História Amor e suas Complicações - Dezessete

"Duas horas atrás, em algum lugar de Storybrooke...."

O gotejar de água se chocando insensatamente contra alguma superfície , fez com que Regina acordasse. Ainda muito tonta, e sem entender onde estava ou quem a trouxe para la.

Aos poucos as lembranças de mais cedo vieram a sua cabeça. Ela indo embora, não encontrar a chave de seu carro, ter que voltar para procura-la e por fim ser raptada.

Se dando conta da situação que estava tentou se levantar da cama onde estava. Mas viu que estava amarrada a ela, sem chances de conseguir escapar, não enquanto o pracelete preto estava em seu pulso bloqueando completamente sua magia.

Suspirou, percebendo que a única maneira era esperar seu sequestrador dar as caras.

Passaram-se longos minutos, o barulho da água batendo contra o chão a estava irritando profundamente. Foi quando ele chegou, o mesmo ser que ela havia visto mas cedo. Sabia que não podia confiar nele logo que o conheceu, mas acabou por não ligar muito, e olha as consequências...

Com ele também estava outro homem que pela posição que a morena estava, não dava para identifica-lo.

-- Veja quem acordou...-- o homem que agora estava sem seu capuz diz ao ve-la acordada.-- Bom..isso nos poupa de ter que acorda-la a força... Não é mesmo Neal? -- Regina gelou ao escutar o nome do capanga que até agora não tinha reconhecido. Sabia que Cassidy era capaz de muita coisa, nunca gostou muito dele, mas nem por isso conseguia imaginar ele se juntar ao lado mal.

-- Neal Cassidy?-- perguntou. O capanga se aproximou da cama deixando seu rosto nítido, assim Regina pode ver que se tratava mesmo dele.

-- Sim sou eu....quem diria não? -- soltou uma risada -- Deve estar surpresa...

-- Não me surpreende vindo de você...deve ter puxado ao pai--o retrucou.

-- Nao me compare a ele...-- sussurrou com um tom de raiva presente em sua voz. Em um momento sua mão ja havia ido de encontro ao rosto da morena. Que sentiu o local arder logo em seguida.

-- Sua covardia está cada vez mais nítida...-- continuo o encarando sem se deixar abalar. Neal se preparava para bater mais uma vez nela, mas o outro homem que antes mexia em alguma coisa em uma mesa,o parou.

-- Não gaste seu tempo Cassidy...logo teremos o que queremos.-- ele exclamou sem se virar para os dois.

-- Tudo que eu quero agora é ensinar para essa aqui, quem manda...-- Neal deixou Regina e foi até o homem.-- Ela não tem direito de me insultar.-- assim que Cassidy terminou se falar o outro deixou uma gargalhada escapar.

-- Sabemos que é verdade Neal....vem agora me ajude com esses ingredientes.

Passaram-se alguns minutos em que os dois preparavam algum tipo de poção,que Regina não fazia ideia do que se tratava.

Se viraram e foram até a cama onde ela estava amarrada, Neal se sertificou que as cordas estavam apertadas.

Enquanto isso com um livro na mão, o outro homem falava algumas coisas, recitava uma antiga maldição, que logo Regina soube o que era...

-- Vocês estão loucos, sabem as consequência disso... Se acessarem minha cabeça, nem um e nem vocês terão mais controle dos pensamentos.-- proferiu com um leve medo na voz, sabia que eles estavam cientes disso, ou pelo menos o homem de capuz estava a julgar pela expressão de desespero de Neal.

-- Isso...é verdade? -- Cassidy perguntou.

-- Boa tentativa Mills, mas eu achei uma forma de torna-la estável. Pelo menos para mim...--sorriu diabolicamente. -- Agora vamos ver onde ela está...

-- Ela quem?-- Regina perguntou, mesmo já sabendo a resposta

-- A terceira pedra, a pedra vermelha. Vamos saber onde vocês dois a esconderam...-- respondeu. Levando a mão as outras duas pedras.

-- Sinto lhe dizer, mas eu não sei...-- sorrio, dela ele não arrancará nada.

-- É o que vamos ver...-- aproximou o cantil com a poção a forçando a beber um pouco. Logo Regina sentiu se afastar, perder seus sentidos, e por fim uma dor horrivel atingiu sua cabeça a fazendo gritar. Ao seu lado o homem de capuz e Neal estava tendo acesso a todas as memórias dela.

O quanto era maltratada pela mãe, as vezes que chorava sozinha em seu quarto, o dia que perdeu seu único amor, quando foi para as trevas, seu treinamento com Rumple, quando eles três se encontraram pela primeira vez em Arendelle.

Com isso o homem lembrou da morte da rainha Elsa, e com ela o nascimento de sua vingança. E com ela também o proposito de dar continuação em seus planos, os planos que ambos fizeram juntos. Que bastava as três pedras vermelhas e um fruto de amor verdadeiro.

Continuava a ver as memórias de Regina, tentando achar um sinal,uma única pista de onde ela e o outro escondera a terceira pedra. Mas nada. Havia apenas lembranças complicadas, provavelmente afetadas pelos longos anos de maldição das trevas.

O dia que viu Henry pela primeira vez, todos os dias importantes na vida dele, quando para sua raiva Emma Swan veio para Storybrooke, a quebra da maldição, os heróis prevalecendo, o amor por Henry sendo a única coisa que lhe aquecia o coração, quando finalmente os heróis a aceitaram na família, momentos dela com Henry, com Snow, a amizade com Emma, quando o povo da cidade finalmente aceitou. Mas nada sobre a pedra, ela não sabia onde estava....

Neal soltou a mão que estava sobre Regina, fazendo a conceção com as lembranças dela se cortar para os dois.

-- O que foi dessa vez imbecil?-- proferiu o homem de capuz, irritado com a interferência de Cassidy.

-- Vo-vo-você viu?-- olhava fixo e com ódio para um lugar. Lembrando de tudo que vira nas memórias de Regina

-- Ver o que? Vi só o que você fez. Ela pode ter morrido-- desviou o rosto para o corpo da morena que um filete de sangue escorria por seu narriz-- Sem ela não saberemos onde está a outra pedra.

-- A-a-A Emma....Ela....o bebê....É filho do pirata.-- disse com a voz falha cheia de raiva. Fazendo o outro homem revirar os olhos.

-- O que tem? Você já sabe que ela passa chifre em você, qual a diferença se esse chifre vem acompanhado de um ser que chora e faz cocô?-- pergunta.

-- Só EU posso tocar nela...aquela vagabunda....-- quase gritou de raiva. Por mais que o outro homem usara Cassidy como aliado pra espionar os heróis e claro com ele namorando Emma seria mais fácil, ele sentia pena da loira por ter que aguentar alguém tão doentiu como Neal.-- Mas ela vai ver...vou acabar com ela é com o pirata desgraçado.-- saiu andando com os olhos cheios de raiva.

(.....)

-- Então você não sabe-- deduziu deixando Killian sem entender-- Parabéns Captain Hook você será papai.

Emma sentiu o chão sumindo de seus pés, olhou atônita para Killian procurando uma única emoção sequer, uma única pista do que se passava por sua cabeca. Foi quando notou o punho de Neal ir de encontro ao rosto de seu pirata que ainda estava estático com a recente notícia.

Na cabeça de Killian se passava tantas perguntas após a revelação. Queria perguntar para Emma se era verdade, se iria ser mesmo pai, mas ele travou. As lembranças do pai o abandonando, a ele e ao irmão mais velho, da vida inteira sem uma figura paterna. Como poderia ser um bom pai, se nem havia tido contato com um pai? Era seu sonho, ja amava a filha de Emma mesmo sem saber que era realmente sua, mas a constatação que iria ter uma filha o assustou,assustou tanto que mal sentiu o punho fechado entrar em contato com seu rosto.

-- Isso é por ter engravidado minha mulher-- Neal gritava enquanto dava mais alguns socos fortes contra o rosto de Jones. Um tempo depois o pirata começou a reagir. Desferindo-lhe socos mesmo estando por baixo.

Emma não conseguia se mexer, não poderia deixa-Los se matar, ou melhor não poderia deixar que algo acontecesse com Killian. Foi de encontro aos dois, tentando empurrar Neal, para que se afastasse de Jones. Mas o mesmo a empurrou acertando sua barriga com um tapa. Deixando Killian louco de ódio.

-- Seu desgraçado, não toque nelas-- conseguiu o derrubar levando as mãos ao pescoço do mesmo, que depois de alguns segundos ja começou a sentir falta de ar.-- Não levante um dedo para elas.

Emma que estava no chão abraçando sua barriga, percebendo o que ele acabaria por fazer se aproximou. Tentando convencer Jones a souta-lo. Por Deus, não o deixaria cometer um assassinato.

-- Killian, salta ele-- sua voz saiu fina, pelo choro que nem havia percebido que havia deixado começar.

-- Não Em...-- A loira segurou seu rosto virando pra ela.

-- Não falhe a pena, solte ele...-- O Moreno a ignorou e voltou a apertar o pescoço se Neal. O mesmo já estava a ponte de desmaiar, seu rosto estava vermelho e pouco conseguia respirar.

-- Killy...para, não o mate, vai se arrepender depois...-- estava desesperada, não podia fazer nada com sua magia sem que um dos dois ficassem feridos. Então teve uma ideia. Puxou o Moreno ao seu lado para um beijo profundo o fazendo esquecer do que estava fazendo a pouco. Ele soltou a mão que apertava o pescoço de Cassidy e a levou aos cabelos de Emma a trazendo mais para perto.

Cassidy começou a tossir e a passar repetidamente a mão sobre a área que antes estava sobre aperto. Olhou para a cena que acontecia a poucos centímetros com um ódio tão grande que se tivesse qualquer objetos cortante jura que gravaria nos dois. Ela nunca o havia beijado daquela maneira. E ele a odiava por não o escolher. Se levantou do chão ainda os observando. Jurando que acabaria com a vida dos dois, dos dois não dos três.

Aos poucos Emma e Killian se separaram para poder respirar encostando as testas uma na outra e sorriam.

-- Está mais calmo?-- perguntou ainda com a respiração afetada pelo beijo.

-- Como não ficar mais calmo depois disso? -- sorriu roubando mais um Celinho dela. Eles se encararam mais um tempo. Ele lembrou. Ele tinha que perguntar. -- O que ele disse é verdade?-- suspirou, ela não conseguia achar alguma coisa, para a deixar segura que ele realmente gostou da notícia. Mas esperava que não a odiasse depois disso. Na verdade contava com isso.

-- Sim...-- respondeu apenas. Abaixando o olhar.

-- Pretendia me contar?-- perguntou o moreno, temendo que ela fosse ocultar a verdade dele. Mas teve um alívio quando a loira assentiu positivamente.

-- Hoje...iria lhe contar hoje...desculpe...eu...-- Swan sentiu os dedos dele limpando algumas de suas lágrimas que escorriam.

-- Hey, o que importa é que você iria me contar-- O moreno lhe ofereceu um sorriso sincero, que a fez sorrir também.

-- Killian...

-- Amor, eu amei. Você realizou meu maior sonho, ser pai-- ele levantou e estendeu a mão para ela. Após ela estar de pé, ele se ajoelhou ficando na altura de sua pequena barriga-- Oi piratinha, é o papai-- Swan riu, achando a cena muito fofa-- acabei de descobri que seria seu pai, não seu bem como fazer isso. Mas saiba que eu já a amo, e sempre cuidarei de você. -- ele levantou os olhos para Emma que o encarava sorrindo-- e de sua mãe também. Vou dar o meu melhor para ser um bom pai pra você. Eu te amo pequena-- levou os lábios até a parte exposta da barriga dela,que empurrava a camiseta para cima devido ao sua mudança de tamanho, e deu um leve beijo.

Aquela cena aqueceu o coração e Swan, um sentimento novo nasceu ali. Por mais que ela não conseguia entender o que era.

Killian levantou ficando a centímetros do rosto sorridente da loira.

-- obrigada Love.-- encheu a bochecha dela deles beijinhos-- prometo que tentarei ser um bom pai...-- ele queria dizer que a amava,a muito tempo queria, mas deixou de lado para não assista-la. Ele sabia que ela não correspondia, mas iria lutar para que ela o amasse, e ambos os três seriam felizes, seriam uma família.

-- Você será um pai maravilhoso eu sei que vai... -- O puxou para um beijo, logo sentido seu corpo sendo levantado do chão e girado no ar.

-- Que irmos comemorar na Jolly Rogers-- perguntou com a sobrancelha arqueada. Ela riu com a pergunta.

-- Que safado capitão...já Estava demorando para perguntar.

Neal observava tudo mesmo de longe, naquele momento ele prometeu que iria se vingar. Ouviu a risada ao seu lado, se virou se deparando com o homem de capuz.

-- Viu o que dá agir de cabeça quente?-- ele comentou divertido

-- Ela tem que pagar, por ter me deixado...-- Cassidy afirmou, ao ver os dois se afastar pela rua, de mãos dadas e trocando carícias

-- Poderia lhe matar Cassidy, agora vão se perguntar como você descobriu. Mas já dei um jeito em Regina...-- O homem exclamou-- E quanto a eles pagarem sei um belo jeito de nós dois sairmos ganhando.

-- Como?-- perguntou

  -- Pegar a filha dos dois. Ela é de quem preciso-- abriu um sorriso diabólico-- agora vamos. Precisamos de mais uma pedra...