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História Amor e Outras Drogas - Sou ruim no amor


Escrita por: kyoongni e monanie

Notas do Autor


Voltamos com a programação normal... Hehe

Desculpem a demora, porém, eu (Anna), estava com um bloqueio danado para revisar esse capítulo. E esta é a primeira vez que posto um capítulo de AEOD, a Pal estava postando até então... o/

Queria agradecer pelos comentários lindos que temos recebido, surtamos com eles sim! Vocês têm sido uns amores...

Alguém ficou tenso com o último capítulo? Bem, só queria avisar que era apenas a introdução, bora seguir a treta? #Bora

Boa leitura!

Capítulo 10 - Sou ruim no amor


Eu acredito que fomos predestinados, mas o ciúme tira o melhor de mim. Olha, não quero me frustrar, porém sempre comento os mesmos erros, pois sou ruim no amor.

 

✖♡ ✖

 

 

— Tudo bem, senhor Kim — disse ao passo que massageava as têmporas olhando para os carros que transitavam com velocidade pela avenida em frente ao edifício para onde Jongin, recentemente, havia se mudado com sua noiva. — Amanhã, logo cedo, eu entrego os documentos sem problemas. — Baekhyun sorriu para o vento frio, forçando uma calmaria desnecessária já que estava falando com o professor através do telefone. — Tenha uma boa noite, senhor Kim — concluiu e desligou a chamada, respirando fundo e tentando se acalmar.

Os ânimos foram atiçados por mais uma cobrança por parte do professor. Reconhecia que a falha era somente sua e isso era o que mais o irritava, pois nunca se deixou levar por lapsos de esquecimentos e atrasar com suas responsabilidades.

Após poucos minutos, sentindo a brisa fria da noite e tentando dissipar as preocupações, caminhou de volta às cadeiras acolchoadas e confortáveis dispostas de forma, agora, desorganizada na varanda espaçosa do apartamento de Yuri — a qual não estava no local. Guardou o celular no bolso da calça jeans que usava, enfiando as mãos gélidas nos bolsos do casaco preto quentinho. Chanyeol estava ali, sentado de forma encolhidinha por causa do frio e, Baekhyun não pensou duas vezes antes de dirigir-se para que pudesse se sentar ao lado do maior.

No entanto, antes mesmo de aproximar-se, Luhan foi mais rápido que si, sentando-se relaxado na única cadeira, até então vazia, ao lado de Chanyeol. Não teve outra opção a não ser se sentar exatamente em frente a eles e Jongin e, ao seu lado, Junmyeon parecia digitar rapidamente alguma mensagem em seu celular.

Baekhyun sentia uma pequena falta do mais novo por perto. Sabia que Chanyeol estava logo ali, porém queria sentir ao menos um pouquinho do calor do corpo maior que o seu. O tempo que passaram juntos mais cedo, foi tão bom que desejou que não tivesse acabado. Chanyeol estava o viciando em sua companhia e isso significava que era muito bom estar com ele, confessava. Sentiu como se tivesse perdido uma oportunidade para Luhan, quando este foi mais esperto que si, tomando o lugar que, secretamente, desejava: ao lado do Park. No entanto, seus pensamentos amorosos foram dissipados quando Jongin se pronunciou sobre um assunto não muito agradável — pelo menos não para Baekhyun naquela noite.

— Não acho que fui bem no meu relatório. O caso não foi finalizado e, por causa do tempo, eu tive que fazer com o material que tinha. Mas estou confiante e consegui entregar no prazo. — Jongin dizia encolhendo-se no casaco que usava e ponderando, pois, temia ficar chateado, de novo, pela falta de agilidade no caso que pegara. Era o trabalho mais importante do final de semestre e, todos os alunos se dedicavam tanto naquilo. — Como foi o de vocês?

Jongin direcionou a pergunta aos dois amigos que estavam à sua frente — Baekhyun e Junmyeon —, únicos disponíveis para um diálogo no momento, visto que Chanyeol e Luhan estavam entretidos com algo que parecia muito interessante no celular deste último. Cena que não pode ser ignorada por Baekhyun. Porém, tentou concentrar-se nas palavras de Jongin e lembrou-se do fiasco de irresponsabilidade que tivera. Sua nota seria reduzida e aquilo poderia o prejudicar futuramente. Junto, lembrava-se que tinha que terminar o quanto antes.

Chanyeol e Luhan riam baixinho, além de estarem bem próximos um do outro para compartilhar o que se via na tela do celular. E, por mais que Baekhyun esforçasse não demonstrar ou até mesmo não se importar com ciúme — o que estava sendo cada vez mais recorrente —, naquele momento, contê-lo não foi algo possível. No instante em que Luhan proferiu um “você vai me levar, Yeol!” juntamente a um leve tapa na coxa do moreno, Baekhyun não pode evitar um revirar de olhos e um pequeno bufar. Foi um ato automático de descontentamento.

— O meu ficou razoável. Por pouco não consegui entregar hoje. — Junmyeon pronunciou-se simplista, sem perceber a cena de ciúme que se desenrolava logo ali, ao seu lado. Baekhyun ajeitou-se na cadeira tentando prestar atenção ao que o amigo dizia, mas não conseguia desviar o olhar de Chanyeol e Luhan. Junmyeon guardou o aparelho de celular e direcionou sua atenção a Baekhyun. — Qual foi o seu caso, Baek? — perguntou, porém não obteve resposta. Olhou mais atentamente para Baekhyun a procura do motivo de seu silêncio, verificando que o loiro nem mesmo olhava para si. Junmyeon estralou os dedos em frente ao rosto de Baekhyun, como forma que encontrou de acordá-lo do transe que julgava o amigo encontrar-se. O loiro ergueu a sobrancelha, inquieto na cadeira, desviando sua atenção e tentando assimilar a pergunta que lhe foi feita. Ficou encarando Junmyeon com a expressão de interrogação sobre si. — Você foi tão mal assim?

— Assim como? — Baekhyun não havia entendido que ainda conversavam sobre o bendito relatório que estava lhe dando dores de cabeça. Junmyeon apenas olhou incrédulo para o amigo, como se concluísse que ele estivesse mais aéreo do que pensara.

— Você chegou a entregar o relatório de conclusão, Baek? É disso que estamos falando. Você foi bem? — Jongin decidiu intervir ao ver a confusão do loiro.

— Não sei, Jongin. Não consegui entregar. — falou rápido e ríspido sem ao menos perceber.

Baekhyun intercalou o olhar entre Junmyeon e Jongin, como se não entendesse o motivo de ambos olharem espantados para si. No entanto, Junmyeon apenas deu de ombros; iria tornar a falar, porém Luhan, que até então dedicava sua atenção apenas a Chanyeol, o interrompeu exasperado e aparentemente alegre demais.

— Woah! A casa dos pais do Chanyeol nas montanhas é, simplesmente, maravilhosa! Olhem para isso! — O mais velho entre eles balançou o celular em frente ao corpo, mostrando a todos uma foto do local que citara. Baekhyun ergueu o olhar para o rapaz chinês que falava sempre com um sotaque carregado, logo direcionando o olhar a Chanyeol que, com olhos gentis, lhe sorriu pequeno. Baekhyun até iria corresponder ao sorriso, porém foi surpreendido com outra frase entusiasmada de Luhan. — Chanyeol vai me levar pra lá. Vocês precisam ir também! — Virou-se para mostrar a Jongin a tela do celular, este que arregalou os olhos e entreabriu os lábios, impressionado com o que via.

Baekhyun esqueceu-se totalmente de retribuir o sorriso singelo de Chanyeol, no momento, apenas tentava compreender o significado por trás das palavras de Luhan. O chinês já havia sido convidado a ir à casa de campo dos pais de Chanyeol e, até então, ele não. Mesmo que fosse precipitado demais, Baekhyun concluiu que, de alguma forma, Luhan tinha alguma prioridade em relação a si, e isso não caiu muito bem a seus sentimentos tão inseguros e sua mente já tão perturbada pelos recentes problemas que enfrentava.

Não era novidade para si que Luhan e Chanyeol eram próximos. Pelo menos, não até onde sabia — pois agora, duvidava parcialmente do que, de fato, sabia sobre os dois. Eles eram amigos desde o ensino médio e fora o Park quem ajudara o chinês a acostumar-se com o novo país após Luhan ter de se mudar para a Coreia do Sul por conta da transferência do cargo de seu pai.

Chanyeol sempre fora assim desde que o conhecera — receptivo e prestativo demais. Algo que, secretamente, aguçava o ciúme de Baekhyun. Porém, fora exatamente por esta personalidade do maior que se aproximaram. Fora exatamente por Chanyeol lhe oferecer ajuda, por ser caloroso e atencioso consigo. Mas, por que todo esse lado da personalidade do Park — que Baekhyun julgava extremamente especial — não poderia ser direcionado apenas para si? Isso o enlouquecia, pois, além de estar lidando com o ciúme, teria que lidar com o próprio egoísmo. Não estava certo. Teria que se abster desse sentimento e, no desespero, classificou que o que passara a sentir por Chanyeol — amor, era o nome — fosse responsável por seu desequilíbrio.

Fazia pouco tempo que Baekhyun sentia aquilo incomodar, colocava a culpa no fato de querer mais daquele laço com Chanyeol. Porém, agora, estava julgando todo aquele sentimento como algo não saudável para si. Estava bem melhor viver sem essas amarras, certo?

— Combinamos de ir nessas férias. Vocês deveriam ir também, seria muito legal que todos nós estivéssemos juntos lá. — Luhan recostou-se no acolchoado novamente, intercalando o olhar entre Chanyeol, que continuava ao seu lado, e os demais amigos. — Os pais do Chan são muito legais e, na data que combinamos, eles não vão poder ficar lá. Então teríamos mais espaço! — Agitou as mãos, esfregando uma na outra em sinal de entusiasmo; um sorriso irradiante estava estampado em seu rosto. Sempre tivera vontade de conhecer o local, afinal, de fato, era esplêndido.

— Nessas férias eu vou resolver as coisas do casamento com a Yuri, então não posso me ausentar muito... — disse Jongin, formando um bico teatral com os lábios.

Nesse momento, Baekhyun levantou-se — um ato quase involuntário que não pode evitar —, já estava entediante demais permanecer ali. Não saberia dizer quando se tornou chato presenciar e ouvir tudo aquilo. Simplesmente decidiu sair de perto da companhia dos amigos para refletir sozinho, pelo menos um pouco mais, sobre todo o emaranhado de pensamentos que o rodeava. Os olhares dos presentes o acompanharam pela retirada repentina, um silêncio se fez no local. Ao passar ao lado de Chanyeol, este estendeu o braço, tentando alcançar a mão de Baekhyun a fim de chamar sua atenção. Queria que o menor olhasse para si, queria ter certeza que estava tudo bem. Porque, durante o tempo em que se conheciam, aprendera que olhar nos olhos do pequeno era a melhor forma de lhe tirar respostas que talvez não viessem de forma voluntária.

Porém, não houve tempo para que Chanyeol sequer tocasse Baekhyun. Ele afastou-se rapidamente do local e só parou na entrada da varanda, quando topou de frente com Sehun que vinha em sua direção. O esbarro, de tão forte, por pouco não derrubou a bebida que o Oh segurava em mãos. Com o impacto, Sehun foi obrigado a segurar Baekhyun pela cintura para que ele se equilibrasse novamente. A cena que protagonizavam era assistida por um Chanyeol desgostoso, mas sua atenção foi tomada novamente por um Luhan irritadiço que o sacudia pelo braço.

— Não podemos acabar ficando sozinhos lá! Eu acredito que voltaremos rápido, só quero conhecer o lugar, e o Chan prometeu me levar para conhecer desde que os pais dele compraram a casa. Não tem mais desculpas! — Luhan ergueu o indicador da mão esquerda inquirindo ao maior em tom brincalhão.

Baekhyun ainda estava atracado a Sehun, ao menos o melhor amigo estava ali. Estava ao seu lado agora e sentia que, mesmo não precisando de ninguém, iria segui-lo para longe dali, tomar uma bebida forte e ignorar o restante da noite. Não havia saído totalmente do cômodo, podia olhar para Luhan e ouvir tudo o que dizia, juntou as sobrancelhas e direcionou o olhar a Sehun. Apenas com aquele olhar do menor sendo direcionado a si, Sehun compreendeu que Baekhyun escapava de alguma situação que se formava ali. Os anos de amizade e convivência o fez compreender Baekhyun — talvez — melhor do que ninguém. Porém, a atenção de ambos foi tomada pelo diálogo que continuava.

— Tenho dó do Chanyeol... Te aguentar sozinho seria um suplício! — Jongin brincou, recebendo um leve murro de Luhan e causando risadas nos presentes, exceto nos dois garotos que estavam em pé.

— Chan, diz para ele que eu não sou tão chato assim! — Luhan virou-se para Chanyeol, envolvendo o braço esquerdo do rapaz e balançando; a intenção era parecer uma criança mimada. Chanyeol nada respondeu, apenas sorriu de forma contida para o amigo. Luhan então virou-se novamente para Jongin, ostentando sua melhor face de indignação. — Saiba que já estive na casa dos pais do Chanyeol, eles têm uma bela casa aqui, em Seul. Aliás, me trataram muito bem, até mesmo pensaram que eu fosse o namorado dele — disse, empinando o nariz em uma cena teatral de superioridade, mas logo caiu na gargalhada sendo acompanhado por Jongin e Junmyeon.

Baekhyun engoliu em seco, as risadas altas pareciam ofender e não sabia ao certo o porquê, só queria sair dali. No final, talvez não tivesse sido uma boa ideia estar em companhia dos amigos na situação em que se encontrava. Talvez, tivesse sido melhor ir para casa e descansar, tanta coisa havia acontecido naquele dia, tantos contratempos que deixaram sua mente atordoada e estressada. Deveria estar terminando seu relatório ou dormindo em sua cama.

Perdido em pensamentos, desviou novamente o olhar de Luhan para Sehun e acabou por perceber que Chanyeol o encarava. Não sabia distinguir, exatamente, o que havia naquele olhar, mas parecia uma mistura de tristeza, decepção e expectativa. Porém, sua mente estava um caos completo para que conseguisse sustentar qualquer contato visual com ele; e ao olhar para Sehun, nem ao menos percebeu que Chanyeol iniciava um diálogo com o olhar fixo em si.

— Eles pensaram que você fosse outra pessoa, Lu... — Chanyeol disse baixinho, quase que para si mesmo, pois para quem direcionava aquelas palavras, nem ao menos correspondia seu olhar. Queria dizer em alto e bom som, mas não sabia se poderia.

Seus pais confundiram Luhan com Baekhyun. De fato, de certa forma eles eram parecidos, e os pais de Chanyeol sabiam que o filho nutria algo, além da amizade, pelo amigo da faculdade. Sabiam desde o início, e já fazia tanto tempo que essa confusão havia acontecido. Por que mesmo Luhan teve que levantar aquele assunto?

— Sehun... — Baekhyun virou-se completamente para o amigo, chamando-o e aninhando-se em seu peito, dizendo o mais baixo que conseguiu. — Onde consigo um pouco dessa bebida? — Apontou com o dedo fino para o copo que Sehun tinha em mãos.

O mais alto entre os dois apenas apertou o braço em torno da cintura do menor e depositou um beijo singelo e carinhoso em sua testa. Riu soprado, entendia, mesmo que minimamente, a situação em que ele se encontrava.

— Uísque? Não, isso aqui é muito forte para você — disse, erguendo o copo na altura da visão de Baekhyun e balançando a bebida calmamente. — Você sabe que não se dá bem com bebidas fortes. — Baekhyun torceu o semblante em desgosto, arrancando um riso soprado do mais novo. Era verdade que não tinha a melhor das relações com bebidas fortes e, geralmente, quando as ingeria, se tornava alvo das piadinhas de Sehun no dia seguinte, e com razão. — Quer tomar um ar? — A pergunta de Sehun foi ambígua, porém em tom sério e calmo. Baekhyun entendeu no mesmo instante ao que o rapaz se referia, visto que o olhar de Sehun era intenso sobre si. Afirmou repetidas vezes com um aceno de cabeça, precisava sair um pouco daquele lugar. — Vem comigo, ainda não compramos as bebidas da noite. Irei comprá-las em um mercado 24 horas próximo daqui, e você irá junto.

Tudo que Sehun queria era tirá-lo daquela situação embaraçosa. Baekhyun ainda não sabia lidar com tudo aquilo e, secretamente, prometera cuidar dele, mesmo que não compreendesse direito todo aquele emaranhado de confusões românticas e amorosas em que Baekhyun se metera. Estava ali para ser amigo, honrar a amizade que construiu com o menor desde o início da adolescência.

Observando toda aquela aproximação, estava um Chanyeol furioso e, agora, extremamente estressado.  Antes de Sehun retirar-se — arrastando Baekhyun consigo — direcionou um olhar igualmente descontente ao rapaz que o encarava, tentando transmitir todo desgosto que sentia por depositar confiança a Chanyeol em relação a Baekhyun, em relação ao seu melhor amigo. E o estopim veio. O olhar de Sehun direcionado a si e o fato de se retirar junto a Baekhyun casa à dentro, fez com que Chanyeol saísse de sua inércia de raiva misturada ao desespero e decepção. Levantou-se bufando em um rompante, deixando para trás os demais amigos — que ainda estavam na varanda — surpresos pela atitude repentina. Rumou em direção a Baekhyun; naquele momento, só tinha um objetivo.

Por que ele estava atracado a Sehun se era a si que, teoricamente, amava? Não deveria estar em seus braços agora? Talvez, aproveitando uma distração de seus amigos para beijarem-se em algum canto daquela casa, somente para sentirem o sabor e o calor um do outro; somente para saciar o desejo que sentiam e que, inevitavelmente, sentia aumentar enquanto aproximava-se mais dele.  Iria tirá-lo dos braços de Sehun, este que envolvia os ombros de Baekhyun, guiando-o a algum lugar que Chanyeol não sabia. Sentiu lembranças de um passado não tão distante rirem em escárnio de si. Lembrou-se das vezes que assistiu, impotente, Baekhyun e Sehun retirarem-se para algum quarto ou algum canto e se tomarem. Isso o assombrou e fez com que seu corpo gelasse.

Não poderia perder tudo aquilo. Perder Baekhyun não era uma opção. Não depois de viciar-se tanto, de depender tanto. De alguma forma, Baekhyun alimentou aquele seu vício. Deu-lhe, em doses intensas, a droga que mais o saciava — e ao mesmo tempo mais o feria —, um amor não declarado. Não poderia sequer admitir perder um pouquinho que fosse do espaço que conquistara na vida de Baekhyun. Ele, mais do que ninguém, sabia o quanto aquela aproximação e relacionamento custaram — entre noites mal dormidas, paciência e dedicação. Doou tudo de si porque o amava e, agora, não admitia que o menor fosse tirado de si assim, a troco de nada. Doou seu próprio coração para abrigar um amor por tanto tempo unilateral, até que ele pudesse ser compartilhado e reconhecido. Abstinência de toda esta droga estava fora de cogitação.

Em um único movimento, enlaçou a cintura de Baekhyun com um dos braços, virando-o delicadamente para si. Com a mão livre, Chanyeol puxou o braço que Sehun mantinha sobre os ombros do menor, retirando-o de envolver Baekhyun. A atitude surpreendeu Sehun, que deu um passo para trás em reflexo, como se desse espaço para Baekhyun decidir o que fazer naquela situação. Porém, Baekhyun não estava menos surpreso, ao contrário, agora se encontrava com o olhar fixo ao de Chanyeol; um espanto evidente pela atitude repentina e, claramente, impulsionada pelo ciúme.

Há minutos, a conversa que Chanyeol mantinha com Luhan parecia tão interessante e divertida, então por que se deu o trabalho de importar-se agora e aproximar-se de si? Há segundos a presença de Baekhyun não parecia fazer muita diferença para Chanyeol — pelo menos, era o que Baekhyun pensava. Não conseguiu abrandar seus pensamentos e toda a cena da proximidade de Luhan e Chanyeol vieram como uma avalanche de ciúme misturada à decepção. O que Chanyeol estava fazendo consigo? Por que se importava tanto com a aproximação do Park e Luhan? Nada era tão forte assim há algum tempo e, agora, certamente, sentia o quanto estava envolvido naquilo; um mar de sentimentos intensos que estavam desarmando suas barreiras. Era assim que deveria ser? Por que tão inseguro? Nunca fora assim. Talvez fosse o medo. Medo de perder o que nem ao menos sabia classificar direito. Porém, talvez — só talvez — estivesse amando Chanyeol e este medo da perda o causasse uma dor terrível.

Sustentaram aquela troca de olhares por um tempo perturbador, porém, nada disseram. Chanyeol só queria que Baekhyun não o afastasse e Baekhyun só queria que nada os separasse.

— Onde está o Chanyeol? Para onde foi aquele idiota? Está dando um jeito de correr novamente da promessa! — A atenção de Baekhyun foi tomada por um Luhan brincalhão que saía da varanda e entrava na sala onde se encontravam. — Yeol, eu não vou ser ludibriado desta vez! — Luhan continuou até que percebesse a cena que se desenrolava ali e, por fim, calando-se.

Para Baekhyun, bastou um simples apelido, “Yeol”, e sua mente explodiu em descontentamento, o fazendo agir, mais uma vez, de modo automático e defensivo, retirando levemente o braço que Chanyeol mantinha em sua cintura. Baekhyun não desviou o olhar dos semelhantes de Chanyeol nem por um segundo.

— Acredito que você tenha assuntos mais importantes para tratar com o Luhan, Yeol — disse levemente, usando o mesmo apelido usado anteriormente por Luhan, porém, em um tom irônico. Umedeceu os lábios em nervosismo, os olhos estavam marejados sem sua permissão e, mesmo que de forma discreta, as lágrimas não passaram despercebidas por Chanyeol. — Não o deixe esperando, você prometeu o levar para sua casa nas montanhas. Parece que será algo bem divertido. Espero que aproveitem bem — concluiu e soltou-se definitivamente do braço que Chanyeol mantinha em sua cintura, dando as costas para o maior e seguindo em direção a Sehun.

O olhar direcionado a Sehun foi claramente um pedido de socorro. "Tire-me daqui", foi o que Sehun pôde ler nos olhos pequenos de Baekhyun. Sem pensar duas vezes, atracou-se novamente aos ombros do Byun, guiando-o junto a si à uma mesinha de canto que havia no local, pegando dali suas chaves e carteira. Logo viraram-se novamente para a direção de Chanyeol e Luhan que permaneciam no mesmo lugar.

— Lu, avisa ao Jongin que estou saindo para comprar as bebidas, assim como prometi. Volto logo e o Baek está indo comigo — disse e direcionou seu olhar a Chanyeol, que permanecia parado em frente aos dois, impedindo a passagem de ambos para fora do apartamento. — Você pode nos dar licença, Chanyeol? — Tentou ser o mais brando que conseguiu, visto o clima tenso que se instalara entre eles. Baekhyun em nenhum momento direcionou o olhar a Chanyeol, naquele momento o ressentimento falava mais alto.

— Pelo que me lembro, compraríamos as bebidas juntos. Eu e você. Era o que estava combinado. Não se lembra disso, Sehun? — A voz de Chanyeol era mais grave que o costumeiro, e questionou o Oh enquanto olhava fixamente para Baekhyun, que continuava de cabeça baixa.

Desejava receber o olhar do menor, lhe questionar o porquê de tudo aquilo. Mesmo sendo uma pessoa pacifica, estava experimentando sentimentos fortes demais; a raiva que Chanyeol sentia era maior do que podia suportar e, agora, fazia um esforço considerável para não tirar Baekhyun dos braços do amigo. Queria poder socar Sehun com força pela ousadia de tirá-lo de si. Quem ele pensava ser para se colocar entre eles? Já não bastavam todos os anos em que esteve entre os dois e dificultou tudo para si? Se dependesse da determinação de Chanyeol, Sehun não sairia com Baekhyun dali.

— Me lembro bem, Chanyeol, mas agora a situação é outra. Podemos resolver isso em outro momento? Agora, só nos dê licença — disse Sehun, ao passo que segurou o ombro esquerdo de Chanyeol e apertou com força, posteriormente guiando-o a afastar-se do caminho. — Por favor — insistiu.

Porém, Chanyeol não se moveu; segurou de súbito o braço que Sehun mantinha em seu ombro, depositando uma pressão considerável sobre a pele pálida do amigo.

Neste instante, Baekhyun pareceu acordar de algum devaneio e, antes mesmo que Luhan pudesse intervir na confusão que se formava, Baekhyun foi mais rápido e saiu do lado dos dois rapazes. Colocou-se em frente a ambos e retirou o braço que Sehun mantinha sobre o ombro de Chanyeol, também desfez o aperto que Chanyeol mantinha sobre o pulso de Sehun.

— Vocês dois podem ir comprar as bebidas juntos, assim como estava combinado. Eu vou para minha casa descansar. Não deveria ter aparecido aqui hoje — disse a última frase olhando fixamente para Chanyeol, que também o encarava. Era como se esperassem algo um do outro, mas esse algo não vinha e não sabiam dizer pelo que realmente esperavam. Talvez fosse por compreensão.

Luhan não se conteve em intervir na situação, segurou Baekhyun pelo braço guiando-o para fora do cômodo em direção a varanda. Porém, antes, direcionou a atenção aos dois rapazes confusos e estáticos a sua frente.

— Acho que os dois grandões precisam conversar um pouco, não? Podem ir tranquilos, eu vou tomar conta do baixinho aqui. — Luhan balançou a mão, insinuando para que ambos saíssem, enquanto com a outra mão, segurava o braço de Baekhyun.

Chanyeol e Sehun olharam-se furiosos por um instante, porém, Sehun bufou contrariado e seguiu para fora do apartamento, sendo acompanhado, logo depois, por um Chanyeol ainda mais descontente que fechou a porta atrás de si em um baque alto.

Assim que a porta foi fechada, Baekhyun soltou-se do aperto que Luhan mantinha em seu pulso, já estava cansado de tanto segurarem-no. O chinês o olhou confuso e, por mais que Baekhyun estivesse com um mau humor terrível, não descontaria no amigo suas frustações; afinal, na realidade, Luhan não tinha nada a ver com isso. Forçava-se a acreditar que não tinha, pois o que ele e Chanyeol possuíam não dizia respeito a ele e a ninguém.

— Preciso ir ao banheiro primeiro, Luhan. Pode ir, já vou para a varanda. — Acenou com a cabeça em direção ao local, rapidamente dando as costas para o outro.

— Tem certeza que não vai embora sem avisar? Jongin ficaria muito chateado com isso, Baek. — Luhan disse como uma advertência. O tom não agradou muito a Baekhyun que, nem ao menos virou-se para respondê-lo.

— Embora esta seja minha vontade, não vou — concluiu sem esperar por uma resposta, seguindo em direção ao corredor do apartamento. Luhan apenas deu de ombros, tratou de juntar-se aos outros amigos, Jongin e Junmyeon, que conversavam sobre algo qualquer na varanda do apartamento.

Enquanto Baekhyun dirigia-se ao corredor, conseguiu enxergar — em sua visão periférica — algumas garrafas dispostas sobre uma mesinha de canto próxima ao sofá. Por um momento pensou em ingerir um pouco delas, Sehun não estava ali para impedi-lo e, mesmo que sentisse uma dor de cabeça considerável quando as ingeria, sentiu-se tentando.

Balançou a cabeça para ambos os lados com rapidez, acordando de mais um devaneio e seguindo até o corredor que dava acesso ao banheiro — já havia estado ali em outras ocasiões com os amigos. Entrou no pequeno cômodo — na verdade, apenas um lavabo —, fechando a porta atrás de si e aproximando-se do espelho para analisar seu reflexo.

Onde estava o Baekhyun de alguns meses atrás? Seguro e irredutível em relação ao amor. O que era toda aquela overdose de sentimentos que agora nutria sem saber conter? Era tarde demais para voltar atrás sem ferir-se e, principalmente, sem ferir também a Chanyeol? Do jeito que estavam também doía e só queria saber uma forma de fazer aquilo parar. Estava se envolvendo tanto que até mesmo esqueceu-se de suas obrigações, esqueceu-se que tinham amigos além um do outro. Os momentos que passavam juntos o fazia esquecer-se dessas coisas, ou talvez, passou tanto tempo sem compartilhar algo tão profundo com alguém que estava se atrapalhando todo com o que sentia por Chanyeol.

Abriu a torneira de água morna, molhando o rosto de expressão cansada; queria dissipar os pensamentos e acalmar os ânimos. Repetiu o processo algumas vezes, porém, parecia que aquilo não surtia efeito algum. Olhava-se no espelho ainda com a torneira ligada. Acabou por lembrar-se das bebidas sobre a mesinha da sala, lá estava a solução que o ajudaria a acalmar-se um pouco. Fechou a torneira e secou o rosto com uma toalha que estava ali, saindo do banheiro logo em seguida e rumando para o local onde as bebidas estavam dispostas.

Não parou para ler rótulos, mal sabia sobre eles. Apenas abriu a primeira garrafa e sentiu o cheiro, este que lhe pareceu ruim demais. A segunda garrafa já não possuía um cheiro tão terrível assim, então derramou uma quantidade generosa do líquido em um dos copos límpidos sobre o pequeno bar. Sorveu de uma única vez o conteúdo, não podendo evitar uma careta pelo ardor que sentiu descer pela garganta; sentiu até mesmo a cabeça girar e uma leve tontura — consequência da rapidez com que ingeriu o líquido forte. Porém, a sensação não foi de todo ruim e, por isso, repetiu por mais duas vezes até que se deu por satisfeito, ou, talvez, fosse sua consciência alertando-o que já extrapolava o aceitável. Afinal, não era bom com bebidas fortes.

Fechou a garrafa e a dispôs no lugar de antes — deixou o copo sobre a bancada do pequeno bar —, dirigindo-se a varanda da forma que conseguia. Sentia o corpo ficar mais leve, como se pudesse pisar em falso a qualquer momento, por isso, apoiou-se onde alcançava. Seria um bom momento para Chanyeol chegar e o tirar dali, levá-lo para casa e, quem sabe, dormir consigo novamente, talvez abraçados. Quem sabe lhe desse um banho e lhe fizesse carinho nos cabelos como na última noite que passaram juntos. Esses momentos eram os melhores, porque sentia poder descansar verdadeiramente.

Aproximou-se dos amigos na varanda e ficou os encarando por uns instantes. Junmyeon foi o primeiro a notar sua presença e fez sinal para que Baekhyun sentasse ao seu lado. Tomou coragem e sentou-se próximo a ele novamente, Luhan e Jongin logo a frente. Eles falavam sobre algo a respeito do casamento de Jongin, o amigo se casaria com Yuri em breve. Lembrou-se que ainda precisava comprar o presente de casamento deles. A conversa parecia transcorrer sem assuntos desagradáveis — pelo menos na concepção de Baekhyun —, que até mesmo participou em alguns momentos, admirado com a felicidade em que Jongin falava de seus planos e a animação para o casamento tão próximo.

Porém, as coisas não discorreram em total calmaria, e o assunto da noite que mais o desagradava veio à tona novamente através de uma mensagem que Jongin recebera no celular.

— Luhan! — exclamou Jongin, dando um leve tapa no ombro do outro. — Você contou para a Yuri sobre essa tal casa nas montanhas?

— Não exatamente, por quê? — perguntou Luhan, ao passo que esfregava teatralmente o local onde o amigo havia golpeado. — Só mandei algumas fotos no grupo do chat... — Fora interrompido.

— Droga, Luhan! Agora a Yuri não vai me deixar em paz com essa ideia! — exclamou ainda mais irritado, mostrando na tela do celular, a mensagem que havia recebido. — Olhe o que você me apronta! Estou lotado de coisas para resolver da faculdade e do casamento, e agora terei que dar um jeito de convencê-la a não ir. Não temos tempo para isso agora!

— Poxa, só queria causar um pouco de inveja no pessoal — disse Luhan entre risos. — E não seja tão mau com ela! Não passaremos tanto tempo lá, você pode dispor de alguns dias para levá-la. — Passou um dos braços pelos ombros do amigo, enquanto movia o braço livre na frente de ambos, teatralmente como se vislumbrasse uma cena. — Pense comigo, poderiam ver o pôr do sol do alto da montanha! Você e ela, juntinhos. Já pensou? Seria como uma lua de mel antecipada! Não sei porquê está me culpando. — Empurrou levemente o ombro de Jongin, olhando para os amigos a sua frente e acenando para Baekhyun e Junmyeon. — Todos nós iremos, vai ser tipo uma despedida de solteiro.

— Eu não vou — disse Baekhyun de forma seca. Gostaria de não render aquele assunto nem um minuto a mais, porém, sabia que as perguntas viriam e não demoraram nem mesmo segundos.

— Como não? Todos nós iremos, Baek. Você marcou algum compromisso para as suas férias? — Luhan questionou curioso, queria muito saber o porquê da resistência do outro em relação aquele assunto.

— Não é isso. — Baekhyun disse baixo, desta vez esfregando os dedos sobre as têmporas, aquilo já estava a um passo de lhe tirar do sério.

— Então por que não vai conosco, Baek? — Junmyeon pronunciou-se preocupado.

Já estava na hora de ser sincero, certo? Por mais que, na maioria das vezes, fosse uma pessoa demasiadamente reservada, o que custava admitir o que estava lhe afligindo naquela conversa fazia horas?

— Porque não fui convidado, ok? É por isso que não vou. — Remexeu-se na cadeira tentando manter sua calma; queria sair dali novamente, seu corpo até mesmo impulsionou-se sem sua permissão, pelo menos Chanyeol não estava ali para ver sua cena de ciúme.

— Mas eu estou lhe convidando agora, Baekhyun. — Luhan apoiou-se nos próprios joelhos com os cotovelos, o que permitiu que aproximasse o tronco do amigo a sua frente. — E o Chanyeol disse para todos irem. Você não precisa se preocupar com isso. — Deu leves batidinhas sobre a coxa de Baekhyun, mantendo um tom como se o consolasse.

O que era aquilo? Além de toda confusão em sua vida e sua mente, agora precisava ser consolado por outras pessoas? Eram seus amigos, claro, mas não estava acostumado a passar por aquilo; não estava costumado a ser fraco. Estava parecendo tão afetado assim com toda situação? Sentiu-se exposto demais, frágil demais e, quando se sentia assim, Baekhyun tinha o péssimo hábito de agir na defensiva, falando sem ponderar e sendo arrogante na maioria das vezes.

— Como assim, Luhan? Por acaso você é dono da casa dos pais do Chanyeol? — questionou de forma ríspida, encarando o amigo a sua frente.

Luhan e Jongin ergueram as sobrancelhas em surpresa, estava claro demais, Baekhyun estava com algum tipo de ciúme em relação a Chanyeol. Olharam-se por um momento, como se confirmassem que ambos concluíam a mesma coisa.

Baekhyun e Chanyeol haviam estado muito mais próximos nos últimos tempos, e isso gerou certa desconfiança dos amigos. Sabiam do jeito discreto e reservado dos dois, por isso não tocaram no assunto durante este tempo. Esperavam que eles próprios, no momento propício, dissessem aos amigos se caso estivessem em um relacionamento. O que já estava evidente demais. As demonstrações de afeto, o tempo que passavam juntos, a forma como falavam um do outro, a forma como se olhavam. Não que fosse uma total novidade, sempre desconfiaram de ambos, mas, agora, tudo parecia mais intenso. Se tentaram esconder o relacionamento que tinham dos amigos, infelizmente, ou felizmente, não conseguiram fazer isso muito bem.

Junmyeon tinha certa inocência em relação a tudo aquilo, para ele tudo estava escancarado demais, principalmente depois de flagrar os dois aos beijos no estacionamento da faculdade. Todos eles eram amigos, certo? Que mal teria em tocar no assunto?

— Ah, sim! — Junmyeon sobressaltou-se na cadeira, virando-se para olhar o rapaz de cabelos claros que, sem responder, desviou o olhar para si. — Você é o namorado dele, Chanyeol deveria ter lhe convidado primeiro. Mas ele deve ter os seus motivos, Baek. Converse com ele, okay? E então vá conosco — disse e, imediatamente, ouviu as vozes surpresas de Luhan e Jongin em uníssono.

— Namorado?! — Junmyeon virou-se para os outros dois que tinham os olhos arregalados, mirando-o em busca de respostas. Baekhyun respirou fundo, passando as mãos nos cabelos.

Por que aquilo estava acontecendo? Sentia vontade de sumir, também sentia a cabeça latejar e um desconforto interminável com aquela conversa. Mais um estopim. Além da raiva, veio o questionamento: O que ele e Chanyeol possuíam? O que sentia por ele nunca havia sentido por ninguém. Isso soava possessivo demais para Baekhyun. Estavam em algum relacionamento? Queria dizer que sim. Porém não, não estavam. Eram bons amigos, desejavam-se e transavam algumas vezes; quem sabe até existisse uma fidelidade entre eles. No entanto, naquele momento, Baekhyun não via-se preparado para assumir algum tipo de relacionamento com Chanyeol. E ele também nunca tivera tal iniciativa, por que faria isso, então?

— Bem, eles estavam se beijando como namorados hoje, no estacionamento da faculdade! — Junmyeon apontou para Baekhyun, abrindo um sorriso. — Acho que estão namorando sério e não nos contaram! — Junmyeon exasperou-se para os amigos, fazendo-os resmungar em surpresa.

— Vocês estão juntos, Baek? — Luhan perguntou rapidamente, não conseguindo conter a curiosidade.

— Não, Luhan. — Baekhyun negou rápida e rudemente, olhando sério para o chinês. — Não estou namorando o Chanyeol — completou. Sua cabeça parecia doer mais a cada palavra dita.

— Se eu fosse o Chanyeol, já teria desistido. — Luhan bufou em descontentamento, sorrindo e balançando a cabeça. No fundo, sempre desejou que os amigos se entendessem e assumissem o que sentiam um pelo outro. Baekhyun ergueu a sobrancelha, questionando o chinês. — Ah, Baek! Não me olhe assim! Você sempre gostou do Chanyeol dessa forma, não adianta negar. Todo mundo sabia. — Luhan disse rápido, sustentando o olhar de Baekhyun, porém arrependendo-se quando sentiu uma pontada de tristeza no olhar do amigo.

— Não, eu não gosto do Chanyeol dessa forma — negou e enfatizou as últimas palavras; a culpa da mentira presa na garganta quase o fez sufocar. Por que seus amigos decidiram se intrometer em sua vida?

— Não? Como não? — Jongin pronunciou-se, erguendo um dos braços e dando ênfase a sua pergunta. Olhava diretamente para Baekhyun, notando-o tentar controlar-se de alguma forma, de algo que não tinha conhecimento. — Achei que tinha deixado de ser idiota e assumido o que sente por ele, Baekhyun — finalizou, cruzando as pernas e voltando a mexer em seu celular que ainda tinha em mãos. Já não aguentava toda aquela negação por parte do amigo, pois sabia que tudo aquilo feria demasiadamente a Chanyeol.

Baekhyun riu soprado, olhando para cima e tentando encontrar uma forma de dissipar seu estresse entre as escassas estrelas do céu escuro. Havia estrelas no céu, mas os olhos que começaram a marejar, não deixaram que as visse.

— Vocês... Vocês já dormiram juntos, Baek? — Luhan perguntou relutante.

— Por que quer saber da minha vida sexual, Luhan? Que diferença isso faz? — Luhan encolheu os ombros, Baekhyun o olhou furioso. Junmyeon não se segurou ao ver que uma lágrima já escorria pelo rosto pálido de Baekhyun; mesmo em meio àquela expressão de raiva, havia uma dor visível ali.

— Ah, Baek, não precisa ser assim, okay? Seja sincero consigo mesmo. Pelo que temos percebido, vocês estão bem mais do que bons amigos ultimamente. Mas se você não quer nada com ele, fale. É melhor do que ficar rendendo alguma coisa e acabar machucando o Chanyeol. E machucar a si mesmo. — Junmyeon disse calmo, olhando para Baekhyun de uma forma acolhedora. O rapaz de cabelos desbotados suspirou e tornou a massagear as têmporas. Estava desconcertado com tudo aquilo.

— Outra coisa, Baek. — Jongin tornara sua atenção ao loiro, não conseguindo conter as duras palavras. — Você sabe que o Chanyeol não é igual ao Sehun! Ele se importa, sim, em ser usado. Eu duvido que, para ele, seja só um caso... Você aceitou essa situação sabendo disso. Não é covardia?

Para Baekhyun, ouvir tudo aquilo e ver seus outros dois amigos concordarem, foi como um veredito final. Sentiu o peso daquelas palavras e sentiu-se tão impotente. Não merecia ao menos tentar corresponder a Chanyeol?

— Tudo bem! Só estamos transando, está bem?! — Levantou-se da cadeira, sentia um frio fora do comum, seu corpo todo tremia. Enfiou as mãos nos bolsos do casaco, encolhendo-se. Sentiu-se jogado contra a parede e sozinho. Seu tom era firme e falava rápido, tentava segurar o choro iminente e, agora, só demonstrava seu estresse. — E não há nada mais que isso também. Não tenho compromisso com ele assim como ele não tem nenhum compromisso comigo. Eu troco ele se for preciso, se esse for o problema para vocês! — Os três ergueram os olhares para Baekhyun, claramente ele estava agindo na defensiva, como de costume. Havia interpretado toda conversa como uma conspiração contra si e não como um conselho que amigos costumam dar. — Foi assim com o Sehun e não será diferente com o Chanyeol. — As palavras eram tão amargas e mentirosas, que necessitou umedecer os lábios para continuar. — Não tem nada de fantasioso ou amoroso, e ele sempre soube disso. Parem com essa idiotice e deixem minha vida em paz, por favor!

Os três amigos olhavam para Baekhyun como se entendessem que tudo aquilo eram apenas palavras jogadas ao vento, sem valor algum. Pois além da escuridão sombria e raivosa dos olhos pequenos, havia um brilho úmido. Ele estava sim, apaixonado demais por um rapaz alto e de sorriso grande.

Porém, naquele momento, o rapaz alto estava ali, já o sorriso grande, não estava. E por estarem tão envoltos naquela conversa, nem ao menos perceberam que Chanyeol e Sehun já haviam retornado ao apartamento. Ambos deixaram as bebidas sobre a bancada da cozinha e se aproximaram, juntos, da varanda onde os demais estavam. E já fazia um tempo que Chanyeol estava ali, ouvindo e observando toda cena, desde o momento em que Baekhyun se levantara. Os olhares dos amigos se desviaram de si e, agora, encaravam um Chanyeol com o olhar pesado e úmido sobre Baekhyun. Aquele desvio de atenção fez com que Baekhyun gelasse dos pés a cabeça, ele sabia o que aquilo significava e, levando em consideração o tempo que Sehun e Chanyeol haviam saído, concluiu que, se virasse, eles estariam ali, bem atrás de si.


Notas Finais


Vou sair de fininho que é pra não levar tiro...

Só um recadinho: mudei meu user aqui no SS, voltei para minha conta antiga e fiz algumas alterações, agora é @nakarina

Bjos e até quarta. Sobrevivam! =^.^=
Trailer: https://youtu.be/BUHQy7D1mbc

twitter: www.twitter.com/kyoongni
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