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História Amor e Música - Capítulo 5


Escrita por: Smel

Notas do Autor


Voltei mais cedo do que esperava com mais um capítulo pra vocês!!!

Vou ver se posto outro ainda hoje, ok??

Divirtam-se

Capítulo 5 - Capítulo 5


POV Molly

Eu não havia dormido nada durante a noite, consegui cochilar lá pelas seis da manhã, mas vinte minutos depois fui acordada por uma mensagem de Greg:

“Como está a minha loira favorita? Antes que você sinta falta de ficar louquinha por mim durante a aula, eu queria te avisar que hoje irei faltar, pois a minha meia irmã se acidentou. Batida de carro, mas nada grave. Estou indo passar o dia com ela. Avise os professores pra mim, ok?”

É, vai ser um dia difícil...

Eu me levantei da cama e fui me arrastando para o banheiro e tomei um susto quando me olhei no espelho. Parecia que eu era uns 20 anos mais velha, com os olhos inchados e olheiras super escuras, cabelos desalinhados e uma falta de ânimo digna de uma senhora. Me enfiei de baixo do chuveiro gelado para acordar e logo em seguida me troquei, como alguém que se troca para ir pra guerra. Coloquei uma calça de malha, uma regata branca e um casaco cinza de moletom, prendi o cabelo em um coque mal feito e fui pra aula. Eu definitivamente não estava bonita, mas eu parecia bem melhor do que eu estava... pelo menos, eu estava socialmente apresentável, enquanto a minha cabeça parecia ter sido enviada para um inferno particular.

Como demorei menos que o usual para me arrumar, cheguei na sala de aula cedo e me sentei, pela primeira vez na vida, em uma cadeira do fundo e do lado da parede, onde eu me encostei e fiquei por alguns segundos, que pareciam uma eternidade.

Alguns minutos depois, o moreno mal-encarado entrou na sala. Depois de três dias matando aula, ele resolveu aparecer. Ele se sentou na cadeira em minha frente e me encarou com um olhar curioso.

- Onde foi a noitada? – Ele sorriu.

- Que? – Eu franzi o cenho, irritada.

- A festa que você foi? Você claramente está de ressaca.

Achei melhor ignorar. Cruzei meus braços sobre a mesa e deitei minha cabeça neles. Alguns segundos depois, senti um toque gentil em minhas costas, o que me fez levantar. Era a menina que tinha me ajudado no dia anterior, enquanto estava escondida no banheiro.

- Eu sou Meghan. – Ela sorriu. – Você é Molly, não? A loira do banheiro... quer dizer... a loira que estava escondida no banheiro ontem...

Ela corou e riu, um pouco envergonhada quando percebeu o que disse.

- Sou. – Eu sorri. – Prazer em te conhecer. Sinto muito por ontem... é uma situação bem complicada, na verdade...

- Posso me sentar aqui? – Ela apontou para a cadeira ao meu lado. – Eu sei que o Greg não vem hoje e se você quiser, pode desabafar, me contar por que estava fugindo daquele cara tão... é... bonito.

- Fique à vontade. – Eu tirei minha mochila da cadeira, para dar espaço a ela, mas uma coisa me deixou entrigada. – Como você sabe que ele não vem?

- Somos amigos de infância. Tocamos na mesma banda... – Ela percebeu uma expressão curiosa em meu olhar e se adiantou a dizer. – Nunca tivemos nada... Na verdade, eu namoro o irmão dele...

Eu apenas assenti.

- Bem... Quer conversar sobre ontem? Você me parece chateada...

Eu fiz um breve resumo do meu ex relacionamento, omitindo as piores partes. A aula já tinha começado quando acabamos de conversar e ela sussurrou alguma coisa do tipo “que cara otário, desencana Molly, se ele fizer qualquer coisa, eu faço com que o Greg encha a cara dele de porrada”.

O professor de teoria musical já estava enchendo a turma de perguntas e o garoto Adams respondia todas, uma seguida da outra.

- Como é constituída a pauta moderna? Senhor Adams.

- Professor. – Ele pigarreou. – Se me permite, acho que a senhorita Evans aqui atrás gostaria de responder essa pergunta.

- Srta. Evans?

- Cinco linhas paralelas e equidistantes e quatro espaços. – Respondi desanimada.

- Exato.

Eu sorri assentindo e voltei para o meu caderno, que agora já estava todo rabiscado, com os desenhos mais variados possíveis. Essa aula durou a manhã inteira e como a aula da tarde seria no mesmo lugar, resolvi não sair para almoçar, na tentativa bem sucedida de não encontrar pessoas indesejáveis pelos corredores.

Anna, como sempre, se mostrando uma amiga exemplar, comprou um lanche e me levou na sala e lá, nós três almoçamos juntas. An, Meghan (Meg) e eu. As duas se deram muito bem, principalmente quando o assunto foi “Greg” (elas riam e faziam piadas de duplo sentido com os nossos nomes na mesma frase). Quando acabamos de comer, Anna se levantou, me deu um beijo no rosto e sussurrou “Fico feliz que você tenha encontrado uma amiga na sua turma, me deixa mais tranquila.” Eu sorri e ela saiu da sala, se despedindo de Meg.

O a matéria do período da tarde era “Particularidades da música erudita”. Foi um saco. E o professor pediu para que cada um de nós escolhêssemos dez músicas para aprendermos a tocar (cada um em seu instrumento) até o final do semestre. SOCORRO! Eu teria que me matar de tanto estudar essas músicas. Aliás, por que eu deveria aprender dez músicas clássicas, se o meu curso era de música moderna? De qualquer forma, qualquer coisa seria melhor do que enfrentar Daniel naquela noite. Então já estava certo: eu iria para a biblioteca, procuraria as dez músicas e sairia escondida para o teatro para treina-las em um grande piano de cauda branco que havia em um dos lados da plateia.

A aula acabou, eu me despedi de Meg e corri para a biblioteca, a fim de não correr riscos de encontrar com ninguém no caminho. Mandei uma mensagem para An que dizia: “Sis, estou na biblioteca, tenho um dever pra fazer com umas músicas, mais tarde irei para o teatro para treina-las. Se precisar, sabe onde me encontrar. Beijos.” E então, minha busca começou. As partituras eram imensas, com aproximadamente umas vinte folhas cada uma. Eu já conhecia muitas, pelo que ouvia meus pais tocando em casa e em concertos. Dentre as centenas de opções, escolhi as 10 que eu mais gostava de ouvir. Duas horas já haviam passado desde que eu chegara lá. Por fim, pedi para a bibliotecária xerocar todas as folhas (mais de 100) e saí do ambiente, propensa a ir pelo caminho mais longo para o teatro, para não ter que passar pelo maldito gramado.

Mas, por falta de sorte, Dan estava furioso me esperando na porta da biblioteca.

- Molly. Por que não me encontrou no lugar que marcamos?

- Por que eu não quero falar com você, Daniel. – Eu o enfrentei, tendo a certeza que poderia levar um tapa na cara a qualquer momento se a sala não estivesse tão lotada.

Notei que ele respirou fundo e contou até dez.

- Molly... Molls... Mollyzinha... – Ele se aproximou. – Minha Moll...

- Se afasta. – Dei dois passos para trás até me ver encurralada em uma parede. Droga!

- Ei, princesa... Não faz assim. – Ele chegou ainda mais perto, colocando sua mão no meu rosto. – Você sabe que eu te adoro. Me desculpa se eu te machuquei, mas é por que eu quero o melhor pra você.

- Me solta, Daniel. – Eu o empurrei. – Nada te dá o direito de vir até San Francisco pra acabar com tudo o que tava dando certo! O que, nessa sua cabeça obtusa te fez pensar que podia vir aqui?

- Molly! Eu voltei por você! Eu quero ver você feliz, você sabe disso... é tudo o que eu quero.

- NÃO DANIEL, VOCÊ QUER SE VER FELIZ, VOCÊ SÓ QUER O SEU PRÓPRIO BEM E ME USA PRA SATISFAZER OS SEUS DESEJOS SEXUAIS, E O PIOR: ME MOLDA PRA ISSO, JÁ QUE TODA GAROTA QUE FAZ O SEU TIPO TE DESPRESA POR VOCÊ SER UM NOJENTO!

Ele pareceu chocado e assustado e com um olhar psicopata pegou as folhas que estavam na minha mão e, ao ver que eram partituras, disse:

- Você ainda insiste nessa bobagem, Molly Evans? – Ele riu, sarcástico. – Quando você vai colocar nesse seu cérebro de loira que você não é boa? Quando você vai compreender que...

- Daniel! Me devolve isso agora! – Eu gritei estendendo os braços para pegar as folhas que ele segurava.

- Calada! – Ele afastou as folhas de mim e segurou meu pescoço, prendendo minha cabeça na parede – Você só fala quando eu terminar, princesa. Quando você vai compreender que você nunca vai fazer sucesso como os seus pais? Você não percebe que você nunca vai fazer com que eles se orgulhem de você? Tudo isso por que você é uma garota mimada e sem talento nenhum? Você não é boa, Molly Evans... É um lixo, na verdade.

Eu tentei puxar as folhas da mão dele.

- Opa! – Ele riu, as segurando forte. – Eu ainda não acabei. Além de morrer frustrada por não ter talento, ainda vai morrer sozinha, por que eu DUVIDO que você encontre um cara que te suporte e que suporte aquelas suas amiguinhas nojentas!

Eu tomei coragem e reuni toda a força que eu consegui para enfiar um soco no meio do olho daquele cretino.

- VOCÊ DOBRA ESSA SUA LINGUA IMUNDA PRA FALAR DA ANNA E DA ROSE, SEU CANALHA!

Nesse momento, todos da sala já tinham formado um círculo em volta de nós dois para ver a briga.

- Ótimo, então! Mas se você não vai dormir comigo essa noite, também não vai dormir com mais ninguém! – Ele jogou o bloco de folhas para o alto, fazendo com que todas elas saíssem da ordem e se espalhassem por todo o saguão, se misturando umas com as outras. – Boa sorte pra arrumar toda a bagunça que VOCÊ fez!

Ele se virou, empurrando algumas pessoas e saindo do local. Eu abaixei, levando minhas mãos ao rosto e comecei a recolher as mais de cem folhas do chão, ajudada por algumas pessoas que viram a cena. Quando recolhi todas as folhas, me enfiei no banheiro para lavar o rosto e ligar para Ann. Contei tudo o que tinha acontecido e disse que precisava ficar sozinha e que estaria no teatro. Ela, é claro, ficou possessa e disse que se eu precisasse de algo poderia acorda-la sem problemas.

Me olhei no espelho, estava mais feia do que nunca!

- Quando foi que você decidiu acabar com a sua vida, Molly Evans? – Eu perguntei para mim mesma. Respirei fundo e engoli seco. – Qualquer homem no mundo que faça você ficar feia desse jeito por tanto chorar é um tremendo cretino! – Meu olho ainda lacrimejava. – E você, Molly Evans, nunca mais vai ficar assim por homem nenhum.

Eu enxuguei as lágrimas e saí do banheiro em direção ao teatro, onde eu poderia ter paz, organizar os meus papéis e pensamentos e fazer o que eu mais amava fazer até os dedos das minhas mãos doerem tanto a ponto de eu acreditar que fossem cair. 


Notas Finais


E aí?

Mereço comentários??

Beijinhoooos!


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