria retirado do carrinho.

Fizeram isso por todo o supermercado e vez ou outra o Jeon corria com o carrinho pelos corredores vazios, arrancando pequenas gargalhadas do mais novo. Era maravilhoso ver o sorriso estampado no rostinho do pequeno, divertindo-se com algo tão simples. Anotaria mentalmente para levarem-no ao supermercado novamente da próxima vez.

Enfim chegaram nas geladeiras, procurando pelo pote certo de sorvete. Ao avistá-lo, Jeongguk notou estar com sorte; havia apenas um e definitivamente seria seu. Colocou a mão para abri-la, mas surpreendeu-se quando alguém fez o mesmo.

Desviou o olhar e reconheceu de imediato a pessoa.

“Se você pegar o sorvete que eu penso que você vai pegar, eu esgano você!” rosnou.

“Mais respeito comigo que eu sou seu hyung, moleque!” falou, mas soava divertido e nada ofendido.

O Jeon apenas revirou os olhos. “Jimin, tem um maldito pote de sorvete de chocolate no meu congelador! Você sabe que o Taehyung odeia aquilo!”

“Oh!” O Park riu e esfregou a nuca. “Então é lá que está o sorvete que comprei essa semana?”

“Anda, tira a mão daí que eu quero pegar o sorvete.”

“Mas-” Jimin mordeu o lábio inferior e desviou os olhos para Taekwon, sentado dentro do carrinho e mexendo nas próprias mãozinhas, esperando pacientemente seu pai sair do local em que estavam. “Hoseok quer morango e Yoongi quer chocomenta.”

“E eu tenho um marido em crise.”

“Ele me ligou ontem…” O Park soltou vagarosamente a porta da geladeira e Jeongguk acabou por imitar o gesto. “Você sabe que na segunda ele já vai estar melhor, certo?”

“Ele nunca passou por isso antes…” Jeongguk encostou na geladeira, suspirando pesadamente. “Eu realmente achei que ele fosse pirar.”

“Com vocês dois ao lado dele? Duvido muito.”

O Jeon sorriu de canto. “Eu só não quero que ele se cobre demais, entende? Eu não vou a lugar algum e não sei se ele sabe disso.”

“Apenas diga isso a ele, oras.” Jimin sorriu e empurrou o Jeon, pegando um pote de sorvete de morango e o de chocomenta, entregando para o moreno. “E trate de mimá-lo bastante.”

“E o Yoongi?” riu com a atitude.

“Eu não posso agradar dois namorados ao mesmo tempo, ele que se contente com sorvete de morango. Quem não gosta de sorvete de morango?” revirou os olhos.

“Obrigado.” O Jeon agradeceu e sorriu gentilmente, deixando Jimin um tanto envergonhado. Aquela atitude não era rara, mas sempre pegava os mais velhos de surpresa.

“Aish! Você é muito fofo!” empurrou de leve o ombro do mais novo e colocou a mão na frente do rosto, evitando mostrar sua timidez.

Jeongguk franziu o nariz. “Vemos você amanhã, Jiminnie?”

“Sim!” O Park aproximou-se do carrinho e deixou um beijo na bochecha de Taekwon, bagunçando as madeixas macias do pequeno – as mesmas que o Jeon havia arrumado minutos atrás. “Sabe que eu e a Hyojoo vamos acabar com os sorvetes da casa, certo?”

“Você estraga sua filha só pelo fato dela gostar de sorvete de chocolate!”

“Ei!” Jimin fez um bico fofo e cruzou os braços.

Jeongguk ignorou o momento adorável e deu as costas, prestes a ir embora. Contudo, uma ideia repentina passou por sua mente.

“Jimin” chamou o mais velho, virando-se para encará-lo.

“O que foi?” questionou curioso.

“Vocês estão livres hoje de noite?”

“Hoje? Sim, por que?”

“Há muito tempo nós não nos reunimos… Sempre algum de nós não pode por causa do trabalho ou coisa do tipo” suspirou.

“Você tem razão.” Jimin cruzou os braços e desviou o olhar para o menor, sentado no carrinho e mexendo nos pacotes de salgadinho. “O que acha de oficializarmos o dia de hoje, 29 de outubro, como o nosso dia?”

“Eu não quero um relacionamento contigo, Jiminnie. Você tem dois namorados, para de ser guloso.”

O Park revirou os olhos. “Para de ser besta, Jeon. O que me diz?”

“Todo dia 29 de outubro nós faremos algo só nosso?”

“Exato!” Jimin sorriu, fazendo seus olhos desaparecerem e dando aquele ar de criança, na qual tudo o que você queria era colocá-lo em seu colo e mimá-lo.

Fofo.

“Acho que está mais do que na hora de termos algo assim.” Jeongguk não era fã de muito contato, mas sabia que tanto Jimin quanto o Kim presevam isso a sua maneira; gostavam de demonstrar as coisas com pequenos gestos. Por isso, ele aproximou-se do mais velho e o abraçou. “Obrigado pela ajuda. Passa lá em casa por volta das seis, pode ser?”

“Ok…” O Park ficou sem entender o motivo do abraço repentino e do agradecimento, mas sentia-se satisfeito, pois todos sabiam como era difícil para o Jeon dar muita abertura em certos assuntos. “Precisa de algo?”

“Sim, roupas de dormir ou pijamas. Não esqueça dos gêmeos.”

“Você pretende dar uma festa do pijama?” riu com a ideia.

“Eu pretendo fazê-lo feliz com o que ele mais gosta.” O moreno sorriu de canto e acenou, dessa vez saindo de fato das vistas de Jimin.

O loiro achava admirável o modo como o relacionamento dos dois caminhava, mas sabia que nenhum deles seria feliz se não fosse daquela forma.

“Dois idiotas” murmurou para si mesmo, sentindo o celular vibrar em seu bolso. Pegou o aparelho e sorriu para a tela ao ver que era Yoongi. “Alo?”

“É só um sorvete, Jiminnie, por que está demorando tanto?”

“Os planos mudaram, hyung. Peça para o Hobi arrumar a Hyojoo e fiquem prontos, daqui a pouco estou aí.”

“Como é que é? Mas eu não-”

“Tem um bom motivo e eu explico depois. Peguem pijamas ou roupas de dormir, tanto faz. Ligue para o Jin e avise-o para preparar os gêmeos do mesmo modo e nos encontrar em casa.”

“Você está mandão demais!” resmungou do outro lado da linha.

“Aish! Você quer sorvete ou não?”

“Está bem… Não demore muito, ok?”

Jimin riu soprado e encerrou a ligação. Compraria mais algumas porcarias e daria um jeito de tornar a missão do Jeon um verdadeiro sucesso.

Taehyung era amado por todos que estavam à sua volta e ele não deveria esquecer aquilo nunca em toda sua vida. E agora, ainda teriam um dia só deles.

 

- B -

 

Jeongguk estacionou na garagem de casa e pegou as compras. Não eram muitos, além de ter ajuda do pequeno Taekwon para carregá-las. Ambos entraram na casa sem fazer muito barulho, pois no carro ele havia pedido para que mantivessem tudo em segredo até a hora certa.

Seu filho era muito bom em obedecer, ainda bem. Aceitou todas as condições de bom grado, desde que ele pudesse comer umas porcarias a mais naquele dia em especial.

Uma exceção apenas.

O Jeon tratou de guardar tudo no seu devido lugar em um absoluto silêncio. A casa por si só parecia estar vazia, mas ele sabia que Taehyung estava nos fundos devido a porta aberta da cozinha.

“Vem!” O moreno esticou a mão para o filho, que a segurou com força no mesmo instante. Sua mãozinha pequena fazia o Jeon querer mordê-lo e apertá-lo, mas se continha ao máximo, pois aquilo causava cócegas no mais novo.

Ambos chegaram aos fundos da casa e notaram um Kim sereno, dormindo tranquilamente na rede debaixo da sombra agradável causa pelas árvores. Ele ficava ainda mais lindo daquela forma, e Jeongguk se perdia facilmente nos traçados belos do acastanhado.

Seu coração batia descompassadamente apenas de vê-lo, sentindo-se um adolescente apaixonado outra vez. Questionava-se de quando esses sintomas sumiriam de vez, pois toda vez que o via era dessa forma. Entretanto, tinha certeza que seria sempre assim, afinal, pretendia amá-lo por quanto tempo o Kim permitisse.

Agachou-se na frente se Taekwon, acariciando suas bochechas. “Vai acordar o papai como você sempre faz, ok?”

O pequeno apenas assentiu, andando rapidamente na direção de Taehyung, escalando gentilmente a rede e jogando-se em cima do corpo do mais velho. Envolveu o acastanhado em um abraço gostoso, até onde seus bracinhos o permitiam, fazendo o Kim despertar com o peso a mais em cima de si.

“Hey!” Taehyung respondeu manhosamente, piscando algumas vezes e se esticando todo. Abraçou Taekwon de volta, ousando fechar os olhos outra vez. “Está sozinho aqui? Cadê seu pai?”

“Sentiu nossa falta?” O Jeon aproximou-se da rede, puxando a cadeira de madeira que envolvia a mesa redonda utilizada apenas nos finais de semana.

“Deixo assim tão óbvio que queria ver vocês?” riu baixinho.

“Papai está me apertando!” Taekwon resmungou, mas não ousou sair do lugar onde estava, confortavelmente deitado no peito do mais velho ganhando carícias em suas madeixas negras.

Jeongguk riu alto. “Seu filho acabou de te dar a resposta.”

“É tedioso demais ficar sem vocês aqui…” sussurrou.

O moreno apenas sorriu e afastou algumas mechas verdes da testa do Kim. Observava-o com atenção, perdendo-se na beleza alheia. Sua mente vagava para todos os incontáveis momentos que eles passaram juntos desde que se conheceram, até formarem a família atual que possuíam.

“Por que está me olhando assim?” O acastanhado questionou em quase um sussurro, mas totalmente audível para os três ali.

“Porque o papai Gukkie é apaixonado pelo papai Tae!” O pequeno respondeu com um sorriso travesso no rosto, mostrando os dentinhos como quem diz que sabe o que está falando.

Taehyung corou com aquilo, embora soubesse disso e devesse estar acostumado. Enquanto o Jeon apenas paralisou diante da revelação, mesmo que aquilo fosse a coisa mais óbvia do mundo.

“E onde você aprendeu isso?” Os dois perguntaram juntos, um tanto incrédulos.

“Vovó que me contou!”

Jeongguk revirou os olhos. “Minha mãe é impossível!”

“Mas ela não contou nenhuma mentira, certo?”

“Bom…” O Jeon inclinou-se, deixando seu rosto mais perto do Kim e encarando-o com um sorriso bobo no rosto. “Ela esqueceu de mencionar que eu sou louco por você, que eu te amo com cada célula existente no meu corpo e eu não saberia viver um segundo do meu dia sem você.”

Taehyung parecia surpreso, mas logo ele umedeceu os lábios e deixou seu sorriso retangular tomar conta de suas feições. Resvalou a ponta de seu nariz contra o do moreno, arrancando-lhe um sorriso ainda maior. Encostaram ambas as testas, fechando os olhos.

“Você sabe que sem você eu desmoronaria. É impossível não te amar, Jeongguk. E eu não sei que espécie de feitiço você tem que me deixa maluco e faz eu desejar te ver todos os segundos do meu dia, mas saiba que é muito eficaz. Eu te amo demais.”

“Eu também amo o papai Gukkie!” O pequeno intrometeu-se, balançando os pezinhos em cima do corpo do Kim.

O moreno deixou um selar suave nos lábios de Taehyung, abrindo os olhos e afastando-se minimamente. Sorriu na direção de seu filho, dando-lhe um beijo na bochecha saliente e macia.

“Ei!” Taehyung inflou as bochechas, fazendo uma cara emburrada. “E eu?”

“Eu também amo o papai Tae!” O mais novo respondeu empolgado, remexendo-se em cima do corpo do Kim.

O mais velho abraçou o corpo menor em cima de si, esfregando o nariz no topo de sua cabeça, na qual emanava o agradável cheiro de xampu de morango. Podia passar o resto do seu dia naquela perfeita posição, apenas amassando seu filho.

“Você irá esmgalá-lo outra vez, amor.” O Jeon riu baixinho, afrouxando os braços do companheiro em volta do corpo do filho. Se dependesse de Taehyung ele expressaria todo o seu sentimento com seus abraços apertados. “Vamos, está na hora de você levantar.”

“Por qual motivo? Eu não tenho interesse de sair dessa rede, já que o dia de hoje começou a melhorar apenas agora” murmurou um tanto manhoso.

“Por que o papai tem uma surpresa!” O menor colocou as mãozinhas na boca, rindo da pequena escapulida que dera em relação ao segredo.

Adorável.

“Tira ele do meu colo antes que eu o amasse mais uma vez!” pediu.

“Babão.” Jeongguk riu e pegou Taekwon em seu colo, sentindo os bracinhos do menor rodeando seu pescoço. “Você quase contou o nosso segredo” falou para o menor, acariciando seus cabelos.

“Diculpa!” Um bico fofo adornando seus lábios enquanto ele escondia o rosto na curvatura do moreno.

“Mas ele é muito fofo, Jeon!” O acastanhado espreguiçou-se, levantando-se da confortável rede. “E que história é essa de surpresa? Sabe que não gosto disso.”

Jeongguk revirou os olhos. “Aprecie o que seu marido está fazendo por você, sim?”

“Mas o que é?” perguntou emburrado, rodeando a cintura do mais novo por trás, fazendo caretas para Taekwon. O menor ria, divertindo-se com o pai que fugia de seus toques.

“S u r p r e s a” pronunciou cada uma das letras pausadamente, sentindo a quentura confortável de ter os dois perto de si.

Anos atrás, quando conhecera o Kim, jamais imaginou que sua vida transformaria-se em algo familiar como aquilo. Desejava ter um único filho, sim, mas não imaginava que enfrentaria todos os preconceitos e construiria sua estrutura, seu pilar, sua vontade e amor, com Taehyung. Tampouco imaginava que eles conseguiriam fazer tudo dar certo em meio as dificuldades que passaram.

E era isso que ele queria provar para o mais velho, que um dia eles enfrentaram coisa pior, mas que parecia consideravelmente mais leve por estarem juntos. Portanto, mesmo que ele não possuísse mais um emprego – que talvez nem o fizesse tão feliz assim –, ele podia se apoiar no Jeon, em seus amigos, na sua família.

Todos ali tinham única e exclusivamente um grande ponto em comum: amavam Kim Taehyung do exato jeito que ele era. Da sua mais bela essência.

“Certo, certo.” O mais velho soltou a cintura do mais novo, deslizando os dedos finos pelo tecido de sua camiseta e deixando seu corpo abandonar o calor alheio. “Sei que não vou arrancar nada de você com toda a sua determinação. O que devo fazer então?”

“Suba e tome um banho, coloque aquela calça moletom que você gosta e algum blusa confortável.”

“Seu pai está bem mandão hoje” sussurrou para o pequeno, mas Jeongguk conseguia ouvir perfeitamente.

O mais novo colocou Taekwon no chão, deixando que ele corresse até o balanço que haviam prendido recentemente perto da casa na árvore. Assim, o Jeon puxou Taehyung pela cintura, findando qualquer distância entre os dois, roçando de leve seu nariz no maxilar alheio.

“Eu prometo que valerá a pena…” murmurou, um selar casto sendo deixado nos lábios rosados que curvavam-se em um sorriso gentil com os pequenos toques.

O Kim assentiu, dando-lhe um beijo leve, nada muito prolongado apenas pela presença do menor ali. Ousou olhar Jeongguk por alguns segundos, tentando captar toda e qualquer mensagem que as orbes escuras e brilhantes pudessem lhe dizer.

Todo dia ele via a mesma coisa.

Todo dia ele sentia a mesma coisa.

Todo dia Jeongguk lhe provava sem palavras o quanto o amava.

O que mais Taehyung precisaria em sua vida, sendo que seu mundo inteiro estava bem ali, naquele pequeno espaço? Eles eram tudo o que ele precisava, tudo o que tinha, tudo o que escolhera querer.

 

- B -

 

Enquanto Taehyung tomava um relaxante banho de banheira – na qual Jeongguk insistiu muito, apenas para que o mais velho demorasse mais no banho –, o Jeon começou a arquitetar seu plano.

Não era nada grandioso, apenas queria ver o Kim sorrindo até suas bochechas doerem tamanha felicidade. Sabia que ele podia ter deixado aquele momento apenas para os três, mas tinha consciência do quanto ele amava a casa cheia, do quanto seus amigos eram importantes e do quanto crianças correndo de um lado para o outro o faziam babar ainda mais.

Assim, Jimin chegou com Yoongi, Hoseok e Hyojoo no horário combinado, bem como Namjoon e Seokjin, seguido dos gêmeos, Chanhyuk e Soohyun, vestidos respectivamente de Mario e Peach.

“Sério mesmo, hyung?” O mais novo questionou ao ver as roupas dos dois.

“O que? Todo mundo sabe que eu adoro Mario e felizmente eu adotei um casal, então…” deu de ombros.

“Não questione, apenas aceite.” Namjoon sussurrou ao passar pelo mais novo.

As crianças logo foram para os fundos da casa, procurando por Taekwon. Aquele era o ponto favorito delas, principalmente pelo grande espaço e pelos brinquedos espalhados. Sabiam que deviam aproveitar o quanto antes, pois quando finalmente anoitecesse, eles precisariam entrar devido ao vento mais gelado do outono.

“Então…” Jimin jogou-se no costumeiro sofá roxo, em formato de U, que ocupava boa parte da sala, esfregando seus pés no tapete branco e felpudo. “Qual o seu plano e cadê o Tae?”

“Meu plano é: façam o de sempre, com a diferença de que vocês vão dormir aqui.” O Jeon pegou todos os aperitivos que havia selecionado no supermercado e despejou na mesa de centro. “E ele está no banho.”

“Você nunca quis ninguém dormindo aqui.” Yoongi pontuou.

“Isso é porque esses dois” apontou para Hoseok e Jimin fazendo cócegas um no outro, “combinados com o Tae, são barulhentos demais.”

“Como se você próprio não fosse!” Seokjin pontuou com um sorriso travesso.

De hyung ele não tinha nada, pois conseguia ser mais criança que os próprios filhos.

“Vem comigo, hyung.” Jeongguk o ignorou, levantando-se e parando na frente da escada. “Vem logo, você vai adorar a ideia.”

O olhinhos do mais velho brilharam e ele saiu correndo, fazendo Namjoon suspirar e soltar um riso baixo.

“Quer apostar quanto que eles vão destruir algo ainda essa noite?”

“Esse patamar é seu, Nam.” Hoseok comentou, ganhando um soco em seu braço. “Ai, não me agride, esses dois já fazem isso o tempo todo!”

“Vou por o karaokê, ok?” O Min se levantou e ajeitou os aparelhos na televisão que ocupava boa parte da parede, ligando-a. “Mas já aviso que eu não vou cantar de novo!”

“Ah!” Yoongi levantou-se e enlaçou a cintura do menor, passando a ponta do nariz por sua orelha. A respiração quente fazia os fios esverdeados de sua nuca se arrepiarem. “Qual é, amor. Canta comigo, vai?”

“Vou me preparar para ficar surdo outra vez.” Jimin murmurou sem muita discrição.

Os dois eram péssimos cantando, um verdadeiro show de horror quando tentavam atingir as notas mais altas. Era rir para não chorar daquilo.

“Eles até que cantam bem.” Namjoon deu de ombros ao comentar.

“Viu?” O sorriso de Hoseok se alargou e ele puxou Yoongi para o seu colo ao sentar-se no braço do sofá. “Desde que ao menos uma pessoa nos aprecie cantando, faremos isso.”

O Min fez uma careta e olhou para Jimin, implorando para que este o salvasse daquela tortura que ele não estava disposto a passar.

“Vire-se, meu amor. Você é minha menta favorita, mas não vou te ajudar nessa.”

“Vocês dois acabam virando o sorvete favorito do Taehyung.” Namjoon comentou, pontuando o contraste entre os cabelos.

“Chocomenta.” Os quatro falaram juntos.

“É bom que-” Yoongi começou a se manifestar, mas foi interrompido pelo baque alto atrás dele.

Viraram-se e deram de cara com Seokjin rolando de rir em cima do colchão de casal. A risada tão familiar preenchendo o ambiente, enquanto ele abraçava a própria cintura, sentindo a falta de ar lhe dominar.

“O que diabos-?” Namjoon correu até o outro e olhou para o topo da escada, vendo Jeongguk rindo igual ao mais velho. “O que vocês dois estão fazendo?”

“Ai…” Seokjin sentou-se no colchão e Jeongguk desceu rapidamente as escadas, tentando não rir mais ainda da cena. “A ideia é deslizar no colchão escada abaixo, mas-”

“Hyung, você é muito ruim nisso!”

Namjoon aliviou-se que não era nada muito absurdo, apenas uma ideia maluca dos dois que, pelo visto, seria colocada em pratica mais algumas vezes.

“Taehyung vai te matar por isso, não vai?”

“Claro que não, é o colchão que usamos para os meus pais dormirem aqui, então…” deu de ombros.

Seokjin levantou-se e pegou o colchão, subindo as escadas novamente e ajeitando-o no topo. Os demais o seguiram, causando uma confusão sem tamanho lá em cima, brigando por quem seria o primeiro. Apenas Yoongi retornou ao andar debaixo, chama do os pequenos para participarem – com muita segurança, é claro.

Jeongguk retornou ao quarto e encontrou Taehyung já pronto, trajando sua calça moletom preta favorita e uma blusa larga do Jeon que ele tanto adorava; estava olhando um desenho antigo que o mais novo havia feito do Kim e de Taekwon com muita atenção. Era apenas um esboço, pois a pintura mesmo estava pendurada na parede do corredor.

“O que foi?” Ele parou ao lado do mais velho, repousando sua mão em cima da dele.

“Soa muito estranho eu querer te agradecer por tudo o que nós passamos desde que nos conhecemos?” perguntou com os olhos marejados.

“Ei.” Jeongguk o abraçou apertado, acariciando os fios castanhos e afastando-se logo em seguida, apenas para não permitir que as mechas verdes escondessem mais o belo olhar do outro. “Você já agradece todos os dias quando sorri para mim…”

“Mas-” O Kim mordeu o lábio inferior ao ser interrompido.

“É mais do que suficiente, Tae. Você sabe que é recíproco e que eu não preciso de mais nada, apenas da sua felicidade.”

“Brega” murmurou.

Jeongguk riu. “Idiota.”

“Ei!” Taehyung empurrou o peito do moreno, mas este apenas o segurou em seus braços, beijando-o docilmente.

Permaneceram daquela forma por alguns segundos, minutos talvez, até que Jimin invadiu o quarto pouco se importando em bater. Intimidade às vezes era uma merda.

“Anda logo vocês dois! Não é hora de sexo, por favor.”

Taehyung franziu o cenho. “Jimin?”

O mais novo não respondeu, apenas puxou o Kim pelo pulso para fora do quarto. Ao chegar no corredor, viu todos reunidos na frente da escada, olhando para algo que ele não entendia o que era.

“O que está acontecendo?” perguntou confuso.

“Sua surpresa começa agora.” O Jeon empurrou o mais velho para frente, tendo sua cintura rodeada pelos braços do Park.

“Quê?” Então, notando o colchão embaixo dos seus pés.

“Divirta-se TaeTae.” O amigo sussurrara antes de fazê-lo sentar no colchão macio e empurrá-lo escada baixo.

Sua queda foi pior que a de Seokjin, causando uma risada escandalosa da parte de todos.

“Caramba, ele foi pior do que o Jin!” Namjoon comentou, rindo sem parar da cena.

O Kim levantou-se, afastando a franja de seus olhos com uma bufada e ajeitando a camiseta larga. Olhou para cima com quem diz que irá matar cada um deles.

“Quando eu subir aí, eu vou esganar vocês.” Ele pegou o colchão e arrastou escada acima, colocando-o no lugar novamente.

“Não vai não, TaeTae.” Jimin o abraçou e se jogou no colchão, fazendo ele deslizar novamente, com os dois tortos e berrando.

“Jiminnie!” O acastanhado debateu-se nos braços alheios, mas não conseguia conter o riso.

Jeongguk sentia que parte do seu objetivo estava sendo cumprido, precisando apenas que eles permanecessem daquela forma pelo resto da noite.

E foi exatamente isso que fizeram.

Entre as deslizadas pela escada, misturada com as risadas dos adultos e das crianças eles se divertiram por horas sem sequer notá-las passar.

“Hyung, eu quero ouvir você cantar!” Taehyung pediu de um jeito manhoso, cutucando Yoongi até ele ceder.

“Se o Taehyung não conseguir, ninguém mais consegue.” Jimin balbuciou.

“Como pode o namorado dos dois ceder ao que o Tae quer, mas não ceder a vocês?” Jeongguk perguntou um pouco incrédulo, mesmo sabendo que era difícil resistir ao jeito meigo do Kim.

“Porque ele nos conhece o suficiente e sabe que não somos assim tão insistentes, mas o Tae…” Hoseok murmurou, suspirando com a cena fofa do outro fazendo aegyo e ganhando um olhar de julgamento do Min.

“Mas ele nem insiste tanto assim.” O Jeon comentou.

Os demais riram ao ouvir aquilo, atraindo a atenção de todos na sala para si.

“O que? Ele nunca insisti comigo!” confessou.

“Taekwon.” Namjoon chamou o menor, que logo estava sentado em seu colo. “Conta pro tio Nam, como o papai Gukkie é perto do papai Tae?”

O pequeno pendeu a cabeça para o lado, parecendo pensar por alguns segundos. Desviou o olhar para Taehyung e depois para Jeongguk, sorrindo largo e mostrando as janelinha que possuía na lateral, onde um dos dentes de leite havia caído.

“Papai Gukkie faz tudo o que o papai Tae quer!” falou, balançando as perninhas e ganhando um afago em suas madeixas.

“Obrigado, pode voltar a brincar.” O mais novo saiu do colo de Namjoon, sentando-se no chão ao lado de Hyojoo, e tornando a mexer no quebra-cabeça que os quatro montavam.

“Seu filho respondeu por todos nós!” Seokjin comentou, rindo da cara pasma do Jeon.

“Amor…” Taehyung sentou-se em seu colo, deixando um beijo singelo em sua testa. “Achei que isso fosse bem óbvio.”

“Tae!” censurou o mais velho, afastando-o de seu colo e deitando-se ao lado do filho. “Vocês são ridículos.”

“E você um bobo apaixonado!” Jimin falou alto.

“Tio Gukkie é um bobo apaixonado!” Hyojoo comentou, virando de barriga para cima com um sorriso adorável no rosto.

“Quem disse?” Jeongguk já nem se impressionava mais, parecia que todos ali sabiam de sua vida, até mesmo as crianças.

“Vovó Minji!” Os gêmeos responderam.

“Eu vou esganar a minha mãe!” O moreno grunhiu, passando a mão nas madeixas.

Sua mãe era considerada a avó de todos os meninos ali, pelo simples fato de que ela amava crianças e todos os seus amigos. No entanto, ele não imaginava que dla tinha a audácia de falar sobre si para quem quisesse ouvir, principalmente sobre o quanto ele era óbvio em relação ao seus sentimentos.

O mais novo desviou o olhar dos gêmeos para o acastanhado deitado no sofá, de ponta cabeça. As madeixas bagunçadas e o sorriso retangular dominando sua face angelical.

Realmente, Jeongguk podia ser considerado como ‘completamente de quatro por Taehyung’ na sua mais pura essência. Babava quase que literalmente desde o dia que colocou os olhos no Kim.

Ele era lindo; uma obra de arte que jamais poderia ser eternizada, pois nada fazia jus aos traços bem delineados, a tez acobreada que clamava pelo dedilhar dos seus dedos e pelo olhar intenso que lhe dizia tanta coisa.

Droga, eu não sei mesmo disfarçar.

“Céus, ele nem disfarça!” Yoongi resmungou, levantando-se e pegando o microfone em cima da mesa de centro, em meio a bagunça de salgadinhos que sobraram, já frios devido o passar do tempo. “Eu vou cantar uma música só. Velha logo, Hobi, antes que eu desista!”

“Gente, ele vai cantar!” Hoseok levantou-se de súbito, puxando Jimin consigo e enroscando-se nele, com o outro microfone em suas mãos.

A cantoria desafinado e o riso contagiante do Park espalharam-se pela casa. A uma música apenas do Min, transformou-se em uma sequência de tentativas de alcançar uma pontuação maior, revezando com sua filha e os demais participantes.

Taehyung apenas observava tudo, sentando-se em cima da cintura do Jeon e massageando suas costas com os toques de seus dedos finos contra a pele alheia. Vez ou outra acariciava os fios de sua nuca, vendo o mais novo morder o lábio inferior evitando soltar um suspiro satisfeito.

Há muito tempo ele não se sentia assim tão bem.

As horas foram passando, o cansaço foi se tornando evidente. Namjoon estava abraçado a Chanhyuk em uma das partes do sofá. Hoseok estava abraçado a Jimin, encostados no chão, os olhos quase fechando, enquanto Yoongi e murmurava algumas coisas para Hyojoo, ainda um tanto acordada.

Jeongguk e Taehyung levantaram, afastando os móveis e trazendo travesseiros e cobertores. O tapete felpudo era macio e confortável, não mataria nenhum deles por dormir ali por uma noite.

“Finalmente!” O Jung murmura, agarrando um dos travesseiros e puxando jimin consigo, para enfim dormirem abraçados.

Seokjin deitou-se ao lado dos dois, puxando Soohyun para o seu lado. Yoongi cutucou Namjoon, mandando ele deitar no espaço ao lado do mais velho, para, logo depois, deitar-se com Hyojoo ao lado de Hoseok e Jimin.

Taekwon, inclusive, embora muito apegado aos pais, adorava Yoongi e Hyojoo, deitando-se com os dois e logo fechando os olhos.

“Não sobrou espaço para nós dois, você notou?” Taehyung sussurrou, encostando o queixo no ombro do Jeon. Ambos observavam a cena atentamente, satisfeitos com o desenrolar dela.

“Eu não pretendia dormir agora” murmurou, virando o rosto lentamente até deixar um beijo suave na bochecha do acastanhado.

“Como assim?” arqueou a sobrancelha.

O moreno entrelaçou os dedos com o mais velho, guiando-o até a cozinha e pedindo que ele se sentasse em uma das banquetas da bancada.

“Feche os olhos” pediu.

O Kim mordeu o lábio inferior em antecipação, fechando os olhos e mexendo nos próprios dedos que formigavam. O restante do dia havia sido perfeito demais, não fazia ideia de como o Jeon pretendia melhorar aquilo.

Sentiu o peito do moreno pressionar contra as suas costas, indicando que ele estava atrás de si. Suas mãos gentis deslizaram por seu braço, parando em cima das suas. A respiração quente do Jeon batia contra sua tez, causando um leve arrepio, mas extremamente sutil.

“Eu quero que se lembre sempre que cada um de nós te ama do jeito que você é, não importando a dificuldade que a gente venha a passar. Você é importante na nossa vida e, por esse motivo, nós tivemos uma ideia.”

O Kim abriu os olhos lentamente e a sua frente estava um pequeno quadro verde menta com bordas marrom, com várias polaroids, todas tiradas por Yoongi. Estavam espalhadas formando pequenos corações; eram fotos de todos eles em variados momentos.

No final do quadro, a data do dia de hoje.

“A ideia do Jimin era transformar o dia de hoje em algo nosso, que representasse a nossa amizade. Yoongi, então, achou que seria legal dar um presente para você, já que o primeiro ano aconteceu na nossa casa” explicou.

Taehyung dedilhou com cuidado cada uma das fotos. “É lindo…”

Os olhos do mais velho estavam marejados, pois nunca imaginou que o Min possuísse tantas fotos e de momentos tão variados. Sorrisos, brincadeiras, datas importantes, havia de tudo.

“O hyung é bom no que faz” murmurou.

“Eu… Eu nem sei o que dizer…” fungou.

“Não precisa dizer nada, bobo.” O Jeon contornou o balcão e retirou o quadro da frente do Kim, deixando-o no canto. “Agora tem a minha parte.”

“Por que tantos presentes?” O mais velho esfregou os olhos, limpando as lágrimas que se formaram.

“Porque você merece.” O moreno puxou a gola da blusa do Kim, trazendo-o mais para perto e selando os lábios alheios demoradamente. Aproveitou-se para aprofundar o ósculo, distraindo de sua real intenção.

Afastou-se, revelando um pote de sorvete e duas colheres na frente do mais velho.

Taehyung franziu o cenho. “Se você tirou isso da geladeira, saiba que é o sorvete de chocolate horroroso do Jimin, o que me lembra que preciso matá-lo por isso, pois eu fui atrás de algo para comer hoje e-”

Jeongguk abriu o pote, pegando uma colherada do sorvete favorito do Kim e colocando em sua boca, interrompendo a fala alheia. “Você fala demais, amor.”

O mais velho derreteu-se com o gosto refrescante da menta em sua língua, deliciando dos pequenos pedaços de chocolate que manifestavam-se em seu paladar.

“M-meu Deus, como eu senti falta disso!” balbuciou de boca cheia.

“Não deixa o Yoongi saber que eu peguei o pote que o Jimin compraria para ele.” O moreno revelou aos sussurros.

“Esse pote nem estará aqui quando ele acordar.” Taehyung pegou outra colherada, levando até a boca do Jeon e sorrindo largo para o mais novo. “Obrigado.”

“Não precisa-”

“Não.” O Kim interrompeu. “Obrigado por cada mínima coisa que você já fez por mim. Eu sei que sou inseguro e me cobro de mais, não por querer ser assim, mas por ser algo que faz parte de mim. E em momento algum você virou as costas, pelo contrário, suportou cada um dos meus problemas sem questionar, sem se cansar. Eu… Eu realmente-”

“Shh…!” Jeongguk pegou o pote de sorvete com as duas colheres e puxou o Kim pela mão, levando-o para a sala outra vez. Sentaram nos sofás, o silêncio sendo preenchido pelo ressonar dos demais. “Eu faria tudo de novo e você sabe por quê?”

“Por que?” perguntou curioso, encostando a cabeça em seu ombro e pegando mais uma colherada do sorvete favorito.

“Porque você me proporcionou tudo isso, Tae. São os seus amigos que viraram os meus amigos.” O moreno desviou o olhar para o pequeno Taekwon dormindo tranquilamente. “E eu seria incapaz de ter um filho se não fosse com você.”

Taehyung riu. “Você era um péssimo pai.”

“E você me ensinou a ser um melhor. Você não percebe, Tae? Foi você quem mudou cada um de nós aqui.” As mãos do Jeon agora acariciavam a pele macia de seu braço, um afago gentil demais. “Então somos nós que te agradecemos.”

O mais velho levou outra colherada de sorvete para sua boca, enchendo-a enquanto fungava e deixava as lágrimas escorrerem por sua bochecha. Não aguentava segurar a emoção de sentir-se amado daquela forma.

“Nós amamos você, Tae. Eu amo você” sussurrou, um beijo suave sendo depositado no topo de sua cabeça. “Para de comer o sorvete todo, criatura gulosa!”

O Kim o olhou com expressão de julgamento, roubando o pote de sorvete para si e batendo na mão do Jeon quando este tentou pegar um pouco.

“Meu sorvete!” bufou.

O Jeon ameaçou fazer cócegas, distraindo o Kim por tempo suficiente para roubar a colher de sorvete em sua mão. “Besta!”

“Ei!” Taehyung empurrou o mais novo, fazendo-o cair no sofá e olhá-lo com um sorriso bobo no rosto. “Eu também amo vocês. Eu amo muito você, Gukkie. Muito mesmo.”

“Então me dê mais sorvete!” pediu manhoso.

“E eu também amo chocomenta!” mostrou a língua para o mais novo, deixando que ele pegasse mais um pouco do sorvete. “O melhor sabor.”

“Você só precisa de amor e chocomenta para ser feliz” pontuou.

Taehyung riu e lambuzou a bochecha do moreno. “É a nossa combinação perfeita.”

E Jeongguk tinha razão, pois o mais velho não precisava de mais nada na sua vida. As coisas iam e vinham do modo que precisava ser, mas tudo estaria bem desde que ele pudesse ter aquela cena diante dos seus olhos. Procurou por algum celular jogado pelos sofás, capturando a imagem belíssima que via: todos que amava ali, dormindo tranquilamente – e um certo Jeon comendo sorvete.

Penduraria aquela bela foto para sempre ter a lembrança do dia 29 de outubro.


Notas Finais


Enfim, relevem os erros porque eu não consegui revisar - não estou em casa T-T
Depois eu revejo as minhas bizarrices.

1) O garotinho da capa (cujo nome eu não lembro), é a coisa mais fofa do mundo e representa o Taekwon;
2) Hyojoo é o nome de uma atriz, usei para fazer a filha do yoonseokmin;
3) Os nomes dos gêmeos de Namjin são os nomes dos irmãos do AKMU.

Lu,
Obrigada por ter entrado na minha vida e obrigada por ser essa pessoa incrível =)
Obrigada, também, por aguentar minhas aleatoriedades hahaha sei que eu começo uns assuntos nada a ver e você acaba embarcando nas minhas viagens, fazendo a gente conversar umas 5-6 coisas diferentes no mesmo texto.
Sou muito grata por ter te conhecido e por cada tiro que você me dá com as suas fanfics maravilhosas.
Unnie ama você! <3
Espero que tenha gostado do presente simplório, mas de coração.

Ps: o ódio pelo sorvete de chocolate é uma participação especial babscari, pois nenhuma das três gosta do sabor (eu até como, mas não super mega amo).

Comentários e favoritos fazem sempre um autor feliz!
Qualquer coisa estou no @xkookv


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