História Feitos um pro outro - Tudo de novo!

Não sei por que estava me lembrando daquilo. Hoje é um dia maravilhoso, e eu

tinha que me aprontar logo. O Mike me chamou para passar o dia com ele. Quem é ele? Meu namorado. Estamos há 3 anos juntos e estão sendo os melhores anos da minha vida. Nós nos demos bem de cara, e a química rolou.

            Separei uma roupa, um vestido azul escuro, com uma fita que fazia um laço sob meus seios, definindo as belas curvas do meu corpo. Meus sapatos altos, e meu casaco preferido, lembrava uma roupa de oficial, azul escuro com detalhes em ouro.

Um belo banho quente me preparava para aquele dia cheio de amor.

            Saí para o dia nublado, e fui em direção ao meu carro. Não era lá muita coisa, mais era fofinho e azul. Vocês já devem ter percebido minha tara por azul.  Passei pela portaria, desci a avenida, e peguei a via expressa. Eu morava a 20 minutos da casa dele. Estacionei em uma vaga vazia, e fui para o elevador.

            Enquanto esperava, abriu-se uma porta a minha esquerda, e saiu um cara, um tanto gostoso, só de cueca, com umas roupas na mão. Não deixei de rir, e de admirar sua bela bundinha, era muito linda. Era cômico, ele parecia correr um serio risco de morte, e eu me diverti mais ainda. Enfim, o elevador chegou, uma moça com suas filhas saíram, e eu entrei, apertei o 9ª andar. Fiquei olhando as meninas até as portas fecharem, será que um dia e também teria uma família?

            Eu continuei pensando no assunto até as portas abrirem no nono. E algo chamou minha atenção, a porta do apartamento de Mike estava entreaberta. Fiquei seria na hora. Eu cheguei 30 minutos antes do combinado, eu estava ansiosa pelo dia. Eu fui me aproximando devagar, e ouvia uns sussurros, e gemidos. Meu coração acelerou. Espero que não seja aquilo que eu estava pensando. Abri a porta devagar, e a sala estava um pouco bagunçada. Roupas, almofadas, copos, garrafas vazias. Eu comecei a suar frio, não estava gostando daquilo.

            Fui em direção ao quarto dele, e lá estava lá. Aquela bunda que eu tanto gostava, se movimentando rapidamente. Eu fiquei boquiaberta, aquilo não podia estar acontecendo. De novo não! Meu coração parou, eu não respirava, não pensava, eu só queria sair dali. O mais rápido possível!!! Comecei a voltar, de ré. Quando a porta do banheiro se abriu, e de lá saiu uma mulher seminua. Eu tropecei na almofada e cai na mesa de centro, derrubando os copos e as garrafas.

            Mike parou de se mexer e foi se virando devagar. Seus olhos encontraram os meus, e eu vi, que não era aquele homem que eu havia conhecido que estava ali. A outra que estava no quarto dele, se esticou para me ver.

            Eu estava aterrorizada, humilhada. Eu não sabia o que fazer. Meu braço começou a arder, e vi que estava sangrando. Voltei meus olhos para o Mike, que estava procurando algo para vestir.

            - Não se preocupe com isso. – falei com a voz fraca. – Não estarei aqui para lhe atrapalhar.

            Levantei desajeitada, e sai o mais rápido possível. Eu precisava sair dali. Eu não queria saber os motivos, se é que tinha motivos. O elevador chegou em segundos, e eu apertei pro térreo, a tempo de ver Mike correr para a porta, as portas se fecharam e eu desci.

            Não tive vontade de chorar. Era só tristeza, uma tristeza que se repetia. Eu prometi há muito tempo que não ia mais chorar. Mas será que minha vida ia ser sempre assim? Traições? Mentiras?

            O elevador chegou, e eu sai. Estava uma chuva fraca, mas eu não me importei. Fui para o carro, liguei e sai. Eu nunca mais voltaria naquele lugar. Nunca...

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Voltei para casa. Eu morava com minha amiga, Priya. Dos tempos de escola. Ela tinha acordado quando eu cheguei e veio me ver. Percebeu na hora que havia algo errado.

            - O que houve? – perguntou cuidadosa, me conduzindo para o sofá. Viu meu braço sangrando e sua preocupação aumentou. – Vou buscar o kit.

            Ela foi ao banheiro, e voltou com uma maletinha verde. Tirou o álcool e algodão e começou a limpar meu braço.

            - Ele... ele mentiu. – falei, infeliz. – Estava lá, transando com duas garotas. Duas! Meu deus. Como pude...?

            - Calma. Uma coisa de cada vez. Ele estava te traindo?

            - Sim. – respondi, cabisbaixa.

            - Com duas piranhas? – continuou. E eu confirmei com um aceno.

            - Não quero ficar aqui. Vou viajar! – declarei. – Preciso pensar, e ele vai vir. Eu sei que vai.

            - E para onde vai?

            - Visitar minha tia... – falei fraca.

            Ela me olhou assustada.

            - Hum.. tem certeza?

            - Eu entendo, que... que... A Priya, pra onde eu mais posso ir? – perguntei exasperada. – Eu nem sei onde meus pais estão!

            - Tudo bem. Vou lhe ajudar com as malas.

            - Não precisa. Peço somente, que ligue para portaria e diga ao Sr. Carlos que não deixe que ele suba. Não é mais bem vindo aqui. – Ela confirmou e saiu.

            Peguei meu celular. Tinhas varias ligações dele. Eu as ignorei e liguei pra minha tia, para avisar. Ela ficou radiante com a noticia, e disse que iria comprar minha comida preferida (ela não sabia cozinhar), eu agradeci e desliguei. Chegaria lá em mais ou menos 2 dias e meio.

            O dia tava ficando cada vez pior. Eu já não sabia o que pensar. Priya disse que o corte não foi fundo, o que já era uma gloria.

            Estava arrumando as malas quando ela entrou e disse que ele estava lá. Barrado. Que exigia falar comigo. Eu somente neguei, e combinei com ela que se ele continuasse daquele modo, chamaria a policia. Terminei as malas e olhei para o meu tesouro... estava nos pés que o mantem a exibição... era especial, foi uma me dado por uma pessoa especial. Era um belo violão semi-profissional, acaju.

            - Será que devo leva-lo? – era o meu xodó. Mais eu levava pra todos os lugares (em viagens). Me ajudava, me lembrava o meu amor pela musica, e quem o cultivou. – Você vai comigo, amigão! – decidi.

            Tudo estava pronto. Eu precisava pensar. E devia uma visita a minha tia. Veria a Rosa novamente e ela iria irradiar, e me ajudar, como sempre fez. Fui levando as coisas pra sala.

            - Priya, obrigado por me ajudar e cuidar de mim. – abracei-a. Ela me ajudou muito. – Eu amo você amiga. Se cuida.

            - Também amo você. Não faça besteira, e me conte tudo. Me ligue quando chegar, okay?

            - Okay. Dê um beijo na Mary por mim. – soltei ela, e em direção a porta. – Obrigado por tudo! – e sai.

            Desci pelo elevador com as malas e o violão. E fui para o meu carro. Eu pararia em um posto antes de pegar a estrada. Colocaria mais gasolina e compraria umas besteiras para a viagem. Fui passando pela portaria, Mike ainda estava lá, e quando viu meu carro ficou eufórico. Eu levantei os vidros enquanto passava e o ignorei. Acelerando quando passei do portão. Olhei pelo retrovisor, ele olhava meu carro tomar distancia, sem saber o que fazer, depois saiu correndo pro carro dele. Mas eu já estava longe, e ele não viu a rua que peguei.

            Parei em um posto, enchi o tanque, entrei no pequeno mercado, e comprei uns biscoitos, barras de cereais, agua, refrigerante e outras bobagens. Voltei para o carro, peguei a estrada 78, e não olhei para trás!