No dia seguinte, eu acordo cansado, não tinha dormido bem, tinha tentado falar com o Hoseok varias vezes, só que ele não me atendeu, nem respondeu as minhas mensagens, devia ainda está com muita raiva, o Jin tinha me aconselhado a esperar, mas eu não conseguia ficar assim, angustiado, nervoso por não saber se ele estava bem.
Durante toda a manhã eu fiquei aflito, andava de um lado para o outro com o coração não mão esperando o Hoseok me ligar, mas nada, já estava surtando, me perguntando se realmente tinha feito a coisa certa, olho o meu celular e não tinha nenhuma ligação ou mensagem, nada dele, vejo à hora e já eram duas da tarde, uma hora dessas ele já devia ter saído da escola, penso em ir na casa dele, mas nesse momento a campainha da porta toca e me faz esquecer essa idéia, só podia ser ele, desço na maior velocidade e corro para porta, mas pra minha surpresa não era o Hoseok, era o Jimin, eu não escondo o meu desapontamento e ele fala:
Jimin – Nossa é assim que você recebe os seus amigos.
Fez uma careta irônica.
Taehyung – Foi mal Jimin é que eu não to bem...
Dei meia volta, ele fechou a porta e veio atrás de mim, fomos para sala e sentamos no sofá.
Jimin – Eu já to sabendo... O Jin me contou tudo.
Taehyung – Não acredito!
Gritei ficando vermelho.
Jimin – Calma, ele só me contou, porque eu já sabia do assedio do seu médico.
Taehyung – O Hoseok, ele foi pra escola hoje?
Jimin – Não, deve está muito mal.
Taehyung – Eu não queria nada disso Jimin.
Disse o abraçando e já aos prantos.
Jimin – Calma, eu vim aqui te dar uma força, não é fácil passar pelo o que você está passando.
Taehyung – Obrigado, eu pensei que você não me entenderia...
Ele me afastou e me encarou sério.
Jimin – E não entendo! Como é que você faz uma coisa dessas com o Hoseok. Eu odeio traição Tae, tenho é nojo, pra mim é descaramento.
Taehyung – Você veio só pra me crucificar? É isso.
Disse enxugando as lagrimas.
Jimin – Não amigo, mas eu fico revoltado, como é que você transa com outro e diz amar o Hoseok.
Taehyung – Eu não sei, eu agi por impulso, tava carente...
Jimin – Carente? Carente de que? Você tava feliz com o Hoseok.
Taehyung – Carente de sexo.
Eu parei de chorar, não conseguia mais, derrama lagrimas a toa não me levaria a lugar nenhum.
Jimin – Taehyung, quando você começa um relacionamento com uma pessoa, você se compromete com ela, a respeita e lhe dá amor, o sexo não é importante.
Taehyung – Eu sei cara, mas eu estava com o emocional abalado e ainda pintou um clima, acabou rolando, quando o Eduardo me agarrou e eu não resisti.
Jimin – Sei... E você dizia ter nojo dele...
Taehyung – E eu tenho! Mas o que aconteceu só foi sexo casual, como podia acontecer com qualquer outro.
Jimin – Nossa Tae, a coisa ta séria assim que você transa com qualquer um na rua, você tem problemas.
Ele riu.
Taehyung – Também não é assim, eu não transo com qualquer um, surgiu um clima lá e eu fiquei excitado, mas eu só usei ele e o safado ainda queria me comer.
Jimin – Sério?
Taehyung – Mas eu não deixei, saí de lá e deixei ele chupando o dedo.
Nós rimos.
Jimin – Cara você é doido.
Taehyung – Mas eu fiz de novo, eu errei de novo e fiz o Hoseok sofrer... Ele nunca vai me perdoar.
Jimin – Calma fresco, que ele te ama e sempre há perdão pra quem amamos.
Taehyung – Mas você não viu como ele saiu daqui ontem, estava transtornado.
Jimin – A gente sabe como o Hoseok é, no calor do momento ele sempre perde a razão, mas depois raciocina melhor, ele vai te perdoar fica tranquilo.
Ele sorriu e apertou o meu ombro.
Taehyung – Você acha?
Assentiu com a cabeça, de repente o telefone da sala toca, eu penso na hora que poderia ser o Hoseok, porém descarto essa possibilidade, ele nunca ligaria pro telefone fixo daqui de casa, o telefone tocava sem parar, eu não queria atender, pois com certeza era alguém procurando o meu pai ou a minha mãe, entretanto não tive escolha, levanto frustrado e atendo:
Taehyung – Alô!
Digo com arrogância.
– Taehyung? Exatamente com quem eu queria falar.
Eu fico mudo e arregalo os olhos, aquela voz, aquela voz calma e sínica, era bem familiar, só podia ser dele.
Taehyung – Doutor Eduardo!
Grito, o Jimin se levanta confuso e coloco no viva voz.
Eduardo – Sim meu jovem.
Taehyung – O que você quer?
Perguntei num tom agressivo.
Eduardo – Ah eu só liguei para falarmos de nós.
Taehyung – Nós? Não existe nós!
Eduardo – Mas é claro que existe, ainda mais depois do que aconteceu ontem, eu adorei a forma que você me pegou, ontem.
Taehyung – Cala boca você me dá nojo!
Eduardo – Não parece, depois do que fizemos ontem!
Taehyung – Aquilo só foi sexo, não significou nada pra mim, eu só queria um rabo pra foder e você ofereceu, agora me deixa em paz.
Eduardo – Não fala assim que eu fico magoado, você só me usou ontem, porque você não vem aqui hoje para invertermos os papeis.
Ela falava num tom pervertido e eu tremia enojado.
Taehyung – Você ta louco, eu nunca mais vou botar os pés aí, se respeite.
Gritava e o Jimin ouvia tudo incrédulo, pelas palavras do médico.
Eduardo – Que pena Taehyung, você tem namorado não é, imagina se ele souber disso, imagina se os seus pais souberem do que você fez.
Taehyung – Mas o que! Vai me chantagear agora é! Eu nego tudo e pior, digo que você me estuprou!
Eduardo – Isso pode ser facilmente desmentido com um exame de corpo delito.
Ele tinha razão, eu que tinha comido ele, até que o Jimin sussurra.
Jimin – Diz que ele te obrigou.
Concordei e falei pra ele.
Taehyung – Então eu vou dizer que você me obrigou!
Eduardo – Ai ai, jovem Taehyung ninguém vai acreditar nisso.
Taehyung – Mas é claro que vai, eu sou paciente, eu sou a vitima aqui, você me seduziu.
Gargalhou do outro lado da linha e falou:
Eduardo – É melhor você vir.
Ele desliga na minha cara e eu fico mais uma vez mudo, as lagrimas começaram a descer no meu rosto e fiquei tonto, mas o Jimin vem e me abraça, o seu calor me fazia ficar de pé e o seu abraço a parar de chorar.
Taehyung – Eu só queria que tudo voltasse ao normal.
Jimin – Só há uma coisa a fazer, é denunciar esse canalha pra polícia.
Taehyung – Não! Isso não.
Jimin – Taehyung acorda, para de querer não prejudicar ele, ele é um tarado, não tem um pingo de consideração por você. Eu vou ligar pro meu pai.
Taehyung – Não Jimin, se eu fizer isso só vou me prejudicar, uma coisa que eu percebi é que ele tem muito dinheiro e com certeza pode se safar numa boa de uma acusação dessas, já eu só iria me expor e eu não aquentaria os olhares de desapontamento dos meus, por eu chegar nesse ponto. Antes eu não queria mesmo prejudicá-lo, mas agora não faz diferença.
Ele suspirou e acabou concordando.
Jimin – E o que você vai fazer?
Taehyung – Não tem jeito, eu vou lá no consultório dele...
Jimin – Tae! Eu não acredito, você vai dar pra ele ainda?
Taehyung – Não ta doido! Você acha que eu não tenho orgulho.
Ele gargalhou e eu soquei o seu ombro.
Jimin – Ai! É brincadeira, num sabe nem brincar.
Eduardo – Não é hora pra brincadeira cara, eu vou lá é implorar pra ele me deixar em paz.
Jimin – Eu vou com você amigo e se ele não concordar, aí sim nós faz um barraco lá e chama a polícia.
Eu não queria rir, mas acabei rindo, não existia amigo como o Jimin sempre levantava meu astral, mesmo em circunstancias ruins.
Taehyung – Obrigado.
Lhe dou um abraço e subo para trocar de roupa, já que ainda estava de pijamas, cinco minutos depois desço, pego o meu casaco e saímos. Caminhávamos a paços rápidos até a parada de ônibus, eu estava com frio na barriga aflito, eu nunca pensei que o doutor Eduardo fosse capaz disso, eu pensava que ele era uma pessoa boa, mas agora, eu não tinha certeza mais de nada, ele só devia está muito apaixonado por mim e só por isso estava fazendo aquilo.
Pegamos o ônibus e o Jimin ficou o caminho todo xingando o médico, dizendo que ele não tinha escrúpulos, que não tinha ética, que eu não devia ter pena dele e isso só me deixava mais nervoso. Chegamos na parada e descemos, depois fomos caminhado até o consultório, chegando lá o pegamos saindo do prédio e eu vou logo ao seu encontro, sério e grito:
Taehyung – Ei seu safado!
Eduardo – Taehyung? Então você veio, não resistiu não é...
Ele falou surpreso.
Taehyung – Eu não vim transar com você se é o que está pensando.
Falei alto, não me importando com quem pudesse estar ouvindo.
Eduardo – É mesmo e então porque veio?
Jimin – E ele não veio sozinho seu tarado, eu estou aqui pra ajudar o meu amigo.
Falou tomando a minha frente, o médico parecia não se importar com ele ali e ainda tinha aquele mesmo sorriso pervertido de sempre, que nada combinava com o terno que estava usando, ele parecia um doente psicopata agora. Eu tomo a frente de Jimin e falo:
Taehyung – Porra cara, eu nunca pensei que você fosse capaz disso, sempre te achei um homem bom, que só estava apaixonado, mas agora, é uma puta desconsideração sua, eu aguentei todo o seu assedio calado, não contei a ninguém pra não te prejudicar e é assim que você retribui, querendo me prejudicar assim, você salvou a minha vida, apesar de tudo eu te admirava.
Ele ouvia tudo calado, parecia ter se sensibilizado com as minhas palavras, no seu semblante era predominante o desgosto e ele olhava pro chão, mas subitamente, um carro para do lado da calçada, freando bruscamente e assustando a quem passava, era o carro do Hoseok e ele sai de dentro bufando de raiva, surpreso falo seu nome e ele jogar um olhar fulminante para o Eduardo, não parando e indo na direção dele, dizendo:
Hoseok – Ah então você que é o pedófilo!
Ele grita isso e dá um soco no rosto do Eduardo que cai no chão desorientado, já soltando sangue pelo nariz, eu e Jimin gritamos o nome de Hoseok assustados e ele acaba subindo em cima do médico, que estava no chão ainda e começa a esmurrá-lo, descontroladamente, eu desesperado grito pra ele parar, mas ele não me ouvia, nem eu e nem o Jimin que também gritava, ele parecia que queria matar o médico, rapidamente algumas pessoas que passavam, paravam pra ver a briga. Eu acabo cansando de gritar e tento tirar o Hoseok de cima dele, sem sucesso, mas o Jimin me ajuda e acabamos conseguindo, o Eduardo se levanta revoltado e avança em cima do Hoseok, que se solta da gente e defere mais socos no médico, que desta vez revidava dando vários socos seguidos nele, eu estava em pânico, não sabia mais o que fazer a não ser gritar para eles pararem, mas nesse momento Hoseok dá um soco no estomago de Eduardo e o médico vacila, então ele dá outro no queixo o fazendo cair no chão. Hoseok ainda sério não diz nada e mais uma vez ia subir em cima dele, para espancá-lo, mas desta vez entro em sua frente e lhe empeço. O médico grita furioso:
Eduardo – Isso não vai ficar assim, isso é agressão, eu vou chamar a polícia!
Eu me viro pra ele desesperado.
Taehyung – Não, por favor, não chama a policia doutor Eduardo, eu te peço...
Jimin se aproxima do lado de Hoseok e diz que era melhor ele vazar dali, mas antes de ir ele me encara, ainda com um olhar de desprezo, era como se uma faca entrasse no meu peito e eu começo a chorar com a dor, que não era física. Ele vai embora, da mesma forma que chegou irado e agora acelerando o carro bruscamente, dando cavalo de pau. O Jimin vendo minha agonia me abraça tentando me acalmar e o médico se levanta com a ajuda de ninguém, ele limpa o sangue do rosto com um lenço, olha pra mim e fala:
Eduardo – Taehyung me desculpe, você tem toda razão, eu agi errado, eu não tenho direito de prejudicar você, vou te deixa em paz, eu pensava que podia colocar o meu trabalho acima dos sentimentos, mas eu não poço, eu vou entregar o seu caso a outro médico e pode ficar tranquilo, que eu não vou denunciar o seu namorado.
Ele saiu dali mancando de dor, entra num grande carro prata, que estava ali estacionado e vai embora, eu ainda sussurro um obrigado, que ele acabou não ouvindo, depois que o espetáculo acabou as pessoas, que observavam tudo, seguiram o seu caminho e eu continuei nos braços do Jimin chorando.
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