História Amor Encarcerado - Taegguk's now?

A vida de Taehyung era inegavelmente infeliz após a chegada de Jeongguk, levantar todos os dias pela manhã em sua cama king size de molas ensacadas, em sua casa grande e extremamente cara, tomar café com aqueles produtos de elite, não fazia mais o menor sentido para ele, a partir do momento que aquele menino entrou em sua vida, a ponto de ele preferir muito mais estar em seu trabalho com a possibilidade de talvez cruzar com Jeongguk por alguns do corredores, do que em casa com sua esposa, vivendo aquela vida totalmente sem graça, apenas o sorriso de sua filha era capaz de melhorar seu dia, ela era a razão pela qual ele ainda estava ali, ele lembrava todos os dias do nascimento de sua garotinha e de como seu mundo passou a ser mais colorido depois que ela passou a enfeitar a casa com sua alegria e beleza, para Taehyung não havia nada melhor do que descer as escadas e receber um abraço caloroso de sua princesa, ela era sua melhor amiga, sua companheira, mesmo tão pequena e frágil, ela conseguia ser a pessoa mais compreensiva e inteligente que ele conhecia, mas até mesmo seus longos cabelos negros e lisos lembravam vagamente à Jeongguk, e mais uma vez Taehyung se via frente a frente com seu maior problema e consequentemente, a única solução que ele precisava. Olhar para sua esposa estava se tornando cada vez mais doloroso, ele não conseguia encontrar mais nenhuma beleza nela, o amor que ele sentia quando eles se casaram já não tinha nenhum espaço em seu coração, mas ele se esforçava para não transparecer nada, ele não queria que ela pagasse pelo seu problema, então ele levantou mais uma vez naquele lugar, tomou um banho quente e pôs seu uniforme, ele desceu as escadas e como sempre, sua filha o abraçou, ele retribuiu com amor e se dirigiu à mesa do café, começou a comer em silêncio, naquele dia, mais do que nos outros, ele não tinha menor vontade de conversar com ninguém, ele só queria terminar logo e sair dali, e seria assim se sua esposa não houvesse se incomodado com seu silêncio.

-Meu amor, está tudo bem?- ela perguntou preocupada.

-Sim, está- ele respondeu sério, mas sorriu.

-Você parece preocupado, aconteceu algo?- ela insistiu e sentou-se perto dele.

-Não meu bem, eu só estou com alguns problemas do trabalho para resolver, mas logo passa- ele a tranquilizou e beijou sua testa.

-Você vai conseguir resolver meu amor, você sempre resolve- ela sorriu- pode levar a Jieun na escola hoje? Vou precisar resolver uns assuntos da corretora- ela pediu enquanto arrumava a mochila da menina.

-Sim, eu posso- ele respondeu sério enquanto procurava as chaves do carro- vamos meu anjo? Não esquece a lancheira- ele a chamou sorridente e se dirigiu até a porta de entrada.

-Papai, o seu trabalho é muito difícil?- Jieun perguntou assim que eles entraram no carro.

-É um pouco, às vezes tem alguns problemas complicados de resolver, mas costuma ser bem tranquilo a maior parte do tempo, mas por que quer saber?- ele explicou ainda sorridente, sem tirar a atenção do transito.

-É que ultimamente você tem reclamado muito de lá, tem alguém maltratando?- ela perguntou inocente.

-Não filha, lá ninguém pode maltratar o papai, pelo menos não fisicamente- ele declarou entre gargalhadas.

-E existe outra forma de maltratar alguém?- a menina perguntou confusa.

-Existe sim, mas isso você vai descobrir quando for mais velha- ele falou com um tom de voz mais triste.

-E o que você vai fazer a respeito disso?- ela perguntou como se soubesse do que ele passava.

-O que eu quero fazer não é o que eu devo fazer, eu não quero que você tenha vergonha das minhas atitudes, quero que tenha orgulho- ele falava tenso e nervoso.

-Eu vou me orgulhar de qualquer atitude sua papai, afinal, você sempre me diz para amar acima de tudo- a menina declarou de forma sábia e pegou sua mochila assim que o carro parou.

-Eu te amo Jieun, tenha um bom dia e se comporte- ele falou sorridente e a abraçou.

-Eu também te amo papai, e resolve logo os seus problemas lá tá bom, eu gosto de ver você bem feliz- ela saiu do carro, mas sem deixar de olhá-lo.

-Eu vou resolver filha, muito obrigado por ser tão inteligente- ele falou orgulhoso e ligou novamente o carro.

-Eu aprendi com você- ela sorriu abertamente e se dirigiu para dentro da escola.

Taehyung voltou a dirigir e passou todo o percurso com a frase de Jieun em seu pensamento, será que ela ia mesmo apoiar aquela decisão? Não era normal para ele o que estava acontecendo, mas ele sabia que não iria mais ser feliz daquele jeito, talvez o único jeito de descobrir se ele deveria mesmo abandonar tudo por Jeongguk, era lhe dando o que ele precisava e permitindo que Jeongguk lhe mostrasse o amor que sentia, apesar de que seus sentimentos por ele já estavam esclarecidos, Taehyung ainda precisava de uma coragem que não tinha para deixar sua família.

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Na prisão, Jeongguk não havia conseguido dormir, de igual modo Chim, que devido ao fato de D Killer ter ido para a solitária, estava triste e preocupado demais para dormir, nenhum dos dois sabia do problema do outro, eles não tiveram nenhum tipo de diálogo no dia passado e de certo modo, eles sabiam que algo estava errado, mas sua cabeça se mantinha ocupada demais para conversar. O dia chegou e eles levantaram com dificuldade, o corpo cansado pela falta de sono e o ânimo mais baixo que nunca, cada um fez o que deveria fazer e novamente sentaram-se em suas respectivas camas para aguardar a hora do café, eles estavam sentados frente a frente, mas não se encaravam e nem retiravam o silêncio do local, mas em um momento, seus olhos levantaram-se ao mesmo tempo e os dois se encararam, como se fosse a peça que faltava, as lágrimas rolaram pelos olhos cansados dos dois amigos, eles se entendiam nas entrelinhas, conseguiam sentir a dor um do outro, e rapidamente Jeongguk correu para os braços de Chim, eles permaneceram abraçados por um longo período de tempo, até que Chim, que era o mais forte dos dois, se pronunciasse.

-Você quer me contar o que houve?- ele soltou-se do moreno e enxugou suas lágrimas.

-Conta primeiro, eu sinto que minha história é maior- ele sorriu fraco e encarou o loiro.

-Kill foi pra solitária, vai passar um mês lá, ele brigou com seu namorado por causa da morte do Mark e os dois foram punidos, o que me deixa triste é que o Kill só queria me defender, talvez se eu não tivesse me metido, Yibo não teria me atacado e ele não teria ficado com raiva, ele vai sofrer tanto lá... A solitária é horrível... Eu não quero nem imaginar alguém maltratando meu bebê, coelhinho, eu o amo tanto... – mesmo tentando conter as lágrimas, não era possível evitar a angústia de seu coração.

-Espera aí, que história é essa? Yibo foi pra solitária? E o Mark está morto? Minha nossa... É só eu sair que acontece uma revolução... Mas, quanto ao seu problema, fique tranquilo, D Killer parece ser um homem bem forte, ele aguenta, e já ele está de volta pra você cuidar dele- Jeongguk procurou as melhores palavras para tranquilizar o loiro.

-É verdade... Ele já passou por coisas piores que isso, mas mesmo assim, espero que passe bem rápido, eu sinto muita falta dele... Mas, e você, aonde tava enquanto isso?- Chim declarou ainda preocupado, mas agora confuso.

-Bom, eu recebi uma carta, era do meu ex-namorado, pelo menos eu achava que era ex, mas aí ele disse que ainda me ama e que vai me esperar sair daqui pra gente voltar, mas ele fez uma coisa horrível Chim... Talvez a coisa mais horrível que alguém podia ter me feito... Eu tenho medo dele, eu tenho medo de ele querer me tirar daqui do jeito dele, principalmente agora que eu amo outro... Ele não aceitaria e poderia me matar também... Eu to com medo Chim, ele é muito perigoso, uma das piores pessoas que eu já conheci na vida... Eu sei que eu já o amei muito, mas hoje em dia eu tenho nojo dele, eu não sei o que esperar e isso me assusta... – Jeongguk não conseguia parar as lágrimas e estava visivelmente assustado.

-Não sei como consegue ter medo dele, você está cercado de homens perigosos, eu mesmo, você sabe o que eu já fiz? Eu já fiz tanta coisa ruim pra tanta gente, faz parte do meu trabalho, faz parte do trabalho de todos nós, seu namorado foi preso por estuprar mulheres indefesas Jeongguk, não deveria mais te assustar esse tipo de coisa, se ele tentar fazer alguma coisa contra você, pensa que você tem todos nós pra acabar com a raça dele e você mesmo, a essa altura já deve saber o suficiente para destruir ele, eu odeio admitir isso, mas seu líder é um homem muito inteligente, todos os membros da sua gangue são, então se fortaleça com eles, aprenda o que deve aprender e se caso ele tentar fazer algo, você vai saber o que fazer, vai estar preparado, o medo agora é uma coisa boa, faça dele o seu aliado- Chim falava sabiamente, como se soubesse exatamente pelo que o moreno estava passando.

-Você tem toda razão, eu devo parar de ser tão fraco, talvez se eu tivesse falado com você antes eu teria conseguido dormir, mas essa história acabou comigo e ainda tem o Taehyung... Ele consegue ser tão estúpido e tão incrível ao mesmo tempo, eu sei que ele gosta de mim, mas ele continua me ignorando e isso também me destrói, por que é tão difícil ser eu?- Jeongguk declarou já calmo, mas ainda triste.

-Eu já tinha mandado o Taehyung se foder, nós não estamos mais na idade do “vou sofrer pelo oppa que não me nota”- Chim revirou os olhos e falou indignado.

-Falou o cara que há duas semanas atrás estava chorando pelo “oppa  que não me nota” vulgo D Killer- Jeongguk não conseguiu evitar o sarcasmo.

-Você tem razão, eu acho que essa idade nunca passa- ele gargalhou também- mas, de qualquer forma o Taehyung tá pedindo pra ser ignorado, porque homem é assim, quanto mais atenção você dá, menos ele se importa, aí você some e ele vem correndo, foi isso que fez o Kill se declarar pra mim, e foi graças a você, talvez devesse escutar seu próprio conselho- depois falou de forma séria e aconselhadora.

-Eu acho que devo mesmo, se ele me amar, vai querer saber o que tá acontecendo- Jeongguk repetiu as próprias palavras.

-E se não amar, pelo menos a distância vai te ajudar a superar- Chim completou.

-Eu sou um gênio, não é?- Jeongguk falou de forma convencida.

-Nós somos!- Chim abraçou o moreno novamente ambos caíram deitados sobre a cama.

-Hora do café meninos!- Taehyung apareceu e falou de forma branda.

-Nossa to morrendo de fome!- Chim levantou-se e arrumou os cabelos uma última vez.

-Deixa de ser assim! Kill nem vai estar lá- Jeongguk falou sarcástico e gargalhou da atitude do loiro.

-Primeiro, só quem pode chama-lo de Kill sou eu, segundo, Yibo também não vai estar lá, engraçadinho!- Chim revirou os olhos e saiu da cela.

-Sinceramente, ainda bem!- Jeongguk declarou entre risos e seguiu o loiro.

Antes de ir para a mesa de sua gangue ele resolveu dar uma volta pelos corredores, como Yibo não estaria lá para lhe dar bronca caso ele atrasasse, ele resolveu chegar mais tarde e refletir um pouco sobre o que Chim havia lhe dito, o que ele não sabia era que estava sendo seguido.

-Pelos corredores novamente?- Taehyung se aproximou, mas não estava sério como de costume.

-Essa sua frase já tá meio velha- Jeongguk falou irônico e continuou a andar.

-E como eu devia dizer isso? Não há outro modo- Taehyung riu frustrado.

-Sempre há outro modo, oficial, mas eu já to indo, com licença- Jeongguk falou indiferente e começou a andar.

-Ainda está mal pela carta?- Taehyung segurou a mão do moreno, o impedindo de ir embora.

-Na verdade não- Jeongguk respondeu seco e puxou sua mão.

-Jeongguk... A gente precisa conversar- Taehyung falou com a voz trêmula e novamente segurou a mão do moreno.

-Eu  to com fome Taehyung, talvez depois- Jeongguk encarou o oficial, já irritado e tentou sair.

-Por favor, só cinco minutos- Taehyung falou quase derrotado.

-Eu passei muito tempo implorando menos que isso de você, talvez agora eu não queira mais- seus olhos marejaram, mas ele segurou as lágrimas com toda sua força.

-Ainda bem que você disse talvez- Taehyung puxou o moreno para perto e deixou seu corpo quase rente ao dele.

-Taehyung me solta, eu não quero mais, eu cansei, o que você quer de mim?- Jeongguk mantinha uma expressão furiosa e ao mesmo tempo triste.

-Eu quero um beijo, só um beijo, por favor, eu preciso... – Taehyung colou seu rosto ao do menor, a ponto de sentir sua respiração.

-Eu já te beijei outras vezes Taehyung e você sempre me deixou depois, por que agora eu deveria te beijar? Pra criar mais esperança de que talvez você sinta algo por mim e depois sofrer com a sua falta? Sofrer com o fato de você nem olhar na minha cara? Ouvir aquelas palavras incrivelmente insensíveis que você me diz e ficar me perguntando o que há de errado comigo, por que eu tenho que amar alguém tão estúpido, é isso que você quer? Você não cansa de me destruir?- Jeongguk se afastou rapidamente do oficial e sem deixar de olhar em seus olhos, falava cada frase com lágrimas descendo por sua face.

-Você acha que é fácil? Eu sou casado há oito anos com uma mulher que eu jurei ser o amor da minha vida, eu tenho uma filha linda que tem essa mesma idade e depende de mim, ela é a razão da minha vida, Jeongguk! Mas, tem você, eu estou ficando louco por sua causa, eu só fiz o que fiz porque eu me sentia cada vez mais impotente com o fato de estar apaixonado por você, eu rejeito esse sentimento desde a primeira vez que eu te vi, mas tá impossível continuar assim, eu não vejo mais sentido na minha vida, mas eu não sei o que fazer e talvez você possa me ajudar a pôr tudo no lugar, a me entender melhor, a entender o que eu preciso fazer... Eu não sei como contar pra minha filha, eu não sei como eu vou viver sem ela... Mas, eu sei que você pode me ajudar, você me mostrou isso com o passar dos dias, se você tiver desistido de mim, eu não te culpo, mas agora é tarde demais pra mim, é tarde demais pra negar, eu não sei mais o que é ficar sem você, então se ainda tiver alguma chance pra mim, eu te amo- Taehyung falou tudo cabisbaixo, buscando forças para dizer aquelas palavras, mas na última frase ele levantou seus olhos e encarou fixamente a face assustada e surpresa do moreno.

 -É pra valer agora? Você não vai mais me abandonar?- Jeongguk falou ainda desconfiado, mas se aproximou do oficial devagar.

-Eu não quero mais que isso aconteça, eu quero ficar com você- Taehyung novamente abaixou a cabeça, mas ao ver Jeongguk segurar sua mão, não pôde deixar de olha-lo.

-Então eu vou ajudar você, eu vou cuidar de você, se você quer mesmo isso, se quer mesmo ficar comigo, eu estou aqui- Jeongguk acariciou o rosto do oficial e sorriu docemente.

-E se eu não for forte o suficiente? Eu não sei como lidar com isso- Taehyung perguntou e apertou mais a mão do moreno.

-Contanto que você não saia de perto de mim, ser fraco não vai ser um problema, porque eu vou estar aqui pra ser forte junto com você, mas então, você vai querer meu beijo ou não?- Jeongguk tranquilizou o oficial mais uma vez e sorriu.

-Sim! Por favor, eu quero!- Taehyung declarou nervoso e colocou os braços em volta da cintura do menor.

Jeongguk sorriu uma última vez olhando nos olhos castanhos do oficial, então o beijou docemente, ele sentiu seu corpo ser tomado por uma felicidade imensa e à medida que sentia os lábios macios de Taehyung contra os seus, ele o queria cada vez mais, intensificou o beijo ainda mais e o agarrou com mais força, ele podia sentir o coração acelerado do oficial, que estava totalmente entregue ao beijo e ao seus sentimentos pelo menor, ele não imaginava que sentiria um alívio tão grande ao se declarar para ele e foi tudo tão melhor do que ele esperava, que ele achava até que seria mais fácil agora deixar tudo por ele, o beijo foi interrompido pela falta de ar, mas seus corpos não se separaram, agora não havia mais por quê, ele não pretendia sair de perto dele tão cedo.