História Amor entre Amigos - Finalmente Alta

                Era domingo de manhã e o meu pai estava comigo, eu tinha contado a ele toda a minha conversa com o Jimin e que ele tinha me perdoado, eu podia ver o orgulho voltar ao seu sorriso, por eu ter sido sincero e contado a verdade, me sentia bem por ele está orgulhoso de mim novamente, também contei sobre o garoto que tinha me atropelado, mas meu pai já tinha falado com ele antes, não o culpava por nada, ele disse que o garoto era muito simpático e prestativo e que nós poderíamos até ser grandes amigos, eu ri com essa possibilidade, mas realmente ele parecia ser um cara legal, eu só não contei sobre mim e Hoseok, ainda era cedo pra contar e eu não sabia como ele reagiria em saber que eu e ele estávamos namorando, pois meu pai falava dele com antipatia e raiva, só pelo fato de ele ter me levado para aquela casa de show, meu pai sempre gostou do Hoseok, mas depois dessa, ele tinha ficado muito desapontado com ele e o considerava agora como uma ma influencia, porém depois eu ia tentar convencê-lo do contrario, porque agora eu não posso viver sem o Hoseok, eu olhava para as paredes brancas do quarto e imaginava o rosto dele, o sorriso dele e me pegava sorrindo sem motivo, perdido em meus pensamentos.

                Eu nunca me imaginei assim, eu parecia um bobo apaixonado, perdido em um mundo onde só existia o Hoseok e a mim, meu pai percebia o meu olhar distante, mas só fazia rir da minha felicidade, ele devia pensar que eu estava assim por causa do Jimin, já que tinha me perdoado, ele assistia um programa na televisão e tentava não prestar atenção em mim, mas eu não estava nem ai, tudo na minha vida estava dando certo, me acertei com os meus amigos, o Jimin iria voltar para o Jungkook, ele saiu daqui me jurando isso, eu estava me recuperando e tinha finalmente encontrado o amor, só o que faltava era sair desse hospital, já na aguentava mais a brancura desse quarto.

                Ontem à noite eu tinha sonhado com o Hoseok, nós nadávamos dentro de um rio de águas cristalinas, estávamos pelados e eu já estava bem, no meu corpo não havia uma cicatriz, nós dois brincávamos no rio e nos beijávamos, iríamos fazer sexo ali, até que um tubarão enorme apareceu acabando com todo o clima romântico e acordo, eu continuava a ri baixo e o meu pai franzia a testa ainda achando tudo engraçado, mas era esse sentimento pelo Hoseok que me extasiava, amar nunca foi tão bom, eu estava feliz e queria vê-lo, só que hoje não era dia de visita e isso me frustrava, o que eu podia fazer era só imaginá-lo, eu fecho os meus olhos e começo a pensar em seus olhos, no seu corpo, eu nunca tinha visto ele pelado, já queria saber como era, imaginava como podia ser cada centímetro do seu corpo, como veio ao mundo, eu ria envergonhado de mim mesmo, eu estava muito saidinho, mas é melhor eu parar se não ia começar a ficar excitado e só de pensar na possibilidade eu começo sentir o meu membro reagir, era constrangedor, porque meu pai estava logo ali.

                De repente alguém adentra o quarto e me tira desses devaneios, era o doutor Eduardo, ele tinha vindo ver como eu estava e iria me levar para fazer mais exames, ele e meu pai me colocaram na cadeira de rodas e me levaram dali, eu iria refazer todos os exames que eu já havia feito, de sangue, de pressão, bateria novamente vários raios x e tomografias entre outros, eles me levavam de uma sala a outra e o Eduardo como sempre me tocava e como sempre eu ficava incomodado, mas meu pai estava sempre do meu lado e me dava segurança, com ele ali o Eduardo não tentaria nada, mas isso não me fazia deixar de me sentir violado, por aquelas mãos grandes daquele médico, passarem por mim.

                Quando os exames finalmente acabaram, voltei pro quarto e a enfermeira me trouxe mais comida, depois eu e meu pai ficamos ali conversando, eu queria contar a ele sobre os meus temores com relação ao médico, mas achei melhor não, já que não tinha certeza de nada, ficamos ali horas conversando. Nós assistíamos a um programa chato de domingo, quando o doutor Eduardo mais uma vez adentra o quarto, só que desta vez todo sorridente, ele olha pra mim e logo depois pro meu pai dizendo:

Eduardo – Bem eu trago boas notícias, os resultados dos exames já saíram e está tudo ok Taehyung, o seu organismo está se recuperando como o esperado.

Pai do Tae – Que bom filho...

                Ele aperta minha mão.

Eduardo – Você terá alta hoje e continuará a recuperação em casa.

Taehyung – Sério? Eu não acredito.

                Falei animado e ele voltou a sorrir, meu pai me abraçou aliviado.

Pai do Tae – Finalmente filho.

Taehyung – É pai, eu já não aguentava mais ficar aqui nesse...

                Eu penso no que iria dizer e olho pro médico envergonhado.

Eduardo – Eu entendo.

Pai do Tae – Doutor quando podemos ir?

Eduardo – Quando quiserem, só vou te passar algumas receitas de antibióticos para o senhor comprar pro seu filho e algumas instruções que devem ser seguidas rigorosamente.

                Ele só falou que eu devia permanecer em um local arejado, livre de poeira e germes, para não pegar uma outra infecção nos meus pontos, eu fiquei surpreso com a quantidades de receitas que ele entregou ao meu pai e ainda tinha que fazer uma dieta, eu nunca tinha feito dieta na minha vida e agora tinha que fazer, lá se ia o meu plano de comer o que eu quisesse por água baixo, por que tenho certeza que minha mãe não ia se recusar a me dar nada, mas com essa dieta, enfim o importante era que iria sair desse hospital e me veria livre desse medico. Meu pai estava muito empolgado, ele sai do quarto para ligar pra minha mãe e me deixa sozinho com o medico, eu já estava aflito, com medo, ele me encarava sério agora, põe as mãos dentro dos bolsos do jaleco e se aproxima de mim, senta na cama e eu arregalo os olhos surpreso, o que ele estava fazendo, pensava. Ele acabou falando:

Eduardo – Então... Você vai embora, eu deviria está feliz, já que um paciente meu já está bem e vai ter alta, mas...

Taehyung – Mas não está?

                Eu franzi a testa confuso.

Eduardo – Não, eu não queria ficar longe de você...

                Ele falava com uma calma que me assustava, eu grito surpreso.

Taehyung – O que? Como? Como é que é?

Eduardo – Desde que eu te vi na mesa de cirurgia, eu fiquei fascinado pela sua beleza e pela sua força de vontade de sobreviver...

Taehyung – Você é doido!

Eduardo – É a verdade, você mexeu comigo, todo esse tempo que eu tratava o seu caso, eu te observava e tinha uma louca vontade de beijar essa sua boca.

                Ele olha pra minha boca, eu engulo seco e me desespero.

 Taehyung – Não, pa-pa-para você não fez o que eu to pensando...

Eduardo – É claro que não, eu sou profissional, sei bem controlar os meus desejos.

Taehyung – Meu Deus você é um pervertido! Tarado!

                Gritei.

Eduardo – Calma eu não fiz nada.

                Ele pega na minha mão e a repilo bruscamente.

Taehyung – Mas podia ter feito! Você me dá nojo!

Eduardo – É verdade, não faltaram oportunidades, mas eu não sou estuprador.

Taehyung – Você quer que eu acredite nisso?

                Eu queria gritar pelo meu pai, queria sair dali, mas não conseguia.

Eduardo – Aí já é com você, mas isso já aconteceu comigo, eu já me apaixonei por um dos meus pacientes, eu não queria mais aconteceu, eu só queria cuidar de você Taehyung.

Taehyung – Cara você é doente da cabeça.

                Falei revoltado, então era verdade, todo esse tempo ele me desejava e eu não estava enganado, todas aquelas vezes que ele me tocou me vinham na cabeça agora e me deixavam arrepiado e as tantas outras vezes que ele devia ter passado a mão em mim quando eu estava sedado, podia não ter acontecido, mas eu me sentia estuprado, porém eu preferia acreditar nele e pensar que nada tinha acontecido. Ele ainda me encarava sério, tira do seu outro bolso do jaleco um cartão e me entrega dizendo:

Eduardo – Olha, esse é meu cartão, se você quiser me ligar pra...

Taehyung – Que! Se respeite, você acha que eu vou ligar pra você, seu tarado, eu devia te denunciar pra policia isso sim.

                O interrompo esbravejando e ele ri.

Eduardo – É que eu também sou um psicólogo, se você quiser marcar umas consultas é só me ligar, você precisa depois do que passou...

Taehyung – E você acha que eu vou me consulta com você depois disso tudo, se toca!

                Eu amasso o cartão com fúria e arremesso pro canto da parede.

Eduardo – Eu só não queria perder o contato com você Taehyung, só queria saber se você estaria bem.

Taehyung – Cara pode ter certeza que você nunca mais vai me ver...

Eduardo – Ah eu vou sim, ainda tem o pós-operatório, você ainda vai ter que voltar ao hospital, ainda vai ter que tirar o gesso e os pontos lembra...

                Mais uma vez engulo seco apreensivo, eu não queria mais vê-lo, mas ainda iria. Nesse momento meu pai volta animado e fala:

Pai do Tae – Filho eu já falei com sua mãe, ela vai arrumar tudo para a sua chegada.

                O Eduardo se levanta e fala.

Eduardo – Bem eu já vou indo, vou deixar vocês com a boa noticia... Força jovem Taehyung.

                Ele iria embora, mas meu pai se aproxima dele aos prantos e o abraça.

Pai do Tae – Obrigado doutor, por ter cuidado tão bem do meu filho.

Eduardo – Ah é o meu trabalho senhor, salvar vidas...

                Ele dá uma ultima olhada em mim e saí pela porta, eu respiro aliviado, eu queria contar tudo que ele tinha me falado ao meu pai, mas não tive coragem, eu estava com ódio desse médico, mas mesmo assim sentia pena dele e se eu contasse poderia prejudicar e muito o trabalho dele, afinal de contas ele tinha salvado minha vida, eu não podia fazer isso com ele e também tudo isso já não importava mais eu já ia embora mesmo.

                Algumas horas depois eu comecei a me aprontar, meu pai me ajudou a vestir um calção largo e uma camisa branca, ele me ajudou a sentar na cadeira de rodas e arrumou minhas coisas, pegou minha ficha e me empurrou para fora do quarto. Eu mal podia esperar, para sair daquele hospital, nós passávamos pelos corredores movimentados e isso me deixava apreensivo, o cheiro de álcool era forte ali e me lembrava doença, eu via varias pessoas enfermas pelos corredores, com expressões de tristeza e dor, eu só queria correr dali e respirar ar puro, chegamos até o elevador, entramos e o meu pai percebeu o meu incomodo e perguntou se eu estava bem, eu apenas assenti com a cabeça, só estávamos eu e ele ali no elevador, nós déssemos até a recepção chegando lá meu pai entregou a minha ficha e me empurrou até a saída, era incrível sentir os raios do sol na minha pele de novo e o vento percorrer o meu corpo, só a minha visão que estava um pouco ofuscada devido a luz natural, que quase não conseguia enxergar, eu inspirei o ar fortemente e depois o soltei devagar, era muito bom sentir aquele ar natural passar pelos meus pulmões, meu pai continuou a me empurrar e me levou até o estacionamento, para pegar o seu carro, ele me ajudou a entrar no banco detrás e  me sentei deixando a minha perna esticada, erguida sobre o banco, não era um posição nada confortável, ele me colocou o cinto e foi deixar a cadeira de rodas, quando voltou entrou no carro, viu se estava tudo bem comigo, deu a partida e saímos dali, eu olhei para trás e observei nos afastarmos do hospital, agora eu queria deixar tudo para trás e começar uma vida nova com Hoseok, queria aproveitar todo esse amor que estava surgindo, o meu sorriso não escondia a minha felicidade desse recomeço, eu estava bem e nada podia estragar isso.