História Amor Encarcerado - Blood, Sweat and Sex.

-Jack, eu posso explicar- Jeongguk afastou-se num súbito de Taehyung e olhou para o loiro parado na porta.

-Não é a mim que você deve explicações, é ao seu namorado- Jack virou-se para ir embora com decepção em seus olhos.

-Espera! Eu pensei que nós fossemos amigos! Eu juro que posso explicar!- Jeongguk correu até ele e o segurou.

-Nós éramos amigos, eu nunca esperaria isso de você, traidor- Jack encarou o moreno com desprezo e puxou seu braço.

-Eu faço o que você quiser, pode ser qualquer coisa, mas por favor não conta pro Yibo, ele me mataria- Jeongguk pediu desesperado.

-Eu sei disso, mas... Você faria qualquer coisa? Qualquer coisa mesmo?- Jack perguntou pensativo.

-Faria, qualquer coisa que precisasse, eu não posso morrer Jack, não agora- Jeongguk segurou as lágrimas e falou firmemente.

-Então... Vem aqui, o oficial ainda está muito perto- Jack arrastou o moreno para mais longe da cabine- eu quero que você mate uma pessoa- ele sussurrou cuidadoso.

-Ma-matar uma pessoa? Mas eu nunca fiz isso Jack! E quem é essa pessoa? Por que eu tenho que mata-la?- Jeongguk falou assustado e nervoso enquanto olhava fixamente para o loiro.

-Exatamente! Ninguém desconfiaria de você, olha essa sua carinha de inocente! Eu quero que você mate o Mark, ele me rejeitou, me humilhou, e agora eu quero a cabeça dele- Jack tinha um olhar furioso e maligno.

-A cabeça dele?- Jeongguk falou ainda mais assustado e deu um passo para trás.

-Não exatamente, idiota! É uma expressão, eu só quero que ele morra, não importa como você vai fazer, só importa que você o mate- Jack continuava falando de forma assustadora.

-Mas ele é nosso aliado! Como eu vou fazer isso? Eu não tenho experiência nenhuma, eu nunca sequer cheguei perto de um cadáver, tirando o dos meus pais, é claro, mas mesmo assim eu não sou assassino eu não posso matar alguém!- Jeongguk andava de um lado para o outro de forma rápida e nervosa.

-Fala baixo! Quer que o oficial escute? Ele ainda não saiu do cantinho de amor de vocês! Lembre-se que eu tenho essa arma Jeongguk, ou você o mata ou Yibo mata você! Escolha bem... – Jack falou desafiador e deixou o moreno desolado para trás, mesmo assim ele ainda tinha um assunto para resolver.

-Tae... – Jeongguk voltou à sala e encontrou o oficial em prantos.

-É melhor você ir embora- Taehyung falou com dificuldade tentando conter os próprios soluços.

-Não meu amor... Eu vou cuidar de você- Jeongguk se aproximou do oficial e o abraçou delicadamente.

-VAI EMBORA! EU NÃO PRECISO DOS SEUS CUIDADOS, PRECISO FICAR SOZINHO!- Taehyung assumiu outra forma novamente, ele não parecia furioso, mas também transparecia não querer nenhuma proximidade com o moreno.

-Já entendi, eu vou embora Taehyung- Jeongguk se afastou angustiado e cabisbaixo.

-Tome cuidado- Taehyung deixou aquela frase escapar com a voz quase que inexistente.

-Eu não quero ficar vivo se for sem você, eu prefiro morrer hoje a passar mais um dia sendo rejeitado pela pessoa que eu amo, mas sabe, eu até entendo você preferir sua família a mim, o que eu tenho pra te oferecer?- Jeongguk falou de forma triste e foi embora.

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-Olha só quem chegou! Tava sumidinho... – Jack falou sarcástico quando Jeongguk voltou cabisbaixo até a mesa de sua gangue.

-Jeongguk nós precisamos conversar, pode ser aqui mesmo, eu só quero que você me desculpe por ter tentado... Bem, você sabe- Yibo falou nervoso.

-Eu é que te peço desculpas meu amor, eu não sei onde eu tava com a cabeça, eu só fiquei nervoso... – Jeongguk sorriu docemente e beijou o rosto do mais velho.

-Nós vamos no seu ritmo meu amor, não tem problema- Yibo sorriu também.

-Ai me poupem desse assunto!- Yixuan pediu enojado.

-Yibo, o que você faria se descobrisse que o Jeongguk te traiu?- Jack perguntou repentinamente.

-Por que você tá perguntando isso? Ficou maluco?- Jeongguk se irou tomado por nervosismo.

-Calma aí Tokki... Foi só uma pergunta... Ou você tem algum motivo pra ficar nervoso?- Jack olhou sugestivo para o moreno, em uma linguagem que só eles entendiam.

-É amor, aconteceu alguma coisa?- Yibo o encarou desconfiado.

-Não! Nada! Eu só não entendi por que ele perguntou isso, já que não existe possibilidade de uma coisa dessas acontecer-  Jeongguk falou tentando disfarçar o nervosismo.

-É Jack, por que essa pergunta tão repentina?- dessa vez o olhar confuso de Yibo se voltou para o loiro.

-Eu só quero saber ué, conhecimentos gerais, foi só uma dúvida que me surgiu de repente... – o olhar sarcástico de Jack era quase assustador.

-Bom, já que você quer tanto saber, na verdade eu nunca pensei sobre isso, meu Jeongguk é bom demais pra me trair, não é meu amor?- Yibo falou sorridente e selou os lábios do moreno.

-Claro... Eu nunca faria isso... – Jeongguk estava quase sendo derrubado por sua consciência.

-Mas, de qualquer jeito, eu ficaria louco, nem sei o que eu seria capaz de fazer, não gosto nem de pensar nisso- Yibo mudou o olhar de repente para um furioso.

-E nem precisa, isso nunca vai rolar, eu amo você- Jeongguk falou tentando desviar a atenção do mais velho e o beijou carinhosamente por algum tempo.

-Então Jeongguk, vamos ao banheiro comigo?- Jack falou sorridente e se levantou.

-Vamos, to querendo também- Jeongguk levantou-se rapidamente e beijou o rosto de Yibo, depois seguiu Jack até o pátio.

-Acredito que você vai aceitar minha proposta- Jack falou entre risos.

-E eu tenho outra escolha? Viu como ele ficou quando você resolveu insinuar aquilo?- Jeongguk perguntou indignado.

-Foi melhor do que eu esperava “meu Jeongguk é bom demais para me trair”, coitadinho dele- Jack gargalhava de forma irônica.

-Já chega! Esse assunto tem que morrer agora- Jeongguk segurou o braço de Jack com força.

-Esse assunto vai morrer quando eu quiser! Ou quando você fizer o que eu te mandei- Jack soltou seu braço e encarou o moreno furioso.

-E como eu vou fazer isso? Você tem muita coragem de mandar um inexperiente como eu cometer um homicídio- Jeongguk falou irônico.

-Eu já pensei em tudo, pega, essa é minha faca, ela é pequena então dá pra esconder na manga desse casaco aqui, não vai querer dar uma de espertinho, é só uma facada na garganta, direto na jugular, ele vai morrer em cerca de três minutos, não espera pra ver ele morrer não, só se certifica de ter acertado a veia certa, depois vai embora como se nada tivesse acontecido, essas luvas aqui é pra esconder suas digitais, se ele perceber, diz que é porque você tava “organizando umas encomendas” ele vai entender, se livra do sangue que tiver em você o mais rápido possível e pelo amor de Deus, tenha  cem por cento de certeza de que ninguém está por perto- Jack entregou o material necessário para o moreno enquanto falava seriamente.

-Tá... Mas de que lado é a jugular mesmo?- Jeongguk perguntou nervoso e confuso.

-É uma anta mesmo! É no lado direito! Agora vai, me deixa voltar pra lá antes que desconfiem- Jack falou revoltado e foi embora.

Jeongguk começou a andar a procura de Mark, seu corpo todo tremia e suas mãos estavam geladas e suadas como nunca antes, ele sabia que precisava fazer, agora que estava ali não havia mais como voltar atrás e sua vida com certeza era mais importante que a de Mark naquela altura do campeonato. Após alguns minutos ele achou o alvo dobrando um corredor distante, era o momento perfeito, ali era afastado e as câmeras não pegavam naquele ponto, ele escondeu melhor a faca e se começou a caminhar rapidamente até alcançar o homem.

-Mark! Que bom te encontrar por aqui- Jeongguk sorriu disfarçadamente.

-Bom por que? Tava me procurando?- Mark encarou o moreno surpreso.

-Não... É que eu to meio perdido- Jeongguk desviou o assunto sem deixar de sorrir.

-Ainda não aprendeu os corredores? Você é meio lerdo, vem deixa eu te tirar daqui- Mark riu irônico e começou a andar para fora dali, Jeongguk viu sua chance escapar e teve outra ideia.

-Espera! Vamos ficar aqui mais um pouco... Sabia que as câmeras não pegam nesse ponto?- Jeongguk sorriu malicioso e agarrou o mais velho.

-Todo mundo sabe disso Jeongguk, mas você não tem namorado? E eu sempre achei que nossas relações fossem estritamente profissionais- Mark riu surpreso, mas não deixou de retribuir o gesto do menor.

-Ah o Yibo? Deixa ele pra lá, a gente terminou e eu to querendo me divertir- Jeongguk trouxe o mais velho para mais perto de si.

-Yibo terminou com você? Tá aí uma coisa que eu nunca imaginei ver meu primo fazer, ainda mais que vocês pareciam ser tão apaixonados... – Mark falou desconfiado.

-Vai querer continuar falando nele ou vai aproveitar que eu to aqui disponível pra você?- Jeongguk encostou o mais velho delicadamente contra a parede, passando suas mãos pelo pescoço do mesmo e aproximando a faca de seu alvo, disfarçadamente.

-Vou aproveitar você, claro- Mark sorriu malicioso e fez menção em beijar o moreno.

-Me desculpa Mark, mas agora minha vida é mais importante que a sua- Jeongguk num ato súbito sacou a faca de sua manga e cortou a garganta do mais velho exatamente em cima da veia indicada.

Ele recebeu um último olhar ainda vivo de Mark, um olhar angustiado e sofrido, enquanto todo seu sangue se esvaia como uma cachoeira por aquela única veia que lhe proporcionava a vida, Jeongguk o olhou cair no chão e o último suspiro sair de suas narinas, ele olhou para as próprias mãos sujas de sangue e sentiu um nojo de si próprio e uma culpa que ninguém poderia tirar, antes que pudesse ser descoberto ele correu para longe dali, em um pranto incontrolável, ele já havia sujado todo o seu rosto com o sangue de Mark na tentativa de enxugar as próprias lágrimas, mas mesmo que ele se esforçasse, a imagem de Mark totalmente descorado e morto por ele, voltava a sua cabeça em um looping de tortura e dor infinito, ele havia matado alguém e pior, um aliado, se alguém descobrisse seria seu fim, mas na verdade, seu fim havia chegado ali, quando ele deixou o caráter que seus pais lutaram tanto para lhe dar, para tirar a vida de outra pessoa. Ele chegou ao banheiro cambaleando e se apoiou na pia, lavou as mãos e o rosto rapidamente e encarou sua face no espelho, agora já era tarde para chorar, se alguém o visse daquele jeito com certeza iria desconfiar, ele precisava esconder sua dor, ele precisava se tornar um deles, isso se quisesse mesmo sobreviver. Passou-se mais um tempo e finalmente ele conseguiu se conter, agora, apenas com os olhos vermelhos, ele se sentia outra pessoa, ele se via de outra forma, e ele com certeza odiava essa forma.

-Eu tava te procurando! Jack voltou e você não, eu te procurei por todo lugar, eu tava preocupado Jeongguk! Não faz mais isso!- Yibo adentrou o banheiro desesperado e agarrou o menor com força.

-Eu tava aqui o tempo todo, não precisava se preocupar eu já ia voltar- Jeongguk falou tentando livrar seu rosto do abraço, em busca de ar.

-Mas espera aí, você ficou esse tempo todo aqui? E por que seus olhos estão tão vermelhos?- Yibo soltou Jeongguk desconfiado e o fitou seriamente.

-Eu passei um pouco mal, acho que eu to meio estressado, acabei ficando um pouco tonto e resolvi ficar por aqui caso dessem náuseas de novo- Jeongguk falou friamente.

-Tá estressado com o que? Se for com aquela história eu... – Yibo falou preocupado, mas foi interrompido por Jeongguk.

-Não amor, não é isso, eu já até tinha esquecido, na verdade, eu nem sei por que fugi- Jeongguk precisava desestressar, viu sua chance ali a sua frente e a agarrou malicioso.

-Não, amor...  Não aqui, não assim, eu quero que seja o mais romântico possível, se é que existe possibilidade de ser aqui dentro- Yibo afastou-se de Jeongguk com um olhar desaprovador.

-Foi por isso que eu fiquei nervoso! Eu não sabia como fazer pra ser romântico se eu gosto quando me tratam mal, você é um homem perigoso amor, sei que sabe fazer isso- Jeongguk falou indignado, porém ainda malicioso e sugestivo.

-Eu pensei que você gostasse de caras românticos... – Yibo falou surpreso e decepcionado.

-Que nada, nesse aspecto pelo menos, gosto de caras como eu sei que no fundo você é- Jeongguk parecia bem mais convincente agora.

-Tudo bem então, mas você pediu, depois não se arrepende- Yibo mudou totalmente sua expressão, agora ele mostraria seu lado perigoso, seu lado masoquista.

Ele agarrou o moreno e o jogou contra a parede, o jogou sem pena, o que fez até mesmo Jeongguk se assustar, o atacou com beijos vorazes e desesperados e toques depravados e violentos até demais, Jeongguk apenas se entregou ao mais velho, na esperança de que o prazer que ele buscava sentir o ajudasse a esquecer a culpa que guardava, já que o nojo de si próprio só aumentaria agora, ele apenas correspondia aos beijos e aos toques, num súbito retirou a camisa de Yibo para acelerar o processo, já que eles estavam ainda dentro do banheiro, e nem um pouco interessados em saírem de lá, começou a arranhar seu abdômen violentamente e a depositar chupões intensos em seu pescoço, ele sentiu a mão de Yibo apertar seu pescoço com força  e trazer seus lábios de volta aos do mais velho, depois ele novamente foi jogado contra a parede e rapidamente seu pescoço também foi preenchido por mordidas e chupões  violentos, Yibo pegou o menor no colo e o sentou sobre o balcão da pia, afim de que seu pescoço ficasse em uma altura mais acessível, quando sentiu o mais velho fazer menção de arrancar suas roupas, Jeongguk respirou fundo e talvez, seu inconsciente tenha clamado pela pessoa que atrapalhou aquele momento.

-J-jeongguk!- Taehyung adentrou despercebido e assustou-se ao ver a cena.

-Oficial! Nos desculpe, por favor! Yibo, pega sua camisa, meu Deus que vergonha- Jeongguk saltou para trás e rapidamente entregou a peça de roupa nas mãos do mais velho.

-Falamos disso depois, chegou uma carta para você- Taehyung falou o mais profissional possível, tentando esconder toda sua dor.

-Uma carta? Mas como? Eu não tenho ninguém, oficial!- Jeongguk levantou-se angustiado e se aproximou de Taehyung, ele também estava tentando agir o mais natural possível, mas os olhares que trocava com Taehyung deixavam visíveis os sentimentos.

-Não sei, pergunte ao meu superior, só estou fazendo meu trabalho de te levar até lá- Taehyung saiu do banheiro rapidamente deixando novamente o casal sozinho.

-Eu vou com ele amor- Jeongguk se aproximou do mais velho que apenas assentiu com a cabeça, e se despediu com um beijo, depois passou a seguir o oficial.

Mas, quem o mandaria uma carta?