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História Amor em Células e Vértebras - Segredo


Escrita por: LilBeM

Notas do Autor


Adivinha quem está fazendo 15 anos hoje? Sim, pessoas lindas, no dia de 30 de agosto, lá tava eu, dando um oi para esse mundão de meu Deus!
Aproveitem!
LEIAM AS NOTAS FINAIS!

Capítulo 13 - Segredo


Assim que toda a quimioterapia tinha acabado, a médica de Hermione retornara para a sala um pouco hesitante. 

Para a sua surpresa, encontrou a paciente e o amigo abraçados no sofá, enquanto dormiam um sono calmo. Inconscientemente sorriu, mesmo sabendo que um futuro sem certezas para um possível envolvimento deles seria um caso a se pensar. Mas Hermione já tinha passado por tantas coisas - provações colocadas a vista do quanto conseguia suportar -, que a garota merecia sentir o que era aquele sentimento. 

Talvez por causa da demora, Dra. Maria sentiu a presença de outra pessoa e se virou para ver a expressão no rosto de Mônica. O choque, aos poucos, foi dando espaço para um sorriso e um suspiro. 

- Isso é ruim? - a Granger perguntou. 

A oncologista negou com a cabeça, colocando as mãos nos bolsos do jaleco. 

- Não totalmente - esclareceu. - A situação de Hermione é um pouco delicada. Mas nada que um grande amor não venha a dá uma ajudinha. 

- Um grande amor? - repetiu Mônica descrente. - Hermione só tem dezessete anos! 

- O verdadeiro amor nasce em tempos difíceis. 

Piscando um pouco pelo peso das palavras, Mônica ajudou ela a acordar os outros dois. Como previsto, Hermione abriu os olhos lentamente e nem sentiu quando sua médica tirou a agulha de seu braço e colocar ali um pedaço de algodão para estancar o sangramento. Foi preciso mais uma bolinha do algodão para que o sangue parasse de sair e a morena permaneceu sentada, com a cabeça no ombro de Rony. Sua respiração estava fraca e ela tinha os olhos fechados.

- Está sentindo alguma coisa? - Dra. Maria perguntou próximo a ela. - Tontura, enjoo, dores? 

- Parece que meu estômago está dando uma festa - respondeu, a voz fraca. 

Rony escutava atentamente e um sentimento ruim, de não poder fazer nada que deixasse Hermione mais confortável, lhe cometeu. 

- Sabe que isso é normal. Mesmo assim eu sugiro que coma alguma coisa. Nada pesado - a médica olhava para a mãe da garota. 

- Adianta alguma coisa eu dizer que não estou com fome? - Hermione perguntou a médica. 

- Não. 

- Mas eu que sou a doente - argumentou outra vez. - Isso não vale nada? 

- E eu sou sua oncologista a mais de cinco anos - a mulher retrucou. - Vai querer mesmo estrar em uma discussão por que não quer comer? 

A cor quase chegou nas bochechas amarelas de Hermione e a garota desistiu, cruzando os braços de cara emburrada. Sua tentativa de fugir do jantar tinha sido falha e não seria responsabilizada se acabasse vomitando como a da última vez. Os efeitos colaterais eram horríveis nela e as vezes não consegui suportar a fadiga ou as dores, sem mencionar os constantes sangramentos do nariz e gengiva, que a deixavam paranoica na escola ao ficar checando se não estava vazando sangue por outra parte de seu corpo podre. 

Pedia, em todas as vezes que a Dra. Maria entrava em sua casa, que a quimioterapia lhe curasse. Não queria mesmo voltar para uma cama de hospital, retornar a ser medicada e ficar com cara de idiota por causa dos remédios. Não queria voltar a ver as pessoas que gostava apenas por meia hora e esperá-las no dia seguinte; sem saber ao certo se suportaria mais um dia. Se fosse para ficar doente até morrer, o melhor era isolar-se, permanecer sozinha, esperando o alívio que a morte lhe proporcionaria quando as coisas estivessem complicadas o bastante - sem sequer ver um tipo de rota de fuga. 

Já estava em seu limite. 

- Fica para o jantar, Rony? - escutou sua mãe perguntar. Hermione notou que a Dra. Maria não estava ali e ouviu o motor baixo do carro dela fazer barulho do lado de fora. É, hoje ela não jantaria com eles. 

- Se não for incomodo. 

A mãe de Hermione sorriu e o pediu que ficasse fazendo companhia a filha. Rony cruzou os braços e os dois ficaram em silêncio - escutando vez ou outra uma cigarra cantar fora da casa e o tilintar de pratos e talheres na cozinha. O ruivo esperou. Alguma palavra birrenta, ou um pedido de que ele fosse embora. Qualquer ação seria melhor que aquele silêncio perturbador. 

- Tenho certeza que agora está pensando em se afastar - Hermione enfim murmurou. Ela estava encolhida no sofá, abraçando as pernas e olhava para um ponto distante. - Vou entender se quiser isso. As pessoas costumam fazer isso depois de um tempo. 

Rony não falou nada, avaliando o caso e querendo que a amiga olhasse para ele. 

- Elas não aguentam, sabe - a morena continuou. - Isso vai ficar cada vez mais pior e não vai querer vir me visitar e eu está vomitando as tripas. 

Ah, o ruivo pensou. Então Hermione só queria afasta as pessoas logo, apenas para poupá-las. Mas naquele momento o que ela mais precisava era de gente do seu lado e a incentivando para melhorar logo. Não estava conseguindo se concentrar com Hermione olhando para outro lugar. 

- Hermione, olha para mim - pediu baixinho e depois de uma curta luta da garota decidido se fazia aquilo, Rony fitou os olhos castanhos da amiga, cheios de medo. - Não importa o que diga. Mesmo se você pedir para eu ir embora, eu  vou dá um jeito de voltar e encarar isso junto com você, porque é isso que amigos fazem: ficam juntos até nas horas ruins. 

Hermione colocou a culpa de está chorando na quimioterapia e sorriu. Com dificuldade, se levantou e abraçou o amigo. 

- Cadê aquela versão babaca de Rony Weasley? - murmurou. 

- Acho que ela morreu assim que conheci uma irritante - murmurou de volta e ambos riram. O ruivo balançou a cabeça, ainda com os braços ao redor da cintura da garota. Restava uma dúvida. 

- Porque demorou tanto? - disparou. - Faz semanas que você aguenta isso sozinha. 

Ela foi se soltando devagar e com um suspiro, retornou a sentar, agora na beirada do sofá. Se falasse o motivo, com certeza Rony riria ou ficaria furioso com ela. Mas não podia fugir do olhar acusador dele, que não desviava nem um segundo e suas orbes azuis eram convidativas demais. 

- Não queria que ninguém sentisse pena de mim. 

- Inclusive eu? - Rony elevou a voz. 

- Especialmente você! - ela falou devagar, deixando o ruivo chocado. - Não é fácil ver os olhares de pena quando tenho que fazer exames no hospital e meus pais me levam para a área de oncologia! 

- E também não é fácil ir para todos os lugares com as pessoas me encarando! 

- O que quer dizer? - Hermione perguntou ficando furiosa. - Não pense que sua tetraplegia é pior que minha Leucemia! É totalmente diferente! 

- Pelo menos eu não invento de querer afastar as pessoas - retrucou Rony. - Essa sua mania de querer ser sempre a que tem razão só a fez suportar o pior da sua doença sozinha! Não deveria ter ficado se lamuriando quando poderia me ter do seu lado! 

- Não preciso da sua compaixão! - a morena gritou. - Nem da sua companhia e muito menos dos seus sermões idiotas! 

A briga parou quando o celular do garoto tocou e ainda de face vermelha, ele o pegou, dirigindo-se até a porta da casa. 

Hermione o acompanhou com os olhos e não conseguiu se mover quando escutou a porta batendo com força. Olhou pela janela e viu o ruivo falando ao celular, enquanto cutucava nos botões de sua cadeira. Quando seus pais voltaram da cozinha, a morena apenas apontou pela janela. Continuou calada quando sua mãe perguntou o que tinha ocorrido e naquele momento que estava sobre os olhos curiosos dos dois, só queria ter força e fôlego o suficiente para subir as escadas e se trancar no quarto como uma adolescente qualquer. 

Infelizmente como não era e observando a altura da escada, concordou que o melhor era ir jantar. 

Sem frituras, sem muito sal, comida totalmente orgânica, era o que a esperava na mesa. Sua mãe fazia um belo trabalho nas refeições, mas nem todo o tempero do mundo deixava aquela sopa apenas de legumes gostosa. Enquanto Mônica e Wendel comiam batatas cozidas no vapor com um generoso pedaço de lasanha feita com beterraba, a garota enfiava pela boca uma colherada de cada vez da sopa. 

- Vou para o meu quarto. 

- Querida...

- Eu consigo ir sozinha - interrompeu o pai e afastou a cadeira, arrastando os pés até a escada. 

Caminhava pelo corredor até seu quarto quando se deu conta que a briga que tivera com Rony tinha sido totalmente idiota. Eram tão propensos a discutirem que a amizade deles sem aquilo é que ficava estranho. Caminhou mais rápido, mas sentiu um dos pés enrolar no outro, fazendo-a tombar a cabeça na parede sem chances de se segurar. 

Segundos depois da queda, tentou se levantar, mas suas pernas não queriam obedecer; pareciam gelatina e franziu a testa para elas. 

Algumas gotas de sangue pingaram em suas mãos espalmadas no chão. Checou os braços e a boca para ver de onde vinha o sangramento, mas quando uma pontada lhe assustou na cabeça, levou a mão até lá. O sangue escorria logo acima do canto de sua testa, encharcando o lado direito do rosto dela e sujando seus cabelos. Encarou as mãos encharcadas de sangue até que a inconsciência a fez desmaiar. 

***

Hermione não apareceu na escola. 

Na entrada e quando ficou esperando na porta da sala onde seria a primeira aula dela, Rony sentiu o estômago embrulhar quando o sino tocou e a morena não aparecera. Será que ela estava com raiva? Magoada? Ora essa, ela é que disse que não queria a pena dele. Mas ele não tinha pena dela, apenas não entendia o porque dela esconder sua doença por tantas semanas. 

As horas foram passando e não conseguia ouvir o que os professores diziam. A preocupação crescia cada vez mais, tirando o pequeno espaço que a esperança de Hermione chegar na escola sumir. 

Até o intervalo. 

Enquanto escutava seus amigos conversarem no caminho para o refeitório, pelo o corredor que dava para a sala do diretor, avistou o pai da amiga. O que ele estava fazendo ali ainda não sabia, mas iria descobrir quando moveu sua cadeira contra os alunos que caminhavam em uma só direção. 

- ...pedimos apenas um pouco de compreensão - falava o Sr. Granger ao lado do diretor. - Foi repentino e não tivemos um meio mais rápido para avisá-los. 

- Avisar o quê, Sr. Granger? - exigiu Rony. Os outros dois homens o olharam e o ruivo viu as olheiras nos olhos castanho do pai de Hermione. - Por que a Hermione não veio a aula hoje? 

- Houve uma emergência e Hermione está no hospital agora. 

- Hospital? - guinchou o garoto. - Mas por que? Ela passou mal? Hermione estava bem quando fui embora ontem a noite...

- Vai devagar, Rony, Hermione está bem - Wendel aquietou o garoto e pediu com o olhar para ficar a sós com ele para o diretor. 

- Mas o senhor disse que ela está no hospital. 

- Minha filha sofreu um acidente em casa - o homem esclareceu, a voz baixa e cansada. - Não tem nada haver com a Leucemia, mas terão que fazer alguns exames nela. Por isso eu vir aqui. 

Acidente? Mas que tipo de acidente? Queria vê-la para ter certeza que estaria realmente bem e foi quase que implorando que pediu ao pai da garota para ir visitá-la.

- Pode ir assim que a aula acabar. Hermione está internada no hospital do centro. 

É claro que a ida dele ocorreu depois de alguns berros de Luna e Gina, que piraram quando souberam que a amiga estava hospitalizada. O carro de Molly ficou apertado para cinco pessoas e foi com alívio que chegaram ao hospital. Outra preocupação se juntou a Rony: e se Gina e Harry desconfiassem de algo quando se vissem na área da oncologia? Passando pelos corredores até o elevador, buscou com os olhos alguma placa que indicasse onde iam e puxava assunto com eles quando notava uma. 

Hermione já estava brava o suficiente com ele e o ruivo achava que ela mesma que deveria contar a eles. 

- Qual é mesmo o número do quarto, Rony? - perguntou Gina, olhando para as portas. - Ronald!

- Hm? Ah, é doze - respondeu. 

- Então é essa - Gina sorriu e teve a mão parada no caminho da maçaneta pelo namorado. 

- Estamos em um hospital, certo? - olhou sério para a ruiva e para Luna. - Portanto não gritem e nem berrem. 

- Saia da frente, quatro olhos, quero ver minha amiga. 

Foi totalmente inútil o aviso de Harry e quando Gina abriu a porta, ela e a loira berraram, sacudindo as mãos e correndo para Hermione. A morena estava sentada na cama com uma camisola azul hospitalar e uma faixa circulando sua testa. Olhava pela enorme janela do quarto quando foi surpreendida pelas duas amigas. 

- Se vou receber toda essa atenção, então vou me acidentar mais vezes - brincou a garota. 

- Não vai não - retrucou Rony e eles se entreolharam. Os outros ficaram em silêncio e Harry fez um gesto com as mãos em uma ação de um revolver atirando para a própria cabeça e Nevile riu. As outras duas estavam distraídas, mexendo nas gavetas do pequeno guarda-roupa do quarto. 

- Desculpe - Rony e Hermione disseram juntos e riam. 

- Não deveria ter dito aquilo. 

- A quimioterapia me deixa maluca - adicionou a morena. - Brigamos a toa. 

- Sei, sei, vocês brigaram e blá-blá-blá - Nevile reclamou. - Agora você pode dizer o porque de está nesse hospital? 

- Eu cai - respondeu e o moreno arqueou uma sobrancelha. - Foi isso mesmo, viu? Estava indo para o meu quarto e acabei tropeçando. Bati com a cabeça na parece e de repente, PÁ! Minha cabeça estava sangrando e meus pais me trouxeram para o hospital. 

Luna a olhava assutada. 

- Foi isso mesmo? Jura, juradinho? 

- De pé junto - Hermione fez esforço e fez as pernas se juntarem por baixo do lençol. 

Eles pareceram acreditar e começaram a dizer as coisas que tinham acontecido na escola, falando das matérias, deveres de casa e sobre o intervalo. Rony permaneceu parado - perto da porta -, e ficou a olhar a garota rir das piadas de Nevile. Ela o olhou e estendeu uma mão. 

A mão dela estava tão branca e com cuidado, a segurou, entrelaçando os dedos com os dela e entrou na conversa. 


Notas Finais


https://www.youtube.com/watch?v=xqqW_XDXJ2U - Cena da queda da Hermione no corredor:D

Parabéns para mim!
Nessa data querida!
Muitas felicidades!
Muitos anos de vida!

É big, é big, é big, é big, é big!
É hora, é hora, é hora, é hora, é hora!
É rá-tim-bum
Lia, Lia!

Sentiram a referência em: "Inclusive eu?" "Especialmente você!"
Não me responsabilizo nas coisas que suas mentes vão criar e nem na minha própria que não está com um fim para essa fic. Essa história em particular está me matando com a dúvida sobre o final, mas, como ainda falta um pouquinho para acabar, vamos ver no que dá.

Demorei porque minha irmã trocou a senha do computador dela (idiota, retardada), e eu não sei qual é.
Ah, e talvez saia mais um capítulo de uma outra tal fic por essa semana. Pra matar a saudade que já deve tá grande e aproveitar que estou muito feliz! Acompanhem!


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